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Transcrição:

Ocorrência de Anticorpos IgG e IgM Anti-Toxoplasma gondii em Soro de Gestantes Atendidas na Unidade Básica de Saúde de Brasília Teimosa-Natal/RN (*) Sampaio, G. H. F. 1 Celestino, D. C. D. 1 Araújo, C. A. de M. 1 Cavalcanti e Silva, D. G. K. 2 Lemos, T. M. A. M. 3 Sales, V. S. de F. 3 Freire, A. C. G. 3 Silva, E. M. de A. 3 Júnior, G. B. C. 3 Resumo Summary A toxoplasmose é uma parasitose prevalente em todo o mundo que quando adquirida podendo se transmitida ao feto quando contraída durante o período gestacional e causar, entre outros problemas, atraso no desenvolvimento neuro psicomotor, déficit visual e de audição. A prevenção da transmissão vertical deve ser iniciada antes da concepção ou o mais precocemente possível durante o exame pré-natal. Neste trabalho foi realizado um estudo objetivando a avaliação da soroprevalência da toxoplasmose em parturientes, atendidos na Unidade Básica de Saúde de Brasília Teimosa-Natal/RN, usando o teste sorológico de imunofluorescência indireta. Os resultados mostram que 62,5% dessas pacientes possuem anticorpos antitoxoplasma, sendo que 22,5% da classe IgG e IgM concomitantemente, em diferentes títulos, e 62,5% possuíam anticorpos da classe IgG. O índice de prevalência de anticorpos anti-toxoplasma neste grupo de gestantes está relacionada à localização geográfica, hábitos alimentares e níveis de higiene. Palavras-Chave: Toxoplasmose, Gestantes, Reação de Imunofluorescência indireta. Occurrence of anti-toxoplasma gondii IgG and IgM antibodies in sero from pregnancy assisted in Unidade Básica de Saúde de Brasília Teimosa-Natal/RN (*) The toxoplasmosis is a prevalent parasitosis throughout the world, when acquired during pregnancy can be transmitted to the fetus and cause, among other problems, delay in the neuropsychomotor development, visual deficiency and audition loss. In this work, a study was accomplished aiming at the evaluation of the seroprevalence of the toxoplasmosis in parturients from the Unidade Básica de Saúde de Brasilia Teimosa-Natal/RN, through serological test indirect immunofluorescence. The results showed that 62,5% of these patients had antibodies anti-toxoplasma, once that 22,5% had IgM and IgG, in different titles, and 62,5% had antibodies of the type IgG. The index of prevalece of antibodies anti-toxoplasma in this group of pregnants coud be the according with the citation, attended the geographical localization, alimentation habits and hygiene levels. Key Words: Toxoplasmosis, Pregnancy, Indirect Immunofluorescence. 1 Alunos Concluintes do Curso de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte; 2 Professor Assistente do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte; 3 Professores Adjunto do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. (*) Trabalho Apresentado ao Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (DACT/UFRN) para Elaboração de Trabalho de Conclusão do Curso de Farmácia da UFRN. 01 00 Positividade.indd 1 2/2/2009 12:29:16

1. Introdução Atoxoplasmose é uma zoonose, causada pelo Toxoplasma gondii, mundialmente difundida, apresentando maior incidência em países de clima quente e úmido, tendo como agente etiológico o protozoário Toxoplasma gondii, parasita intracelular obrigatório que apresenta capacidade de infectar um grande número de animais, inclusive o homem (1-5). Sua elevada prevalência em nosso meio está diretamente relacionada ao contágio por ingestão de cistos presentes em carnes crua ou mal cozida, principalmente de suínos, caprinos e bovinos; por contaminação da gestante para seu feto (via transplacentária ou congênita) além de ingestão de água hortaliças e frutas mal lavadas contaminadas (1, 3-5). A doença pode determinar quadros variados, desde ausência de sintomas até doença com manifestações clínicas graves. Em adultos sadios a infecção pelo toxoplasma é geralmente assintomática ou subclínica, podendo ocorrer o mesmo em grande parte das infecções congênitas (1-5). Nas infecções congênitas, tem sido constatado que a gravidade da infecção encontra-se indiretamente relacionada com a idade gestacional em que se deu a contaminação, ou seja, a gravidade da infecção é mais acentuada quando a infecção se dá no início da idade gestacional quando comparada com os casos de mulheres infectadas em estágios avançados de gestação (1, 3-8). Dessa forma, conclui-se que a maioria das crianças infectadas in útero são assintomáticos ao nascer, especialmente se a infecção materna ocorrer após o terceiro trimestre da gestação (1, 3, 7). Nos casos mais graves a doença pode provocar sintomas variados, mas comumente enquadrados dentro da síndrome ou tétrade de Sabin, caracterizada por coriorretinite (90% dos casos), calcificações cerebrais (69%), retardo psicomotor (60%) e micro ou macrocefalia em cerca de 50% dos casos (1, 3, 7). A infecção subclínica pode resultar em parto prematuro e defeitos neurológicos, intelectuais e auditivos subsequentes (1, 3, 12). O tratamento da toxoplasmose se baseia, principalmente na associação de sulfadiazina e pirimetemina e, apesar destes medicamentos possuírem uma ação eficaz na fase aguda da doença, quando ocorre a multiplicação ativa do parasito, frequentemente a infecção não é erradicada o que torna a prevenção da infecção de fundamental importância (13). Estudos prospectivos em gestantes demonstraram que o diagnóstico pré-natal da infecção, seguido pela terapia pré-natal, reduz a frequência de casos de toxoplasmose congênita bem como a sua gravidade (1-3 6-12). A pesquisa do parasito seja pela demonstração direta dos mesmos em material biológico proveniente de lesões ou pela inoculação em animais susceptíveis bem como a demonstração de segmento de DNA por métodos de biologia molecular são métodos de alto valor diagnóstico (2), porem de execução laboriosa de elevado custo o que torna os testes sorológicos como os métodos, de escolha para o diagnóstico da infecção (1, 3-4, 7, 13-15). Na pesquisa de anticorpos específicos das classes IgG e IgM têm sido possível definir um perfil sorológico capaz de refletir o estágio da infecção toxoplásmica e portanto se estabelecer uma correlação indireta entre a resposta imune humoral e estágios da doença (3-7, 9-15). Na infecção recente, em que podem ser observados sinais da doença aguda, é característica a presença de anticorpos da classe IgM que surgem nas primeiras semanas com uma rápida elevação, diminuindo e desaparecendo em poucas semanas ou meses, podendo, no entanto, persistir títulos baixos de IgM residual em alguns pacientes por um tempo mais prolongado (perfil I). O perfil II, fase de transição apresenta IgM positiva associada a elevados títulos de IgG e por último, o Perfil III indicativo de infecção antiga e que geralmente persiste por toda a vida, sendo caracterizado pela presença de anticorpos IgG de alta avidez em baixos títulos e ausência de outros anticorpos (3, 5). Nesta fase da infecção, devido à fatores tais como baixa da resposta imune ou a distúrbios hormonais, o indivíduo infectado poderá sofrer uma reagudização da toxoplasmose, fato que assume grande importância em gestantes e indivíduos imunossuprimidos (3, 5). 02 00 Positividade.indd 2 2/2/2009 12:29:17

Diversas técnicas que podem ser empregadas no diagnóstico sorológico da toxoplasmose, destacandose a reação de Imunofluorescência Indireta (IFI), a reação de Hemoaglutinação Indireta (HAI) e os testes imunoenzimáticos, ELISA (Enzime Linked ImunSorbent Assay) e ELFA (Enzime Linked Fluorescent Assay) (3, 5). A HAI, embora ainda utilizados, apresentam limitações, podendo levar a resultados falso-positivos inespecíficos ou de reação cruzada (3). Os testes imunoenzimáticos, ELISA e ELFA, têm contribuído para melhorar o diagnóstico sorológico da toxoplasmose, uma vez que apresentam elevada sensibilidade e especificidade. Mais recentemente ainda, os testes para captura de IgM e a detecção da avidez de IgG para toxoplasmose têm melhorado ainda mais os recursos, para diferenciar toxoplasmose aguda dos casos de contágio recente com alguns meses de evolução (3, 5). A reação de IFI surgiu com método substituto da técnica clássica de Sabin-Feldman, que é baseada na neutralização de parasitos vivos, em presença de anticorpos e complemento, que foi praticamente abandonada, devido à necessidade de se manipular o parasito em sua forma infectante (3). A IFI constitui um teste mais reprodutivo e seguro, pois utiliza toxoplasmas preservados como antígenos, apresentando também a vantagem da possibilidade da identificação de títulos de anticorpos IgM, IgG e IgA antitoxoplasma por meio de diluições crescentes, graças ao emprego de conjugados fluorescentes direcionados contra as cadeias pesadas das imunoglobulinas humanas supracitadas, possibilitando o estabelecimento das fases aguda ou crônica da infecção (16). Nesta técnica, toxoplasmas fixados em lâminas para reação de IFI, são incubados com soros a serem testados previamente diluídos, por um tempo determinado. Após esta etapa inicial, as lâminas são lavadas e novamente incubadas com uma imunoglobulina direcionada contra a fração FC da cadeia pesada da imunoglobulina humana que pode ser do tipo gama (IgG), mü (IgM) ou alfa (IgA), conjugada ao isotiocianato de fluoresceína (FITC). Os resultados quantitativos são expressos pela maior diluição reagente, ou seja, emissão de fluorescência verde dos toxoplasmas presentes na lâmina quando visualizadas no microscópio de imunofluorescência (16). A reação de IFI apresenta, no entanto limitações, estando sujeita a resultados falsos-positivos. A pesquisa de anticorpos do isótipo IgG por este método é sensível e específica, mas artesanal; sua leitura é subjetiva e os resultados quantitativos são menos reprodutíveis do que os obtidos por meio dos testes automatizados (16). A pesquisa de anticorpos do isótipo IgM anti-toxoplasma pode apresentar resultados falso-positivos pela interferência do Fator Reumatóide (FR) que eventualmente pode está presente nas amostras. O FR liga-se a IgG específica presa ao antígeno, que é reconhecida pelo conjugado anti-igm, na ausência de IgM específica anti-toxoplasma, de modo que todo resultado IgM positivo deverá ser confirmado, fazendo uma absorção previa do FR antes de executar a técnica (3, 16). Os níveis sorológicos para a detecção de anticorpos IgM para o T. gondii são ferramentas úteis para o diagnóstico de ambas as toxoplasmoses, congênita e aguda adquirida. Os níveis de anticorpos IgM aumentam rapidamente depois da infecção aguda adquirida, começando a declinar após vários meses, mas as concentrações detectáveis podem permanecer durante um ano ou mais (1, 3, 13-20). Em função da escassez de dados sobre a incidência da transmissão materno-fetal de toxoplasmose em nossa região, este trabalho tem como objetivo realizar um estudo soroepidemiológico em um grupo de gestantes do bairro de Brasília Teimosa-Natal/RN. 2. Material e métodos 2.1. Casuística A população estudada foi constituída por mulheres grávidas de 15 e 43 anos em diferentes períodos gestacionais, atendidas na Unidade Básica de Saúde de Brasília Teimosa-Natal/RN, no período de junho de 2007 a janeiro de 2008. A escolha foi aleatória, em que as mulheres foram convidadas para participar do projeto, após assinatura de um termo de consentimento informado. 00 03 Positividade.indd 3 2/2/2009 12:29:17

Paralelamente foi elaborado um questionário contendo informações sobre cada paciente tais como: idade, grau de instrução, período gestacional, contato com animais domésticos como, por exemplo, gatos domésticos, além de hábitos alimentares de ingerir carne mal passada. 2.2. Metodologia 2.2.1. Coleta das amostras Amostras de sangue periférico das pacientes foram coletadas por punção venosa e acondicionadas em tubos estéreis de tipo vacuntainer sem anticoagulante (Becton Dickinson and Company, USA). Após a formação do coágulo, os tubos foram centrifugados a 1.500 rotações por minutos (RPM) por 5 minutos (centrífuga sorológica, Fanen, Brasil), os soros foram separados da fase sólida, acondicionadas em tubos estéreis do tipo Eppendof (Becton Dickinson and Company, USA), devidamente identificados e estocados a -20ºC até o momento das análises. 2.2.2. Reação de Imunofluorescência Indireta (IFI) A reação de IFI foi realizada em lâminas de microscopia próprias para reação de imunofluorescência (biolab-mérieux S/A, Brasil). Inicialmente realizou-se a reconstituição do antígeno liofilizado (Toxoplasma gondii / Cecon; Brasil), em 2 mililitros (ml) de água destilada estéril e homogeneizando por inversão. Após lavar, desengordurar e secar as lâminas espalhou-se 10mL da suspensão antigênica em cada área circular das lâminas, deixando-as secarem em estufa a 37ºC (Fanen, Brasil) por 24 horas. Após esta etapa, as lâminas foram embaladas em papel-alumínio e estocadas a -20ºC até o momento das análises. Para realização das reações, as lâminas foram retiradas do freezer e descongeladas à temperatura ambiente por 15 minutos ainda sob proteção do papel-alumínio. Após esse período, esta proteção foi então retirada, sendo realizada a identificação das mesmas. A reação de IFI-IgG quantitativa foi realizada com as amostras do soro diluídas em PBS nas seguintes proporções: 1:16; 1:64; 1:128; 1:256, 1:1024 e 1:4096. Recobriu-se em cada círculo das lâminas previamente identificadas e contendo Toxoplasma gondii com soros previamente diluídos. Para cada círculo da lâmina foi empregado 20 microlitros (µl) dos soros diluídos, visando o preenchimento das áreas circulares, contendo o antígeno. As lâminas foram colocadas em câmara úmida e incubadas em uma estufa a 37ºC por 30 minutos. Após este período, as lâminas foram retiradas da estufa e rinsadas com PBS e incubadas por 5 minutos em uma jarra de Coplin contendo água destilada, procedendo-se em seguida a secagem das mesmas. Adicionou-se sobre cada orifício das lâminas 20µL do conjugado (imunoglobulina de cabra anti fração FC da cadeia pesada gama da imunoglobulina humana), marcada com isotiocianato de fluoresceína (FITC) (Fluoline G, biolab-mérieux S/A, Brasil), previamente diluído na proporção de 1:100 em uma solução contendo 1mg de azul de Evans, diluído em PBS. As lâminas foram incubadas novamente em câmara úmida a 37ºC por 30 minutos ao abrigo da luz. Após esta etapa, as lâminas foram retiradas da estufa e novamente rinsadas com PBS e incubadas por 5 minutos em uma jarra de Coplin contendo água destilada, procedendo-se em seguida, a secagem das lâminas com papel absorvente e jato de ar. Após esse procedimento, foi adicionada glicerina tamponada ph 8,7 sobre as áreas contendo toxoplasmas e em seguida uma lamínula para proteção. Por fim, as mesmas foram examinadas em um microscópio dotado de luz ultravioleta, utilizando objetiva de 40x e imersão, com filtros para FITC e filtro barreira laranja (Olimpus modelo BX41, Brasil). Para a pesquisa imunoglobulinas da classe IgM foi empregada a mesma metodologia descrita para a pesquisa da IgG. Neste caso, empregou-se como conjugado imunoglobulinas de cabra anti-fração FC da imunoglobulina da IgM humana marcada com FITC (Fluoline M, biolab-mérieux S/A, Brasil). As amostras foram consideradas reativas quando os toxoplasmas fixados na lâmina apresentaram fluorescência em toda a periferia e negativa quando os mesmos apresentaram ausência de fluorescência ou a mesma ficava localizada apenas na extremidade dos parasitas 04 00 Positividade.indd 4 2/2/2009 12:29:17

Tabela I Títulos de anticorpos específicos anti-toxoplasmose da classe IgG e IgM obtidos das gestantes sororeativas atendidas na Unidade Básica de Saúde de Brasília Teimosa-Natal/RN. Diluição de Anticorpos IgG: Número/Percentual IgM: Número/Percentual 1/256 17/42,5 6/15 1/1024 08/20 3/7,5 > 1/1024 0/0 0/0 Tabela II Distribuição, segundo faixa etária, de mulheres sororeativas atendidas na Unidade Básica de Saúde de Brasília Teimosa-Natal/RN. Faixa Etária (anos) Reatividade (IgM) Reatividade (IgG) 15-20 02 (22,3%) 05 (20%) 21-30 03 (33,3%) 08 (32%) > 30 04 (44,4%) 12 (48%) (reação polar) e o título do soro foi considerado aquele de máxima diluição ainda capaz de fornecer alguma reatividade superficial do parasita (3, 20). 3. Resultados Os resultados obtidos mostram que das 40 gestantes analisadas pela reação de IFI, 25 (62,5%) foram reativas; sendo que 9 (22,5%) foram reativas para IgM e IgG concomitantemente e 16 (40%) foram reativas apenas para a IgG. Não foi observado nenhum caso de detecção de anticorpos da classe IgM isoladamente. Na tabela I, observa-se que a maioria dos casos com reatividade para IgM e IgG apresentam diluições de 1/256, não ocorrendo no entanto casos de reatividade com diluições superiores a 1/1024. Na tabela II, observa-se reatividade em todas as faixas etárias com percentuais maiores nas gestantes na faixa etária acima de 30 anos. Observando os dados da Figura 1, não se pode afirmar que ocorreu infecção durante a gestação, no entanto, 33,5% das pacientes IgM reativas podem ter sido infectadas no início, ou próximo ao início da gestação por estarem no primeiro trimestre. Em relação às demais gestantes observou-se um perfil sorológico compatível com uma exposição residual ao Toxoplasma gondii. Na Figura 2, observa-se que o maior número de pacientes (44%) infectadas por toxoplasmose são aquelas que apresentam o ensino fundamental incompleto, ou seja, que possuem grau de escolaridade baixo. Vale salientar ainda que das Figura 1 Perfil sorológico das gestantes em diferentes períodos gestacionais com sorologia reativa, atendidas na Unidade Básica de Saúde de Brasília Teimosa-Natal/RN. 1º Tri (primeiro trimestre); 2º Tri (segundo trimestre); 3º Tri (terceiro trimestre) 00 05 Positividade.indd 5 2/2/2009 12:29:17

Figura 2 Grau de escolaridade das gestantes com sorologia reativa para toxoplasmose atendida na Unidade Básica de Saúde de Brasília Teimosa-Natal/RN. FI (fundamental incompleto); FC (fundamental completo); MI (médio incompleto) e MC (médio completo) pacientes infectadas por toxoplasmose, 62% delas possui no máximo o ensino médio incompleto. 4. Discussão O surgimento de anticorpos específicos anti-toxoplasma assinala a soroconversão dos testes sorológicos de não reagentes para reagentes, traduzindo à resposta (3-5, 7, 10, imune-humoral a infecção 18-20). As curvas de ascensão e queda dos títulos dos diferentes isótipos de anticorpos direcionados ao toxoplasma obedecem a ritmos distintos refletindo uma infecção recente ou pregressa ou ainda uma reagudização da mesma (3, 5, 20). A presença de elevados títulos de anticorpos IgM é indicativa de uma infecção recente, tornando um importante marcador sorológico de uma infecção aguda (3, 5, 15, 18-19). A presença de títulos elevados anticorpos da classe IgG em ritmo decrescente com ausência de anticorpos da classe IgM indica o fim da fase de infecção aguda e níveis estáveis de IgG são interpretados como infecção passada (19-20). No presente estudo foram analisados amostras de soro de 40 gestantes, atendidas na Unidade Básica de Saúde de Brasília Teimosa-Natal/ RN, os quais foram submetidos pesquisa de anticorpos específicos das classes IgG e IgM anti-toxoplasma pela reação de IFI. Constatou-se a presença de anticorpos específicos em 62,5% dos casos. Destes, 25 (62,5%) foram da classe IgG e 9 (22,5%) reativas para os anticorpos das classes IgG e IgM simultaneamente. Essa prevalência encontra-se dentro da faixa mencionada pelos diversos pesquisadores, nas diferentes regiões do mundo, com valores que se situam entre 20% e 90% (3). Em um estudo realizado em pacientes atendidos pelo Laboratório Celso Matos situado em Santarém-PA, Brasil, foi detectado a presença de anticorpos antitoxoplasma em 72,2% dos pacientes estudados. Destes, 60,9% eram da classe IgG, 5,8% da classe IgM e 5,5% IgG e IgM simultaneamente (17). Na Suécia foi encontrada uma soroprevalência semelhante á obtida nesse estudo, sendo que a taxa de prevalência de anticorpos IgG foi de 46,1% e a taxa de prevalência para a IgM foi de 1,7% (14). A prevalência de anticorpos IgG na Noruega foi de 10% (9), 14% em Estocolmo (10), 20,3% e de 67,3% em Paris (8). Em relação à idade dos pacientes e reatividade, a maior prevalência foi encontrada em indivíduos na da faixa etária entre 20 e 43 anos de idade (Tabela II), o que pode ser explicado pelo maior tempo de exposição aos fatores de risco (2-3, 18). Já o título de anticorpos apresentados por pelas gestantes no presente estudo, sugere que 16 dessas apresentam uma exposição residual ao T. gondii, devido à reatividade apenas para anticorpos da classe IgG, não oferecendo dessa forma e por isso risco ao feto, 9 dessas mulheres teriam tido uma exposição próxima ao início da gestação, oferecendo riscos de transmissão vertical para o filho e 15 pacientes apresentam riscos de adquirir toxoplasmose durante a gestação, o que levaria a manifestações clínicas graves ao feto (3, 12, 18). Em relação ao período gestacional, sabe-se que a infecção no início da gestação é mais raro, porém, as manifestações clínicas são mais graves, podendo ocorrer 06 00 Positividade.indd 6 2/2/2009 12:29:18

manifestações cerebrais, oculares e abortos. Já no final da gestação acontece exatamente o contrário, onde a infecção torna-se mais fácil, porém as manifestações são menos graves, sendo assintomática na maioria dos casos (1, 3, 18). A toxoplasmose aguda na gestação pode resultar em infecção congênita, podendo provocar no feto, lesões de localizações e gravidade variadas. O tratamento precoce da gestante infectada reduz substancialmente a transmissão placentária (15). No estudo em questão, das 15 gestantes que não apresentam ausência de anticorpos anti-toxoplasma, 6 estavam no primeiro trimestre de gestação e 5 no segundo trimestre e por serem pacientes em potencial para infecção, é de suma importância a realização dos testes sorológicos para a identificação e tratamento rápido da toxoplasmose caso seja detectada uma possível infecção (3, 12, 18-20). O grau de escolaridade está ligado diretamente com a prevenção contra parasitoses, e pode ser demonstrado no estudo em questão, onde se observou que o número mais elevado de gestantes infectadas está entre as que apresentam o ensino fundamental incompleto. A elevada prevalência da toxoplasmose em nosso meio está relacionada ao hábito de ingerir carnes cruas ou mal cozida e o contato com dejetos contaminados de animais domésticos como o gato (19). No entanto, no presente estudo mostrou que o maior número de gestantes com sorologia reagente não relatava contato direto com gatos domésticos. Esse fato pode ser explicado pelo fato de existirem outras formas de transmissão da toxoplasmose, tais como a via transplacentária, aleitamento materno, transfusão de sangue, consumo de verduras mal lavadas, ingestão de água contaminada e hábito de alimentar-se com carne mal cozida (3, 18) ; como foi mencionado neste estudo, em que 72% das gestantes infectadas possuírem hábito de ingerir carne mal passada. 5. Conclusão A elevada prevalência da toxoplasmose observado nesse estudo pode estar relacionada à localização geográfica, já que a infecção por Toxoplasma gondii tem uma maior prevalência em regiões de clima tropical ou subtropical como no Brasil, o que favorece a sobrevivência dos oocistos no meio ambiente por um período maior. Por meio deste estudo fica claro que a redução dos casos de toxoplasmose congênita será fruto da triagem sorológica de rotina durante o exame pré-natal e do fornecimento de informações sobre medidas de prevenção à infecção pelo Toxoplasma gondii. Referências Bibliográficas 1. Barrozo P. R. M.; Azevedo D. J. Toxoplasmose e gravidez. J. Brás. Ginec. 105 (7): 299-304, 1995. 2. Spalding S. M.; Angel S. O.; Amendoeira M. R.- Toxoplasmose. In: Rossetti M. L.; Dornelles da Silva M. C.; Sama Rodrigues J. J. Doenças infecciosas - Diagnóstico molecular; Editora Guanabara Koogan, pág. 102-111, 2006. 3. Camargo M. E. Toxoplasmose in: Ferreira, A. W. e Ávila, S. L. M. Diagnóstico laboratorial das principais doenças infecciosas e auto-imunes; Editora Guanabara Kogan, 2ª edição, cap. 27, pag. 278-288, 2001. 4. Camargo M. E. Diagnóstico laboratorial da toxoplasmose humana. Rev. Brás. Anal. Clín. 21 (1): 3-11, 1989. 5. Camargo M. E.; Leser P. G.; Leser W. S. P. Definições de perfis sorológicos para toxoplasmose. Importância diagnóstica e epidemiológica Rev. Brás. Anal. Clín. 13: 113-127, 1977. 6. Costa A. M. M.; Bonifácio A. C.; Santos R. P.; Cordeiro J. C. S. Dosagem de IgM anti-toxoplasma por IFI e ELFA em títulos elevados de IgG. News Lab. 28: 78-81, 1998. 7. Jacquier P.; Zufferey J.; Wunderli W. Biological 00 07 Positividade.indd 7 2/2/2009 12:29:18

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