Polinização de pepino Cucumis sativus

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Transcrição:

Polinização de pepino Cucumis sativus L. em duas áreas de produção de hortaliças Germano Laurentino da Cunha 1 ; André Luis Pereira dos Santos 1 ; Robson Luis Silva de Medeiros 1 ; Antônio dos Santos Silva 1 ; Maria José Araújo Wanderley 1 1 UFPB Universidade Federal da Paraíba - Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias Departamento de Agropecuária, Campus III, 58.220-000 Bananeiras, PB., germanocunha@gmail.com, andre.luis_ps@hotmail.com, robsonluissm@hotmail.com, antoniocchsa@hotmail.com, mjwander@gmail.com RESUMO O trabalho foi desenvolvido em duas áreas do CCHSA/UFPB visando identificar os principais polinizadores do pepino Cucumis sativus L. var. Aodai. Foram estabelecidos horários entre 6h00min e 17h00min, em uma área e entre 6h30 mim e 17h30min na outra área durante três dias, para se avaliar o período de visitação desses insetos, bem como identificar suas espécies. Os insetos mais frequentes nas áreas foram a abelha melífera Apis mellifera L., Irapuá Trigona spinips (Fabricius, 1793); formigas (Formicidae); Diabrotica speciosa; Cycloneda sanguinea; exuí; vespa e outros, sendo que a abelha Ápis foi a mais frequente em ambas as áreas. PALAVRAS-CHAVE: Polinização, Apis mellifera, pepino ABSTRACT Pollination of cucumber Cucumis sativus L. in two areas of vegetable production The study was conducted in two areas from Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias in Universidade Federal da Paraíba to identify the main pollinators of cucumber Cucumis sativus L. var. Aodai. We set observations between 6:00 am and 17:00 pm, in an specific area and between 6:30 am and 17:30 pm in another area for three days, to evaluate the period of visitation of these insects, as well as to identify their species. The insects found more common in the areas were honeybee Apis mellifera L., Irapuá Spinips trigona (Fabricius, 1793), ants (Formicidae), Diabrotica speciosa; Cycloneda sanguinea; Exuí; wasps and others. Apis mellifera was more frequent in both areas. Keywords: Pollination, Apis mellifera, Cucumber A produção do pepino Cucumis sativus L tem crescido em importância em relação à sua comercialização. É frequentemente encontrado nas mesas dos brasileiros em todo o Brasil, tanto na forma de fruto imaturo, curtido em água e sal ou vinagre (CARDOSO e SILVA, 2003), puro ou em saladas com alface e tomate. Essa hortaliça é composta principalmente de água, mas também contém ácido ascórbico (vitamina C) e ácido caféico. Suas flores são exclusivamente femininas ou masculinas separadas na mesma planta, havendo, portanto, necessidade da polinização cruzada, para que ocorram frutificação e produção. O ovário é ínfero, apresentando inúmeros Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 1569

nectários na base do estilete. O grão de pólen é de natureza viscosa, necessitando de um agente polinizador para haver o transporte até a superfície estigmática (FILGUEIRA, 2008). Os tipos de pepino existentes hoje no mercado brasileiro são os chamados aodai, holandês, japonês, indústria e caipira (NAKADA et al., 2011). Os pepinos aodai apresentam ciclo de 35-50 dias, são do tipo salada, de cor verde escura. Os frutos do aodai melhorado variam de 18-25 cm de comprimento, apresentando ciclo de até 70 dias. Levando em consideração a importância do pepino e da polinização para frutificação e produção, idealizou-se esse trabalho com o objetivo de reconhecer os principais polinizadores que visitam essa cultura do pepino em duas áreas de cultivo orgânico de hortaliças, do Setor de Agricultura da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Bananeiras, PB. MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa foi desenvolvida em duas áreas produtivas de hortaliças, sendo uma no Laboratório de Olericultura (área 1) e a outra em uma mandala (área 2), ambas no Setor de Agricultura do Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias (CCHSA) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). A primeira área ocupa território do município de Solânea, PB e a segunda do município de Bananeiras, PB. Na área 1 foram avaliadas 42 plantas de pepino, variedade Aodai, enquanto que na área 2 foram avaliadas 24 plantas, distribuídas em um canteiro medindo 1,0 m x 12,0 m, adubado com esterco bovino curtido. As plantas foram distribuídas em duas fileiras, sendo 21 plantas em cada fileira para área 1 e 12 plantas em cada fileira da área 2. Para a implantação da cultura foram feitas covas espaçadas a 40 cm entre plantas e 80 cm entre fileira na área 1 e 30 cm entre plantas e 70 cm entre fileiras na área 2. Em cada cova foram semeadas três sementes. O desbaste foi efetuado deixando-se uma planta por cova e as plantas foram tutoradas. A irrigação foi feita de acordo com a necessidade de água utilizando um regador de crivo fino. Na época da floração procurou-se identificar os insetos polinizadores do pepino Aodai nas duas áreas acima citadas. Durante três dias consecutivos foram feitas observações nas flores de cada planta, entre os períodos de 6h30min e 17h30mim (6h30min; Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 1570

7h30mim; 8h30min; 9h30min; 10h30min; 11h30min; 12h30min; 13h30min; 14h30min; 15h30min; 16h30min e 17h30min), na primeira área e de 6h00min e 17h00mim, na segunda área, também em intervalos de 60 minutos, a fim de se identificar o horário de maior presença dos polinizadores e as espécies mais frequentes desses insetos nesses horários. As flores de cada planta foram avaliadas individualmente a fim de se observar as visitas dos insetos polinizadores. Na ocasião anotou-se o nome de cada inseto presente nas flores das plantas do pepino. Na área 1 as plantas mais próximas do plantio eram coentro Coriandrum sativum, couve Brassica oleracea, cebolinha Allium fistulosum, cenoura Daucus carota e batata-doce Ipomoea batatas, enquanto que na área 2 estavam sendo cultivados o algodão Gossypium hirsutum, gergelim Sesamum indicum L., coentro C. sativum, couve B.oleracea, cebolinha A. fistulosum, batata-doce I.batatas, macaxeira Manihot esculenta Crantz e marucajá Passiflora edulis. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na área 1 (Figura 1) os principais insetos polinizadores encontrados foram abelha melífera A. mellifera; Irapuá (Arapuá) Trigona spinips (Fabricius, 1793); Exu Protonectarina sylveirae (Saussure); Jataí T. angustula angustula; Capuxu Myschecyttarus ater além do predador Sirfídeo Eristalis tenax (Linnaeus) e do crisomelídeo fitófago Vaquinha Verde D. speciosa e Maribondo Caboclo Polistes canadensis canadensis (Linnaeus). O polinizador encontrado com mais frequência foi a abelha A. mellifera com pique de visitação entre 7h30min e 9h30min. Na área 2 os insetos polinizadores que visitaram as flores da cultura do pepino com maior frequência foram as abelhas A. mellifera e Arapuá, sendo também encontradas formigas, além da abelha Exuí e outros insetos como borboletas (Figura 2). A abelha Apis teve um maior tempo de visitação decorrido no período de tempo entre as 6h00min e 10h00min com pique às 10h00min, quando comparado aos demais insetos, diminuindo essa frequência de visitação à medida que o tempo esquentava. Conforme Santos et al. (2008) a abelha A. mellifera é considerada o principal polinizador de várias culturas, devido a diversas características importantes, tal como o elevado número de indivíduos por colônia e sua capacidade de recrutar muitas operárias para visitar ricas fontes de pólen. Além do mais, essa espécie também é considerada o Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 1571

competidor mais importante das abelhas nativas (ROUBIK, 1980), sendo que não há evidência de efeitos negativos do maior número de espécimes de A. mellifera nos agroecossistemas devido a sua eficiência na polinização (ROUBIK, 2002). Analisando a Figura 2 observa-se que a presença da abelha Arapuá e de formigas foi inversamente proporcional, sendo nítida essa diferença entre às 6h00min e 9h00min. Assim, quando a presença de Arapuá encontrava-se em número mais elevado a presença das formigas estava bem mais baixo, invertendo esse quadro sendo que quando o número de espécimes de Arapuá diminuía o número de formigas aumentava. Apesar das formigas mostrarem evidências no seu papel como polinizadoras a maior parte delas possui a glândula metapleural que produz substâncias lipofílicas com função antibiótica, atuando na inativação do pólen com perda da sua capacidade de germinação (BEATTIE 1985). Nas duas áreas avaliadas observou-se que A. mellifera foi o polinizador mais frequente entre as 6h00min e as 10h00min, sendo que na área 2 observou-se três vezes maior o número de A. mellifera em relação à área 1. Na área 1 cultivavam-se praticamente hortaliças e espécies arbóreas, enquanto que na área 2, área de mandala, havia uma maior diversidade de espécies de plantas incluindo hortaliças, culturas como gergelim e algodão, frutíferas como o maracujá, banana e mamão, além de outras espécies arbóreas da região. Em estudos do efeito da polinização realizada por abelhas e vespas em agroecossistemas consorciados de erva-doce Foeniculum vulgare Mill. e endro Anethum graveolens L. Macêdo et al. (2006) mostraram que plantas consorciadas tendem a atrair mais polinizadores. A diversidade de espécies de insetos, bem como sua presença no agroecossistema do pepino em diferentes horários contribui para que ocorra a presença de um polinizador na ausência do outro. A presença de vários polinizadores torna-se vantajoso uma vez que na ausência de um o outro pode se manifestar, em relação ao horário do dia. Com relação às espécies de polinizadores no presente trabalho observou-se que os mesmos insetos estão presentes nas duas áreas e que são insetos frequentemente encontrados nos cultivos de hortaliças da região. Os dados obtidos permitiram observar e identificar os principais polinizadores e seus horários de visitação à cultura do pepino nas duas diferentes áreas propostas. Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 1572

REFERÊNCIAS BEATTIE, AJ. 1985. The evolucionary ecology of ant-plant mutualisms. Cambridge. UK: Cambridge University Press. 182 p. CARDOSO, AII; SILVA, N. 2003. Avaliação de híbridos de pepino tipo japonês sob ambiente protegido em duas épocas de cultivo. Horticultura Brasileira 21, n.2: 171-176. FILGUEIRA, FAR. 2008. Novo Manual de Olericultura Agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. 3 ed. Viçosa: UFV;421 p. MACEDO, ENM; MEDEIROS, DS; WANDERLEY, PA; WANDERLEY, MJA; SILVA, TMB; SILVA, ECS. 2006. Efeitos da polinização e aspectos biológicos do consórcio endro Anethum graveolens L. e erva-doce Foeniculum vulgare MILL. In: XIV ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFPB, 2006, Joâo Pessoa. XIV ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFPB. João Pessoa: Universitária 1, p: 1001. NAKADA, PG; OLIVEIRA, JA; MELO, LC; GOMES, LAA; VON PINHO, ÉVR. 2011. Desempenho fisiológico e bioquímico de sementes de pepino nos diferentes estádios de maturação. Revista Brasileira de Sementes 33, n. 1: 113-122. ROUBIK, DW. 1980. Foraging behavior of competing Africanized honey bees and stingless bees. Ecology 61, n. 4: 836-845. ROUBIK, DW. 2002. The value of bees to the coffee harvest. Nature 417, n. 6890: 708. SANTOS, SAB; ROSELINO, AC; BEGO, LR. 2008. Pollination of Cucumber, Cucumis sativus L. (Cucurbitales: Cucurbitaceae), by the Stingless Bees Scaptotrigona aff. depilis Moure and Nannotrigona testaceicornis Lepeletier (Hymenoptera: Meliponini) in Greenhouses. Neotropical Entomology 37, n. 5: 506-512. Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 1573

Figura 1. Polinizadores do Pepino Aodai em área de produção do Laboratório de Olericultura do CCHSA/UFPB. Bananeiras, PB. Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 1574

Figura 2. Polinizadores do Pepino Aodai em área de produção de mandala do Setor de Agricultura do CCHSA/UFPB. Bananeiras, PB. Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 1575