QUALIDADE DO LEITE DE UMA PROPRIEDADE RURAL NO MUNICIPIO DE OLIVENÇA-AL.

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Transcrição:

QUALIDADE DO LEITE DE UMA PROPRIEDADE RURAL NO MUNICIPIO DE OLIVENÇA-AL. JORGE PAULO GONZAGA i JUSSARA RODRIGUES TAVARES ii MARIA ALINE RIBEIRO NOBERTO iii Eixo Temático 19. Pesquisa fora do contexto educacional. RESUMO A falta de higiene em pequenas propriedades rurais faz com que o leite produzido seja de pouca qualidade. Este estudo tem como objetivo, realizar a identificação de contagem de células Somáticas (CCS) e Contagem Bacteriana Total (UFC), em amostras de leite obtidas de uma propriedade Rural no Município de Olivença-AL. O experimento foi conduzido com dez vacas ordenhada manualmente, a 1ª amostra foi coletada antes da implantação do Kit de ordenha higiênica, a 2ª amostra foi coletada após a implantação do Kit. Os resultados revelaram um nível considerável de CCS e UFC na qualidade do leite, entretanto, a pesquisa apontam para a necessidade da adoção de medidas de higienização para uma melhoria de qualidade do leite obtido pelos pequenos produtores da região. Palavras-Chave: Higiene. Contagem de células somáticas. Qualidade do leite. ABSTRACT Lack of hygiene in small farms makes the milk produced is of poor quality. This study aims to identify the somatic cell count (SCC) and Total Bacterial Count (CFU) in two samples obtained from a property in the Rural Municipality of Olivença-AL. The experiment was conducted with ten cows milked by hand, a second sample was collected before deploying Kit hygienic milking, the 2nd sample was collected after the implementation of Kit hygienic milking, the owner used the kit for 8 days, the two samples were collected at 7:00 am, the results revealed a considerable level of SCC and milk quality in the UFC, however, the research points to the need to adopt measures to improve hygiene quality of milk.

2 Keywords: Hygiene. Somatic cell count. Milk quality. 1 INTRODUÇÃO O leite é o alimento de origem animal mais rico em todos os aspectos, desde seu alto valor nutritivo, como seus derivados que se igualam a matéria prima no valor nutricional, sendo o alimento mais usado tanto por crianças como por adultos, é uma grande fonte de renda sustentável desde o primeiro agricultor aos outros segmentos da cadeia produtiva de leite (RIBEIRO, 2008). A preocupação com a qualidade sobre os produtos originados do Leite vem se arrastando a décadas, pois este é muito consumido por toda a população mundial. A tendência do consumismo do leite em vários países, ajudou o crescimento de propriedades rurais, o leite e seus derivados estão entre os principais produtos de interesse econômico na maioria dos países (COMERÓN; ANDREO, 2000). As alterações na composição original do leite quando este está contaminado diminui os sólidos totais, o que vem a prejudicar sua qualidade e a produção de seus derivados como por exemplo o queijo que onde apresenta perda de sólidos no soro causando uma baixa taxa de enrijecimento, o leite em pó, a manteiga e o iogurte são os mais evidenciados em estudos, as indústrias de laticínios junto com os programas de controle de mastite podem diferenciar o valor pago pelo leite no seu recebimento, onde os produtores que venderem o leite com a Contagem de Células Somáticas (CCS) baixa recebem um bônus em relação aos produtores de leite de com qualidade duvidosa (CASTRO 2009; VEIGA, 2001). Para a indústria, o leite que contém resquícios de antibióticos é analisado como adulterado, onde a sua ingestão pode apresentar risco de saúde para o consumidor, que ao ingerir o produto contaminado pode apresentar quadros de reações alérgicas e resistência bacteriana, esta análise também aplica-se também ao produto pasteurizado, visto que esta técnica não elimina os resquícios de antibióticos (VENTURINI; SARCINELLI; SILVA DA, 2007). Os microorganismos causadores da mastite usam o canal da teta como porta de entrada. A mastite é... causada por microorganismos que utilizam o canal da teta como porta de entrada em seu hospedeiro (vaca), em virtude destes risco os produtores devem adotar medidas de higienização, e dar condições aos

3 ordenhadores por meio de treinamentos adequados para que esses possam cumprir os seu papel de forma competente, podendo utilizar medidas simples de rotina como, a retirada dos primeiros jatos de leite na caneca de fundo escuro, a lavagem, desinfecção e secagem das tetas com papel toalha antes da ordenha, bem como, a desinfecção dos tetos pós-ordenha com iodo glicerinado, podem gerar ótimos resultados na prevenção da mastite (COENTRÃO et al., 2008). Cuidados também quando chega o fim da ordenha são importantes, a limpeza de utensílios, alimentação adequada para as vacas após a ordenha, evitando que os animais venham a deitar-se logo em seguida, pois os canais das tetas ainda se encontra abertos (MÜLLER, 2002). Aprovada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA em 2002 a instrução normativa 51, solicitou várias mudanças na produção do leite de animais domésticos, visando melhorar e garantir as qualidades nutricionais dos produtos derivados do leite, procurando assim apropriar a produção nacional, com base na qualidade exigida pelo mercado, esta normativa vem estabelecer maior rigor na fiscalização dessa produção, bem como os valores de células somáticas, a contagem bacteriana total, a falta de resíduos antimicrobianos, e proibindo o uso dos tradicionais latões passando a indicar a adesão dos tanques de resfriamento (BRASIL, 2002). Reforçando a instrução normativa 51, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA regulamentou em 2010 as normas de controle de resíduos de medicamentos em alimentos oriundos de origem animal, com os dois órgãos trabalhando em conjunto em todas as regiões do Brasil, a qualidade do leite cru vem melhorando a cada ampliando sua ação em todas as regiões do Brasil (ANVISA, 2010). Embora vários métodos de criação e manejo dos animais mantidos no sistema convencional e orgânico sejam distintos, este fato reforça que à necessidade de estudos específicos dentro do sistema leiteiro, que ainda temos um longo caminho a percorrer pois as pesquisa e estudos relacionadas ao leite ainda são insuficientes no país (CAMPOS, 2004). No atual sistema os pequenos produtores de leite de nossa região que não dispõe de conhecimento técnicos em relação a conservação do leite, e mesmo alguns produtores sabendo que a refrigeração atua positivamente na conservação,

4 não possuem poder aquisitivo para o mesmo, dessa forma a utilização de técnicas de higiene visa amenizar a deficiência da refrigeração. A capacitação dos produtores para o uso das técnicas de higiene visa garantir melhoria na qualidade do leite, evitando a disseminação de contaminantes do leite durante o processo da ordenha, deste modo, valorizando o valor do litro de leite que no Município de Olivença- AL custa cerca de R$ 0,90 centavos. O Leite produzido em pequenas propriedades rurais da cidade de Olivença- AL estão dentro do padrão exigido para consumo pela Instrução Normativa 51 (IN- 51)? O presente estudo teve como objetivo verificar se o leite produzido por pequenos produtores da cidade de Olivença-AL estão dentro dos parâmetros de consumo exigidos pela Instrução Normativa 51, por meio kit de ordenha higiênico da Embrapa. 2 PROCEDIMENTO METODOLOGICO O estudo foi conduzido ao longo de 15 dias no mês de maio, em uma propriedade no sitio samambaia, município de Olivença, onde utilizam mão de obra é essencialmente familiar. Para realização desta pesquisa foram utilizados 10 (dez) vacas, em uma ordenha diária manual. A amostragem obtida dos animais controle foram escolhida ao acaso. Foi utilizado o kit de ordenha higiênico da Embrapa, a amostra foi realizada em dois momentos duas etapas. A primeira amostra foi coletada antes da implantação do kit, e a segunda após a utilização do kit nas seguintes etapas: lavagem das tetas com água, secagem com papel toalha descartável e imersão em solução comercial á base de iodo e secagem com papel toalha descartável, o kit foi implantado durante oito dias e as duas amostras coletadas as 7:00 hs da manhã. As duas amostras de leite dos animais foram colhidas em tubo apropriado de plástico, recolhida por um técnico especializado, homogeneizadas com conservante celular de leite (bronopol) e dispostas em caixas apropriadas em temperatura ambiente, visando a contagem eletrônica de células somáticas em no máximo cinco dias, de acordo com as recomendações técnicas do equipamento (Somacount 300), as contagens foram realizadas a 37º C em condições de aerobiose, considerando-

5 se as diluições em que se obtiveram entre 100 e 400 unidades formadoras de colônias (UFC), para comparar os resultados entre as duas amostras, os níveis de contaminação foram determinados considerando-se as diferenças da CCS e UFC antes da utilização do kit de ordenha higiênico e após utilização do kit de ordenha higiênico, onde as amostras foram enviados ao laboratório Progene e os dados foram obtidos considerando os níveis de CCS e UFC em até um milhão. No Brasil ainda não existem parâmetros de celularidade no presente estudo fez-se uso do valor de 750.000 céls/ml indicado pela Instrução Normativa 51. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os dois aspectos de relevância para a realização deste trabalho, dentro do que aborda a Normativa 51 foram a Contagem de Células Somáticas CCS e as Unidades formadoras de colônias UFC. No tocante ao primeiro aspectos, observou-se que com o uso do kit de ordenha higiênica ocorreu uma redução de 356 x 1000 CCS/ml considerando os parâmetros IN-51 (BRASIL 2002), que estabelece para o leite cru um valor menor que 750.000 CCS/ml para a venda do produto ao consumidor (Gráfico 1). Participou desta pesquisa 1 (um) proprietário da zona rural do municipio de Olivença-AL, onde foram utilizados 10 vacas escolhidas aleatoramente. Nos reultados da contagem de células somáticas do leite, foi utilizados o kit de ordenha higiênica, onde esse promoveu uma redução de 356 x 1000 considerando os parâmetros IN-51 (BRASIL 2002), que estabelece para o leite cru um valor menor que 750.000 CCS/mL para a venda do produto ao consumidor (Gráfico 1). Gráfico 1 Resultados da Contagem de Células Somáticas do leite, com e sem a utilização do kit.

6 Fonte: Os autores É presumível que o agricultor que venha utilizar o kit de ordenha higiênica tenha um leite de qualidade durante todo o seu período de lactação, promovendo uma aumento no valor do litro do leite e melhorando a qualidade do produto para o consumidor final (MÜLLER, 2002). No tocante as Unidades formadoras de colônias UFC, ao segundo aspecto abordado neste trabalho os resultados apresentado no gráfico 2 indicam que com o uso do kit os índices de UFC houve uma redução de 564 x 1000 ufc/ml, que antes estavam em um total de 850 x 1000 ufc/ml Gráfico 2 Resultados de Unidade Formadoras de Colônias, com e sem a utilização do Kit.

7 Fonte: Os Autores Igualmente ao trabalho de (COENTRÃO et al., 2008), que obteve uma redução de 608 x 1000 ufc/ml em uma fazenda no estado Minas Gerais em uma quantidade de 24 rebanhos. o kit de ordenha higiênica promoveu um redução de 564 x 1000, onde o valor total do leite da propriedade rural antes da implatação do kit era de 850 x 1000. Considerando os dois resultados, o leite ficou dentro do padão estabelecido pela instrução normativa 51 e houve uma redução importante no nível de presença de resíduos do leite durante o acompanhamento. Em relação a utilização do kit de ordenha higiênica, houve um resultado satisfatório com a implantação do kit, o leite cru passou a atender os referidos parâmetros da Instrução Normativa 51. 4 CONCLUSÃO A implantação do kit de ordenha higiênica da Embrapa na pequena propriedade Rural em Olivença melhorou a qualidade microbiológica do leite cru utilizado no consumo e na venda do mesmo na microrregião, fator que possibilita ainda mais a sustentação de produtores de base familiar na cadeia produtiva do leite com um produto de melhor qualidade.

8 No entanto, devemos destacar a necessidade que existe da promoção do esclarecimento do pequeno produtor sobre os custos e benefícios da implantação de técnicas como esta para sua produção. Ter em mente a lucratividade que está atrelada a melhoria da qualidade do leite que produz pode ser ponte de motivação para colocar em prática todos esses métodos, para que isto ocorra, se faz necessário o engajamento maior e com mais responsabilidade dos órgãos que dão assistência aos produtores, de modo a orientá-los nesta perspectiva aqui apresentada REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos. Relatório de Atividades, Brasília, 2010. Dispnível em: <http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/b380fe004965d38ab6abf74ed75891ae/ Relat%C3%B3rio+PARA+2010+-+Vers%C3%A3o+Final.pdf?MOD=AJPERES>. Acesso em 06 Abr 2010. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa 051, Regulamentos Técnicos de produção, Identidade e qualidade do Leite Pasteurizado e do Leite Cru Refrigerado e o Regulamento Técnico da Coleta do Leite Cru Refrigerado e seu Transporte a Granel. Brasília, DF, 2002. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br> Acesso em: 27 mar. 2010. CAMPOS, E.P.C. Qualidade microbiológica, físico-química e pesquisa de resíduos de antibióticos e pesticidas no leite bovino produzido pelo sistema convencional e pelo sistema orgânico. Tese de Mestrado, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Estadual Paulista (Unesp), Botucatu, SP. 2004,58p. CASTRO, K.N.C. Vantagens da ordenha com higiene. 2009. Disponível em: <http://www.infobibos.com/artigos/2009_1/ordenha/index.htm>. Acesso em: 6 junh. 2010. COENTRÃO, C.M.; SOUZA, G.N,; BRITO, J.R.F.; PAIVA, M.A.V,; LILENBAUM, W. Fatores de risco para mastite subclínica em vacas leiteiras. Arq.Bras.Med.Vete.Zootec.,v.60, n.2, p.283-288, Rio de Janeiro, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/abmvz/v60n2/a01v60n2.pdf> Acesso: 10 Mai. 2010. COMERÓN E.A. & ANDREO N.A.. Produção, industrialização e comercialização do leite orgânico na Argentina. Anais. 2º Simpósio sobre Sustentabilidade da Pecuária Leiteira no Brasil, Goiânia. Embrapa Gado de Leite, Juiz de Fora, 2000.

9 MÜLLER, E.E. Qualidade do leite, células somáticas e prevenção de mastite,. Sul- Leite Simpósio sobre Sustentabilidade da Pecuária Leiteira na Região Sul do Brasil, Maringá. Anais. Maringá: UEM/CCA/DZO-NUPEL, p.206-217, 2002. Disponível em: < EE Müller - Simpósio sobre Sustentabilidade da Pecuária Leiteira, 2002 - people.ufpr.br> Acesso em: 22 jun. 2010. RIBEIRO, M.G. 2008. Princípios terapêuticos na mastite em animais de produção e de companhia. In: Andrade S.F. (Ed.), Manual de Terapêutica Veterinária. 3ª ed. Roca, São Paulo, 2008, 936p. VEIGA, M.S. Impacto Econômico da Mastrite. 2001. Artigo em Html. Disponível em:<http://www.milkpoint.com.br/?noticiaid=16202&acta=7&areaid=61&secaoid=18 0>. Acesso em: 7 junh. 2010. VENTURINI, K. S.;SARCINELLI, M. S.; SILVA DA L.C. Características do Leite. Espitiro Santos, 2007, Disponível em: <http://www.agais.com/telomc/b01007_caracteristicas_leite.pdf>. Acesso em: 6 Abr. 2010. i Licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Alagoas. Email: Paulinho_0208@hotmail.com ii Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Alagoas. Email: Jussara_rtavares@hotmail.com iii Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Alagoas. Email: Edla_sol@hotmail.com