Figura 1: Localização dos pontos de coleta. Imagem NOOA.

Documentos relacionados
Titulo do Trabalho: DETERMINAÇÃO DO GRAU DE TROFIA NO BAIXO SÃO JOSÉ DOS DOURADOS ATRAVÉS DO ÍNDICE DE ESTADO TRÓFICO

DETERMINAÇÃO DO ESTADO DE EUTROFIZAÇÃO DE RESERVATÓRIOS:

ANEXO II PARTILHA DO SIMPLES NACIONAL - INDÚSTRIA

IV ÍNDICE DE ESTADO TRÓFICO COM BASE EM CLOROFILA a E FÓSFORO TOTAL COMPARAÇÃO ENTRE EQUAÇÕES TIPO CARLSON

CLASSIFICAÇÃO DO ÍNDICE DE ESTADO TRÓFICO NO RIO TURVO SUJO-MG SEGUNDO DIFERENTES METODOLOGIAS

Classif. Opção Nome Média Enem Situação 3 2 MIQUEIAS RAMOS DOS SANTOS 632,44 Pré-Selecionado em 2ª Chamada. Classif. Opção Nome Média Enem Situação

CARACTERIZAÇÃO LIMNOLÓGICA DE RESERVATÓRIOS NA BACIA DO RIO MAMANGUAPE, PARAÍBA, BRASIL

Comparação de dois índices de determinação do grau de trofia nas águas do Baixo Rio São José dos Dourados, São Paulo, Brasil

Considerando o regime luminoso, um lago pode ser dividido em dois compartimentos:

Ciências do Ambiente

IV Congresso Baiano de Engenharia Sanitária e Ambiental

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DO RESERVATÓRIO DE PEDRA DO CAVALO BA.

IV Congresso Baiano de Engenharia Sanitária e Ambiental

Estado trófico da água na bacia hidrográfica da Lagoa Mirim, RS, Brasil (doi: /ambi-agua.78)

MONITORAMENTO DO ÍNDICE DE ESTADO TRÓFICO (IET) CÓRREGO DO BUGRE EM ALUMÍNIO SP.

Poluição Ambiental Nitrogênio e Fósforo. Prof. Dr. Antonio Donizetti G. de Souza UNIFAL-MG Campus Poços de Caldas

Poluição Ambiental Nitrogênio e Fósforo. Prof. Dr. Antonio Donizetti G. de Souza UNIFAL-MG Campus Poços de Caldas

COMPARAÇÃO ENTRE METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO DO ESTADO TRÓFICO, PARA O RIO CATOLÉ-BA, EM DIFERENTES ÉPOCAS DO ANO

EVOLUÇÃO DO ESTADO TRÓFICO DO RESERVATÓRIO DE BODOCONGÓ, SEMIÁRIDO, BRASIL.

Análise da qualidade da água. Parâmetros inorgânicos e físico-químicos. Coleta 4 - dezembro Contrato n

Cardans de Trat ores

CURSO DE TECN OLOGI A DO VÁCUO

TABELA 25/04/2007. DATA DIA HORÁRIO JOGO Nº PARTIDA 25/04/07 quarta-feira 21h 01 Santo Amaro 04 X 05 Santana

AVALIAÇÃO DO ESTADO TRÓFICO PARA O RIO CATOLÉ-BA EM DIFERENTES ÉPOCAS DO ANO

Ioná Rameh; Márcia Alcoforado & Almir Cirilo

LEVANTAMENTO PRELIMINAR DA COMUNIDADE PROTOZOOPLANCTÔNICA DE UM TRECHO DA SUB-BACIA DO RIO MARANGUAPINHO, MARACANAÚ-CE

Qualidade da água nos pontos de captação da Represa Billings: em acordo com a Resolução CONAMA 357?

ANÁLISE DO ÍNDICE DE ESTADO TRÓFICO DO AÇUDE QUIXERAMOBIM-CE

XII SIMPÓSIO DE RECURSOS HIDRÍCOS DO NORDESTE

Nilson do Rosário Costa 1, Ana Paula Coelho 2, Maria Thereza Fortes 3 e Vanina Matos 4

Resposta da questão. ÐR(s) = -45R/77. Resposta da questão. Resposta da questão. Resposta da questão R = R³ (Ë2) / 2. Resposta da questão.

Daniel F. Buss IOC/FIOCRUZ

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL (CDI) PROF. APARECIDO E. MORCELLI

ESCOLA SUPERIOR AGRÁRIA DE BRAGANÇA. TRABALHO PRÁTICO Nº 6 MEIO ABIÓTICO - I Sistemas Lênticos Parâmetros físico-químicos

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA PLANO DE TRABALHO INDIVIDUAL ATIVIDADES EM DESENVOLVIMENTO ENSINO ORIENTAÇÃO

AVALIACÃO DA POSTURA DOS RETIREIROS DENTRO DE SALAS DE ORDENHA COM OU SEM FOSSO E SUAS IMPLICAÇÕES NO BEM-ESTAR HUMANO E ANIMAL

CARACTERIZAÇÃO TRÓFICA DE DUAS LAGOAS URBANAS DE FORTALEZA, CEARÁ: LAGOA DA MARAPONGA E DA PARANGABA

AVALIAÇÃO QUALITATIVA DA LAGOA JACUNÉN COM ÊNFASE À EUTROFIZAÇÃO

RELAÇÃO ENTRE AS CONCENTRAÇÕES DE FÓSFORO TOTAL E DE CLOROFILA Α EM CURSOS DE ÁGUA DO ALTO RIO PARANÁ, ESTADO DE GOIÁS

11 a 14 de dezembro de 2012 Campus de Palmas

ILMO(A). SR.(A) PRESIDENTE DA JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS

AFRF Exercícios Tele-Transmitido. Prof. Sérgio Altenfelder Estatística - 01

10474 QUALIDADE DA ÁGUA DE UM RESERVATÓRIO DA REGIÃO SEMIÁRIDA TROPICAL APÓS EVENTO DE ESGOTAMENTO HÍDRICO

ILMO(A). SR.(A) PRESIDENTE DA JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS

ILMO(A). SR.(A) PRESIDENTE DA JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA COMARCA DE SANTA CATARINA LAUDO PERICIAL

XIII SIMPÓSIO DE RECURSOS HIDRÍCOS DO NORDESTE DETERMINAÇÃO DO ESTADO DE EUTROFIZAÇÃO DE RESERVATÓRIO DO SEMIÁRIDO

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA PLANO DE TRABALHO INDIVIDUAL ATIVIDADES EM DESENVOLVIMENTO ENSINO ORIENTAÇÃO

Física Geral e Experimental II Engenharia Ambiental e de Produção. Prof. Dr. Aparecido Edilson Morcelli

Este é um manual de procedimentos básicos padronizados para os Formulários on-line da Coleta Seletiva.

Podemos representar a relação existente entre as entidades de um relacionamento 1:1 através do conjunto abaixo:

ÍNDICE DE ESTADO TRÓFICO DO RESERVATÓRIO PEDRAS BRANCAS CE

Avaliação do Índice de Estado Trófico do Açude Banabuiú

Ano / Turma: Data: / / Classificação: Observações: Espaço do aluno

ALTERAÇÃO DO ESTADO TRÓFICO DE DOIS RESERVATÓRIOS DA REGIÃO SEMIÁRIDA BRASILEIRA DURANTE UM EVENTO DE SECA PROLONGADA

CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE ZOOPLANCTÔNICA DO RESERVATÓRIO DE ILHA SOLTEIRA E SUA APLICAÇÃO EM ÍNDICES DE QUALIDADE DA ÁGUA.

6 - Resultados e discussão

# Registra-se o agradecimento pela colaboração de Maurício Espasandim Miranda, graduando em Economia pela Universidade Estácio de Sá RJ.

AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO DE QUALIDADE DE ÁGUA DA LAGOA JACUNÉM, COM ÊNFASE EM EUTROFIZAÇÃO

REB Volume 7 (3): , 2014

A Qualidade da Água Superficial e Subterrânea

22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

Resposta da questão. b) 6000 N c) 14 m/s. Resposta da questão 17 N. Resposta da questão 90 N. Resposta da questão 12 N. Resposta da questão 60 N

Antibióticos, hormônios, resíduos de agrotóxicos e outros

Histórico da contaminação por nitrato na Lagoa da Pampulha MG: 19 anos de monitoramento. Eliane Corrêa Elias

As mudanças na política de financiamento da saúde a partir da segunda metade dos anos 90

MUDANÇAS DO ESTADO TRÓFICO DA ÁGUA EM RESERVATÓRIOS DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO EM PERÍODOS DE LONGAS ESTIAGENS

MATEMÁTICA DISCRETA E LÓGICA MATEMÁTICA PROF. APARECIDO EDILSON MORCELLI

4.2 - Poluição por Nutrientes Eutrofização Aumento de nutrientes, tipicamente compostos contendo N e P, no ecossistema.

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS LAGOAS URBANAS DE SALVADOR-BAHIA

Qualidade da Água em Rios e Lagos Urbanos

Análise espacial e temporal das características limnológicas do reservatório de Salto Grande (Americana, SP)

CONSELEITE MATO GROSSO DO SUL CONSELHO PARITÁRIO PRODUTORES/INDÚSTRIAS DE LEITE DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL. RESOLUÇÃO Nº 01/2011

Dumping, Subsídios e Salvaguardas

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA PLANO DE TRABALHO INDIVIDUAL ATIVIDADES EM DESENVOLVIMENTO ENSINO ORIENTAÇÃO

Ciência et Praxis v. 4, n. 7, (2011) 13

Implantação do parque aquicola do braço do rio São Francisco Verdadeiro, reservatório de Itaipu, Paraná, Brasil

Determinação do Consumo de Água e Kc para Plantas Isoladas utilizando a Técnica da Lisimetria.

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA PLANO DE TRABALHO INDIVIDUAL ATIVIDADES EM DESENVOLVIMENTO ENSINO ORIENTAÇÃO

A T I V O CODIGO DESCRIÇÃO DA CONTA SALDO ANTERIOR DEBITOS CREDITOS SALDO ATUAL A T I V O , ,37 (22.026,09) 353.

UTILIZAÇÃO DE ÍNDICES BIOLÓGICOS NA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA EM UM RESERVATÓRIO DO NORDESTE DO BRASIL.

EFEITO DA URBANIZAÇÃO SOBRE A FAUNA DE INSETOS AQUÁTICOS DE UM RIACHO DE DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL

Gestão Emocional Uma abordagem cognitivo comportamental

MÓDULO 16 PLANEJAMENTO DE CONSTRUÇÃO, TESTES E DOCUMENTAÇÃO DO SISTEMA

METODOLOGIA DE PROJETO

QUALIDADE DAS ÁGUAS DO RIO TIETÊ, NOS MUNICÍPIOS DE BIRITIBA MIRIM, MOGI DAS CRUZES E SUZANO (SP), RELATIVO AO PERÍODO 1985 A 2013

Sensoriamento Remoto no Estudo da Água

ESTUDO DE TRATABILIDADE DA ÁGUA DO CÓRREGO DOS MAYRINK, MUNICÍPIO DE PONTE NOVA - MG

Revista de Biologia e Ciências da Terra ISSN: Universidade Estadual da Paraíba Brasil

IDENTIFICAÇÃO E RASTREABILIDADE. Aprovação: Olavo R. Tomasini

PEA Projeto em Engenharia Ambiental

Ecologia II: Ecossistemas fluviais. Manuela Abelho 2012

A nossa catedral, concebida na primeira metade do século passado, foi projetada para um número de pessoas hoje não mais compatível quando em grandes

Titulo do Trabalho APLICAÇÃO DO COAGULANTE TANINO NO TRATAMENTO DA VINHAÇA EM ph NEUTRO

Capítulo 5. Protozoários planctônicos. Introdução

A morfometria e o estado trófico de um reservatório urbano: lagoa Gerais

COMPORTAMENTO DOS ÍNDICES DO ESTADO TRÓFICO DE CARLSON (IET) E MODIFICADO (IET M ) EM TRÊS LAGOAS NATURAIS NO NORDESTE DO BRASIL

Transcrição:

UTILIZAÇÃO DA COMUNIDADE PROTOZOOPLANCTÔNICA COMO BIOINDICADORA DA QUALIDADE DA ÁGUA E COMPARAÇÃO COM O ÍNDICE DE ESTADO TRÓFICO NO RESERVATÓRIO DE ILHA SOLTERIA-SP. Adrislaine da Silva Mansano, Cylene Zambrozi Garcia, Maurício Augusto Leite Zoologia - Ciências Biológicas - Departamento de Engenharia Civil - Faculdade de Engenharia Campus de Ilha Solteira. O reservatório de Ilha Solteira localiza-se entre os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás e apresenta como principais tributários os rios Paranaíba e Grande, formadores do rio Paraná. Com uma bacia hidrográfica de 365.460 quilômetros quadrados e comprimento de 70 quilômetros, o reservatório apresenta importância pela geração de energia elétrica, recreação, irrigação e navegação. Alguns problemas relacionados aos usos dos reservatórios podem ser citados como carreamento de defensivos agrícolas e eutrofização, sendo seu monitoramento de grande importância para detectar alterações em sua qualidade de água. Assim sendo, o protozooplâncton além de ser um excelente bioindicador de matéria orgânica em sistemas aquáticos (Sladecék, 1973), também desempenha importante papel como elo de ligação nas redes tróficas de ambientes aquáticos (Porter et al, 1985) e nos processos de auto-purificação em estações de tratamento de água e de esgoto. Diversos índices são utilizados para classificar ambientes aquáticos, como por exemplo, o Índice de Estado Trófico (IET). No entanto, muitos índices bióticos têm sido sugeridos para reduzir a complexidade das comunidades de organismos em simples medidas quantitativas (Foissner, 1992). Alguns desses índices são utilizados para medir a saprobidade do sistema, ou seja, o conteúdo de matéria orgânica putrescível, decomposta por microrganismos aquáticos (Sládecková & Sladecek, 1994). Dessa forma, tem-se como objetivo neste trabalho classificar o reservatório de acordo com o Índice de Saprobidade (IS) proposto por Pantle & Buck (1955) (apud Foissner, 1992), por meio dos protozoários bioindicadores comparando-o com o Índice de Estado Trófico (IET) proposto por Carlson (1977) modificado por Toledo-Jr (1983). Para tanto, foram amostrados seis pontos no reservatório de Ilha Solteira (Figura 1) nos meses de janeiro e março de 2007, onde o protozooplâncton foi coletado na superfície da água com garrafa de Van Dorn (5 litros). A água coletada (500 ml) foi acondicionada, fixada com 21,5 ml de cloreto de mercúrio e corada com azul de bromofenol a 0,04%. Após a sedimentação, o sobrenadante foi retirado sendo o material homogeneizado e transferido para uma câmera de Sedgewick-Rafter (1 ml) para contagem sob microscópio ótico (aumento de 200X) (adaptado de Regali-Seleghim, 2001). Figura 1: Localização dos pontos de coleta. Imagem NOOA. O Índice de Saprobidade proposto por Pantle & Buck (1955) (apud Foissner, 1992) distingue, segundo a quantidade de matéria orgânica, quatro tipos de ambientes: oligossapróbico, betamesossapróbico, alfa-mesossapróbico e polissapróbico.

Para a determinação do Índice de Estado Trófico de Carlson, modificado por Toledo-Jr, et al. (1983) utilizaram-se os dados de transparência da água pelo desaparecimento do disco de Secchi. O fósforo total foi determinado pela oxidação com Hidróxido de Sódio (Valderrama, 1981), o ortofosfato foi determinado por Golterman, et al. (1978) e a clorofila-a foi determinada pela extração com choque térmico com etanol a 80% (Nusch & Palme, 1975). Para a classificação do grau de trofia utilizou-se o critério de CARLSON (1977): Estado Trófico Índice de Estado Trófico Oligotrófico < 44 Mesotrófico 44-54 Eutrófico 54-74 Hipereutrófico > 74 Por meio dos resultados obtidos, pode-se analisar que existiram poucas variações durante os meses amostrados (Figura 2), sendo que a média do IS em janeiro foi de 2,03 (máximo de 2,12 e mínimo de 1,78) e em março de 2,01 (máximo de 2,11 e mínimo de 1,90). Ìndice de Sabrobidade de Pantle & Buck 2,50 2,30 2,10 1,90 1,70 1,50 P1 P2 P3 P4 P5 P6 Estações amostradas Janeiro Março Figura 2: Índice de Saprobidade nas 6 estações de coleta em janeiro e março de 2007. Essas oscilações ocorreram devido às espécies que predominaram em cada estação, onde o valor máximo, em janeiro (Tabela 1), foi obtido na estação 1, quando os táxons Pseudodifflugia sp. (betamesossapróbico), Pelagostrombidium mirabile (beta-mesossapróbico) e Cyclidium sp. (alfamesossapróbico), tendo IS de 2,0; 2,0 e 2,6; representaram 45% da densidade total, influenciando o índice de saprobidade do ponto. O valor mínimo foi observado na estação 3, pelo fato do táxon Cothumia annulata, com IS de 1,4 e classificado como de oligossapróbico para beta-mesossapróbico ter apresentado uma predominância de 42%, diminuindo o índice nesta estação de coleta. No entanto, a estação citada não obteve a mesma classificação desse táxon porque os demais táxons (58%) obtiveram uma classificação que foi de beta-mesossapróbico à polissabróbico. No mês de março (Tabela 2), o valor máximo foi alcançado pela estação 5, onde as espécies predominantes foram Vorticella aquadulcis-complex e Pseudodifflugia sp., que apresentaram IS de 2,1 e 2,0; sendo classificados como beta para alfa-mesossapróbico e beta-mesossapróbico. Assim alcançaram uma representatividade de 62% da densidade total, demonstrando significativa influência no índice de saprobidade. A estação 1 foi a que apresentou o menor valor devido ao fato do táxon Cothumia annulata ter apresentado uma predominância de 31%, diminuindo o índice do ambiente, porém, a estação citada não teve a mesma classificação desse táxon porque os demais táxons (69%) obtiveram uma classificação que foi de beta-mesossapróbico à polissabróbico. Em todas as estações amostradas o IS variou na faixa de 1,5-2,5, sendo então, todas estações consideradas como beta-mesossapróbico, ou seja, levemente a moderadamente poluído.

Tabela 1: Táxons encontrados no mês de Janeiro nos seis pontos amostrados, classificação sapróbica (S) (segundo Foisser,1992), índices de saprobidade (IS), densidades em protoz.l -1 (D) e densidade em protoz.l -1 multiplicada pelo índice de saprobidade (N.SI). p = polissabrobidade, a = alfamesossaprobidade, b = beta-mesossabrobidade, o = oligossaprobidade. Táxons S IS Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Ponto 6 D N.IS D N.IS D N.IS D N.IS D N.IS D N.IS Campanella sp. a-b* 2,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 116,5 326,2 0,0 0,0 0,0 0,0 Cinetochilum margaritaceum b-p 2,8 143,0 400,4 63,8 178,5 64,0 179,2 0,0 0,0 61,8 172,9 0,0 0,0 Coleps cf. hirtus b-a 2,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 174,8 436,9 0,0 0,0 0,0 0,0 Cothurnia annulata o-b 1,4 357,5 500,5 318,8 446,3 2816,0 3942,4 1223,3 1712,6 802,8 1123,9 1028,0 1439,2 Ctedoctema acanthocryptum b 2,0 143,0 286,0 127,5 255,0 704,0 1408,0 291,3 582,5 247,0 494,0 192,8 385,5 Cyclidium sp. a-b 2,6 429,0 1115,4 255,0 663,0 384,0 998,4 233,0 605,8 308,8 802,8 257,0 668,2 Enchelys gasterosteus b-a 2,5 286,0 715,0 127,5 318,8 64,0 160,0 116,5 291,3 370,5 926,3 257,0 642,5 Halteria cf. chlorelligera o 1,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 128,5 154,2 Halteria cf. grandinella b-a 2,2 429,0 943,8 1466,3 3225,8 256,0 563,2 582,5 1281,5 1111,5 2445,3 642,5 1413,5 Limnostrombidium viride b 2,0 286,0 572,0 127,5 255,0 128,0 256,0 116,5 233,0 61,8 123,5 128,5 257,0 Mesodinium pulex b 2,0 71,5 143,0 255,0 510,0 128,0 256,0 233,0 466,0 617,5 1235,0 449,8 899,5 Paradileptus elephantinus b b 0,0 0,0 127,5 229,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Pelagostrombidium mirabile b* 2,0 715,0 1430,0 382,5 765,0 192,0 384,0 291,3 582,5 61,8 123,5 0,0 0,0 Pseudodifflugia sp. b 2,0 1501,5 3003,0 573,8 1147,5 128,0 256,0 699,0 1398,0 308,8 617,5 1156,5 2313,0 Rimostrobilidium humile b 1,8 429,0 772,2 573,8 1032,8 128,0 230,4 233,0 419,4 123,5 222,3 192,8 347,0 Tintinnidium pusillum b 2,2 357,5 786,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 61,8 135,9 0,0 0,0 Uronema sp. a* 3,0 214,5 643,5 63,8 191,3 128,0 384,0 116,5 349,5 0,0 0,0 64,3 192,8 Urotricha cf.globosa b 2,3 429,0 986,7 1020,0 2346,0 192,0 441,6 1689,3 3885,3 494,0 1136,2 1477,8 3398,8 Vorticella aquadulcis-complex b-a 2,1 71,5 150,2 446,3 937,1 0,0 0,0 116,5 244,7 370,5 778,1 0,0 0,0 Total 5863,0 12448,2 5928,8 12501,4 5312,0 9459,2 6232,8 12815,0 5001,8 10337,0 5975,3 12111,1 * Utilizou-se IS de outra espécie deste gênero, por não haver índice para esta espécie. Tabela 2: Táxons encontrados no mês de Março nos seis pontos amostrados, classificação sapróbica (S) (segundo Foisser,1992), índices de saprobidade (IS), densidades em protoz.l -1 (D) e densidade em protoz.l -1 multiplicada pelo índice de saprobidade (N.SI). p = polissabrobidade, a = alfamesossaprobidade, b = beta-mesossabrobidade, o = oligossaprobidade. Táxons S IS Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Ponto 6 D N.IS D N.IS D N.IS D N.IS D N.IS D N.IS Cinetochilum margaritaceum b-p 2,8 50,0 140,0 0,0 0,0 101,8 284,9 0,0 0,0 44,8 125,3 114,0 319,2 Coleps cf. hirtus b-a 2,5 0,0 0,0 161,0 402,5 0,0 0,0 39,4 98,4 358,0 895,0 190,0 475,0 Cothurnia annulata o-b 1,4 2350,0 3290,0 362,3 507,2 2594,6 3632,5 708,8 992,3 179,0 250,6 304,0 425,6 Ctedoctema acanthocryptum b 2,0 350,0 700,0 483,0 966,0 661,4 1322,8 551,3 1102,5 268,5 537,0 190,0 380,0 Cyclidium sp. a-b 2,6 400,0 1040,0 161,0 418,6 203,5 529,1 315,0 819,0 223,8 581,8 76,0 197,6 Enchelys gasterosteus b-a 2,5 200,0 500,0 120,8 301,9 305,3 763,1 78,8 196,9 268,5 671,3 76,0 190,0 Halteria cf. chlorelligera o 1,2 0,0 0,0 483,0 579,6 254,4 305,3 0,0 0,0 134,3 161,1 228,0 273,6 Halteria cf. grandinella b-a 2,2 300,0 660,0 362,3 797,0 457,9 1007,3 236,3 519,8 223,8 492,3 190,0 418,0 Limnostrombidium viride b 2,0 0,0 0,0 40,3 80,5 0,0 0,0 39,4 78,8 0,0 0,0 38,0 76,0 Mesodinium pulex b 2,0 450,0 900,0 684,3 1368,5 101,8 203,5 78,8 157,5 44,8 89,5 114,0 228,0 Pelagostrombidium mirabile b* 2,0 0,0 0,0 362,3 724,5 0,0 0,0 39,4 78,8 44,8 89,5 0,0 0,0 Pseudodifflugia sp. b 2,0 550,0 1100,0 1569,8 3139,5 356,1 712,3 826,9 1653,8 1655,8 3311,5 1330,0 2660,0 Rimostrobilidium humile b 1,8 150,0 270,0 80,5 144,9 50,9 91,6 39,4 70,9 44,8 80,6 38,0 68,4 Uronema sp. a* 3,0 250,0 750,0 161,0 483,0 152,6 457,9 118,1 354,4 0,0 0,0 0,0 0,0 Urotricha cf.globosa b 2,3 550,0 1265,0 1247,8 2869,8 2035,0 4680,5 866,3 1992,4 537,0 1235,1 456,0 1048,8 Vorticella aquadulcis-complex b-a 2,1 50,0 105,0 40,3 84,5 0,0 0,0 78,8 165,4 2416,5 5074,7 798,0 1675,8 Vorticella campanula b-a 2,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 38,0 91,2 Total 5650,0 10720,0 6319,3 12867,9 7275,1 13990,6 4016,3 8280,6 6444,0 13595,1 4180,0 8527,2 * Utilizou-se IS de outra espécie deste gênero, por não haver índice para esta espécie. Ao analisar os resultados do Índice de Estado Trófico (Tabela 3) segundo Carlson (1977) modificado por Toledo-Jr (1983) todos os pontos amostrados foram classificados como oligotrófico. Tabela 3 Classificação do Estado Trófico (ET) de acordo com o Índice de Estado Trófico médio (IET) nas 6 estações de coleta em janeiro e março de 2007. Oligo = oligotrófico, ND = não determinado.

Janeiro Março Pontos IET Class IET Class 1S 38,3 OLIGO 40,6 OLIGO 2S 28,2 OLIGO ND ND 3S 39,0 OLIGO 39,4 OLIGO 4S 37,5 OLIGO 40,0 OLIGO 5S 31,0 OLIGO 41,2 OLIGO 6S 21,6 OLIGO 43,7 OLIGO Observou-se que, de acordo com o Índice de Saprobidade o reservatório de Ilha Solteira foi classificado como levemente a moderadamente poluído. No entanto, ao utilizar o Índice de Estado Trófico, este foi classificado como oligotrófico durante o período de estudo. Também não foram observados lançamentos de efluentes in natura nos pontos amostrados, o que demonstra uma ligeira distinção entre o Índice de Saprobidade e o Índice de Estado Trófico. Dessa forma, conclui-se que para se utilizar o IS com maior precisão, seriam necessários mais estudos sobre a comunidade protozooplanctônica de corpos d água brasileiros e a atribuição de valores de IS (Índice de Saprobidade da espécie) para os protozoários comumente encontrados em ambientes tropicais, uma vez que os dados existentes são provenientes de estudos realizados em regiões temperadas. Referências Bibliográficas CARLSON, R.E. (1977) A trophic state index for lakes. Limnol. and Oceanogr. v.22 (2).p. 261-269. GOLTERMAN, H.L. ; CLYMO, R.S. & OHNSTAD, M.A.M. (1978) Methods for physical and chemical analysis of freshwaters. 2ed. Oxford, Blackweel Scientific Publications. (IBP, 8). 213 p. FOISSNER, W. (1992) Evaluating water quality using protozoa and saprobity indexes. In: Protocols in Protozoology. I Ed.LEE, J.J. ; SOLDO, A.T. Vol. II. B 11.1 - B11.20. NUSCH, E. A. & PALME, G. (1975) Bilogische methoden für die Praxis der gewässeruntersuchung. Gmf. Wasser/Abwasser, n.116, p.562-565. PORTER, KG, Sherr, EB, Sherr, BF, Pace, M. & Sanders, RW (1985) Protozoa in planktonic food webs. Journal of Protozoology 32: 409-415. REGALI-SELEGHIM.M.H. (2001) Rede trófica microbiana em um sistema eutrófico raso (reservatório do Monjolinho, São Carlos, SP), estrutura e função. Tese (Doutorado). Universidade Federal de São Carlos. 92p. SLADECÉK, V. (1973) System of water quality from the biological point of view. Arch. Hydrobiol. Beih. Ergebn.Limnol. Planktonik. 7: 1-218p. SLÁDECKOVÁ A. & SLADECEK V. (1994) Bioindication Within the Aquatic Environment. Acta Universitatis Carolinae Environmentalica 7: 3. 69. TOLEDO-Jr, A.P.; TALARICO, M.; CHINEZ, S.J.; AGUDO, E.G. (1983) A aplicação de modelos simplificados para a avaliação do processo da eutrofização em lagos e reservatórios tropicais. CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL. Balneário Camboriú, Santa Catarina. p. 1-34. VALDERRAMA, J.C. (1981) The simultaneous analysis of total nitrogen and phosphorus in natural waters. Marc. Chem., v. 10, p. 1109-122. Bolsa: FAPESP Agência de Fomento do Projeto: FAPESP Processos 03/07355-7, 05/58333-9 e 06/57209-5.

This document was created with Win2PDF available at http://www.win2pdf.com. The unregistered version of Win2PDF is for evaluation or non-commercial use only. This page will not be added after purchasing Win2PDF.