As (des)vantagens na hora do abastecimento na região Nordeste

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Transcrição:

As (des)vantagens na hora do abastecimento na região Nordeste Dra. Marta Cristina Marjotta-Maistro Pesquisadora do Cepea/Esalq/USP Guilherme Augusto Assai Graduando em Agronomia Esalq-USP Síntese deste artigo foi publicado na revista Agroanalysis Edição de Setembro/2006 págs. 14 e 15 Título na revista: Álcool ou gasolina? A escolha entre abastecer com gasolina ou álcool não depende somente do modelo e do rendimento do carro, mas também, em que região se está. Em pesquisa anterior analisou-se a relação entre os preços de álcool hidratado e gasolina vendidos nos postos do estado de São Paulo. Naquela análise, entre os meses de julho/01 a maio/06, observou-se que somente não foi vantagem abastecer com álcool nos meses de março e abril de 2006, momento em que o preço do álcool ultrapassou a faixa dos 70% do preço da gasolina. Nesses meses os percentuais passaram para 72,03% e 69,95%, respectivamente e, nesses casos, a decisão de abastecimento deveria se voltar para a escolha da gasolina. Para desenvolver a análise supôs-se que um motorista resolva não considerar a relação entre os preços dos combustíveis, nem o rendimento do seu carro e abasteça o com gasolina nos meses de janeiro e fevereiro e com álcool nos meses de março e abril, exatamente o oposto que se esperaria. Supondo ainda um percurso de 400km (aproximadamente ida e volta São Paulo Piracicaba), o motorista de um Chevrolet Celta 1.0 Flex Power teria incorrido em um prejuízo de R$ 5,77 em janeiro e de R$ 4,45 em fevereiro por ter abastecido com gasolina. Já em março e abril, os prejuízos teriam sido de R$ 1,95 e de R$ 0,07, respectivamente, se o abastecimento tivesse sido com álcool. A Tabela 1 mostra os resultados da decisão de abastecimento tanto para o proprietário do Chevrolet Celta 1.0 Flex Power como para o proprietário do Wolkswagen Gol Plus 1.0 Total Flex. Tabela 1 Prejuízos incorridos por uma decisão errada R$ 1

Meses Chevrolet Celta 1.0 Flex Power Wolkswagen Gol Plus 1.0 Total Flex Janeiro/06 R$ 5,77 R$ 4,00 Fevereiro/06 R$ 4,45 R$ 2,60 Março/06 R$ 1,95 R$ 4,34 Abril/06 R$ 0,07 R$ 2,32 Fonte: Dados da pesquisa Mas fica a pergunta, se a decisão de abastecimento tivesse que ser tomada em outra região, quais os meses se teria tido vantagens em abastecer com um ou outro tipo de combustível? Tomemos o caso da região Nordeste. Os principais produtores de álcool da região Nordeste são os estados de Alagoas e Pernambuco, sendo que na última safra (2005/06), Alagoas produziu cerca de 24,57 % e Pernambuco 23,96 % do total de álcool produzido na região (Norte-Nordeste). Percebe-se que, apesar da representatividade regional desses estados, fica muito aquém da produção de álcool da região Centro-Sul quando se considera a produção nacional. Nas últimas cinco safras, em média, a região Centro-Sul foi responsável por 88,87 % da produção nacional de álcool e somente o estado de São Paulo respondeu por 73,59% da produção dentro da região. É notória a supremacia na oferta do produto desta região frente à aquela. Fatores especialmente relacionados às condições edafoclimáticas, que elevam os custos de produção, justificam tal diferença na oferta. Em relação à produção de cana-de-açúcar, a maior representatividade na produção está no estado de São Paulo, superando a marca de 60% do total da produção nacional, como mostra a figura 1, da safra referente a 2005/06. No entanto é interessante observar que, apesar das diferenças entre as principais regiões sucroalcooleiras do País, os preços do álcool seguem uma mesma tendência, seja no nível do produtor ou do consumidor. 2

PERNAMBUCO; 3,58% ALAGOAS; 5,83% Outros; 27,77% SÃO PAULO; 62,81% Figura 1. Representatividade dos Estados na produção nacional de cana de açúcar, 2005/06 Fonte: UNICA A figura 2 mostra a variação do preço do álcool hidratado ao produtor nos estados de São Paulo, Alagoas e Pernambuco, entre os meses de janeiro de 2003 a junho de 2006. Nota-se que a variação nos preços é similar nos estados pesquisados, contudo os preços praticados em Alagoas e Pernambuco são superiores aos de São Paulo. É interessante destacar alguns aspectos dessa trajetória nos três principais estados sucroalcooleiro do País. O primeiro deles é a tendência semelhante dos preços, mesmo que o período de safra nas regiões Centro-Sul e Norte-Nordeste não coincidam. Por exemplo, no mês de Julho de 2003, nos três estados os preços dos produtos caíram, em relação ao mês de Janeiro de 2003, o que era de se esperar para o estado de São Paulo, já em safra. No entanto, Alagoas e Pernambuco estavam em entressafra, o que se esperaria uma alta de preços em relação ao mesmo período. Esse fenômeno pode ser explicado pelo fato de que os agentes de mercado da região Nordeste procuram avaliar o comportamento dos preços em São Paulo, considerando um diferencial de frete entre as regiões, para poder tomar suas decisões de comercialização. Outros pontos a serem destacados são: a grande sincronia entre os Estados de Alagoas e Pernambuco e a maior estabilidade dos preços nestes Estados quando comparada ao comportamento dos preços do álcool no Estado de São Paulo. 3

180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 2003 01 2003 02 2003 03 2003 04 2003 05 2003 06 2003 07 2003 08 2003 09 2003 10 2003 11 2003 12 2004 01 2004 02 2004 03 2004 04 2004 05 2004 06 2004 07 2004 08 2004 09 2004 10 2004 11 2004 12 2005 01 2005 02 2005 03 2005 04 2005 05 2005 06 2005 07 2005 08 2005 09 2005 10 2005 11 2005 12 2006 01 2006 02 2006 03 2006 04 2006 05 índice 2006 06 meses I HC SP I HC PE I HC AL Figura 2. Variação do preço do álcool hidratado para os produtores de SP, AL e PE (índice com base em janeiro de 2003) Fonte: CEPEA/ESALQ/USP Com relação à variação dos preços do álcool hidratado para os consumidores, na figura 3 foi considerada a mesma base para a análise e o mesmo período. 180 160 140 120 índice 100 80 60 40 20 0 2003 01 2003 02 2003 03 2003 04 2003 05 2003 06 2003 07 2003 08 2003 09 2003 10 2003 11 2003 12 2004 01 2004 02 2004 03 2004 04 2004 05 2004 06 2004 07 2004 08 2004 09 2004 10 2004 11 2004 12 2005 01 2005 02 2005 03 2005 04 2005 05 2005 06 2005 07 2005 08 2005 09 2005 10 2005 11 2005 12 2006 01 2006 02 2006 03 2006 04 2006 05 2006 06 meses I HC SP B I HC PE B I HC AL B Figura 3. Variação do preço do álcool hidratado nos postos de SP, AL e PE. Percebe-se que a variação do preço do álcool na bomba segue semelhante tendência nos três estados. Mas, como acontece no nível do produtor, os valores absolutos do preço do álcool hidratado na bomba no Estado de São Paulo são menores aos preços dos Estados 4

de Alagoas e Pernambuco. Este diferencial está relacionado à pequena representatividade da região Norte-Nordeste na produção nacional de cana e consequentemente de álcool. Além do mais, os custos de transporte nos períodos em que o álcool da região Centro-Sul é transferido para a região Nordeste também tendem a encarecer o produto ao consumidor final. Em relação aos preços de gasolina ao consumidor, nos três estados a tendência tem sido crescente (figura 4). 140 120 100 80 índice 60 40 20 0 2003 01 2003 02 2003 03 2003 04 2003 05 2003 06 2003 07 2003 08 2003 09 2003 10 2003 11 2003 12 2004 01 2004 02 2004 03 2004 04 2004 05 2004 06 2004 07 2004 08 2004 09 2004 10 2004 11 2004 12 2005 01 2005 02 2005 03 2005 04 2005 05 2005 06 2005 07 2005 08 2005 09 2005 10 2005 11 2005 12 2006 01 2006 02 2006 03 2006 04 2006 05 2006 06 meses I GAS SP B I GAS PE B I GAS AL B Figura 4. Variação dos preços da gasolina nos postos de SP, AL e PE Visto que os preços dos combustíveis tendem a se comportar de forma bastante semelhante em regiões tão distintas ficam as seguintes questões: em quais meses foi vantajoso abastecer com álcool? Há muitas diferenças, neste aspecto, entre as regiões? E se o consumidor saísse de Maceió e fosse para Recife, quanto gastaria, em média? Para simular a economia ou a despesa ao se abastecer com álcool e gasolina nestes estados da região nordeste do país tomou-se por base os dois tipos de carros bi combustíveis, que foram utilizados para o cálculo dos pontos de indiferença. Trata-se de carros populares que são considerados os mais vendidos, Wolkswagen Gol 1.0 TotalFlex e Chevrolet Celta 1.0 FlexPower, em uma distância de 285 quilômetros. Esta distância corresponde ao trajeto entre as duas capitais, Maceió e Recife. O ponto de indiferença para esses carros situa-se em 69,87% e 67,55%, para o Celta e o Gol, respectivamente. Esses percentuais foram obtidos a partir do rendimento de cada 5

um dos veículos, ou seja, o Celta percorre 15,6 km com um litro de gasolina e 10,90 km com um litro de álcool. Para o Gol, esses valores passam para 15,10 km com um litro de gaolina e 10,20 km com um litro de álcool. As figuras 5, 6 e 7 mostram a evolução da relação entre o preço do álcool hidratado e da gasolina ao consumidor nos estados de São Paulo, Alagoas e Pernambuco, respectivamente e os momentes em que deixou de ser vantagem abastecer com álcool os carros Celta e Gol. Relação hidratado/gasolina 3 jan/03 abr/03 jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04 out/04 Meses jan/05 abr/05 jul/05 out/05 jan/06 abr/06 HID/GAS indiferença gol indferença celta 3 Ponto de indiferença Figura 5. Ponto de indiferença para Estado de São Paulo, janeiro/03 a junho/06 Na figura 5 observa-se que, desde que os carros bi-combustíveis foram lançados, em 2003, o álcool somente foi desvantajoso nos meses de março e abril de 2006. Isto é valido para São Paulo que tem preços de álcool e gasolina em um patamar inferior em comparação ao preço praticado na bomba do nordeste (Alagoas e Pernambuco). Na figura 6 tem-se a relação para Alagoas, em diversos meses, superaram o ponto de indiferença dos carros. Neste estado é mais vantajoso se abastecer com gasolina em vários meses. 6

Relação hidratado/gasolina 3 jan/03 abr/03 jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04 out/04 Meses jan/05 abr/05 jul/05 out/05 jan/06 abr/06 HID/GAS indiferença gol indferença celta 3 Ponto de indiferença Figura 6. Ponto de indiferença para Estado de Alagoas; janeiro/03 a junho/06 Do mesmo jeito que ocorre em Alagoas, os donos de carros bi combustíveis em Pernambuco também sofrem com o preço do álcool maior que o da gasolina. Em várias oportunidades a relação entre álcool hidratado e gasolina superaram os 70%, ou seja, o ponto de indiferença dos carros Celta e Gol. Isso pode ser notado pela figura 7. Relação hidratado/gasolina 3 jan/03 abr/03 jul/03 out/03 jan/04 abr/04 jul/04 out/04 jan/05 Meses abr/05 jul/05 out/05 jan/06 abr/06 HID/GAS indiferença gol indferença celta 3 Ponto de indiferença Figura 7. Ponto de indiferença para Estado de Pernambuco, janeiro/03 a junho/06 Pôde se perceber que, tanto no estado de Alagoas, como no de Pernambuco, nos meses de abril, maio e junho de 2006 a relação de preços foram superiores aos pontos de indiferença para ambos os modelos de carros, como também aconteceu nos meses de 7

março/03 a julho/03. Os resultados que demonstram a desvantagem do álcool em relação à gasolina para Alagoas e Pernambuco estão nas tabelas 1 e 2, respectivamente. Tabela 1. Custo em se abastecer em Alagoas para um trajeto de 285 quilômetros. Gol 1.0 TotalFlex Celta 1.0 FlexPower Mês Gasolina Álcool Diferença Gasolina Álcool Diferença abr/06 R$ 53,55 R$ 57,28 -R$ 3,73 R$ 51,83 R$ 53,60 -R$ 1,77 mai/06 R$ 53,53 R$ 57,73 -R$ 4,20 R$ 51,81 R$ 54,02 -R$ 2,21 jun/06 R$ 53,58 R$ 56,66 -R$ 3,08 R$ 51,87 R$ 53,03 -R$ 1,16 Fonte: Dados da pesquisa Segundo a tabela 1, houve uma economia (custo) da gasolina (do álcool) em relação ao álcool nos meses de abril a junho de 2006, que somados são pouco mais de R$ 11 (-R$11,00) e R$ 5 (-R$5,00) para Gol e Celta, respectivamente. Tabela 2. Custo em se abastecer em Pernambuco para um trajeto de 285 quilometros. Gol 1.0 TotalFlex Celta 1.0 FlexPower Mês Gasolina Álcool Diferença Gasolina Álcool Diferença abr/06 R$ 50,45 R$ 54,37 -R$ 3,92 R$ 48,83 R$ 50,88 -R$ 2,05 mai/06 R$ 51,75 R$ 55,69 -R$ 3,93 R$ 50,09 R$ 52,11 -R$ 2,02 jun/06 R$ 50,36 R$ 54,32 -R$ 3,96 R$ 48,74 R$ 50,83 -R$ 2,09 Fonte: Dados da pesquisa Em Pernambuco a situação não é muito diferente daquela encontrada em Alagoas. O álcool continua em desvantagem compensando abastecer com gasolina devido: a sua maior autonomia, consumo e preço. Contudo, o prejuízo em Pernambuco seria maior que em Alagoas, ficando na casa dos R$ 11,82 para o Gol e R$ 6,15 para o Celta (tabela 2). Portanto, conforme se esperava, abastecer com álcool nos estados de Alagoas e Pernambuco é desvantajoso em um número maior de meses. Os preço dos álcool hidratado na bomba no Estado de São Paulo são menores aos preços dos Estados de Alagoas e Pernambuco e, conforme já ressaltado, a diferença entre os preços está relacionada a pequena representatividade da produção alcooleira da região Nordeste na produção 8

nacional e, aos custos de transporte do álcool nas transferências de produto da região Centro-Sul para a região Nordeste. 9