O clube não é relação de consumo, a academia sim - no caso da responsabilidade objetiva se houve o dano ou o nexo.

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Transcrição:

1 Direito Civil Sala 207 UNIP Professor: Glauco Bauab Boschi Direito Civil IX - 04 de novembro Teoria das Obrigações Obrigação de fim - é aquela que o devedor tem a obrigação de alcançar o resultado prometido. Por exemplo, cirurgia plástica eletiva, construção civil, construção de automóveis. Obrigação de meio é aquela na qual o devedor não tem a obrigação de atingir o resultado pretendido pelo credor, apenas de envidar todos os esforços ao seu alcance para tentar atingir o resultado pretendido pelo credor (sem perder nenhuma chance). Por exemplo, serviços advocatícios, serviços de pronto socorro, segurança patrimonial. O dever do cirurgião plástico é reconstituir na medida do possível. Se ele promete algo, ele tem que entregar o resultado. Se o seu nariz sair errado, você pode processar o cirurgião. O clube não é relação de consumo, a academia sim - no caso da responsabilidade objetiva se houve o dano ou o nexo. Responsabilidade Civil Coletividade - um conjunto de pessoas menor que a sociedade. Uma abrangência menor. Art.7º Direito de defesa do consumidor - artigo 32. O estado promoverá, na forma de lei, a defesa do consumidor. O código de defesa do consumidor nasceu por expressa determinação legal. A constituição alçou a defesa do consumido a status constitucional, dentre os direitos e garantias fundamentais (art.5º,xxxii). No artigo 170 da CF, nos princípios da ordem econômica, incluindo a defesa do consumidor como algo a ser respeitado. A defesa do consumidor é um direito fundamental. A legislação da defesa do consumidor tem um caráter de direitos humanos. Quanto tiver um confronto entre o Código Civil e o consumidor, prevalece o consumidor.

2 Direito Civil Sala 207 UNIP Professor: Glauco Bauab Boschi O Código de Defesa do Consumidor é para o consumidor o que a Consolidação das Leis do Trabalho é para o trabalhador. Tem como objetivo uma proteção especial aos mais fracos na relação jurídica. Sempre que houver uma relação de consumo, a lei a ser aplica será a consumerista, não importando tratar-se de relação contratual ou extracontratual. O que faz uma legislação ser especial? Tratar especificamente de um assunto. O código de defesa do consumidor trata dos negócios jurídicos entabulados entre o fornecedor e o consumidor. Critérios de revogação 1) Lei especial revoga lei geral. 2) Lei posterior revoga a lei anterior. 3) A lei revoga a outra quando expressamente disser. Artigos 73 - são tratados quando couber a legislação especial. Entretanto, as leis não são de mesma hierarquia. O código de defesa do consumidor não se limitou apenas a conceituar o consumidor como destinatário final de produtos. Outros tipos de consumidores Consumidor por equiparação (ver CDC, arts.2º, parágrafo único, 17 e 29) Consumidor vulnerável (CDC, art.4º, I), Consumidor carente (CDC, ar.5º, I) O consumidor hipossuficiente que pode vir a ser beneficiário da inversão do ônus da prova (CDC, art.6º, VIII) Consumidor que necessita da proteção do Estado (CDC, art.6º, VII) Vai cair na prova de responsabilidade - pergunta de dois pontos. Definição de uma delas.

3 Direito Civil Sala 207 UNIP Professor: Glauco Bauab Boschi Teorias da boa-fé (usar uma delas contra a block. Como você prova a entrega de um filme). Venire contra factum proprium - conceitos tirados do livro do professor Nehemias Venire contra factum proprium - É representado pelo comportamento contraditório assumido por um dos contratantes em relação ao seu proceder anterior. Exemplo: administradora de cartão de crédito aceita com regularidade que seus clientes paguem com atraso as faturas. Ela não pode invocar o pagamento com atraso como motivo para rescisão do contrato. 1 - Tu quoque - Ninguém é dado o direito de invocar normas jurídicas a seu favor, após tê-las descumprido, tendo em vista que não se pode adquirir direitos de má-fé. O instituto tem o objetivo de impedir o oportunismo de uma das partes para que não possa se beneficiar de um comportamento abusivo. 2 - surrectio - uma prática continuada de um dado procedimento, um novo direito pode ser criado contratualmente. Exemplo: contratos de locação que previa que os pagamentos deveriam ser realizados no domicílio do credor. Durante a locação os pagamentos foram sempre efetuados no domicílio do devedor. O credor não pode alegar descumprimento do contrato, pois aceitou que o local de pagamento fosse alterado na prática. 3 - supressio - Quando uma das partes de deixa de exercer, durante um longo período, uma determinada faculdade jurídica e, depois, sem uma justificativa plausível, resolver exigir o cumprimento da medida que, por sua inércia, poderia ser considerada como não mais exigível. Exemplo: Um contrato de locação de equipamento está acabando e o locador notifica o locatário de que não pretende manter a locação, vencido o prazo, o locatário continua com os equipamentos e o locador continua a emitir faturas cobrando os locativos. O locador continua a emitir faturas cobrando locativos, não pode o locador querer acionar o locatário para querer receber as diferenças do preço da locação. Caso blockbuster - como eu posso dizer que eu devolvi o filme se não é emitido um recibo? Conceito de consumidor CDC - qualquer pessoa que utiliza o produto como destinatário final. O que é destinatário final? Uso próprio e depois do uso será descartado. Quem é o fornecedor? Desenvolve atividade de construção, criação e comercialização de produtos. Atividades econômicas. Desenvolve essas atividades e fornecem esses produtos aos consumidores.

4 Direito Civil Sala 207 UNIP Professor: Glauco Bauab Boschi Porque numa relação civil, a pessoa que aluga máquina não é obrigado a indenizar a pessoa, enquanto que no ato de compra, a pessoa que forneceu a máquina é obrigada a indenizar? Conceito de direito do consumidor - direito do consumidor é o conjunto de regras de ordem pública e interesse social, com patamar de direito fundamental, que regulamenta a relação entre fornecedor e consumidor no âmbito do consumo, desde a oferta até o descarte Consumidor é qualquer pessoa jurídica determinada e indeterminada que sofre a intervenção da relação de consumo e ou adquire com destinatário final, produto ou serviço (cuidado com o aluguel). Fornecedor - é qualquer ou ente despersonalizado que participa da relação de consumo, colocando produtos ou serviços para aquisição. Fato do produto - é o acidente que causa dano físico, psíquico ao consumidor em razão de produto defeituoso. Vício do produto - é o defeito que impossibilita o uso adequado do produto ou que diminua o valor. O defeito pode se classificar como vício do produto ou fato do produto. Vício do produto - não causa dano. O comerciante tem responsabilidade solidária. Fato do produto - há dano. O comerciante tem responsabilidade subsidiária. A garantia faz que suspenda os prazos legais. O código de defesa do consumidor diz que quando o vício é oculto, o fornecedor tem responsabilidade pelo produto pelo prazo que razoavelmente o produto deveria durar. Não é o prazo da garantia, o juiz deverá estipular esse prazo.

5 Direito Civil Sala 207 UNIP Professor: Glauco Bauab Boschi HB20 CINCO DE GARANTIA - VOCÊ PODE ACIONAR A EMPRESA CASO ACONTEÇA ALGUM PROBLEMA MESMO SE O PRAZO DA GARANTIA TERMINAR.