Direito Administrativo Professor Marcelo Miranda professormiranda@live.com facebook.com/professormarcelomiranda
Revisão aula anterior Organização administrativa brasileira Centralização Administrativa i ti Desconcentração Descentralização Composição da Administração Pública (direta e indireta) Características da Adm Pública Direta Características da Adm Pública Indireta Autarquias Fundações Sociedades de Economia Mista (SEM) Empresas Públicas (EP)
Administração Pública DESCONCENTRAÇÃOADMINISTRATIVA ADMINISTRATIVA: distribuição ib i interna de competências. Pode ocorrer por conta dos seguintes critérios: a) Em razão da matéria b) Em razão da hierarquia c) Em razão do território DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA: Transferência de parte da função administrativa a outra PJ (pública ou privada). Cria se um novo centro de competência
Dec. 200/67 (redação dada pela Lei 7.596/87) At4 Art. A Administração i Fd Federal compreende: I A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios. II A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: a) Autarquias; b) Empresas Públicas; c) Sociedades d de Economia Mista. d) Fundações públicas.
Administração Pública Direta São os serviços integrados pela própria estrutura t administrativa i ti do Estado Etd Entidades políticas que atuam em seu nome (União, Estados, DFe Municípios) + seus Órgãos e seus Agentes Todos integrantes própria estrutura Estatal ou Poder Central Órgãos públicos: são desprovidos de personalidade jurídica são centros especializados de competência Fazem parte da Adm Direta todos os demais órgãos ligados pelo vínculo hierárquico
Administração Pública Direta ÓRGÃOS PÚBLICOS centros especializados de competência Características: Não são titulares de direitos e obrigações por n terem personalidade jurídica própria; Não tem patrimônio próprio Possuem funções específicas Vinculo de imputação com a pessoa jurídica responsável Não possuem, em regra, capacidade judiciária: não pode ser autor ou réu. Teoria da personificação do órgão: ex. falta de repasse que a Prefeitura deveria ter feito ao Legislativo municipal (duodécimo) art. 168 da CF. Demanda Câmara Municipal X Município
Administração Pública INDIRETA Serviços atribuídos tib a pessoas jurídicas diversas da Adm Direta: Autarquias Fundações públicas Sociedades de Economia Mista Empresas Públicas Não há hierarquia entre o Poder Central e Adm Indireta: * Tutela no caso da descentralização técnica e fiscalização do contrato administrativo firmado (descentralização por colaboração) * O que existe é o chamado controle FINALÍSTICO, nunca hierarquia.
AUTARQUIAS Regime jurídico de direito it público (personalidade d jurídica) Execução de atividades típicas de Estado com regime de fazenda pública Mas que requer gestão administrativa e financeira descentralizada para um melhor funcionamento. Criados por lei específica Regime de fazenda pública, ou seja: Gozam da imunidade tributária recíproca (art. 150 da CF união, estados, municípios e DF não podem cobrar impostos um dos outros nem das autarquias); Possuem privilégios processuais da fazenda pública prazos dilatados em juízo (em quadruplo pra contestar e em dobro pra recorrer) duplo grau de jurisdição obrigatória ou remessa necessária das decisões contra elas.
AUTARQUIAS Ainda sobre o regime de fazenda pública Os bens das autarquias são bens públicos impenhoráveis pagam seus débitos judiciais por meio da ordem cronológica de pagamentos de precatórios (art. 100 da CF). Seus atos são administrativos, seus contratos dependem de licitação, tem responsabilidade civil, sujeitam se ao controle do Tribunal de Contas. Finalidade especificada em LEI que cria, impedida de exercer outras atividades. Atuam com a finalidade genérica pública serviços públicos descentralizados. A simples publicação da LEI que cria a autarquia já faz nascer sua personalidade jur. A organização das Autarquias se dá mediante DECRETO expedido pelo Poder Executivo
AUTARQUIAS EM REGIME ESPECIAL Universidades id d públicas São autarquias, mas possuem um ponto de especialidade. São especiais porque possuem uma autonomia pedagógica g mais liberdade de atuação no exercício de sua atividade. A metodologia utilizada para verificar se está atingindo sua finalidade não poderá utilizar o meio de controle normal da administração indireta (um provão pode avaliar os alunos de uma instituição, p. ex). Seus dirigentes são escolhidos de uma forma também diferenciada. Enquanto que nas autarquias normais aqueles são livremente nomeados e exonerados pelo ente da administração direta, nas de regime especial eles são escolhidos pelos próprios membros depois de nomeados eles cumprem um mandato certo definido na lei da entidade. Eles possuem a garantia de mandato certo.
AUTARQUIAS EM REGIME ESPECIAL Aê Agências reguladoras: ld Foram criadas id para regular a prestação de serviços realizada pelos particulares. Sua história de criação condiz com ideia do Estado mínimo e o movimento do neoliberalismo surgido após o período ditatorial. Os serviços que antes eram do Estado começaram a ser transferidos a particulares (energia, água potável, transportes). Surge a necessidade de regulamentar aquelas prestações de serviço público por particulares (particular visa o lucro, o Estado visa finalidade pública). Possuem um ALTO GRAU DE ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA Agencias Reguladoras possuem poder normativo: regulamentam ações para a prestação do serviço público. LIMITE: normas direcionadas ao prestador do serviço, nunca aos usuários daquela prestação ex. ENERSUL é o prestador, NÓS somos os usuários. Atenção: as normas das Agências Reguladoras não atingem os usuários ex. a ANEEL não pode estabelecer que se o usuário não pagar a conta terá sua luz cortada em 24hs
AUTARQUIAS EM REGIME ESPECIAL Aê Agências reguladoras ld (outras características): ti Regula e fiscaliza determinado setor da atividade econômica e suas relações jur. Editam atos normativos Solucionam conflitos decorrentes e atuam na fiscalização da atividade econômica. Aplicamsanções aos infratores Possuem relativa autonomia administrativa diante do Poder Executivo. Ex. Estabilidade de seus dirigentes com mandato de duração determinada; possuem fontes próprias de recursos (taxas de polícia); inexistência i i de subordinação hierárquica; i escolha de seus dirigentes por critérios técnicos (com participação do Legislativo). Possuem abrangente competência normativa (inovam na ordem jurídica)
Agências reguladoras (autarquias em regime especial) Os dirigentes i das Agências Reguladoras são nomeados pelo Presidente da República mediante aprovação do Senado (aqui vale o espelhamento para os Estados). Estabilidade dos dirigentes: Nomeados para mandato fixo. Só perdem o cargo mediante renúncia, condenação transitada em julgado ou processo administrativo disciplinar, reservada a ampla defesa. Importante: Quando sair do cargo deverá cumprir um período de quarentena (4 meses, a princípio). Evita que, por exemplo, o Diretor da ANAC saia e vá trabalhar na GOL ou TAM. Seus servidores são públicos estatutários. Agencias Reguladoras não se confundem com as Agencias Executivas estas últimas são autarquias comuns.
Agências executivas:sãoautarquias comuns que não vinham sendo eficientes por isso, o ente da Administração Direta faz com esta autarquia ineficiente um contrato de gestão dando a ela o nome de agencia executiva e lhe garantindo: mais orçamento e mais autonomia. Em troca: ela deverá seguir um plano estratégico éi de reestruturação para voltar a ser eficiente. Contrato de gestão com o Ministério Supervisor Não está regulada em Lei, sua permanência só dura enquanto durar o prazo do contrato de gestão. Esses contratos de gestão tem base constitucional art. 37 p 8º da CF. 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre.
Agências executivas: Sobre os contratos t de gestão: * Trata se de um plano estratégico e de desenvolvimento institucional * Terão duração mínima de um ano * Terá medidas delineadas visando fortalecimento da autonomia da entidade * Após a celebração do contrato, será necessário um decreto do Presidente da R. * Passam a ter alguns privilégios: limite duplicado para dispensa licitatória INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial ABIN Agência Brasileira de Inteligência ADENE Agência de Desenvolvimento do Nordeste (antiga SUDENE) ADA Agência de Desenvolvimento da Amazônia (antiga SUDAM)
CAIU EM CONCURSO: 1. (Cespe) Ter um plano estratégico té de reestruturação t e desenvolvimento institucional i em andamento é pré requisito básico para a qualificação de uma instituição como agência executiva. 2. (Cespe) O contrato de gestão, firmado com o ministério supervisor, embora seja um documento característico das agências executivas, contendo a fixação de objetivos estratégicos e metas a serem atingidas pela instituição, não é imprescindível para a criação da agência executiva. 3. (Cespe) O grau de autonomia de gestão que possui uma agência executiva é uma característica que a diferencia das autarquias e fundações públicas. C E C
FUNDAÇÕES PÚBLICAS Art. º 5º do Dec. 200/67: IV. Fundação Pública a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes. Destinação de um patrimônio para uma finalidade social Divergência doutrinária sobre a personalidade jurídica. Direito público ou privado? Posicionamento i adotado d em concurso: são PJ de direitoit público ou privado, conforme lei que a instituir. A lei que cria ou autoriza sua criação já determinará a PJ. Finalmente, a área de atuação das fundações públicas será estabelecida por Lei, ç ç p p Complementar LC.
EMPRESAS ESTATAIS São as Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista Ambas são personalidades jurídicas de direito privado Lei autoriza a criação. Criação de fato é somente depois do efetivo REGISTRO no órgão competente. Diferenças: * Quanto ao CAPITAL possibilidade de participação de particulares no capital EP: 100% público não admite a participação do capital particular. SEM: maioria do Capital pertence ao poder público (maioria vontate). * Forma societária. EP: qualquer forma societária admitida em direito. SEM: S/A
EMPRESAS ESTATAIS Empresas Públicas e Sociedades De EconomiaMista Diferenças: * Quanto à competência na esfera Federal. (deslocamento de competência) Constituição Federal. Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes t ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; Perceba que as Sociedades de Economia Mista não deslocam essa competência para a JUSTIÇA FEDERAL. Um servidor de uma EMPRESA PÚBLICA entra com uma ação contra a EP em qual justiça?
EMPRESAS ESTATAIS Empresas Públicas e Sociedades De EconomiaMista Semelhanças: * Pessoas jurídicas de direitoprivado Segue o regime de direito privado, não gozam de nenhum privilégio perante os demais entes privados: obrigações fiscais idênticas, obrigações trabalhistas. Servidores celetistas ou empregados públicos. Seus funcionários sequem regime de emprego, são regidos pela CLT. Seus contratos são regidos pelo Direito Civil. Sem nenhuma prerrogativa pública Obrigações processuais são idênticas ao setor privado. Não existe prazos extensivos, por exemplo.
EMPRESAS ESTATAIS Empresas Públicas e Sociedades De EconomiaMista Semelhanças: Atenção: apesar de não gozarem de nenhum privilégio aplicado à fazenda pública, fazem parte do Estado, ou seja, estão sujeitas às limitações públicas: * Servidores celetistas, mas que prestam concurso público. * Seus contratos são civis, mas dependem de licitação. * As entidades se sujeitam ao controle do tribunal de contas. * Se sujeitam à supervisão ministerial São entidades de direito privado, mas o direito privado é derrogado por princípios de limitaçõesde direito público.
EMPRESAS ESTATAIS Empresas Públicas e Sociedades de EconomiaMista São criadas para PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS ou para EXPLORAÇÃO DE ATIVIDADE ECONÔMICA. Empresas estatais prestadoras de serviço público. Empresas estatais exploradoras de atividade econômica. Não é possível EP ou SEM exploradora de atividade econômica que vise o lucro. E o lucro? Finalidade sempre PÚBLICA, para ambas. CF. Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. Ex. BB (regulação do mercado financeiro nacional); Petro BR (reservas de petróleo no país)
Direito Administrativo Exercícios de fixação. Professor Marcelo Miranda professormiranda@live.com facebook.com/professormarcelomiranda