Cosmologia a partir da teoria de Kaluza-Klein

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Transcrição:

Cosmologia a partir da teoria de Kaluza-Klein Pedro H.R.S. Moraes, Orientador: Dr. Oswaldo D. Miranda DAS/INPE Pedro Moraes (DAS/INPE) Workshop - DAS/2012 1 / 13

1 Introdução 2 O modelo gravitacional de Kaluza-Klein 3 Análise da cosmologia a partir do modelo de Kaluza-Klein Pedro Moraes (DAS/INPE) Workshop - DAS/2012 2 / 13

Introdução 1 Introdução 2 O modelo gravitacional de Kaluza-Klein 3 Análise da cosmologia a partir do modelo de Kaluza-Klein Pedro Moraes (DAS/INPE) Workshop - DAS/2012 3 / 13

Introdução A teoria da Relatividade Geral (RG), baseada na equação de campo de Einstein, G µν = kt µν, (1) requer a existência de um componente responsável pela maior parte da dinâmica do universo. Na RG, esse componente é tratado como uma constante cosmológica, Λ, que é inserida nas equações de campo. A inserção da constante cosmológica nas equações de campo faz com que a distância de luminosidade derivada do modelo concorde com as observações. Pedro Moraes (DAS/INPE) Workshop - DAS/2012 4 / 13

Introdução A constante cosmológica é apenas um dentre os diversos modelos de energia escura. Temos como outros exemplos: modelo φ CDM, modelos f(r), modelos com dimensões extras (modelos de brana), entre outros. Todos esse modelos surgem como tentativa de resposta à pergunta o que é energia escura?. Nos modelos de brana, a força gravitacional seria a única das quatro forças fundamentais a interagir com a dimensão extra, o que provoca uma diluição da gravitação. Para os modelos de dimensão extra, que iremos tratar aqui, a quinta dimensão pode fazer o papel referente à constante cosmológica no caso da RG quadridimensional. Pedro Moraes (DAS/INPE) Workshop - DAS/2012 5 / 13

O modelo gravitacional de Kaluza-Klein 1 Introdução 2 O modelo gravitacional de Kaluza-Klein 3 Análise da cosmologia a partir do modelo de Kaluza-Klein Pedro Moraes (DAS/INPE) Workshop - DAS/2012 6 / 13

O modelo gravitacional de Kaluza-Klein Primeiramente publicada em 1921, o modelo de Kaluza-Klein mostra que a RG em cinco dimensões contém tanto a teoria gravitacional 4D de Einstein quanto a teoria do eletromagnetismo de Maxwell. Kaluza impôs a anulação de todas as derivadas com respeito à quinta dimensão e Klein sugeriu que isso deveria ocorrer devido à compactificação da quinta dimensão. Para o modelo de Kaluza-Klein, a matéria em 4D é uma manifestação geométrica do universo em 5D, assim, a equação de campo de Einstein fica G AB = 0. (2) Pedro Moraes (DAS/INPE) Workshop - DAS/2012 7 / 13

Análise da cosmologia a partir do modelo de Kaluza-Klein 1 Introdução 2 O modelo gravitacional de Kaluza-Klein 3 Análise da cosmologia a partir do modelo de Kaluza-Klein Pedro Moraes (DAS/INPE) Workshop - DAS/2012 8 / 13

Análise da cosmologia a partir do modelo de Kaluza-Klein O elemento de linha com que vamos trabalhar é: ( ) dr ds 2 = dt 2 2 a(t) 1 kr 2 + r2 dθ 2 + r 2 sen 2 θdφ 2 α(t) 2 dl 2, (3) em que consideramos c = 1 e que a seção espacial do espaço-tempo 5D é plana (k = 0). Usando as equações de campo de Einstein da RG, com a métrica de Friedmann-Robertson-Walker (FRW), podemos obter a seguinte equação para a densidade do universo, que representa o modelo cosmológico ΛCDM: (ȧ ) 2 8πGρ(t) = 3 Λ. (4) a Queremos obter um análogo da Equação (4) para o caso 5D, com o intento de verificar se o tratamento do universo em 5 dimensões pode, de algum modo, mimetizar os efeitos da constante cosmológica. Pedro Moraes (DAS/INPE) Workshop - DAS/2012 9 / 13

Análise da cosmologia a partir do modelo de Kaluza-Klein Como no modelo de Kaluza-Klein o espaço-tempo em 5 dimensões é vazio, calculamos G 00 = 0, (ȧ ) 2 G 0 α 0 = 3 + 3ȧ a a α. (5) A equação acima deve conter informações de matéria em seus termos. Vamos re-escrever a Equação (1) como G ab G AB = kt ab.. (6) Em 4D, o elemento de linha (3) torna-se o elemento de linha usual de FRW, que resulta no seguinte componente (00) do tensor de Einstein (ȧ ) 2 G 0 0 = 3. (7) a Pedro Moraes (DAS/INPE) Workshop - DAS/2012 10 / 13

Análise da cosmologia a partir do modelo de Kaluza-Klein Com isso, (6) fica α 8πGρ(t) = 3ȧ a α. (8) A forma funcional de α pode ser obtida igualando (8) a (4), o que significa dizer que α(t) deve mimetizar os efeitos da constante cosmológica. Com isso, escrevemos (ȧ ) α 2 3ȧ a α = 3 Λ. (9) a E com certa álgebra, chegamos a { α = (1 + z)exp Λ [ 4 α 0 3H0 2 3 ln(1 + z) 4 ]} 9 ln(z3 + 3z 2 + 3z + 1) (10) Pedro Moraes (DAS/INPE) Workshop - DAS/2012 11 / 13

Análise da cosmologia a partir do modelo de Kaluza-Klein Na figura abaixo apresenta-se a evolução de α/α do modelo Kaluza-Klein. A substituição desse resultado na Equação (8) produz uma evolução da função ρ(t) exatamente igual à produzida pelo modelo ΛCDM. Figura: Evolução da função α, associada com a quinta dimensão no modelo de α 0 Kaluza-Klein, com o redshift. Pedro Moraes (DAS/INPE) Workshop - DAS/2012 12 / 13

Análise da cosmologia a partir do modelo de Kaluza-Klein FIM Pedro Moraes (DAS/INPE) Workshop - DAS/2012 13 / 13