O TRABALHO DO PROFESSOR DE LÍNGUA INGLESA: UM OLHAR SOBRE AS VOZES E OS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS

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Transcrição:

O TRABALHO DO PROFESSOR DE LÍNGUA INGLESA: UM OLHAR SOBRE AS VOZES E OS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS RESUMO Francisco Everlândio de Oliveira Silva; Sandra Maria Araújo Dias Universidade Federal Rural do Semi-Árido; everlandio01@gmail.com; sandra.dias@ufersa.edu.br Na área da Linguística Aplicada (LA), particularmente no contexto de formação (inicial e/ou continuada) de professores de línguas percebemos um aumento significativo nas pesquisas que tem como objeto de estudo o ensino como trabalho. Essas investigações são marcadas por reflexões acerca do agir docente, que emergem do diário reflexivo implementado nesse contexto de formação como prática de letramento docente. Situado na área de LA, nesta pesquisa adotamos uma orientação teórico-metodológica transdisciplinar que pauta-se no Interacionismo Sociodiscursivo (ISD), mais especificamente nas vozes enunciativas e nas Ciências do Trabalho. Considerando a linguagem elemento essencial para o desenvolvimento humano esta pesquisa qualitativa que tem por objetivo investigar os elementos que constituem o trabalho do professor de língua inglesa. Partindo da premissa de que o trabalho docente é uma atividade instrumentada e pessoal, entendemos que por meio de práticas linguageiras, o professor é capaz de desvelar elementos constituintes de seu trabalho. Sendo assim, nesta pesquisa, utilizaremos como prática linguageira, o diário reflexivo, instrumento fundamental para o processo de letramento e formação docente, para relacionar as vozes enunciativas e os elementos que compõe a atividade educacional. Concluímos que ter conhecimento sobre esses elementos e de como os artefatos são apropriados, aprimorados e adaptados, tornando-se cada vez mais necessários na prática do ensino, pode contribuir para melhor compreender a organização do trabalho docente. Palavras-chaves: trabalho docente, diário reflexivo, ISD.

INTRODUÇÃO Na área da Linguística Aplicada (LA), particularmente no contexto de formação (inicial e/ou continuada) de professores de línguas percebemos um aumento significativo nas pesquisas que tem como objeto de estudo o ensino como trabalho (MACHADO, 2004; MEDRADO e PÉREZ, 2011; REICHMANN e KLEIMAN, 2012). Essas investigações são marcadas por reflexões acerca do agir, que emergem do diário reflexivo implementado nesse contexto de formação como prática de letramento docente. O agir docente não se faz apenas por sua formação e sua presença em sala de aula com alguns alunos. O trabalho do professor compreende toda sua formação e estrutura de ensino, a entidade a que prestam seus serviços, as relações entre alunos, pais, outros professores e demais funcionários da instituição, comportando também todas as prescrições propostas social e historicamente, como também as regras a qual deve submeter-se. Situado na interface da Educação e da LA, particularmente no contexto de formação de professores de línguas e alinhando-se as pesquisas desenvolvidas pelo GELF 1, esse estudo busca analisar o agir de uma professora iniciante (PI) de língua inglesa ao longo da disciplina de Estágio Supervisionado. Para realizar essa análise, mapearemos as vozes inscritas no diário da PI e relacionaremos essas vozes com os elementos constitutivos da atividade educacional. Trabalho docente e seus elementos constituintes Nas últimas décadas, o trabalho do professor tem despertado grande interesse de pesquisadores. Isso é notado ao verificar o crescente número (RECIHMANN, 2001; MEDRADO e REICHMANN, 2012; CLANINDIN, 2007) de estudos científicos publicados ao decorrer dos últimos anos. Tais estudos são desenvolvidos a fim de melhor compreender o ensino como trabalho em todas as suas dimensões. Essas investigações demonstram que o trabalho docente não depende apenas do professor, de seu plano de aula ou de seu objetivo com a educação, mas sim de todos os elementos que o constitui. Segundo Amigues (2004), o trabalho do professor não se limita à apenas o aluno ela 1 Grupo de Estudos em Letramentos, Identidade e Formação Docente (GELF/UFERSA/CNPq), no qual o autor e couatora desse artigo são respectivamente integrante e líder do referido grupo.

também é direcionada à instituição a qual é empregado, aos pais, aos seus colegas de trabalho, enfim a todo comunidade escolar. Sendo assim, atividade docente faz parte de um sistema, no qual devem ser levados em consideração todos os objetos, elementos e situações que movem essa atividade. O referido autor afirma que para o exercício de sua atividade, o professor deve empregar relações entre esses objetos constitutivos, sendo eles: as prescrições, os coletivos, as regras do ofício e as ferramentas. Em relação às prescrições, Bueno (2009, p. 76) afirma que podem ser definidas como as limitações/coerções/regras/normas explicitamente tematizadas em textos e são produzidas por uma instância hierarquicamente superior - tais como diretores, coordenadores, professores-formadores - que se dirigem aos professores. No que tange às regras do ofício, Amigues (2004) afirma que se referem às maneiras de agir que são construídas sóciohistoricamente e ligam vários profissionais do ensino. Quanto aos coletivos designam um grupo de pessoas responsáveis pela organização do ambiente de trabalho, pela construção de respostas às prescrições e pela (auto)prescrição. Em relação às ferramentas, o autor ora mencionado explica que em geral, são concebidas por outros (op.cit., p.44), mas podem ser transformadas em instrumentos para a ação do professor. Em suma, o referido autor afirma que o objeto da atividade do professor é [...] organizar o meio de trabalho coletivo dos alunos para instaurar neles uma relação cultural com um objeto de conhecimento, a fim de modificar sua relação pessoal com esse conhecimento (op.cit., p.50). Com intuito de tornar mais acessível a análise das representações que os professores fazem sobre seu trabalho, nossa proposta de análise centra-se no ISD e nas Ciências do Trabalho, focalizando dois pontos: as vozes enunciativas e os elementos constitutivos do trabalho docente. Diário reflexivo De acordo com Zabalza (2004, p.13) os diários são textos empíricos em que professores e professoras anotam suas impressões sobre o que vai acontecendo em suas

aulas. Estes documentos são úteis e eficazes; os diários são uma fonte rica e sistemática de informação para a formação de professores, pois permite o registro do agir docente em suas variadas dimensões, a experiência de contar (o que você faz) e de contar a si mesmo (como duplo ator: o ator que realiza as coisas contadas e o ator que as conta) (grifo do autor). Em termos de conteúdo temático, Machado, Lousada e Abreu-Tardelli (2007) acrescentam que podem emergir os seguintes tópicos da produção diarista: questionamentos de professores e de alunos, sentimentos, comportamentos e (re) ações a eventos de sala de aula. Machado (1998, p. 29) explica que há uma diversidade de tipos de diários, mas eles se assemelham por apresentarem as seguintes características comuns: i) liberdade do autor em assumir papéis sociais múltiplos; ii) a multiplicidade de vozes e de representações internalizadas, isto é, a presença forte do diálogo interior ; iii) periodicidade e sistematicidade da escrita; heterogeneidade, fragmentação e descontinuidade de conteúdos, distanciamento temporal entre os acontecimentos vividos e o ato de produção (op.cit., p. 25), ausência de uma estrutura organizacional fixa, predominância da experiência pessoal, incluindo-se aí ações, sentimentos, sensações e pensamentos relacionados a essa vivência (op.cit., p. 28). Machado, Lousada e Abreu-Tardelli (2007, p.113) afirmam que a produção diarista apresenta várias funções e benefícios. Dentre elas, destacam-se as seguintes: a constante auto-avaliação e autocrítica sobre as ações e sobre os trabalhos em desenvolvimento feitas pelo produtor do diário. Magalhães (2004, p.81), corroborando com a ideia das referidas autoras, postula que: A escrita diarista primeiramente possibilita que os agentes percebam que as falhas na organização lingüístico-discursiva de seus registros impedem que os outros e/ou próprios compreendam o que, de fato, foi trabalhado e construído na sala de aula. Segundo, para que os professores se apropriem das organizações lingüístico-discursivas dos discursos envolvidos em cada uma das ações (op.cit.). Diante do exposto, inferimos que o uso do gênero diário reflexivo no contexto de

formação de professores ocorre justamente devido às características e benefícios supracitados que o gênero apresenta. Enfim, é possível afirmar que o diário serve como um instrumento de investigação de práticas discursivas docentes, possibilitando a avaliação, intervenção e (re) (re)construção da identidade profissional. Considerando a sala de aula como um local de mudanças, acreditamos que as narrativas docentes, documentadas em forma de diários, representam uma prática de letramento fundamental para formação de professores de línguas e desempenham um papel essencial nas representações sobre o agir docente Através da escrita diarista, o professor será capaz de melhor compreender suas experiências e (re)posicionamentos docentes. ISD e vozes enunciativas De acordo com Bronckart (1999), o texto é considerado como toda unidade de produção de linguagem situada, oral ou escrita, que veicula uma mensagem linguística organizada e que tende a produzir um efeito de coerência sobre o destinatário (op.cit., p. 71). Nessa direção, o autor supracitado defende que a organização de um texto é constituída por camadas superpostas, a saber: a infraestrutura geral do texto, os mecanismos de textualização e os mecanismos de responsabilização enunciativa e a semiologia do agir. Em virtude da extensão deste trabalho, explicaremos apenas as vozes, que são mecanismos de responsabilização enunciativa foco desse estudo. Os mecanismos de responsabilização enunciativa estão situados no nível superficial da arquitetura textual e têm como objetivo explicitar o tipo de engajamento enunciativo em ação no texto e que confere a ele sua coerência interativa (BRONCKART, 2006, p.146). Construídos sobre a noção de responsabilidade de quem enuncia, esses mecanismos são estabelecidos através da distribuição de vozes (BRONCKART, 2008), fontes ou entidades responsáveis pelas avaliações do conteúdo temático, e das modalizações, as avaliações propriamente ditas. Bronckart (2008, p. 90) explica que esses mecanismos são a [...] instância a qual o autor empírico de um texto confia à responsabilidade sobre aquilo que vai

ser enunciado, também identificado como a instância geral de gestão do texto, o textualizador. O referido autor afirma que a distribuição de vozes explicita as instâncias/os agentes responsáveis pelo que é proferido, pensado ou visto. Esses agentes, que estão engajados na atividade de linguagem, podem assumir diversas medidas de responsabilidade pelo que é proferido nas interações. O autor apresenta uma instância geral de enunciação, que pode ser denominada de voz neutra. Esta instância seria aquela que assume diretamente a responsabilidade do dizer e seria representada pela voz do narrador ou do expositor. Entretanto, Bronckart (op.cit.) destaca a possibilidade de aparecimento de outras vozes no texto, denominadas de vozes secundárias, agrupando-as em três categorias: vozes sociais, vozes de personagens e voz do autor empírico. Segundo Bronckart (1999, 2006), as vozes sociais representam os sujeitos ou as instâncias externas que avaliam algum aspecto do conteúdo temático, apenas mencionadas no texto, sem poder intervir como agentes; as vozes de personagens advêm de seres humanos ou entidades humanizadas que tomam para si, enquanto agentes, a responsabilidade dos acontecimentos e ações referentes ao conteúdo temático; e a voz do autor empírico, marca a voz do enunciador situado na origem do texto. Esse enunciador é quem comenta ou avalia o que está sendo enunciado. A pesquisa: percurso e resultados De acordo com Bronckart (1999), para compreender as características de qualquer gênero escrito, faz-necessário conhecer os aspectos do contexto de produção devido à interferência que esse contexto geralmente causa tanto no conteúdo quanto na maneira como os textos são produzidos. Sendo assim, apresentaremos uma síntese a seguir os parâmetros 2 que compõem o diário reflexivo na tabela a seguir: 2 Para mais detalhes sobre esses parâmetros, conferir Capítulo 3, seção 1, A situação da ação de linguagem, da obra de Bronckart (1999).

O CONTEXTO DE PRODUÇÃO DOS FRAGMENTOS DO DIÁRIO DE ISABELA A posição social do emissor: uma professora iniciante de língua inglesa, aluna do curso de Letras, matriculadas regularmente nas disciplinas de Estágio Supervisionado em Língua Inglesa I e II A posição social do receptor: O objetivo O lugar social de produção: professora-formadora relatar acontecimentos, inquietações, questionamentos, preocupações, angústias, aspectos positivos e negativos sobre o trabalho das professoras em formação universidade e/ou casa das professora-participante Momento histórico de Fragmentos do diário de Isabela escrito nas seguintes datas: produção: 14/06/2010 (fragmento 01) 01/09/2010 (fragmento 02) 21/11/2010 (fragmento 03) Tabela 01 - O contexto de produção do diário da PI Conforme mostra a tabela, o corpus do presente estudo é composto por três fragmentos do diário reflexivo da professora Isabela (nome fictício), produzido em português durante um ano letivo, tendo início em março de 2010 e final em dezembro de 2010. A produção diarista era feita regularmente, uma vez por semana, de forma digital, em um blog reflexivo, de acordo com observações consideradas relevantes (pela participante) sobre o seu agir. A partir dos pressupostos teóricos aqui elucidados sobre trabalho docente, diário reflexivo, ISD e vozes enunciativas, apresentaremos, através da análise dos diários reflexivos da professora-participante, as representações que ela têm sobre seu agir docente. Dito de outra forma interessa-nos utilizar as vozes, pois estas explicitam as instâncias responsáveis por determinados enunciados no diário da PI ao escrever sobre seu trabalho. A tabela a seguir apresenta vozes que emergem do discurso de Isabela:

VOZES INSCRITAS NO DISCURSO DE ISABELA Vozes secundárias Exemplos Voz de autor empírico Bom, para iniciar pedi aos alunos o caderno para eu dar o visto. Depois entreguei o texto, dicutimos e dei inicio a segunda parte do simple past...foi bem tranquilo. Voz de personagem Oxe vei fica assim não, tu fica com a África do Norte... kkkkk...(e foi sem brincadeira viu?? Voz social Is it possible to integrate the four skills in an English language class? Tabela 02 Vozes inscritas nos fragmentos do diário reflexivo da PI Em relação às vozes secundárias é possível identificar no primeiro fragmento como vozes secundárias: as vozes de personagens, onde vemos representados os alunos numa discussão sobre o tema sorteado; E a voz do autor empírico que finaliza o trecho enfatizando a importância do estágio supervisionado para a formação do professor. Fragmento 01: Em clima de COPA DO MUNDO foi pedido aos alunos do 7º ano C para confeccionarem uma bandeira dos países participantes da copa, uma bandeira para cada aluno. Os alunos tinham q confeccionar a bandeira e informar sobre a língua, a cultura e as cores da bandeira, por escrito os alunos tinham q escrever em inglês. Aí um gritou: Quero a África do Sul, no sorteio saiu para outro aluno... Aí um fulano pulou de lá e disse: Oxe vei fica assim não, tu fica com a África do Norte... kkkkk...(e foi sem brincadeira viu??). O restante das aulas, foram normais... No final Pedro e eu nos despedimos dos professores, agradecemos... e finalizando, realmente foi uma grande experiência para mim este estágio, somou muito pra minha vida! A voz do autor empírico revela elementos que constituem a atividade docente. Dentre esses elementos, destacam-se as ferramentas que Isabela se apropria para realizar seu trabalho. Com essa apropriação, como indicado na seção da fundamentação teórica, as referidas ferramentas transformam-se em instrumentos utilizadas por Isabela para agir. Esses instrumentos materiais (bandeira) e simbólicos (o sorteio) que a PI utiliza para gerir a classe. Isso caracteriza a docência como uma atividade instrumentada.

Outro elemento identificado no discurso docente refere-se à prescrição adotada pela PI como forma de induzir o aluno a desenvolver a tarefa proposta. Ao usar o sorteio como um instrumento, a PI acaba por gerar um conflito entre os alunos, como explicita a seguinte voz de personagem: Quero a África do Sul, no sorteio saiu para outro aluno... Aí um fulano pulou de lá e disse: Oxe vei fica assim não, tu fica com a África do Norte... kkkkk...(e foi sem brincadeira viu??). Nessa voz dos alunos fica claro que o ensino é uma atividade instrumentada e direcionada aos outros. Dito de outra maneira, o trabalho docente não é constituído apenas pelo professor, mas por outros (alunos e professores iniciantes, professores titulares da escola) profissionais na/da instituição de ensino. Ao documentar seu trabalho, por meio da escrita diarista, a PI desencadeia um processo de reflexão sobre seu agir, desvelando na experiência de contar sua estória, o seu estilo de ensinar. Isso também pode se visto no fragmento a seguir: Fragmento 02: Is it possible to integrate the four skills in an English language class? Numa escola pública é complicado, por falta de material didático e de recursos, porém pra tudo se dá um jeito basta o professor ter compromisso com o que escolheu, até porque as aulas ficam bem mais interessantes com algo novo. Portanto, levar uma música, trabalhar a escrita com as partes da música, cantar a música acompanhando no papel e depois falar o que achou da música com suas palavras é muito interessante. No fragmento anterior, a voz do autor empírico revela um dos dilemas que circundam o trabalho do professor na escola pública: o desenvolvimento das quatro habilidades linguísticas devido à falta de material didático e de recursos. No fragmento 02, a prescrição emerge no questionamentos que intitula o fragmento: Is it possible to integrate the four skills in an English language class? Tal prescrição (a integração das habilidades linguísticas) revela o trabalho do professor como uma atividade prescritiva, na qual as prescrições não são elaboradas por esse profissional, desconsiderando o contexto de ensino, ou seja, a realidade das escolas brasileiras, em especial as instituições da rede pública de ensino. Além disso, essa prescrição é responsável pelo conflito e, simultaneamente, limitação no trabalho do professor: falta de material didático e de recursos. No entanto, percebemos que o professor utiliza

instrumentos (música e papel) para reconcepção seu trabalho, ou seja, a PI reelabora as prescrições visando a encontrar um ponto entre o que foi prescrito e o que pode ser realizado nesse contexto de trabalho (SAUJAT, 2004). Nesse caso, a reconcepção pode ser vista como objeto do trabalho docente. Ainda no fragmento 02, notamos a aparição da voz social, pois o uso das quatro habilidades é algo ditado por prescrições construídas histórica e socialmente no âmbito do ensino/aprendizagem de línguas. Notamos aí a necessidade de adaptação das prescrições, de certa maneira impessoais (ROGER, 2007), já elaboradas para um coletivo de professores, sendo essas prescrições adequadas à situação particular de trabalho de cada docente. No fragmento a seguir percebemos a importância dos instrumentos na (re)organização do trabalho docente: Fragmento 03: Bom, para iniciar pedi aos alunos o caderno para eu dar o visto. Depois entreguei o texto, dicutimos e dei inicio a segunda parte do simple past...foi bem tranquilo, fiz uma dinâmica, participaram no quadro, escreveram os verbos no passado em inglês...foi feito um exercício em dupla, todos participaram. No dia-a-dia nem sempre dá tempo de preparar-mos uma aula diferente, porém nesse estágio deu pra observar que os alunos ficam mais atentos ao participarem de uma aula dinâmica, pois inglês pra eles já é chato e todos os dias uma aula mecânica, nem a gnt aguenta. Portanto é sempre bom inovar, procurar saber do que eles gostam, de quais tipos de músicas ele gostam, promovendo assim o aprendizado. Assim como no fragmento 01, a voz do autor empírico traz à tona o uso de instrumentos materiais (o caderno, texto, quadro) e simbólicos (dinâmica, exercício, músicas), que se configuram como instrumentos essenciais na/para reconcepção do trabalho docente, ou seja, na reelaboração que Isabela faz das prescrições que lhes são impostas inicialmente. A partir das prescrições, a PI faz modificações, adaptando-as ao seu contexto teriam o objetivo de aumentar a eficácia de seu trabalho. Constatamos que a PI faz avaliações (positivas e negativas) sobre o planejamento de aula no dia-a-dia e no período do estágio supervisionado. É interessante notar que as avaliações negativas referem-se à aula mecânica, chata, a qual ocorre no dia-a-dia. Já as avaliações positivas relacionam-se diretamente com aula dinâmica, na qual os alunos ficam mais atentos ao participarem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste estudo, investigamos o agir de uma professora de língua inglesa, por meio de seu diário reflexivo, a fim de mapear as vozes secundárias inscritas no discurso docente e correlaciona-las com os objetos que constituem a atividade educacional. Ao realizar a análise de alguns fragmentos do diário reflexivo, notamos que as vozes secundárias trazem à tona conflitos e impedimentos que circundam a atividade docente, como, por exemplo, o ensino/desenvolvimento das habilidades linguísticas. Tais conflitos, como demonstram os fragmentos analisados, são gerados por meio de prescrições. A voz de autor empírico é a mais recorrente nos fragmentos do diário e revela os objetos que constituem a atividade educacional. No caso da voz de personagens, esta reforça a ideia do ensino como uma atividade direcionada aos outros, englobando o aluno e todos os que compõe a comunidade escolar. Quanto à voz social, esta aborda as prescrições no trabalho docente, sempre guiando o que esse profissional deve fazer. Como o trabalho é uma forma de agir, a análise de textos encontrados na situação de trabalho pode revelar muito sobre o agir e sobre o trabalho como de agir. No nosso caso, a análise de textos autoavaliativos/interpretativos, em forma de diários reflexivos, pode demonstrar como os professores iniciantes veem seu (futuro) trabalho e como se colocam em relação a ele. Assim, o trabalho do professor pode ser definido como a criação, a organização de um meio de trabalho que seja favorável à aprendizagem e ao desenvolvimento (AMIGUES, 2004). Esta pesquisa pode contribuir para reflexões sobre as prescrições, visto que elas (re)orientam e (re)direcionam a atividade educacional, desencadeando conflitos e impedimentos no agir docente, como no caso desse estudo. A discussão sobre a reelaboração das prescrições impostas ao professor iniciante sinaliza para pesquisas futuras sobre três conceitos importantes (o trabalho prescrito, o trabalho realizado e o trabalho real), advindos do quadro teórico das Ciências do Trabalho e apropriados pelo ISD. REFERÊNCIAS AMIGUES, René. Trabalho do professor e trabalho de ensino. In: MACHADO, Anna Rachel (org). O ensino como trabalho. São Paulo: EDUEL, 2004, p.37-53.

BUENO, Luzia. A construção de representações sobre o trabalho docente: o papel do estágio. São Paulo: FAPESPE, EDUC, 2009. BRONCKART, J. P. Atividade de linguagem, textos e discursos: por um Interacionismo Sociodiscursivo. São Paulo: EDUC, 1999.. Atividade de Linguagem, Discurso e Desenvolvimento Humano. MACHADO, A. R.; MATENCIO, M. L. M. (Orgs.). Campinas Mercado de Letras, 2006.. O agir nos discursos: das concepções teóricas às concepções dos trabalhadores. Campinas: Mercado de Letras, 2008. MACHADO, A. R. O ensino como trabalho: uma abordagem discursiva, Londrina: EDUEL, 2004.. O diário de leituras: a introdução de um novo instrumento na escola. São Paulo: Martins Fontes, 1998. MACHADO, A. R., LOUSADA, Elliane, ABREU-TARDELLI, Lilia Santos. Trabalhos de pesquisa. São Paulo: Parábola Editorial, 2007. MAGALHÃES, Maria Cecília Camargo. Linguagem na formação de professores reflexivos e críticos. In: MAGALHÃES, M. C. C. (org). A formação do professor como um profissional crítico: linguagem e reflexão. São Paulo: Mercado de Letras, 2004, p. 59-85. MEDRADO, B. P. (Org.); PÉREZ, Mariana (Org.). Leituras do Agir Docente: a atividade educacional à luz da perspectiva interacionista sociodiscursiva. 01. ed. Campinas: Pontes Editora, 2011. v. 01. 301p. MEDRADO, B. P. (Org.); REICHMANN, Carla (Org.). Projetos e Práticas na Formação de Professores de Língua Inglesa. 01. ed. João Pessoa: Editora UFPB, 2012. v. 01. 231p. REICHMANN, Carla Lynn. Reflection as a social practice: an in-depth linguistic study of teacher discourse in a dialogue journal. Tese de Doutorado, PGI-UFSC, 2001. ROGER, J-L. Refaire son métier. 2007. SAUJAT, F. O trabalho do professor nas pesquisas em educação: um panorama. In: MACHADO, A. R. (org.). O ensino como trabalho: uma abordagem discursiva, Londrina: EDUEL, 2004. ZABALZA, M. A. Diários de aula: um instrumento de pesquisa e desenvolvimento profissional. Porto Alegre: Artmed, 2004.