ESCOLA BAHIANA DE MEDICINA E SAÚDE PÚBLICA TATIANE DE SOUZA MANÇÚ DIABETES MELLITUS GESTACIONAL: DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA GESTANTE EM RELAÇÃO À TERAPÊUTICA E A DOENÇA Salvador - BA Maio de 2013
TATIANE DE SOUZA MANÇÚ DIABETES MELLITUS GESTACIONAL: DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA GESTANTE EM RELAÇÃO À TERAPÊUTICA E A DOENÇA Projeto de pesquisa apresentado ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Hospital Geral Roberto Santos. Orientadora: Prof. Olivia Souza Castro Almeida Salvador - BA Maio de 2013
DIABETES MELLITUS GESTACIONAL: Dificuldades enfrentadas pela gestante em relação à terapêutica e a doença ALMEIDA, Olivia Souza Castro 1 MANÇÚ, Tatiane de Souza 2 RESUMO A proposta deste estudo foi avaliar qualitativamente a percepção e conhecimento das mulheres gestantes portadoras de Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) sobre o que é a diabetes gestacional, aderência terapêutica, cuidado com o concepto, o autocuidado durante a gravidez e pós-parto, fatores de riscos e complicações materno-fetais. O local de realização da pesquisa escolhido foi o Hospital Geral Roberto Santos localizado na cidade de Salvador - Ba, e a coleta dos dados será feita entre os meses de Setembro de 2013 e Outubro de 2013. O procedimento divide-se na entrevista semiestruturada de enfermagem, a inserção do enfermeiro como avaliador do nível de conhecimento/percepção quanto a DMG e no apoio emocional antes e durante o procedimento. Através desta pesquisa, pretendese adquirir das gestantes avaliadas, a melhoria no conhecimento do autocuidado, tranquilizando as mesmas sobre o prognóstico e observando o comprometimento delas com o tratamento. A função do enfermeiro, nesse contexto, é imprescindível, devido às suas ações de educação em saúde, de escuta, esclarecimento, interação com o paciente e a família, promovendo uma relação de confiança e amizade. A efetiva adesão terapêutica se dá através de parturientes esclarecidas sobre os perigos da DMG. Portanto, este estudo buscou identificar as dificuldades e receios das pacientes com estes distúrbios metabólicos, relacionados ao segmento terapêutico e a doença. 1 Mestre na área do cuidar pela UFBA, Professora Adjunta da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Professora participante do grupo de pesquisa Fatores de Risco Cardiovascular. Enfermeira Assistente da enfermaria de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital Geral Roberto Santos. E-mail: oliviacastro@bahiana.edu.br 2 Docente do 6º semestre da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Participante do grupo de pesquisa Fatores de Risco Cardiovascular. E-mail: tatymancu@gmail.com
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 5 2 JUSTIFICATIVA... 7 3 OBJETIVOS... 8 3.1 OBJETIVO GERAL... 8 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS... 8 4 REVISÃO DE LITERATURA... 9 5 METODOLOGIA... 12 5.1 TIPO DE ESTUDO... 12 5.2 LOCAL E PERÍODO DO ESTUDO... 12 5.3 INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS... 12 5.4 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DOS DADOS... 12 5.5 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE DOS DADOS... 13 6 ASPECTOS ÉTICOS... 14 6.1 CRITÉRIOS DE PARTICIPAÇÃO... 14 6.2 INTERRUPÇÃO DA PESQUISA... 14 6.3 APROXIMAÇÃO COM O CAMPO... 15 6.4 RISCOS E BENEFÍCIOS... 16 6.4.1 RISCOS PARA OS PARTICIPANTES... 16 6.4.2 BENEFÍCIOS... 16 7 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)... 17
8 DECLARAÇÃO DE CONCORDÂNCIA DA INSTITUIÇÃO PARTICIPANTE CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA INSTITUIÇÃO COMO INSTRUMENTO DE PESQUISA... 18 9 ORÇAMENTO... 19 9.1 JUSTIFICATIVAS DO ORÇAMENTO... 19 10 CRONOGRAMA... 20 REFERÊNCIAS... 21 APÊNDICES... 23 APÊNDICE I TERMO DE COMPROMISSO DA PESQUISADORA... 23 APÊNCICE II QUESTIONÁRIO FECHADO PARA GESTANTES PORTADORAS DE DIABETES MELLITUS GESTACIONAL (DMG)... 24 APÊNDICE III - QUESTIONÁRIO ABERTO PARA GESTANTES PORTADORAS DE DIABETES MELLITUS GESTACIONAL (DMG)... 27 CURRÍCULOS LATTES DOS PESQUISADORES... 28
1 INTRODUÇÃO Segundo a Associação Americana de Diabetes (2011), o Diabetes Mellitus tem como etiologia os defeitos na secreção de insulina como também na ação da insulina ou ambas. É uma doença metabólica crônica que quando relacionada à gravidez é responsável por índices elevados de morbimortalidade perinatal, especialmente macrossomia fetal, malformações fetais e até mesmo abortamento. Efeitos esses que podem ser prevenidos ou atenuados com tratamento imediato. Dentre as classificações do Diabetes Mellitus existem o Tipo 1 (também denominada diabetes juvenil, de natureza autoimune ou idiopática), o Tipo 2 (um defeito predominantemente secretório com ou sem resistência insulínica), outros tipos específicos (como os defeitos genéticos na ação da insulina, diabetes induzida por fármacos/agentes químicos e infecções), existe também o Diabetes Gestacional que em geral, é um estágio pré-clínico de diabetes, detectado no rastreamento prénatal e que pode persistir após o parto como Diabetes Mellitus Tipo 2 (SILVA, 2010). A partir de dados retirados do Ministério da Saúde (2010), verificou-se a partir do atendimento de gestantes com idade maior que 20 anos no Sistema Único de Saúde mostra que a prevalência do diabete gestacional é de 7,6%. 94% dos casos apresentando apenas tolerância diminuída à glicose e 6% apresentando hiperglicemia compatível com diabetes fora da gravidez (BRASIL, 2010). O diabetes gestacional tem o diagnóstico positivo quando o valor da glicemia de jejum de gestantes dar maior que 85 mg/dl no inicio da gestação sendo, portanto, necessário a investigação. O teste diagnóstico para o DMG é solicitado entre 24 e 28 semanas de gestação e é um teste padronizado de tolerância com 75g de glicose em 2 horas (SILVA, 2010). A Sociedade Brasileira de Diabetes (2009) tem recomendado o emprego do teste de tolerância a glicose com 75 g de carboidrato coletando em três momentos, indicando como diagnóstico de diabetes gestacional apenas dois pontos elevados (glicemia em jejum: 95 mg/dl; glicemia após 1h de teste 180 mg/dl e após duas horas do teste 155 mg/dl). Quanto a identificação dos fatores de risco e a suscetibilidade em desenvolver a doença a idade igual ou superior a 35 anos; Sobrepeso e obesidade; Antecedente pessoal de diabetes gestacional; Antecedente familiar de diabetes 5
Mellitus (parentes de primeiro grau); Macrossomia ou polihidramnio em gestação anterior; Óbito fetal sem causa aparente em gestação anterior; Malformação fetal em gestação anterior; Uso de drogas hiperglicemiantes (corticoides, diuréticos tiazídicos); Síndrome dos ovários policísticos; Hipertensão arterial sistêmica crônica são contribuintes. (Na gravidez atual, em qualquer momento, o ganho excessivo de peso; Suspeita clínica ou ultrassonografia de crescimento fetal excessivo ou polihidramnio) (BRASIL, 2010). Landim (2008) refere-se à ocorrência de um ou mais dos seguintes critérios: idade superior a 25 anos; baixa estatura (inferior a 1,50 cm); pré-eclâmpsia na gravidez atual como etiologia para a DMG. O quadro clínico de pacientes com diabetes gestacional, em geral, tem aumentado o risco de complicações obstétricas. Dentre as complicações mais frequentes estão: a hipertensão arterial, parto prematuro, infecções de trato urinário e outras infecções, doença periodontal, parto por cesariana, trauma obstétrico e préeclâmpsia. O percentual de pré-eclâmpsia aumenta com a gravidade do diabetes, e com a presença de proteinúria no início da gravidez (DEMEY-PONSART, 2008). É preciso informar as pacientes e suas famílias de que forma o diabetes pode complicar a gravidez. 6
2 JUSTIFICATIVA A relevância do estudo se deve tanto a frequência das gestantes atualmente portadoras desta patologia, quanto, a elevação significativa de novos casos de DMG nas próximas décadas (BERTINI, 2011). Portanto, a pesquisa justiçase pela necessidade de esclarecer dúvidas sobre o DMG, elucidar que esta doença pode ser controlada e que suas complicações podem ser prevenidas. Isso apenas ocorre com a participação efetiva das gestantes nas ações preventivas, promotoras e reabilitadoras da saúde, inserindo-as em um ambiente multiprofissional para uma abordagem geral. Este estudo além de contribuir para o avanço científico, auxiliará os profissionais de saúde na promoção de uma melhor orientação aos pacientes, impactando diretamente em sua qualidade de vida, representando assim, um ganho positivo para a sociedade. 7
3 OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL Reconhecer as dificuldades das pacientes com Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) relacionadas ao segmento terapêutico e à doença. 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Delinear o perfil sócio demográfico das parturientes portadoras de DMG; Averiguar o grau de comprometimento das pacientes com o tratamento. 8
4 REVISÃO DE LITERATURA O Diabetes Mellitus (DM) é comumente conceituado como um grupo de distúrbios metabólicos que resulta em hiperglicemia (ROBBINS, 2010). Resulta de defeitos na secreção e/ou ação da insulina (hormônio responsável pela regulação da glicemia). Nos últimos anos, a classificação do DM como também o seu diagnóstico vem se modificando para acompanhar as novas descobertas a cerca da fisiopatologia (GROSSI, 2009). Esta classificação de acordo com informações publicadas na Sociedade Brasileira de Diabetes (2009) baseia-se atualmente, na Organização Mundial de Saúde (OMS) e na Associação Americana de Diabetes (ADA) especificando-a em: diabetes tipo 1 (DM1), diabetes tipo 2 (DM2), outros tipos de diabetes e Diabetes Mellitus Gestacional (DMG), que é o foco deste estudo (SBD, 2009). A patogenia do Diabetes Mellitus ocorre tanto por distúrbios nas vias secretórias de insulina quanto pela diminuição da sensibilidade dos tecidos à insulina (GUYTON, 2006). Sensibilidade esta justificada por Alberts (2010) como sendo desencadeado pelo trabalho exacerbado das células secretórias desse hormônio no pâncreas (células B). Na gravidez, ocorre o DMG no qual o grau de intolerância à glicose é detectado durante a gravidez e pode persistir ou não depois do parto (SBD, 2009). O diabetes gestacional é o problema metabólico mais frequente na gestação e pode acometer 3% a 13% das gestantes (SBD, 2009). Por tal, investir na prevenção e controle é de suma importância para o estado de saúde dos indivíduos susceptíveis a esta patogenia e a possíveis complicações. A ocorrência de DM1 na população de gestantes é de até 0,1% ao ano, e a de DM2 é de 2% a 3% ao ano e a de DMG é de 12% a 13%, dependendo dos critérios diagnósticos utilizados e da população estudada (SBD, 2009). Conhecer o tipo de diabetes que a gestante possui é necessário, pois o impactará de maneira diferenciada na saúde da gestante e do seu concepto. Segundo a SBD (2009) o DMG pode aumentar a morbimortalidade tanto materna quanto fetal. Dentre a morbimortalidade dos filhos de mães com DMG têm a macrossomia e hipoglicemia neonatal. Weinert (2011) acrescenta ainda as seguintes complicações para o concepto: prematuridade, distocia de ombro e morte perinatal. 9
Quanto às fases do desenvolvimento fetal e o aparecimento da Diabetes Mellitus Gestacional, Fetita (2006) relata que a DMG aparece em geral na segunda metade da gravidez e afeta principalmente o ritmo de desenvolvimento fetal. A longo prazo, os conceptos de gestantes portadoras deste distúrbio têm maior probabilidade de desenvolver obesidade e desenvolvimento psicomotor mais lento (RIZZO, 1995). Muitos casos de hiperglicemia com reconhecimento de Diabetes Mellitus na gravidez não são diagnosticados, levando a agravamento da saúde materna e fetal. Dessa forma, a Sociedade Brasileira de Diabetes (2009) relata ser de extrema necessidade uniformizar a triagem, diagnóstico e tratamento de todos os graus de disglicemia. Caso o diabetes seja diagnosticado antes desse período da gravidez, é provável que se trate de um diabetes de qualquer tipo, já existente na fase prégestacional, mas não diagnosticado previamente (SBD, 2009, pág. 266). Segundo Harvey (2012) gestantes que tiveram DMG possuem risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2 depois da gravidez porque elas são incapazes de compensar adequadamente a resistência à insulina com a liberação aumentada deste hormônio. O surgimento do diabetes tipo 2 (DM2) em mulheres vem aumentando em até seis vezes depois de um quadro clínico de diabetes Mellitus gestacional (ANNA, 2005). Em um estudo realizado por Silva (2003), observou-se que passado 10 a 12 anos da gestação, o DM2 foi confirmado em 16,7% das portadoras de hiperglicemia gestacional leve e houve variação de 23,6 a 44,8% nas portadoras de DMG. O tratamento em equipe multiprofissional do diabetes gestacional é importante porque aumenta a possibilidade dos desfechos maternos e fetais serem semelhantes aos de populações de baixo risco; a reavaliação e a orientação depois do parto podem identificar precocemente mulheres que permaneceram com alteração metabólica, possibilitando deste modo adoção de ações de prevenção (WEINERT et al, 2011). Para Grossi (2009) grande parte dos cuidados necessários ao tratamento do diabetes é realizada pelo próprio paciente ou pelo familiar, assim temos que capacitá-los para o manejo diário da doença, conferindo a eles autonomia e responsabilidade compartilhada com a equipe de profissionais que os assistem. 10
A monitorização da glicemia capilar é um dos critérios que faz parte da terapêutica dessas gestantes com DMG. Para Weinet et al (2011) o tratamento do DMG foca primeiramente na mudança de hábito de vida, como na reeducação alimentar e prática de atividade física para as que não tenham contra indicação. Quando os níveis glicêmicos estão acima da meta se introduz a terapia medicamentosa, que na maioria das vezes é através da insulinoterapia. É importante a orientação dessas gestantes no que tange a amamentação precoce do recém-nascido com o intuito de se reduzir o risco de hipoglicemia neonatal. A possibilidade, também, da ocorrência de internação do recém-nascido em unidade de terapia intensiva, por hipoglicemia ou imaturidade pulmonar deve ser esclarecida, bem como o risco aumentado do recém-nascido ter obesidade e/ou diabetes no futuro (SBD, 2009). Há necessidade de recomendação e abordagem terapêutica para essas pacientes com DMG em fases: pré-gestacional, ao longo da gravidez e pós parto já que percebe-se que há impactos diversos desta patologia sobre o curso da gravidez e o crescimento fetal. A orientadora dessa pesquisa percebe na sua prática profissional, como enfermeira da assistência de uma maternidade de alto risco, um impacto grande no momento do diagnóstico da doença para as gestantes, quase sempre negam a situação ou ficam temerosas em relação à patologia. A identificação das dificuldades relacionadas à doença, aos serviços de saúde, bem como aquelas decorrentes da complexidade dos esquemas terapêuticos, pode permitir a atuação do enfermeiro no sentido de reverter tais dificuldades ou procurar desenvolver com as pacientes estratégias mais adequadas para o enfrentamento delas (GROSSI, 2009). Diante desses fatores, resolveu-se realizar uma pesquisa acerca do impacto do diabetes gestacional na vida dessas mulheres, para constatar as dificuldades relacionadas ao segmento da terapêutica e à doença, mapear o perfil sócio demográfico das gestantes com este distúrbio, identificar e analisar o grau de comprometimento destas com o tratamento e propor melhorias na atuação da enfermeira para minimizar as dificuldades das pacientes com DMG em relação ao segmento terapêutico e à doença, permitindo com isso um melhor entendimento da vivência e do enfrentamento das mulheres com diabetes gestacional, e assim promover um cuidado individualizado e com qualidade. 11
5 METODOLOGIA 5.1 TIPO DE ESTUDO O estudo será do tipo exploratório descritivo com abordagem qualitativa. 5.2 LOCAL E PERÍODO DO ESTUDO A pesquisa será realizada em uma instituição pública hospitalar na cidade de Salvador BA, no período de Setembro de 2013 a Dezembro de 2013. O local do estudo foi escolhido pelo fato desse hospital ser referência em gestação de alto risco e porque a orientadora da pesquisa trabalha na unidade materno infantil deste hospital. 5.3 INSTRUMENTO PARA A COLETA DE DADOS Serão aplicados dois questionários, um contendo questões abertas (pertinentes a esse estudo) e outro contendo questões fechadas referentes à identificação dos sujeitos. 5.4 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DOS DADOS Inicialmente, será submetido à apreciação do comitê de ética em pesquisa, depois será solicitada permissão da Instituição para a realização do estudo. Se aprovado o projeto, pesquisadora e orientadora manterão contato com as pacientes pela intermediação do setor responsável, as quais serão orientadas sobre 12
o objetivo do estudo, os procedimentos, bem como, a manutenção do sigilo das informações prestadas conforme Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). As parturientes que voluntariamente desejem participar, será solicitado assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Onde a partir daí iniciará a coleta dos dados durante o tempo previsto neste estudo. 5.5 PROCEDIMENTOS PARA A ANÁLISE DOS DADOS Os dados qualitativos serão transcritos e após leitura exaustiva serão estabelecidas as categorias com base na análise temática, que segundo Minayo (2004) é feita em três etapas: pré-análise com leitura flutuante e exaustiva; exploração do material e tratamento e interpretação dos resultados obtidos. 13
6 ASPECTOS ÉTICOS 6.1 CRITÉRIOS DE PARTICIPAÇÃO Dos critérios de recrutamento: Serão selecionadas as pacientes portadoras de diabetes gestacional atendidas na Enfermaria de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital Geral Roberto Santos que concordarem e assinarem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para realização do estudo. Dos critérios de inclusão/exclusão: Serão incluídas todas as gestantes portadoras de DMG comunicadas a cerca do objetivo da pesquisa durante as entrevistas a serem realizadas e que assinaram o TCLE. Serão excluídas aquelas pacientes que negarem o consentimento livre e esclarecido, como também, aquelas que forem portadoras de algum tipo de DM, porem, não forem de Diabetes gestacional. 6.2 INTERRUPÇÃO DA PESQUISA Se houver algum tipo de problema com um dos componentes desta pesquisa (entrevistadora e/ou orientadora) que inviabilize a continuidade deste estudo, as mesmas assumem o compromisso de suspender ou encerrar o estudo em seguida, e de informar ao Comitê de Ética e Pesquisa Envolvendo Seres Humanos (CEP-HGRS) para que tome as devidas providências. Sobre as limitações do projeto, serão identificadas as dificuldades das pacientes com DMG relacionadas ao segmento terapêutico e à doença e isso pode acarretar a omissão de informações pelas pacientes entrevistadas devido às circunstancias emocionais e/ou de estresse por estarem em internação. Entretanto, ao atuarmos de forma clara e objetiva na entrevista esclarecendo o objetivo de estudo, os benefícios e os aspectos éticos relacionados ao estudo possibilitaram o entendimento das participantes quanto à importância daquelas informações. 14
6.3 APROXIMAÇÃO COM O CAMPO 15
6.4 RISCOS E BENEFÍCIOS 6.4.1 RISCOS PARA OS PARTICIPANTES A pesquisa será realizada com métodos não invasivos a partir de entrevistas semiestruturadas e analise dos dados qualitativos coletados, logo, não estão previstos riscos aparentes diretamente relacionados ao estudo. Conforme os dados forem coletados, as informações contidas neles e a identificação do paciente será acessível apenas pelas pesquisadoras (pesquisadora e orientadora). Além disso, os questionários com a identificação das gestantes só serão permitidos o acesso para as componentes da pesquisa. 6.4.2 BENEFÍCIOS O estudo proporcionará maior aquisição de conhecimento acerca do tema em questão beneficiando as clientes com esse tipo de distúrbio a incorporar de uma maneira efetiva o tratamento. 16
7 TERMO DE COMPROMISSO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) Pelo presente Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, eu, gestante internada no Hospital Roberto Santos, me disponho a participar da pesquisa DIABETES MELLITUS GESTACIONAL (DMG): dificuldades e receios enfrentados pela gestante em relação à terapêutica e a doença, sob responsabilidade da orientadora Olivia Souza Castro Almeida. O meu consentimento em participar da pesquisa se deu após ter sido informada pela pesquisadora, de que: 1. A pesquisa se justifica pela necessidade de pensarmos e discutirmos sobre a nossa prática, especialmente sobre a problemática de Diabetes Mellitus Gestacional; 2. Seu objetivo é: Reconhecer as dificuldades e receios das pacientes com diabetes gestacional relacionadas ao segmento terapêutico e com a doença, delinear o perfil sócio demográfico das gestantes portadoras de Diabetes Mellitus Gestacional e averiguar o grau de comprometimento dessas pacientes com o tratamento; 3. Os dados serão coletados através das seguintes técnicas e instrumentos: formulário com questões fechadas e entrevista gravada com as questões abertas. 4. Minha participação é voluntária, tendo eu a liberdade de desistir a qualquer momento sem risco de qualquer penalização. 5. Será garantido o meu anonimato e guardado sigilo de dados confidenciais. 6. Caso sinta necessidade saber mais sobre a pesquisa durante e/ou após a coleta de dados, poderei fazê-lo pelo telefone (71) 9275-8612. 7. Ao final da pesquisa, se for do meu interesse, terei livre acesso ao conteúdo da mesma, podendo discutir os dados com a pesquisadora. 8. Os riscos e benefícios desta pesquisa serão: a pesquisa é isenta de riscos; como beneficio podemos citar a aquisição de um maior conhecimento a respeito do tema em questão, como também as informações obtidas através deste estudo podem ajudar as clientes com esse tipo de distúrbio a incorporar de uma maneira mais efetiva o tratamento. Salvador, de de Participante Pesquisadora 17
8 DECLARAÇÃO DE CONCORDÂNCIA DA INSTITUIÇÃO PARTICIPANTE CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA INSTITUIÇÃO COMO INSTRUMENTO DE PESQUISA Eu,, Diretora do Hospital Geral Roberto Santos, abaixo assinado concordo em dar o livre consentimento para a realização do estudo DIABETES MELLITUS GESTACIONAL (DMG): dificuldades e receios enfrentados pela gestante em relação à terapêutica e à doença. Fui devidamente informada e esclarecida pela orientadora da pesquisa sobre a pesquisa e os procedimentos nela envolvidos onde não há nenhum risco para o seu desenvolvimento e possíveis benefícios serão decorrentes da participação dos entrevistados. Tive a total garantia de que posso retirar meu consentimento a qualquer momento sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupção do acompanhamento, assistência ou tratamento das pacientes. Salvador, de de Assinatura do Responsável 18
9 ORÇAMENTO Orçamento Unid. Quant. Valor Unit. Valor total Material bibliográfico (a) 40,00 Impressão de documentos (TCLE e questionários) unid. 200 0,20 40,00 Equipamentos (b) 100,00 Gravador unid. 1 100,00 Material de consumo (a) 370,00 Resma de papel A4 Unid 01 20,00 Cartuchos de Tinta Preta de Impressão Unid 02 150,00 Cartuchos de Tinta Colorida de Impressão Unid 01 100,00 Tonner de impressora Unid 01 100,00 Transporte Unid 120 336,00 Recursos de Artes Gráficas 300,00 Recursos de Comunicação 300,00 TOTAL GERAL 1346,00 9.1 JUSTIFICATIVAS DO ORÇAMENTO Devido à necessidade de obter o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, para aplicar o questionário sócio demográfico será necessário utilizarmos serviços de impressão, cópia e folhas para transcrição de depoimentos. A aplicação do questionário aberto através de gravações e anotações implicará em gastos com gravador. Recursos com artes gráficas e internet serão necessários (para exposição dos dados finais, publicações em eventos científicos). Custos com locomoção bem como comunicações também estão envolvidos. 19
10 CRONOGRAMA O presente projeto terá duração de 1 (um ano) e a coleta de dados será iniciada em Setembro de 2013 em Salvador - Ba ou na próxima data após a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS). Cronograma do plano de trabalho do acadêmico no projeto MÊS/ANO Ago 2013 Set 2013 Out 2013 ATIVIDADES Levantamento bibliográfico X X X Nov 2013 Estabelecimento dos objetivos X Estabelecimento da Metodologia X X Definição dos Instrumentos para coleta de dados X X Coleta de Dados X X X Relatório Parcial X X X X X X X X X Análise dos Dados X X X X X X X Interpretação dos resultados e discussão dos dados X X X X X X X Conclusão e redação final X X Relatório Final Dez 2013 Jan 2014 Fev 2014 Mar 2014 Abr 2014 Mai 2014 Jun 2014 Jul 2014 X Cronogramas das Atividades 01-02 mês 03-04 mês Definição das estratégias a serem utilizadas X X Visita à Enfermaria de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital Geral Roberto Santos para estabelecer o fluxo de trabalho Compra dos materiais e equipamentos necessários à realização do estudo Seleção dos pacientes, Assinatura do TCLE e Entrevista com aplicação dos questionários abertos e fechados nas pacientes cadastradas Análise das gravações e dos questionários fechados a partir de leitura exaustiva das gravações transcritas 05-06 mês 07-08 mês 09-10 mês X X X X X X X X X X 11-12 mês X X X X Analises dos resultados finais X X X X Publicação dos resultados X X Apresentação dos resultados finais X X * Se houver necessidade de prolongamento das coletas de dados, pediremos a solicitação ao CEP do HGRS. 20
REFERÊNCIAS ALBERTS, Bruce et al. Biologia Molecular da Célula. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. 1728 p. BERTINI A.M., et al. Diabetes mellitus: Conduta terapêutica na gestação. Revista Medicina Materno-Fetal. Rev Med Mat Fetal 2011;2(1):11-18. BRASIL. Ministério da Saúde. Gestação de alto risco: manual técnico / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção a Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. 5. ed. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2010. 302 p. (Serie A. Normas e Manuais Técnicos). DEMEY-PONSART, E.; FOIDART, J., SULON, J.; SODOUEZ, J.; SERUM, C. B. G.. Freeand total cortisol and circadian patterns of adrenal function in normal pregnancy. JSteroidBiochem. 1982;16:165-9. Golbert Airton, Campos Maria Amélia A.. ArqBrasEndocrinolMetab[serial ontheinternet]. 2008 Mar; 52(2): 307-314. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/abem/v52n2/18.pdf>. Acesso Abril de 2013. FETITA, P. C.; SOBNGWI, E.; SERRADAS, P.; CALVO, F.; GAUTIER, J. F. Consequences of fetal exposure to maternal diabetes in offspring. J ClinEndocrinolMetab. 2006 Oct;91(10):3718-24. Department of Endocrinology and Diabetes. Disponível em: http://jcem.endojournals.org/content/91/10/3718.full.pdf. Acesso em Abril de 2013. GROSSI, Sônia Aurora Alves; PASCALI, Paula Maria. Cuidados de Enfermagem em Diabetes Mellitus. Sociedade Brasileira de Diabetes. São Paulo, 2009. Disponível em: http://www.diabetes.org.br/attachments/1118_1324_manual_ enfermagem.pdf. Acesso em 27 de Abril de 2013. GUYTON, Arthur Clifton; HALL, John E.. Tratado de Fisiologia Médica. 11. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. 1115 p. HARVEY, Richard A.; FERRIER, Denise R.. Bioquímica Ilustrada. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. 520 p. KUMAR, Vinay et al. Robbins & Cotran Patologia: Bases Patológicas das Doenças. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 1458 p. LANDIM, C. A. P.; MILOMENS, K. M. P.; DIÓGENES, M.A.R.. Déficits de autocuidado em clientes com diabetes mellitus gestacional: uma contribuição para a enfermagem. Rev Gaúcha Enferm., Porto Alegre (RS) 2008 set; 29 (3): 374-81. MINAYO, M. C. S.. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 8. ed. São Paulo : Hucitec, 2004. 21
RIZZO, T. A.; DOOLEY, S. L.; METZGER, B. E.; CHO, N. H.; OGATA, E.S.; SILVERMAN, B.L. Prenatal and perinatal influences on longterm psychomotor development in off spring of diabetic mothers. Am J ObstetGynecol. 1995 Dec; 173 (6): 1753-8. Department of Medicine, Northwestern University Medical School, Children's Memorial Hospital, Chicago, Illinois, USA. SILVA, M. R.; CALDERON, Ide M; GONÇALVES, L. C.; ARAGON F. F.; PADOVANI C. R.; PIMENTA, Wde P. Related citations. Occurrence of diabetes mellitus in women with prior gestational hyperglycemia. Rev Saúde Pública. 2003 Jun; 37 (3): 345-50 SILVA, Penildon. Farmacologia. 8ªed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. Sociedade Brasileira de Diabetes, SBD. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2009. 3ª Edição. São Paulo. Disponível em: http://www.diabetes.org.br/ attachments/diretrizes09_final.pdf. Acessado em 30 de Abril de 2013. ANNA, V.; VAN DER PLOEG, H. P.; CHEUNG, N. W.; HUXLEY, R. R.; BAUMAN, A. E.. Socio demographic correlates of the increasing trend in prevalence of gestational diabetes mellitus in a large population of women between 1995 and 2005. Diabetes Care. 2008 Dec; 31(12): 2288-93. WEINERT, L. S.; et al. Diabetes gestacional: um algoritmo de tratamento multidisciplinar. Arq. Bras. Endocrino. Metab. 2011;55/7. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0004-27302011000700002&script=sci_arttext. Acessado em 30 de Abril de 2013. 22
APÊNCICES APÊNDICE I: TERMO DE COMPROMISSO DA PESQUISADORA INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA Título do Projeto: DIABETES MELLITUS GESTACIONAL (DMG): dificuldades e receios enfrentados pela gestante em relação à terapêutica e a doença Pesquisador responsável: Tatiane de Souza Mançú Telefone p/ contato: (71) 9977-6744; (71) 3366-9567 Eu, Tatiane de Souza Mançú, estudante do curso de Enfermagem da Escola de Medicina e Saúde Pública, peço a livre autorização do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), através da diretora responsável, Dra., para que seja realizada uma pesquisa com gestantes portadoras de Diabetes Mellitus Gestacional, que fazem acompanhamento nesta instituição, sob orientação da professora Olivia Souza Castro Almeida, com objetivo reconhecer as dificuldades e receios das pacientes com diabetes gestacional relacionadas ao segmento terapêutico e com a doença, delinear o perfil sócio demográfico das gestantes portadoras de Diabetes Mellitus Gestacional, e averiguar o grau de comprometimento dessas pacientes com o tratamento. Desta forma, a pesquisa se procede através de formulário e entrevista gravada destinados às clientes, garantindo com isso a descrição, o sigilo absoluto e o livre direito de retirar o consentimento a qualquer tempo. Contudo, o presente estudo não apresentará de forma alguma à instituição e aos entrevistados, desconforto e riscos possíveis. A participação destas pessoas durante a pesquisa será de grande importância para podermos ter um maior conhecimento acerca de alguns distúrbios que acarretam a gravidez. Salvador, de de Olivia Souza Castro Almeida (Orientadora) Tatiane de Souza Mançú (Pesquisadora) 23
APÊNCICE II: Questionário fechado para gestantes portadoras de Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) 1. Dados de identificação: Idade: Nacionalidade: Naturalidade: Endereço: Bairro: CEP: Cidade: 2. Estado Civil: ( ) Solteira; ( ) Separada; ( ) Casada; ( ) União Consensual; ( ) Divorciada; ( ) Viúva. 3. Profissão: 4. Escolaridade: ( ) Analfabeta; ( ) Ensino Médio Incompleto; ( ) Ensino Fundamental Incompleto; ( ) Ensino Médio Completo; ( ) Ensino Fundamental Completo; ( ) Ensino Superior. 24
5. Cor: ( ) Branca; ( ) Parda; ( ) Negra. 6. Renda Familiar: ( ) Menos de 1 (um) salário mínimo; ( ) Entre 1 (um) e 2 (dois) salários mínimos; ( ) Entre 2 (dois) e 3 (três) salários mínimos; ( ) Mais de 3 (três) salários mínimos. Especificar: 7. Peso: Estatura: 8. Idade Gestacional: 9. Idade Gestacional no momento da descoberta do diagnóstico do DMG: 10. Possui antecedentes familiares portadores de Diabetes Mellitus? ( ) Sim; ( ) Não. 11. Possui antecedente pessoal diabético? ( ) Sim; ( ) Não. Caso afirmativo: ( ) Tipo I; ( ) Tipo II; ( ) DMG. 25
12. Qual a conduta utilizada no controle do Diabetes? ( ) Insulina; ( ) Dieta; ( ) Hipoglicemiante oral; ( ) Outros. 13. Segue a dieta e/ou o tratamento farmacológico rigorosamente? ( ) Sim; ( ) Não. Porque? 26
APÊNCICE III: Questionário aberto para gestantes portadoras de Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) Na sua percepção, o que é diabetes gestacional? Conte-me como está sendo conviver com o diabetes gestacional. Na sua percepção, quais as complicações que podem ocorrer com você e seu bebê? Quais as suas dificuldade ou temor em relação à doença? Quais as suas dificuldades ou temor em relação ao tratamento de DMG? 27