Legislação Tributária do estado do MS ATE E FRE

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Transcrição:

Legislação Tributária do estado do Mato Grosso do Sul Legislação Tributária do estado do MS ATE E FRE AULA 02 Professor André Fantoni Os obstáculos são aquelas coisas terríveis que você vê quando desvia os olhos do seu objetivo. (Henry Ford). Olá, guerreiros e futuros Fiscais do Pantanal!! Prontos? Aos poucos vamos nos familiarizando com o tal do ICMS e vamos vendo que não é nenhum bicho de sete cabeças, certo? Tem suas regrinhas e elementos do fato gerador, mas que serão abordados de forma minuciosa na Lei Kandir. Eu quero ver você lá na SEFAZ-MS!!!! E o peso maior para sua aprovação é a nossa matéria. Sendo assim, vamos nos dedicar!!! Acreditem, vale MUITO a pena!!! Nosso tema de hoje será: Lei Complementar 24/1975 e Lei Complementar 116/2003. Essas leis complementares federais estão sempre presentes nos concursos de ICMS. Uma vez que tratam de assuntos que a própria CF/88 atribuiu a sua reserva, vamos trabalhar com a explicação dos seus dispositivos (claro, o que nos for útil) e mais uma bateria de exercícios! Simbora! 1 Aula 02

LC 24/75 e LC 116/2003 1 Leis complementares e o ICMS 1.1 Lei Complementar 24/75 Convênios Já que a CF/88 estabeleceu que quaisquer benefícios fiscais relativos ao ICMS dependem de deliberação dos estados-membros e do DF, e, ainda que seja regulamentada por lei complementar, foi recepcionada a LC 24/75, que dispõe sobre as regras dos convênios para a concessão de isenções e quaisquer outros benefícios fiscais acerca do ICMS. Os convênios celebrados entre as unidades federativas, através do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), têm força de lei ordinária interestadual. Essa lei tinha a intenção de acabar ou amenizar a famosa Guerra Fiscal entre os estados, ao passo que impede que se matem de oferecer benefícios fiscais, de forma unilateral, ao seu bel prazer, com o intuito de atrair as grandes empresas para seus territórios, sendo para isso necessário renunciar a uma parcela da receita tributária. A doutrina diz que os CONVÊNIOS podem ser classificados como autorizativos (dependem de posterior ratificação do Executivo para terem validade, seja por meio de lei ou decreto) ou impositivos (aqueles que já têm força desde a sua celebração). Esse assunto, inclusive, já foi abordado pela FGV na prova do ICMS RJ/2010, como veremos nas questões adiante. Ressalto que essa classificação NÃO está na LC 24/75, mas sim no próprio corpo do convênio. É uma classificação doutrinária! O órgão que regula e realiza essas reuniões se chama CONFAZ (Conselho Nacional da Política fazendária), o qual é composto pelos 27 Secretários de Estado de Fazenda e um representante da Fazenda Nacional. Vejamos a origem de tudo: André Fantoni 2

Legislação Tributária do estado do Mato Grosso do Sul Constituição Federal/88: Art. 155, 2º XII Cabe à Lei Complementar g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. Da LC 24/75 Objeto: convênios acerca de benefícios fiscais Art. 1º As isenções do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias serão concedidas ou revogadas nos termos de convênios celebrados e ratificados pelos Estados e pelo Distrito Federal, segundo esta Lei. Parágrafo único O disposto neste artigo também se aplica: I à redução da base de cálculo; II à devolução total ou parcial, direta ou indireta, condicionada ou não, do tributo, ao contribuinte, a responsável ou a terceiros; III à concessão de créditos presumidos; IV a quaisquer outros incentivos ou favores fiscais ou financeiro-fiscais, concedidos com base no Imposto de Circulação de Mercadorias, dos quais resulte redução ou eliminação, direta ou indireta, do respectivo ônus; V às prorrogações e às extensões das isenções vigentes nesta data. Esse artigo nos traz a forma de concessão e revogação dos benefícios fiscais, bem como quais são os benefícios que deverão ser concedidos apenas por meio de convênios. Benefícios fiscais entendidos como o ato que importe em supressão LEGAL do pagamento do tributo devido, podendo ser total (isenção) ou ser parcial (redução de base de cálculo). 3 Aula 02

LC 24/75 e LC 116/2003 Art. 2º Os convênios a que alude o art. 1º, serão celebrados em reuniões para as quais tenham sido convocados representantes de todos os Estados e do Distrito Federal, sob a presidência de representantes do Governo federal. 1º As reuniões se realizarão com a presença de representantes da maioria das Unidades da Federação. 2º A concessão de benefícios dependerá sempre de decisão unânime dos Estados representados; a sua revogação total ou parcial dependerá de aprovação de quatro quintos, pelo menos, dos representantes presentes. 3º Dentro de 10 (dez) dias, contados da data final da reunião a que se refere este artigo, a resolução nela adotada será publicada no Diário Oficial da União. Esse dispositivo trata dos requisitos formais da celebração. Primeiro, devem ser convocados os representantes de TODOS os Estados e do DF, sendo que o quórum mínimo necessário dos presentes para início é da maioria simples (14 UFs). Para aprovação de qualquer benefício, o quórum exigido é de unanimidade dos presentes, e para revogação de qualquer benefício, o quórum é de 4/5 dos presentes. Logo, a contrario sensu, o quórum necessário para rejeição de uma proposta de convênio é de apenas uma UF. Não confundir REJEIÇÃO com REVOGAÇÃO, ok? Para outras decisões, será necessária apenas a aprovação da maioria simples dos representantes. A publicidade dos atos será dada, dentro do prazo de dez dias, com a publicação das decisões no Diário Oficial da União. (DOU) André Fantoni 4

Legislação Tributária do estado do Mato Grosso do Sul Esses quóruns e prazos são bastante exigidos nas provas de concursos: Ato Convocação Realização do CONFAZ Aprovação do Convênio Revogação do Convênio Rejeição da proposta de convênio Quórum Mínimo 100% das UFs (26 Estados + DF) Maioria simples (14 UFs) Unanimidade dos Estados presentes 4/5 dos Estados presentes Apenas uma UF Art. 3º Os convênios podem dispor que a aplicação de qualquer de suas cláusulas seja limitada a uma ou a algumas Unidades da Federação. Art. 4º Dentro do prazo de 15 (quinze) dias contados da publicação dos convênios no Diário Oficial da União, e independentemente de qualquer outra comunicação, o Poder Executivo de cada Unidade da Federação publicará decreto ratificando ou não os convênios celebrados, considerando-se ratificação tácita dos convênios a falta de manifestação no prazo assinalado neste artigo. 1º O disposto neste artigo aplica-se também às Unidades da Federação cujos representantes não tenham comparecido à reunião em que hajam sido celebrados os convênios. 2º Considerar-se-á rejeitado o convênio que não for expressa ou tacitamente ratificado pelo Poder Executivo de todas as Unidades da Federação ou, nos casos de revogação a que se refere o art. 2º, 2º, desta Lei, pelo Poder Executivo de, no mínimo, quatro quintos das Unidades da Federação. A próxima etapa deste processo de celebração do convênio é, a partir da publicação no DOU, dentro do prazo de 15 dias, os Poderes Executivos de cada UF, inclusive daqueles estados que não estivessem presentes, editarem um decreto ratificando ou não os convênios celebrados. Ressalto que, caso alguma UF deixe de publicar esse decreto, será considerado como aceitação tácita (quem cala consente). Tal regra só vale para aceitação, pois toda rejeição deve ser de forma expressa! 5 Aula 02

LC 24/75 e LC 116/2003 Entretanto, no caso de apenas uma das unidades federadas publicar um decreto pela não ratificação do convênio, mesmo se o representante não esteve presente na reunião do Confaz, o convênio será considerado rejeitado. Art. 5º Até 10 (dez) dias depois de findo o prazo de ratificação dos convênios, promover-se-á, segundo o disposto em Regimento, a publicação relativa à ratificação ou à rejeição no Diário Oficial da União. E pra finalizar, após expirar o prazo para publicação desse decreto, dentro de dez dias, deverá ser novamente publicado no DOU a ratificação ou rejeição do convênio. A partir dessa publicação é que se considera APROVADO o convênio. Art. 6º Os convênios entrarão em vigor no trigésimo dia após a publicação a que se refere o art. 5º, salvo disposição em contrário. Salvo disposição em contrário, na maioria das vezes no próprio corpo do convênio, este terá como início de vigência 30 dias após sua aprovação no DOU. O CTN diz, no seu art. 103, III, que os convênios entram em vigor na data neles prevista. Na prova, devemos atentar ao enunciado da questão. Geralmente, quando não se falar nada, vale o disposto na LC 24/75 (30 dias após sua ratificação nacional), mas se a banca publicar um convênio na prova e houver uma data para entrada em vigor em seu próprio texto (por exemplo: entre em vigor na data da sua publicação ), esta prevalece sobre a regra geral. Art. 7º Os convênios ratificados obrigam todas as Unidades da Federação inclusive as que, regularmente convocadas, não se tenham feito representar na reunião. Uma vez aprovado e em vigor, TODAS as UFs devem obediências aos convênios, mesmo que não tenham participado da reunião e/ou suas regras envolvam apenas alguns estados. Art. 8º A inobservância dos dispositivos desta Lei acarretará, cumulativamente: André Fantoni 6

Legislação Tributária do estado do Mato Grosso do Sul I a nulidade do ato e a ineficácia do crédito fiscal atribuído ao estabelecimento recebedor da mercadoria; Il a exigibilidade do imposto não pago ou devolvido e a ineficácia da lei ou ato que conceda remissão do débito correspondente. Esse dispositivo visa combater a guerra fiscal dos estados, porque se alguma UF conceder algum benefício que não esteja amparado pelo Confaz, então esse benefício é nulo e acarretará sanções para o estado que incorrer na ilegalidade. Parágrafo único As sanções previstas neste artigo poder-se-ão acrescer a presunção de irregularidade das contas correspondentes ao exercício, a juízo do Tribunal de Contas da União, e a suspensão do pagamento das quotas referentes ao Fundo de Participação, ao Fundo Especial e aos impostos referidos nos itens VIII e IX do art. 21 da Constituição federal. Além da nulidade do ato, fica o Chefe do Executivo da respectiva UF sujeito a sanções políticas, administrativas e orçamentárias. Penais, NÃO! Art. 9º É vedado aos Municípios, sob pena das sanções previstas no artigo anterior, concederem qualquer dos benefícios relacionados no art. 1º no que se refere à sua parcela na receita do imposto de circulação de mercadorias. Como 25% da arrecadação que o estado tem com o ICMS é repassado, alguns artistas poderiam entender que os municípios também teriam poder de conceder benefícios relativos à parcela que lhes cabe. Tal entendimento é equivocado, pois quem legisla sobre o ICMS é o estado, não o município! Art. 10 Os convênios definirão as condições gerais em que se poderão conceder, unilateralmente, anistia, remissão, transação, moratória, parcelamento de débitos fiscais e ampliação do prazo de recolhimento do imposto de circulação de mercadorias. Art. 11 O Regimento das reuniões de representantes das Unidades da Federação será aprovado em convênio. 7 Aula 02

LC 24/75 e LC 116/2003 Cronograma de Tramitação REUNIÃO PLENÁRIO CONFAZ PUBLICAÇÃO DOU PROPOSTA APROVADA REJEIÇÃO OU RATIFICAÇÃO PUBLICA NO DOU REJEIÇÃO OU RETIFICAÇÃO ENTRADA EM VIGOR 10 dias 15 dias 10 dias 30 dias 01. (SEFAZ-GO, RJ e SC) São objetos do Convênio, exceto: a) Isenção b) Redução da base de cálculo c) Parcelamento do crédito tributário d) Crédito presumido e) Devolução total ou parcial do ICMS ao responsável Questão bem direta que exige do candidato apenas os conhecimentos sobre quais são os benefícios fiscais, conforme previsto no artigo 1º, parágrafo único da LC 24/75, uma vez que apenas estes precisam ser regulados pelos convênios nos termos desta LC. Podemos verificar que o parcelamento não é um benefício fiscal, uma vez que não há a supressão de nenhuma parcela do tributo; pelo contrário, em regra os parcelamentos do ICMS são acrescidos dos juros de mora. Gabarito: C 02. Toda a estrutura do favor fiscal da isenção é fixada comumente para a maioria dos tributos, sendo como de hábito tal sistemática modificada pelas hipóteses aplicáveis ao ICMS. Para tanto, a isenção do ICMS: a) somente poderá ser concedida por lei complementar b) somente será concedida por lei específica c) deverá ser concedida por convênios celebrados entre os Estados e DF d) poderá ser concedido por Resolução do Senado Federal e) poderá ser concedido por ato do chefe do poder Executivo Federal André Fantoni 8

Legislação Tributária do estado do Mato Grosso do Sul Segundo o artigo 155, 2º, XII, g, da CF/88, combinado com art. 1º da LC 24/75, as isenções e os demais benefícios ficais devem ser concedidos e revogados por convênios. Gabarito: C 03. (ICMS/RJ/FGV/2010) A respeito dos Convênios ICMS, segundo a LC 24/74, assinale a alternativa correta: a) Entram em vigor no trigésimo dia após a publicação de sua ratificação nacional, salvo disposição em contrário b) Podem ser autorizativos e impositivos c) dependem, para concessão e revogação de benefícios e isenções do ICMS, de aprovação unânime dos Estados representados d) Aplicam se também às concessões de crédito presumido e parcelamento do ICMS e) Devem ser ratificados por decreto de cada UF, no prazo de 10 dias contados de sua publicação no DOU. A assertiva A está correta, segundo o comando do artigo 6º da LC 24/75; A assertiva B está incorreta, pois os convênios serão autorizativos OU impositivos, um ou outro e não os dois; A assertiva C está incorreta, pois a unanimidade dos presentes só se faz necessária para aprovação do convênio, na revogação bastam 4/5 dos presentes. A assertiva D está incorreta, pois parcelamentos NÃO são objetos de convênio. A assertiva E está incorreta também, pois o prazo para ratificação do DOU é de 15 dias, segundo o artigo 4º da LC 24/75. Gabarito: A 04. Nos termos da Lei Complementar 24/75, o convênio devidamente aprovado pelos Estados e o Distrito Federal, entrará em vigor: a) 30 (trinta) dias após a publicação da sua ratificação, tácita ou explícita, por todas as Unidades da Federação; b) a partir da data de sua aprovação, na hipótese do convênio ser autorizativo; c) sempre 30 (trinta) dias após a publicação da sua ratificação nacional; d) 30 (trinta) dias após a sua publicação no Diário Oficial da União; e) 30 (trinta) dias após a publicação da sua ratificação nacional ou em data nele prevista. 9 Aula 02

LC 24/75 e LC 116/2003 Previsão do artigo 6º da LC. Lembrando que a ratificação pode ser tácita ou expressa, ao contrário da rejeição, que DEVE ser expressa. Gabarito: A 05. A respeito da norma concessiva de isenção de ICMS expressa, unilateralmente, na Constituição do Estado, assinale a alternativa correta. a) É válida, apenas no caso de a Constituição Estadual haver sido editada após a promulgação da Constituição Federal de 1988. b) Não é válida, pois a concessão e revogação de isenções, incentivos e benefícios fiscais do ICMS exigem lei complementar. c) É válida, pois as Constituições estaduais ganham, em hierarquia, das leis complementares e das leis ordinárias. d) Não é válida, pois a concessão e revogação de isenções, incentivos e benefícios fiscais do ICMS decorrem obrigatoriamente de deliberação dos Estados e do Distrito Federal. e) Não é válida, salvo se a norma concessiva de isenção do ICMS constar do texto originário da Constituição Estadual. A resposta segue os comandos do artigo 155, 2º, XII, g, da CF/88 os benefícios fiscais devem ser regulados por CONVÊNIOS entre os Estados e DF. Gabarito: D 06. (Adaptada) Na 131ª Reunião Ordinária, realizada em Salvador, BA, no dia 26 de setembro de 2011, foi aprovado convênio, publicado no Diário Oficial da União (DOU) no dia 1º de outubro de 2011, em que isenta do ICMS a saída interna de chopp. Baseado na Lei Complementar 24/75, analise os itens a seguir. a) a eficácia do referido convênio somente ocorrerá depois de sua aprovação pela Assembléia Legislativa do Mato Grosso do Sul; b) o convênio não se aplica ao Mato Grosso do Sul, embora regularmente convocado, na hipótese de não ter participado da reunião; c) para a aprovação do convênio, bastou a sua ratificação, expressa ou tácita, pela maioria absoluta das unidades federadas que se tenham feito representar na reunião do CONFAZ; André Fantoni 10

Legislação Tributária do estado do Mato Grosso do Sul d) este convênio poderia dispor de sua não aplicação ao Mato Grosso; e) na hipótese do Mato Grosso do Sul não ter participado da reunião, o mesmo está impedido, dentro do prazo de 15 dias a partir da publicação do convênio no DOU de editar decreto rejeitando-o. A assertiva A está incorreta, uma vez que a eficácia do convênio ocorre 30 dias após sua ratificação nacional ou na data nele prevista, e se for impositivo, produz efeitos desde já; no caso de ser autorizativo, depende de ser incorporado ao ordenamento jurídico dos Estados e DF, mas não precisa ser necessariamente por LEI, bastando um decreto do Executivo. A assertiva B está incorreta, pois o convênio obriga a TODOS os Estados e o DF, mesmo que não tenham participado daquela reunião do CONFAZ. A assertiva C está incorreta, pois o quórum de aprovação do convênio é de unanimidade dos presentes, e não maioria absoluta. A assertiva D é a correta, pois o convênio pode ser aplicado apenas a algumas UFs, o que não exclui a obrigação de ser aprovado por unanimidade. A assertiva E está incorreta, pois não há essa proibição na LC 24/75. Gabarito: D 07. (SEFAZ/RJ/FGV/2008) Foi aprovado pelo CONFAZ em 30 de Janeiro de 2011, conforme publicação no DOU de 31 de Janeiro de 2011, o convênio ICMS 02/2011, cuja cláusula primeira autoriza os Estados e o DF a concederem isenção do ICMS na importação de próteses de silicone da França. A esse respeito, analise as afirmativas a seguir: I. Conforme classificação expressa na Lei Complementar 24/75, o referido convênio é autorizativo e não impositivo; II. Conforme reza a LC 24/75, o convênio entrou em vigor na data da publicação de sua ratificação nacional; III. Vigente o referido convenio, os contribuintes que importarem tal produto ficam isentos do pagamento do ICMS; IV. Este convênio, para ser válido, deve ter sido aprovado por unanimidade dos Estados convocados; V. O referido convênio não se aplica ao Estado do Acre, porque este não se fez presente à reunião do CONFAZ, embora regularmente convocado; 11 Aula 02

LC 24/75 e LC 116/2003 VI. O referido convênio pode estabelecer que a produção de seus efeitos se desse a partir de 1º de janeiro de 2011. Assinale: a) Se uma assertiva está correta b) Se 2 assertivas estão corretas c) Se 3 assertivas estão corretas d) Se 4 assertivas estão corretas e) Se 5 assertivas estão corretas Analisemos: O item I está errado, porque de fato ele é autorizativo, mas essa classificação não se encontra expressa na LC 24/75! Ela é doutrinária. O item II está errado também, pois, salvo determinação em contrário, o convênio entra em vigor 30 dias após a publicação da sua ratificação nacional. O item III está incorreto, pois como o convênio é autorizativo, não basta sua entrada em vigor, se trata de uma norma de eficácia limitada (depende de outras normas); são, então, dependentes de complementação para ingresso no ordenamento jurídico do Estado e, assim, produção de efeitos. O item IV tem uma pegadinha muito comum em prova, então fique esperto!!! A aprovação de um convênio dependerá da aprovação unânime dos estados PRESENTES, e não convocados!!! O item V está incorreto também, pois os convênios se aplicam a TODOS os estados, mesmo que não tenham comparecido ao CONFAZ após ser convocado. O item VI está correto. Ele afirma que o convênio pode ter efeitos retroativos. Ora, se o objeto do convênio é um benefício fiscal, e este atua pró-contribuinte, então não há impedimentos de que ele retroaja, pois irá beneficiar os contribuintes, não prejudicar. Gabarito: A 08. Assinale a alternativa incorreta a respeito das regras contidas na Lei Complementar 25/75 a) Além de ser aplicável às isenções, a LC 24/75 deve ser observada em casos de devolução total ou parcial, direta ou indireta, condicionada ou não, do tributo, ao contribuinte, a responsável ou a terceiros b) Os convênios de que trata a LC 24/75 serão celebrados em reuniões para as quais tenham sido convocados representantes de todos os Estados da Federação e do DF, sob a presidência do Governo Federal André Fantoni 12

Legislação Tributária do estado do Mato Grosso do Sul c) A LC 24/75 determina que até dez dias depois de findo o prazo de ratificação dos convênios promover-se-á, segundo disposto em regimento, a publicação relativa à ratificação ou à rejeição no Diário oficial da União d) A cada reunião do CONFAZ, devem ser apreciados, ao menos cinco propostas de convênio e) Os convênios ratificados obrigam todas as Unidades da Federação, inclusive os Estados que não compareceram à reunião, mesmo sendo convocados. A única assertiva incorreta é a alternativa D, uma vez que não existe um número mínimo de propostas de convênios a serem apreciadas pelo CONFAZ. Gabarito: D 09. (SEFAZ/SP/Adaptada) Considerando os dispositivos da lei Complementar 24/75, no âmbito do CONFAZ podemos afirmar, com exceção de uma, que: a) Para se aprovar um benefício fiscal de seu interesse, o Estado do Mato Grosso do Sul precisa negociar a aprovação de todas as demais UFs; b) Dentro de 15 dias, contados da publicação dos convênios aprovados pelo CONFAZ, no DOU, o poder executivo de cada UF deverá publicar decreto ratificando ou rejeitando os convênios celebrados; c) É no âmbito do Confaz, que os Estados e o DF devem regular a concessão ou revogação de benefícios fiscais atinentes aos tributos Estaduais; d) Os convênios podem dispor sobre concessão de crédito presumido a uma determinada prestação, limitada a um ou alguns Estados da Federação; e) As decisões do Confaz são tomadas por maioria simples, à exceção dos casos de revogação de benefícios em que 4/5 dos votos são requeridos e dos novos benefícios, que necessitam de aprovação unânime. A assertiva C está incorreta, uma vez que não são todos os tributos estaduais (ICMS, IPVA, ITCD, Taxas) que devem ter seus benefícios regulados por convênios. A LC 24/75 se aplica apenas aos benefícios acerca do ICMS. Gabarito: C 13 Aula 02

LC 24/75 e LC 116/2003 10. (Adaptada) Na 191ª Reunião Ordinária, realizada em Cuiabá, MT, no dia 02 de dezembro de 2012, foi celebrado convênio e aprovado sob o rito legal, publicado no Diário Oficial da União (DOU) no dia 11 de dezembro de 2012, em que concede isenção do ICMS na saída interna de fogos de artifício para comemorações Cruzmaltinas e do dia do Samba. Baseado na Lei Complementar 24/75, analise os itens a seguir e marque a opção correta. a) Por se tratar de um convênio autorizativo, a eficácia do referido convênio somente ocorrerá depois de sua incorporação ao ordenamento jurídico pela Assembléia Legislativa do Mato Grosso do Sul; b) Este convênio não se aplica ao Mato Grosso do Sul, embora regularmente convocado, na hipótese de não ter participado da reunião e não ter ratificado expressamente; c) Para a aprovação do convênio, bastou a sua ratificação, expressa ou tácita, pela maioria absoluta das unidades federadas presentes na reunião do CONFAZ; d) Na hipótese do Mato Grosso ter participado da reunião e votado pela sua aprovação, o mesmo está impedido, dentro do prazo de 15 dias a partir da publicação do convênio no DOU de editar decreto rejeitando-o a posteriori; e) Este convênio poderia dispor de sua não aplicação ao Estado de Roraima, desde que expressamente, o que não desobriga o mesmo de obedecer seus dispositivos Questão muito similar a nº 6. Mesmo assim resolvi deixá-la para reforço nos seus conceitos. Gabarito: E 11. Foi publicado no DOU de 21/12/2005 o seguinte convênio, ratificado nacionalmente em 09/01/06, pelo Ato declaratório 01/06: CONVÊNIO ICMS 131/05 (Autoriza os Estados do Acre, Alagoas, Paraná e São Paulo a conceder isenção nas operações internas com farinha de mandioca não temperada). O Conselho Nacional de Política Fazendária CONFAZ, na sua 120a reunião ordinária, realizada em Mata de São João André Fantoni 14

Legislação Tributária do estado do Mato Grosso do Sul BA, no dia 16 de dezembro de 2005, tendo em vista o disposto na Lei Complementar n. 24, de 07 de janeiro de 1975, resolve celebrar o seguinte CONVÊNIO: Cláusula primeira: Ficam os Estados do Acre, Alagoas, Paraná e São Paulo autorizados a conceder isenção nas operações internas com farinha de mandioca ou de raspa de mandioca, não temperadas, classificadas no código 1106.20.00 Nomenclatura Comum do Mercosul NCM; Cláusula segunda: Este convênio entra em vigor na data da publicação de sua ratificação nacional, produzindo efeitos até 31 de outubro de 2007; Em relação ao referido Convênio, é correto afirmar que a) não há instrumento jurídico pelo qual a autorização a que se refere a Cláusula primeira possa ser estendida a outras unidades federadas; b) a isenção nas operações internas com farinha de mandioca ou de raspa de mandioca, não temperadas, não se aplica às vendas realizadas no interior de estabelecimentos varejistas a pessoas físicas e consumidores finais dos produtos residentes em outras unidades federadas; c) o benefício fiscal de que trata o Convênio poderá ser prorrogado antes de 31 de outubro de 2007, mediante novo Convênio concessivo do benefício que postergue a data determinada na Cláusula segunda; d) as operações internas com farinha de mandioca ou de raspa de mandioca, não - temperadas, nos Estados do Acre, Alagoas, Paraná e São Paulo passaram a ser agraciadas com a isenção do ICMS a partir de 09.01.2006, data da publicação no D.O.U; e) para a aprovação do referido Convênio, bastou a sua ratificação, expressa ou tácita, pela maioria absoluta das unidades federadas que se tenham feito representar na reunião do CONFAZ A letra A está incorreta, pois os efeitos de quaisquer convênios podem ser estendidos aos demais Estados e DF com a adição em um novo convênio que seja aprovado sob o mesmo rito (unanimidade dos presentes). A letra B está incorreta também, pois não há nenhuma restrição deste tipo no convênio. A letra C está correta, pois é o que dispõe o artigo 1º, inciso V,da LC 24/75. 15 Aula 02

LC 24/75 e LC 116/2003 A letra D está incorreta, pois como o convênio é autorizativo (observe o caput do mesmo), para que produza efeitos, é necessária sua incorporação ao ordenamento jurídico dos estados (decreto do Executivo). A letra E está incorreta, pois o quórum de aprovação é de unanimidade, e NÃO maioria absoluta. Gabarito: C 12. Com respeito à Lei Complementar 24/75 e aos convênios autorizativos para concessão de benefícios fiscais do ICMS, celebrados no âmbito do CONFAZ, considere: I. Haverá necessidade de convênio para a concessão de isenções, reduções da base de cálculo e concessões de créditos presumidos, mas não para favores financeiro-fiscais concedidos com base no ICMS, dos quais resulte redução ou eliminação, direta ou indireta, do ônus com o ICMS. II. Os convênios serão celebrados em reuniões para as quais tenham sido convocados representantes de todos os Estados e do Distrito Federal, as quais se realizarão com a presença de representantes de quatro quintos, pelo menos, das Unidades da Federação. A concessão de benefícios dependerá sempre de decisão unânime dos Estados representados. III. A revogação total ou parcial dos convênios dependerá de aprovação de quatro quintos, pelo menos, dos representantes presentes na reunião do CONFAZ. IV. Os convênios entrarão em vigor no trigésimo dia após a publicação pelo Poder Executivo das Unidades da Federação presentes na reunião que concedeu o benefício de decreto ratificando ou não os convênios celebrados, considerando-se ratificação tácita dos convênios a falta de manifestação no prazo previsto na legislação. V. Mesmo as Unidades da Federação que não se tenham feito representar na reunião, embora regularmente convocadas, estão obrigadas pelos convênios ratificados. Está correto o que se afirma APENAS em a) III e V. b) I e II. c) I e IV. d) II e V. e) III e IV. André Fantoni 16

Legislação Tributária do estado do Mato Grosso do Sul O item I está incorreto, pois é necessário convênio para concessão de qualquer benefício fiscal ou financeiro-fiscal, conforme artigo 1º, único, inciso IV, da LC 24/75 O item II está incorreto, pois o quórum necessário para reunião é de maioria simples (14 UFs), e não 4/5. O item III correto. Artigo 2º, 2º da LC 24/75. O item IV está incorreto. Veja a regra: Art. 5º Até 10 (dez) dias depois de findo o prazo de ratificação dos convênios, promover-se-á, segundo o disposto em Regimento, a publicação relativa à ratificação ou à rejeição no Diário Oficial da União. Art. 6º Os convênios entrarão em vigor no trigésimo dia após a publicação a que se refere o art. 5º, salvo disposição em contrário O item V está correto, pois o convênio tem força de lei em todos os estados e DF. Gabarito: A 13. (SEFAZ/SP/FCC/2009) Considerando a LC 24/75, recepcionada pela CF/88, sendo disciplinadora do CONFAZ, é correto afirmar que: a) É desnecessária a deliberação dos Estados e DF no caso de proposta de redução de base de cálculo do ICMS, se houver lei ordinária fazendo esta redução b) É necessária a deliberação dos Estados e DF no caso de proposta de redução de base de cálculo e concessão de crédito presumido do ICMS c) A redução da base de cálculo, quando não estabelecida pelo CONFAZ, pode ser feita por decreto legislativo d) Não pode haver redução da base de cálculo, eis que a mesma é fixada pela Constituição Federal e) Não pode haver redução da base de cálculo pelo CONFAZ, em face do princípio de estrita legalidade em matéria tributária A única alternativa correta é a letra B, uma vez que o benefício fiscal da redução de base de cálculo, como qualquer outro, deve ser regulado por convênio, nos termos da LC 24/75. Gabarito: B 17 Aula 02

LC 24/75 e LC 116/2003 1.2 Lei Complementar 116/03 A LC 116, que dispõe sobre a lista de serviços que são fatos geradores do ISS, imposto de competência municipal, tem seu papel importante também junto à apuração da base de cálculo do ICMS. Isso porque quando temos algum fornecimento de mercadoria em conjunto com uma prestação de serviços e esse tipo de serviço não constar na lista de serviços anexa à LC116, ou, ainda que conste, se esse serviço tiver a ressalva da incidência do ICMS, a base de cálculo do imposto estadual será o valor total da operação, nele incluso o valor das mercadorias e dos serviços. Na aula zero, fornecemos um quadro resumo das hipóteses de incidência, o qual trago novamente à tona para não esquecermos! Serviço previsto na LC 116/03, sem ressalva que permita cobrança do ICMS Serviço previsto na LC 116/03, com ressalva para cobrança do ICMS Serviço não previsto na LC 116/03 ISS sobre o valor total (NI o ICMS) ISS sobre o serviço e ICMS sobre a mercadoria ICMS sobre o valor total (mercadoria + serviço) 2º Ressalvadas as exceções expressas na lista anexa, os serviços nela mencionados não ficam sujeitos ao Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS, ainda que sua prestação envolva fornecimento de mercadorias. André Fantoni 18

Legislação Tributária do estado do Mato Grosso do Sul Segundo a LC 116/03, então, o ICMS incide sobre os seguintes serviços que constam na lista, desde que obedecidas as ressalvas: 7.02 Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção civil, hidráulica ou elétrica e de outras obras semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de poços, escavação, drenagem e irrigação, terraplanagem, pavimentação, concretagem e a instalação e montagem de produtos, peças e equipamentos (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de serviços fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS). 7.05 Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, portos e congêneres (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços, fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS). Ou seja, nas obras de construção civil, o ICMS incide sobre as mercadorias que foram produzidas FORA do canteiro de obra. O serviço fica sujeito ao ISS. 9.01 Hospedagem de qualquer natureza em hotéis, apartservice condominiais, flat, apart-hotéis, hotéis residência, residence-service, suite service, hotelaria marítima, motéis, pensões e congêneres; ocupação por temporada com fornecimento de serviço (o valor da alimentação e gorjeta, quando incluído no preço da diária, fica sujeito ao Imposto Sobre Serviços). No serviço de Hotelaria, o ICMS incide sobre a mercadoria que foi consumida e NÃO estiver incluso no valor das diárias 14.01 Lubrificação, limpeza, lustração, revisão, carga e recarga, conserto, restauração, blindagem, manutenção e conservação de máquinas, veículos, aparelhos, equipamentos, motores, elevadores ou de qualquer objeto (exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS). 19 Aula 02

LC 24/75 e LC 116/2003 14.03 Recondicionamento de motores (exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS). No caso das oficinas mecânicas, o ICMS incide sobre as peças que foram utilizadas no reparo do veículo. 17.11 Organização de festas e recepções; bufê (exceto o fornecimento de alimentação e bebidas, que fica sujeito ao ICMS). André Fantoni 20

Legislação Tributária do estado do Mato Grosso do Sul Vamos ver como cai nas provas: 01. (SEFAZ/RJ/FGV/2008) Quando da prestação de determinado serviço, não incluído na lista de serviços prevista em Lei Complementar, houver o fornecimento de mercadoria haverá a incidência do: a) ICMS, excluído o valor do serviço; b) Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza e do ICMS; c) Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza; d) ICMS sobre o valor total da operação e) ICMS apenas sobre o valor do serviço Gabarito: D (ver quadro ilustrativo acima) 02. (SEFAZ/RO/FCC/2010) Ocorre o Fato gerador do ICMS quando da prestação de serviços por: a) Hospital, se este fornece medicamentos para recuperação dos doentes internados b) Salão de beleza, se este fornece tinturas no atendimento a clientes c) Hotel que fornece refeições, cujo valor se inclui na diária d) Sociedade de organização de festas (Buffet), que fornece bebidas numa recepção e) Costureira que fornece linhas e botões para confeccionar roupa com tecido fornecido pelo usuário Gabarito: D (serviço 17.11 previsto na LC 116/03 com ressalva) 03. No caso de serviço de retífica de motores: a) há incidência do ICMS no fornecimento das peças empregadas e ISS sobre a mão de obra utilizada b) só há incidência do ISS, uma vez que existe previsão deste serviço, sem ressalvas, na lista de serviços prevista na LC116/03 c) há incidência do ICMS sobre o valor total d) não há incidência do ICMS, desde que o serviço seja prestado a usuário final e) há incidência do ICMS, somente se a operação for realizada por estabelecimento varejista de autopeças e as mesmas forem empregadas em veículos particulares 21 Aula 02

LC 24/75 e LC 116/2003 Após observarmos o quadrinho e tendo conhecimento do item 14.03 da lista do ISS, chegamos facilmente à alternativa A. Não é necessário decorar toda a lista anexa à LC 116/03, mas apenas os supracitados, que contém as ressalvas e observar o que diz o enunciado da questão. Gabarito: A 04. (SEFAZ/DF/FCC/2001) Em nosso sistema tributário, o ICMS e o ISS incidem conjuntamente sobre: a) Transporte intramunicipal b) Serviços e peças utilizados na retífica de motores c) Recauchutagem de pneus d) Aviamento de receitas médicas e) Guarda e estacionamento de automóveis Conforme consulta à lista da LC 116/03, a única hipótese de incidência conjunta é o caso da alternativa B, pois incide o ISS sobre a mão de obra e o ICMS sobre as peças empregadas. As demais hipóteses de prestação de serviço estão sujeitas ao ISS apenas, sendo caso de não incidência do ICMS. Gabarito: B 05. (Pedro Diniz) Qual das prestações abaixo está sujeita à incidência conjunta do ISS e do ICMS? a) Serviço de leiloeiro b) Recondicionamento de motores com fornecimento de peças pelo pelo prestador de serviço c) Fornecimento de alimentação com cobrança de couvert artístico d) Serviço de alfaite com fornecimento de tecido por esta e) Serviço de alfaite com fornecimento do tecido pelo cliente Nessa questão, o nobre autor tenta levar o candidato à dúvida entres as assertivas B e C, uma vez que as alternativas A, D e E estão previstas na competência tributária dos municípios (LC 116/03) sem ressalvas que permitam a cobrança do ICMS. A alternativa C está incorreta, uma vez que a mercadoria não é empregada por ocasião do fornecimento do serviço; pelo contrário, o serviço é que é acessório ao fato gerador principal que é a saída de alimentação dos estabelecimentos de bares e similares. Gabarito: B (serviço 14.03) André Fantoni 22

Legislação Tributária do estado do Mato Grosso do Sul Ficamos por aqui hoje! Apesar de ser uma tema um pouco menor, o assunto é sempre cobrado em provas e DEVE ser considerado como ponto ganho! Não podemos errar nada sobre LC 24 e LC 116! Vamos simbora invadir o MS! O Pantanal é nosso! 23 Aula 02

LC 24/75 e LC 116/2003 Bibliografia http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp24.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp116.htm CARRAZZA, Roque Antonio. ICMS. Editora Malheiros. DINIZ, Pedro. ICMS-SP Questões Volume 1. Rio de Janeiro: Editora Ferreira, 2011. André Fantoni 24