CERTIFICAÇÃO DE PROFISSIONAIS DO RPPS. Parecer Técnico

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Transcrição:

CERTIFICAÇÃO ICSS CERTIFICAÇÃO DE PROFISSIONAIS DO RPPS Parecer Técnico 2013 1

1. Introdução O objetivo do texto é analisar a possibilidade de certificação de profissionais de entidades do Regime Próprio da Previdência Social (RPPS). Seu escopo contempla a descrição da situação em foco, a fundamentação analítica de seus principais elementos constitutivos, bem como recomendação de encaminhamento para a questão estudada. 2. A questão proposta para análise Basicamente a questão em foco surgiu a partir do processo da candidata SUZANE MARIE ZAWADZKI, pertencente à entidade do RPPS no estado do Paraná. A profissional solicitante atua como Coordenadoria Jurídico-Institucional, tendo sua descrição de função registrada como: Coordenação de todos os trabalhos jurídicos na área administrativa, com assessoria a todas as áreas da PARANAPREVIDÊNCIA, com emissão de pareceres e instrumentos jurídico-institucionais de todas as espécies, com acompanhamento de processos administrativos, inclusive emissão de pareceres sobre regulamentos de Fundos de Investimentos. 3. Aspectos de referência 3.1 A referência do regulamento O Regulamento da Certificação na modalidade experiência estabelece em seu tópico sobre pré-requisitos: 2

3.1.1 O candidato à Certificação por Experiência deverá comprovar que atende os seguintes pré-requisitos mínimos: a) Comprovada experiência no exercício de atividade na área financeira, administrativa, contábil, jurídica, de fiscalização, atuarial ou de auditoria; e b) Formação de nível superior 3.1.2 O candidato deverá, também, atender, pelo menos, uma das seguintes condições nos 10 (dez) anos anteriores à data da inscrição: a) Mínimo de 2 (dois) anos de exercício da função de membro de Conselho Deliberativo ou Fiscal ou de Diretoria Executiva em entidade fechada de previdência complementar; b) Mínimo de 3 (três) anos de exercício de função nas áreas financeira, administrativa, contábil, atuarial, jurídica, de fiscalização ou auditoria, em cargo com poderes de gestão na entidade fechada de previdência complementar, suas patrocinadoras ou companhias de capital aberto; Obs: Para efeitos deste requisito, função de gestão será aquela exercida até o segundo nível hierárquico, ou seja, gerência, chefia de departamento, coordenadoria ou assemelhada; c) Mínimo de 5 (cinco) anos de exercício de função nas áreas financeira, administrativa, contábil, atuarial, jurídica, de fiscalização ou auditoria, em cargo com poderes de gestão em organizações relacionadas à seguridade social. 3

Obs: Para efeitos deste requisito, função de gestão será aquela exercida no primeiro nível hierárquico, ou seja, diretoria, superintendência ou assemelhada. Para efeitos deste requisito organizações relacionadas à seguridade social são aquelas que atuem nas áreas de previdência social, previdência privada (aberta ou fechada), saúde ou assistência social, diretamente ou como prestadores de serviços, tais como bancos, empresas de gestoras de planos de previdência e saúde, de consultoria, de auditoria, de tecnologia da informação, instituições de ensino, seguradoras, bem como entidades governamentais, associativas e sindicais. 3.2 A referência das premissas A concepção original da certificação seguiu o princípio condutor de ser promotora de inclusão, favorecendo a adesão espontânea de todos os profissionais de mercado interessados na melhoria da qualidade dos serviços prestados a partir de sua própria capacitação e desenvolvimento contínuo. Deriva-se deste princípio a preocupação da caracterização do público-alvo da certificação e o próprio escopo de definição do Instituto que adotou o limite amplo da Seguridade Social, ao invés de restringir seu propósito constitutivo tão-somente a área de previdência complementar. Sendo assim, ao se conceber os pré-requisitos para a certificação, foram definidos três grandes grupos de candidatos, conforme estabelecido no regulamento supracitado, onde claramente se reflete a preocupação de inclusão de número significativo de profissionais e, evidentemente, de traços comuns que claramente demonstrassem a adequação ao objetivo da certificação. Neste sentido o terceiro grupo de candidatos (item 3.1.2.c) se caracterizou pelo pertencimento a organizações ligadas à Seguridade Social, observadas suas três vertentes de atuação: previdência, saúde e assistência social. O entendimento se estende tanto para os serviços diretos destas entidades, quantos aqueles de suporte, tais como auditorias, 4

consultorias e demais prestadores de serviços que impliquem em conhecimento e experiência do mercado alvo. Identifica-se com facilidade na racionalidade desta definição o conceito de stakeholders, razão pela qual se incluiu neste grupo ainda as entidades de classe, os sindicatos e os organismos governamentais de normatização e fiscalização. Para evitar o risco de perda de foco e as dificuldades naturais advindas da diversidade e complexidade de estruturas organizacionais pertinentes a tão amplo conjunto institucional, optou-se por se restringir neste grupo somente candidatos pertencentes ao primeiro nível hierárquico, ou seja, dirigentes. Também o tempo mínimo exigido foi ampliado para 5 anos, proporcionando maior segurança quanto à observação da experiência. Em dado momento se discutiu a conveniência de se aplicar sempre para este grupo o expediente da entrevista, como elemento adicional de geração de informações e sinal de rigor. Contudo, dada às circunstâncias da época, sobretudo no tocante a funcionalidade e custos do processo, tal ideia não prosperou. 4. Conclusão Por fim, a guisa de conclusão, cabe considerar recomendação de encaminhamento da questão proposta à luz da análise desenvolvida. Pelo exposto, a candidata não se enquadra nas condições regulamentares, uma vez que seu cargo pertence ao segundo nível hierárquico e sua entidade não se caracteriza como uma EFPC, sendo mais apropriada classifica-la como organização relacionada à seguridade social, onde o nível hierárquico mínimo é o primeiro. Somente profissionais do nível diretivo 5

pertencentes ao RPPS poderiam, caso tivessem o tempo mínimo exigido, requisitar sua certificação. Caberia sim avaliar a pertinência de se ampliar o público-alvo da certificação, ajustando o modelo e o seu regulamento para incluir os profissionais do RPPS em moldes semelhantes aos profissionais das EFPC. Convém salientar, por derradeiro, que a abordagem ora adotada no estudo do tema proposto pelo ICSS, pautou-se pela objetividade e pela linguagem sintética. Detalhamento ou maiores esclarecimentos sobre o tema analisado poderão ser conduzidos durante a reunião prevista para a apresentação oral deste parecer. São Paulo, 19 de junho de 2013. Luiz Roberto Romero Gonçalves R & V 6