ABORDAGENS PRAGMÁTICAS SOBRE LINGUAGEM E ENSINO: AMPLIANDO ESPAÇOS DE DISCUSSÃO PARA APROXIMAR UNIVERSIDADE E COMUNIDADE

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Transcrição:

12. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1 ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções) ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( X) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( ) SAÚDE ( ) TRABALHO ( ) TECNOLOGIA ABORDAGENS PRAGMÁTICAS SOBRE LINGUAGEM E ENSINO: AMPLIANDO ESPAÇOS DE DISCUSSÃO PARA APROXIMAR UNIVERSIDADE E COMUNIDADE Taís Regina Güths (tais_guths@hotmail.com) Djane Antonucci Correa (djanecorrea@uol.com.br) RESUMO Este trabalho visa a apresentar alguns resultados do projeto Abordagens Pragmáticas sobre Linguagem e Ensino, o qual tem como objetivos: 1) discutir textos específicos a fim de aprofundar os estudos em Pragmática; 2) elaborar uma proposta individual de trabalho; 3) propor oficinas em escolas ou outras comunidades; e 4) elaborar textos individuais para discussão e possível publicação. Dentre as propostas individuais de trabalho oriundas do projeto, este trabalho foca na proposta Políticas linguísticas e ensino: algumas conexões, entendendo-a como um dos meios de se ampliar os espaços de discussão por meio da extensão. Essa proposta tem como objetivo propiciar momentos de reflexão sobre a temática políticas linguísticas e suas relações com ensino, mais precisamente, em relação às línguas de imigração em dois espaços distintos na Universidade Estadual de Ponta Grossa e na cidade de Itaiópolis - SC, atingindo acadêmicos do curso de Letras, professores e membros da comunidade que, de uma forma ou outra, têm contato com o pensar sobre as políticas linguísticas dessa localidade em específico. Desse modo, entende-se que a extensão pode cumprir o seu papel, uma vez que se ampliam os espaços de discussão e pode-se propiciar reflexões sobre questões relativas à realidade social. PALAVRAS-CHAVE - Extensão. Pragmática. Políticas Linguísticas. Introdução Este trabalho tem como objetivo apresentar algumas ações desenvolvidas por meio do projeto Abordagens Pragmáticas sobre Linguagem e Ensino, o qual é vinculado ao programa de Extensão Laboratório de Estudos do Texto 1, enfatizando o modo como esse 1 O Laboratório de Estudos do Texto (LET) é um Programa de Extensão aprovado na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) pela Resolução CEPE N.º217, de 13/12/2007. Destina-se a sediar projetos voltados para áreas de interesse que se relacionam ao trabalho com textos e/ou áreas correlatas. Por meio de atividades de leitura, escrita e análise de textos dos mais diversos gêneros, neste espaço acontecem: a) oferta de cursos e minicursos; b) projetos de pesquisa que desenvolvem também trabalhos de extensão e ensino (basicamente, grupos de estudos que envolvam acadêmicos de iniciação científica e fomentem as linhas de pesquisa dos Cursos de Letras); c) projetos que contemplam a formação de professores; d) trabalhos com leitura e escrita que atendam a demandas de estratos sociais para os quais essas atividades sejam relevantes. Assim, o LET busca alicerce no diálogo entre extensão e procedimentos metodológicos que envolvam atividades relacionadas a ensino e pesquisa, contando com uma infraestrutura que permite realizar as diversas atividades que desenvolve. Dessa forma, os trabalhos desenvolvidos no LET procuram ser articulados ao currículo dos Cursos de Letras, de maneira que contemplem a formação de professores e pesquisadores interessados em discutir a função social da educação superior, pensando sempre em ampliar e aprimorar essas atividades.

12. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 2 busca propiciar novos espaços de discussão, de modo que a extensão possa cumprir o seu papel. Para que isso seja mais bem compreendido, torna-se necessário explicitar qual o entendimento de extensão que subsidia as ações desenvolvidas. Parte-se do entendimento de que a extensão é um modo pelo qual a universidade pode dar retorno à sociedade, ou seja, é um meio de a universidade cumprir seu papel social em relação aos problemas enfrentados além muros da instituição. Além disso, enfatiza-se que, de acordo com o Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras (2006), deve-se partir sempre de um trabalho baseado na tríade universitária, em outras palavras, de um trabalho em que ensino, pesquisa e extensão sejam vistos de forma integrada, pois a extensão, ao ser compreendida como uma experiência vivenciada na realidade social e não como prestação de serviços, também é uma atividade de ensino, uma vez que envolve um caráter educativo para todos os participantes. Além disso, acaba por envolver a produção de conhecimento, dessa forma, é um trabalho que integra tanto ensino quanto pesquisa. (FORPROEX, 2006). Tendo isso em vista, este trabalho abordará, de forma mais aprofundada, uma das propostas decorrentes do projeto Abordagens Pragmáticas sobre Linguagem e Ensino, uma vez que, como será explicado na sequência, um de seus objetivos é que os participantes elaborem propostas individuais de trabalho. Desse modo, o foco será voltado ao subprojeto Políticas linguísticas e ensino: algumas conexões, de modo a enfatizar o papel da extensão ao sair dos muros da instituição e, assim, ampliar os espaços de discussão sobre temas que são muito pertinentes à sociedade. Objetivos Primeiramente, é necessário deixar claros os objetivos do projeto Abordagens Pragmáticas sobre Linguagem e Ensino. Esse projeto busca dar continuidade aos estudos iniciados em 2011 em um curso de extensão que se intitulava Introdução aos estudos de Pragmática, visto que foi constatada a necessidade de discussões mais aprofundadas e que envolvessem alunos de graduação, de pós-graduação, professoras já atuantes em sala de aula de ensino fundamental e médio e professores da graduação, de modo que se pudesse trocar experiências. Assim, foram determinados como objetivos específicos: 1) discutir textos específicos a fim de aprofundar os estudos em Pragmática; 2) elaborar uma proposta individual de trabalho; 3) propor oficinas em escolas ou outras comunidades para discutir o assunto; e 4) elaborar textos individuais para discussão em grupo e possível publicação.

12. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 3 Considerando o segundo objetivo, foram propostos subprojetos, dentre os quais se destaca, para este trabalho, o subprojeto Políticas linguísticas e ensino: algumas conexões. Este tem como objetivo propiciar momentos de discussão com acadêmicos do curso de Letras, professores e comunidade em geral sobre a temática política linguística e suas relações com ensino, mais precisamente, em relação às línguas de imigração. Como objetivos específicos, busca propor leituras de textos que tratem da temática, de modo que seja possível estabelecer relações entre teoria e prática; aumentar a compreensão dos participantes em relação ao que sejam políticas linguísticas, trazendo para a discussão o histórico das políticas linguísticas em nosso país; bem como refletir também sobre qual o papel dos professores e futuros professores frente à heterogeneidade que marca as comunidades linguísticas. Assim, em se tratando de ampliar os espaços de discussão, esse projeto será desenvolvido em dois espaços. O primeiro será a Universidade Estadual de Ponta Grossa, mais especificamente, no Laboratório de Estudos do Texto (LET), com um grupo de graduandos do curso de Letras e professores do ensino fundamental e médio, já o segundo será na cidade de Itaiópolis SC com professores e membros da comunidade que, de uma forma ou outra, têm contato com o pensar sobre as políticas linguísticas dessa localidade em específico e que vive na prática as consequências de políticas de monolinguismo. A escolha por esses espaços não foi aleatória. A Universidade Estadual de Ponta Grossa foi escolhida porque se entende que, na formação do futuro professor, é necessário que haja discussões sobre políticas linguísticas, para que o professor possa ter clareza de como elas, muitas vezes, agem em prol de um ideal de monolinguismo. O segundo espaço, a cidade de Itaiópolis, foi escolhido por apresentar traços multilíngues e multiculturais, mais fortemente ligados à cultura e à língua polonesa, assim, acredita-se que discussões como as propostas são de fundamental importância para os participantes que se encontram em um processo de manutenção do uso da língua polonesa, por meio da busca de um ensino oficial desta língua. Referencial teórico-metodológico É importante esclarecer que se parte da compreensão de que, na sociedade atual, é flagrante a heterogeneidade etnocultural, sociolinguística, sócio-histórica e socioeconômica (SIGNORINI, 2013, p. 75). Assim, apesar do mito do monolinguismo (CAVALCANTI, 1999), entende-se que o Brasil é um país multilíngue e multicultural, uma vez que esses contextos não são minoritários. Alguns exemplos trazidos pela autora são os contextos

12. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 4 indígenas, com grande valorização da cultura oral, as comunidades de imigrantes, as zonas de fronteira, as comunidades rurais e rurbanas 2. Desse modo, a partir dessa compreensão, é que se entende a necessidade de se discutir mais a fundo a relação entre as políticas linguísticas e ensino, por se entender que a escola é um espaço privilegiado das políticas linguísticas, as quais podem ser entendidas como intervenções no uso da língua (CALVET 2003), tendo como grande exemplo, no Brasil, a nacionalização do ensino. Assim, por se tratar de um projeto que busca discutir políticas linguísticas, o referencial teórico diz respeito a temas relacionados a essa área de estudos, abordando também as relações com identidade, identidade nacional e pragmática. Ressalta-se que o grupo participante do projeto Abordagens Pragmáticas sobre Linguagem e Ensino realizou leituras e discussões prévias sobre textos referentes à pragmática, como Armengaud (2006), Pinto (2006; 2010) e Rajagopalan (1999; 2010), de modo que fosse possível, nos projetos individuais, estabelecer relações entre as temáticas específicas e um pensar sobre língua(gem) a partir dos estudos pragmáticos. Em se tratando da metodologia da proposta individual, pode-se dizer que as discussões partirão de leituras previamente estipuladas, dentre as quais destacamos Calvet (2013), Oliveira (2003), Wachowicz (2002), Rajagopalan (2013), as quais servirão de ponto de partida para nortear a discussão, com o objetivo também de aumentar a compreensão dos participantes sobre o que sejam políticas linguísticas. Desse modo, espera-se, ao se relacionar teoria e prática, refletir sobre qual é o papel dos professores e futuros professores frente à heterogeneidade que marca as comunidades linguísticas. Assim, a metodologia será baseada na leitura e discussão de textos que serão previamente solicitados, de modo que os encontros sejam momentos de divisão das reflexões e de possíveis dúvidas em relação aos textos lidos. Caso seja necessário, a metodologia também contará com momentos de escrita. Resultados Como já dito, o projeto Abordagens Pragmáticas sobre Linguagem e Ensino ainda está em desenvolvimento, dessa forma, pode-se falar dos resultados obtidos até o momento. Esses se referem a artigos e ensaios que retomam as reflexões e as experiências trazidas pelas propostas individuais e coletivas já realizadas, bem como discussões mais aprofundadas sobre as várias relações estabelecidas entre pragmática e ensino de língua(gem). Além disso, têm-se 2 Termos utilizados conforme Cavalcanti (1999).

12. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 5 como resultado as propostas individuais oriundas do projeto que possibilitam que tais discussões possam ser expandidas, uma vez que os espaços de discussão também o são. Nesse sentido, podem-se citar também os resultados esperados por meio da proposta individual Políticas linguísticas e ensino: algumas conexões, uma vez que essa possibilita justamente a ampliação dos espaços de atuação da universidade por meio da extensão. Assim, espera-se alcançar discussões aprofundadas sobre a temática, de modo que os participantes possam dar suas opiniões a partir de suas visões de mundo e de seus contextos e que possam, por meio da teoria discutida, aprofundar seus conhecimentos teóricos para que também seja possível propor um repensar sobre a teoria a partir da prática e a aproximação entre a universidade e a comunidade. Considerações Finais As conclusões dizem respeito a entender como fundamental o fato de o projeto trabalhar a fim de complementar a formação acadêmica, pautando-se na indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Desse modo, também se ressalta que se espera aumentar as discussões sobre pragmática e suas conexões com o ensino de língua(gem). Para finalizar, relembra-se o fato de a extensão ser um modo de dar retorno à sociedade, uma vez que o projeto, ao ampliar os espaços de discussão, acaba por propiciar reflexões sobre questões referentes ao tratamento da língua, assim como em relação a questões relacionadas a políticas linguísticas, de modo que se possa ter maior clareza sobre as intervenções no uso da língua. Referências ARMENGAUD, F. A pragmática. Tradução de Marcos Marciolino. São Paulo: Parábola Editorial, 2006. CAVALCANTI, M. C. Estudos sobre Educação Bilíngue e Escolarização em Contextos de Minorias Linguísticas no Brasil. DELTA, n. 15, p. 385-418, 1999. CALVET. L. J. As políticas linguísticas. São Paulo: Parábola Editorial: IPOL, 2007. FORPROEX. Indissociabilidade Ensino-Pesquisa-Extensão e a Flexibilização Curricular: uma Visão da Extensão. Porto Alegre: UFRGS; Brasília: MEC/SESU. 2006 OLIVEIRA, G. M. (Org.). Declaração Universal dos Direitos Linguísticos: novas perspectivas em política linguística. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2003. PINTO, J. P. A Pragmática. In: MUSSALIN, F.; BENTES, A. C. (Orgs.). Introdução à linguística: domínios e fronteiras. 5 ed. v. 2. p. 47-68, São Paulo: Cortez, 2006.

12. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 6. Da língua-objeto à práxis linguística: desarticulações e rearticulações contra hegemônicas. Linguagem em Foco, n. 2., p. 69-83, 2010. SIGNORINI, I. Política, Língua Portuguesa e Globalização. In: MOITA LOPES, L. P. Português no Século XXI: cenário geopolítico e sociolingüístico. São Paulo: Parábola Editorial, 2013. p. 74-100 RAJAGOPALAN, K. Os caminhos da pragmática no Brasil. Delta. v.15, n.especial,1999.. Política lingüística: do que é que se trata, afinal?. In: NICOLAIDES, C.; SILVA; K. A.; TILIO, R. ROCHA, C. H. Política e Políticas Linguísticas. Campinas: Pontes Editores, 2013.. Nova pragmática: fases e feições de um fazer. São Paulo: Parábola Editorial, 2010 WACHOWICZ, R. C. As escolas da colonização polonesa no Brasil. Curitiba: Champagnat, 2002.