Impugnante: Vigillare Sistemas de Monitoramento Ltda CNPJ 02.883.607/0001-92 RESPOSTA A IMPUGNAÇÃO



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Transcrição:

Processo nº 0698/14 Licitação nº 0608/14 Pregão Eletrônico nº 392014 Impugnante: Vigillare Sistemas de Monitoramento Ltda CNPJ 02.883.607/0001-92 RESPOSTA A IMPUGNAÇÃO Em curso nesta Autarquia a licitação nº 0608/14, Processo nº 0698/14, Pregão Eletrônico 392014, que almeja a contratação de empresa para prestação de serviços de rastreamento e monitoramento da frota do CREF4/SP, sendo esta composta por 36 (trinta e seis) veículos, conforme apresentado no instrumento convocatório divulgado. A publicação no Diário Oficial da União ocorreu na data de 15 de outubro de 2014, edição 199, Seção 3, página 148, conforme consta cópia nos autos. Inicialmente, cumpre apresentar algumas considerações gerais ao respectivo processo, de forma a possibilitar o máximo do entendimento sobre os pontos que serão abordados. A licitação, no conceito de Maria Sylvia Zanella Di Pietro 1, é o procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício da função administrativa, abre a todos os interessados, que se sujeitem às condições fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de formularem propostas dentre as quais selecionará e aceitará a mais conveniente para a celebração do contrato.. (grifo) Observa-se pelo contexto dos trechos grifados que o edital é o regramento do procedimento, bem como, que a proposta a ser apresenta é a mais conveniente para a Administração Pública, nesse sentido também temos a fala de Celso Antonio Bandeira de Mello 2, onde o objetivo da licitação é a escolha da proposta mais vantajosa às conveniências públicas. Retomando em parte o conceito de Di Pietro, quando do estudo do trecho final, temos que No Direito Administrativo, a licitação equivale a uma 1 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 20ª ed. 2. Reimpr. São Paulo: Atlas, 2007, pg. 325 2 MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 29ª ed. São Paulo: Malheiros, 2011, pg. 532 1 / 9

oferta dirigida a toda a coletividade de pessoas que preencham os requisitos legais e regulamentares constantes do edital; dentre estas, algumas apresentarão suas propostas, que equivalerão a uma aceitação da oferta de condições por parte da Administração; a esta cabe escolher a que seja mais conveniente para resguardar o interesse público, dentro dos requisitos fixados no ato convocatório. Podemos notar, ao compulsarmos a biblioteca sobre o tema ora em comento, que tal situação não se limita a estes autores, sendo ainda o mesmo entendimento de Edmir Netto de Araújo 3 ; Aloísio Zimmer Junior 4 ; Marçal Justen Filho 5, e, do E. Tribunal de Contas da União 6. De modo a não nos delongarmos na questão, entretanto estudando o instituto, podemos citar a própria Lei 8.666/93, que em seu art. 3º, nos ensina que o objetivo da licitação é a obtenção da proposta mais vantajosa para a Administração. TCU nos Acórdãos que segue, entre outros: Tal situação é representada pelo entendimento do Promova o devido processo licitatório, na contratação de obras, serviços e fornecimento de bens, de forma a perseguir a proposta que seja mais vantajosa para o órgão, nos termos dos princípios estatuídos pela Lei no 8.666/1993. Acórdão 279/2008 Plenário Diferentemente das condições gerais do direito de licitar - que são exigidas no texto da lei para toda e qualquer licitação, independentemente das circunstancias de uma situação concreta -, as condições especificas são fixadas pelo ato convocatório, em função das características da contratação desejada em um determinado certame, cabendo a Administração Publica, neste ultimo caso, deliberar acerca da extensão e do conteúdo dos requisitos que serão exigidos daqueles que pretendam formular propostas. Acórdão 1631/2007 Plenário (Sumário) Observe os princípios da transparência, do julgamento objetivo, da vinculação ao instrumento convocatório e da escolha da proposta mais vantajosa para a Administração, conforme regem os arts. 3o, art. 40, VII, art. 41, caput, 43, IV, art. 44, 1o e art. 45, da Lei no 8.666/1993. Acórdão 1286/2007 Plenário 3 ARAÚJO, Edmir Netto de. Curso de Direito Administrativo. 2ª ed. São Paulo: Saraiva: 2005, pg. 503. 4 ZIMMER JUNIOR, Aloísio. Curso de Direito Administrativo. 3ª ed. São Paulo: Método: 2009, pg. 520-521. 5 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 10ª ed. São Paulo: Dialética, 2004, pg. 48-49. 6. Licitações e contratos: orientações e jurisprudência do TCU. 4ª ed. Brasília: TCU, Secretaria-Geral da Presidência: Senado Federal, Secretaria Especial de Editoração e Publicações, 2010. pg.19. 2 / 9

Expostas estas considerações iniciais, quanto à busca pelo bem comum do órgão, através da realização de licitação para aquisição visando a contratação de empresa para prestação de serviços de rastreamento e monitoramento da frota, já que os veículos utilizados estão diretamente envolvidos nos serviços que são prestados à população pelo CREF4/SP, não pode a coletividade ser prejudicada pela insegurança ou qualidade aquém das necessidades de sua utilização. DA IMPUGNAÇÃO Foi recebido pelo Departamento de Licitações e Contratos do CREF4/SP, na data de 23/10/2014 impugnação ao edital epigrafado, que para tornar publico será divulgada em sua íntegra no endereço eletrônico do órgão, apresentando em síntese que: a) Que o CREF4/SP, ao elaborar e publicar o edital de licitação ora impugnado não exigiu o registro da empresa solicitante no CREA, bem como que os atestados emitidos fossem registrados no CREA competente. Entende que esta exigência encontra supedâneo na alínea g, do Art. 7º, da Lei nº 5.194/66, já que a execução de obras e serviços técnicos é atividade do engenheiro. b) Que o CREF4/SP, não se atentou para que a empresa contratada seja homologada pelo DENATRAN, conforme a Resolução 245/2007 do CONTRAN, que foi elaborada em atenção à Lei Complementar 121/06. c) Alega que os agentes do CREF4/SP estão passível de ação de improbidade administrativa, bem como pela responsabilização criminal pelo teor do Art. 319, do Código Penal (Prevaricação). d) Requer que seja alterado o instrumento convocatório passando a se exigir o registro no CREA competente, que os atestados de capacidade técnica sejam registrados no CREA competente, e, por último que seja exigida a homologação junto ao DENATRAN para a prestação de serviços de rastreamento e monitoramento da frota. Recebemos a impugnação do licitante, por estarem presentes os requisitos e por ser esta tempestiva, sendo que segue a análise dos dispositivos. DA ANÁLISE DO PEDIDO DE IMPUGNAÇÃO Conforme se observa dos autos, o presente edital logrou êxito em seu descritivo técnico (Anexo I), já que no prazo legal não foi objeto de 3 / 9

questionamento os serviços e condições inerentes a estes, restando claro o entendimento das necessidades do órgão. Em relação à exigência de registro no CREA, em primeira análise, vale a correção que fazemos neste momento, a peça apresentada pela impugnante traz a nomenclatura errada. A impugnante cita Do Primeiro Motivo Qualificação Técnica - Registro da Empresa no CREA Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura. A Lei nº 12.378/10, que regulamentou o exercício da arquitetura e urbanismo no Brasil, bem como, criou os respectivos Conselhos de Arquitetura, em seu Art. 65, alterou a nomenclatura do CREA, passando este a ser designado como Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, pela razão de que a Arquitetura passou a ser profissão com regulamentação própria. Esclarecida esta questão, não há na legislação pátria a obrigatoriedade que o impugnante ora apresenta. O dispositivo citado (alínea g, do Art. 7º, da Lei 5.194/66) é genérico, sendo que execução de obras e serviços técnicos, não obrigatoriamente se relaciona com os serviços objetos da presente licitação. Temos claro que, são serviços de monitoramento de rastreamento da frota, onde podemos entender que estão muito mais muito mais próximos da área da informática do que da engenharia. A exigência de tal condição diminuiria consideravelmente o universo de empresas a participarem, sem a devida sustentação legal. Tal conduta é veementemente reprovada pelo E. TCU, como segue em alguns exemplos: Abstenha-se de exigir, nas licitações, especialmente naquelas destinadas a aquisição de bens e serviços de informática, a inscrição de licitante, inclusive dos respectivos profissionais, bem assim o registro de atestados junto ao Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CREA referentes às atividades de comercialização e manutenção de bens e serviços de informática, por falta de amparo legal. Estabeleça nos editais, nas licitações, especialmente naquelas destinadas a aquisição de bens e serviços de informática, relativamente à qualificação técnica das licitantes, tãosomente requisitos de natureza essencial, que sejam indispensáveis a assegurar o cumprimento da parcela mais relevante do objeto licitado, em conformidade com o disposto no art. 37, inciso XX I, da Constituição Federal. Acórdão 168/2009 Plenário Abstenha-se de incluir condições de habilitação técnica restritivas ao caráter competitivo do certame, em respeito ao art. 3o, da Lei no 8.666/1993. Acórdão 2883/2008 Plenário Não inclua nos editais de licitação exigências não previstas em lei ou irrelevantes para a verificação da qualificação técnica das licitantes em obediência ao art. 3o, 1o, I, da Lei no 8.666/1993. Acórdão 2864/2008 Plenário 4 / 9

Aperfeiçoe as exigências para qualificação técnica, demandando para fase de habilitação os requisitos que sejam essenciais para a correta realização dos serviços a serem prestados. Acórdão 2220/2008 Plenário Consigne, no processo licitatório, de forma clara e expressa, quanto à exigência de comprovação de capacidade técnica de que trata o Art. 30 da Lei no 8.666/93, seja sob o aspecto técnico-profissional ou técnico-operacional, os motivos dessa exigência, bem assim demonstre tecnicamente que os parâmetros fixados são necessários, suficientes e pertinentes ao objeto licitado, assegurando-se de que a exigência não implica restrição ao caráter competitivo (em consonância com o entendimento firmado pelo TCU na Decisão 1618/2002 Plenário e no Acordão 135/2005 Plenário). Acórdão 597/2008 Plenário Observe, com rigor, notadamente quanto às especificações em relação à qualificação técnica das empresas licitantes, limitando-as tão-somente as elencadas no referido dispositivo, haja vista seu caráter exaustivo, o disposto no art. 30 da Lei no 8.666/1993. Acórdão 549/2008 Plenário A exigência de capacidade técnica deve ser fundamentada pela entidade promotora da licitação, demonstrando sua imprescindibilidade e pertinência em relação ao objeto licitado, de modo a afastar eventual possibilidade de restrição ao caráter competitivo do certame. Acórdão 1617/2007 Primeira Câmara (Sumário) Exaurido o esclarecimento acima, pelo mesmo motivo é desnecessário que os atestados de capacidade técnica sejam registrados no CREA competente. Em relação ao não atendimento da Resolução 245/2007 do CONTRAN, através da Lei Complementar 121/2006, foi criado o Sistema Nacional de Prevenção, Fiscalização e Repressão ao Furto e Roubo de Veículos e Cargas. Trata-se de uma política nacional, com o intuito de inibir o furto de veículos e cargas, que possui como uma de suas ações que os veículos novos devem ser produzidos e comercializados possuindo um dispositivo obrigatório denominado antifurto. O texto legal teve algumas regulações pelo CONTRAN, que apresentamos: Resolução 245/07, Resolução 329/09, Deliberação 82/09, Deliberação 99/10, Deliberação 135/13 e Portaria 902/11, entre outros. 5 / 9

Não é a intenção esgotar o tema, mas breve consideração se faz necessária para elucidar os acontecimentos. O sistema criado, torna obrigatório que os veículos a serem comercializados, devem possuir um equipamento que permita a seu proprietário contratar o serviço de rastreamento e monitoramento de seu bem, na tentativa de reduzir o número de roubos e furtos de veículos no país. Como último prazo observado, os veículos produzidos e comercializados no país a partir de 30/06/2013 devem possuir este dispositivo, em uma cota de 20% (vinte por cento) da produção total destinada ao mercado interno. A Deliberação 135/13 do CONTRAN traz: I Nos automóveis, camionetas, caminhonetes e utilitários: a) a partir de 30 de junho de 2013, em 20% (vinte por cento) da produção total destinada ao mercado interno; b) a partir de 30 de agosto de 2014, em 50% (cinquenta por cento) da produção total destinada ao mercado interno; c) a partir de 31 de dezembro de 2014, em 100% (cem por cento) da produção total destinada ao mercado interno; II Nos caminhões, ônibus e microônibus: a) a partir de 30 de junho de 2013, em 20% (vinte por cento) da produção total destinada ao mercado interno; b) a partir de 30 de agosto de 2014, em 50% (cinquenta por cento) da produção total destinada ao mercado interno; c) a partir de 31 de dezembro de 2014, em 100% (cem por cento) da produção total destinada ao mercado interno; III Nos caminhões-tratores, semirreboques e reboques a partir de 31 de dezembro de 2013, em 100% (cem por cento) da produção total destinada ao mercado interno; IV - Nos ciclomotores, motonetas, motocicletas, triciclos e quadriciclos: a) a partir de 30 de setembro de 2013, em 5% (cinco por cento) da produção total destinada ao mercado interno; b) a partir de 30 de agosto de 2014 em 15% (quinze por cento) da produção total destinada ao mercado interno; c) a partir de 31 de dezembro de 2014, em 50% (cinquenta por cento) da produção total destinada ao mercado interno; d) a partir de 28 de fevereiro de 2015, em 100% (cem por cento) da produção total destinada ao mercado interno. Logo, observa-se que a alegação do impugnante não é verídica, pois em sua peça tenta apresentar que é obrigatória a comercialização dos veículos 6 / 9

com o equipamento antifurto, o que de fato não é, pois está vinculado à apenas 20% (vinte por cento) da produção atualmente. O mais interessante, é que, como demonstrado no excerto da Deliberação 135/13 do CONTRAN, supra, em subsunção ao edital e na análise da composição da frota do CREF4/SP, não temos nenhum veículo adquirido após 30/06/2013, logo, nenhum de nossos carros possui o equipamento original. Outro ponto interessante é que, o impugnante acusa a esta Administração e seus agentes de estarem praticando atos de improbidade administrativa e prevaricação. Causa espanto tal argumento, já que o processo está pautado nos princípios elencados em nossa Carta Magna. Como exemplo da afirmação indevida o impugnante expõe na página 7 de sua peça: Vantagens para um órgão publico ou privado ao exigir anteriormente à contratação de prestadora de serviço de rastreamento veicular a homologação da empresa proponente junto ao Denatran: -Redução do custo anual do seguro do veículo, previsto em lei; -Redução significativa de custo mensal na locação do módulo rastreador; -Equipamento original de fábrica do veículo com melhor integração e qualidade; -Rede nacional de concessionárias para manutenção do módulo rastreador; -Módulo rastreador com garantia de fábrica Uma vez contratada uma empresa não homologada pelo DENATRAN, o contratante não gozará do benefício da redução de custos em seguros do veículo, bem como acrescentará um custo bastante oneroso e desnecessário ao contrato mensal que é a locação e manutenção de um módulo rastreador para cada veículo, sendo que os veículos novos já possuem esse módulo de fábrica. De pronto, cabe um esclarecimento, a impugnante tenta elencar vantagens para um órgão público ou privado, não existe órgão privado. podem estar os demais apontamentos: Vamos tentar esclarecer o quão equivocado a) Em relação à redução de custos de seguro, nos mostra que o impugnante não tem conhecimento das políticas do mercado de seguros. Os seguros para frotas de governo são muito mais acessíveis, possuindo preços diferenciados em relação ao seguro comum, como 7 / 9

exemplo, vamos citar a última licitação de seguros para a frota, ressalte-se que a composição da frota não sofre alteração da data de realização da licitação até os dias atuais, havia a previsão de despesa de R$ 69.350,00 (sessenta e nove mil, trezentos e cinquenta reais), sendo que foi contratado após o pregão por R$ 18.970,00 (dezoito mil, novecentos e setenta reais), ou seja, contratamos por cerca de 27 % (vinte e sete por cento) do valor estimado. Além do mais, o Art. 9, da Lei Complementar 121/06, que é objeto de citação pelo impugnante diz que os veículos dotados de dispositivo opcional de prevenção de furto e roubo, terão o prêmio de seguro reduzido, não consta que somente se for utilizado o equipamento original. b) Não há que se falar em redução do custo na locação do módulo, o edital impugnado não contém tal situação, estando sob o regime de comodato, aonde os aparelhos continuam sendo da empresa, estamos realizando a contratação de serviços apenas, o aparelho é um meio de execução destes serviços; c) No tocante a rede de assistência nacional, o edital é claro em relação aos serviços e manutenção, não havendo prejuízo à Administração Pública, os carros do CREF4/SP, salvo expressa autorização do Presidente do órgão, o que, para conhecimento nunca ocorreu, não podem circular fora do Estado de São Paulo, já que esta é a área de atuação deste Regional; e, d) O módulo a ser instalado também deve ter garantia de fábrica, tal situação encontra previsão no Código de Defesa do Consumidor, onde neste caso assume o papel o CREF4/SP. apresentado: Na página 8 da peça de impugnação, é Estando a lei já em vigor, após os veículos novos começarem a sair com o módulo rastreador instalado como item original, somente empresas homologadas poderão rastrear estes veículos, sendo um desperdício de dinheiro público a instalação de um segundo módulo quando há um módulo original com o valor já embutido no preço do veículo, bem como o custo de manutenção deste segue o plano de garantia do fabricante do veículo. A Lei em comento, em momento algum determina que a contratação somente deva ocorrer com as empresas homologadas, tal situação fere o direito à propriedade e livre iniciativa, bem como o direito de escolha do cidadão. Ao contrário do que alega o impugnante, o CREF4/SP, publicando o edital da forma como o fez está ampliando a disputa e concorrência, não incorrendo em improbidade ou prevaricação, mas sim, conduzindo o certame com lisura e transparência, preservando o erário público. O que se observa é que impugnante, com as alegações trazidas à análise, pode estar sujeita às penalidades previstas no Art. 93, da Lei nº 8.666/93 8 / 9

Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório: Pena - detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. O CREF4/SP pauta-se pelo cumprimento das normas em vigor, exemplo disso é que o edital impugnado já está adequado aos ditames da Lei Complementar 123/06, alterada pela Lei Complementar 147/14, sendo uma licitação com participação exclusiva de ME/EPP. DO MÉRITO No mérito é conhecida a presente impugnação, e negado seu provimento, julgando IMPROCEDENTE o pedido. Por todo o exposto, nota-se a lisura e transparência no atual processo, sendo que as condições estabelecidas propiciam maior segurança e o atendimento das necessidades da administração pública. Por não haver necessidade, mantém-se inalteradas todas as condições do edital veiculado. Alberto Parreira Almada Pregoeiro CREF4/SP 9 / 9