Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Linguísticos



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Transcrição:

REDES SOCIAIS COMO PLATAFORMA DE ENSINO-APRENDIZAGEM: UM ESTUDO SOBRE O FACEBOOK E O TWITTER Taís Turaça Arantes (UEMS) taistania@gmail.com Leticia Reis de Oliveira (UEMS) leticia_reis_oliveira@hotmail.com Nataniel dos Santos Gomes (UEMS) natanielgomes@uol.com.br RESUMO O século XXI traz o grande acesso as ferramentas tecnológicas e junto com elas a possibilidade de se expressar por meio da internet. Cada vez mais, as pessoas se cadastram em contas de redes sociais, para poderem se comunicar. Por isso, o presente trabalho expõe sobre as possibilidades de se utilizar das redes sociais como uma ferramenta de ensino. Sendo que foi utilizado como objeto de estudo o Facebook e o Twitter, visto que a juventude está cada vez mais conectada ao mundo virtual, possibilitando assim uma familiaridade entre o estudo e o lazer. Para tanto, utilizou-se como base do artigo o estudo teórico de Xavier e outros autores que tratam deste assunto Palavras-chave: Redes sociais. Ferramentas tecnológicas. Facebook. Twitter. 1. Introdução O homem sente uma inerente vontade de expor seus pensamentos, divulgar suas ideias, contar sobre o que sente, diante disso a escrita é o canal intermediário entre o pensamento e a fala. Pois pela escrita é que se registra o que o ser humano carrega dentro de si. Usa-se como exemplo a questão das pinturas rupestres que já eram uma forma de contar aquilo que se acontecia naquela época e deixaram marcas na história da humanidade, era uma forma de comunicar algo a alguém. Partindo desse pressuposto as formas que o homem utiliza para expressar seus pensamentos, faz com que ele se aproprie de recursos do seu meio de convivência, daquilo que faz parte da sua rotina de vida com a finalidade de estabelecer uma comunicação. O século XXI traz em si, a era da tecnologia, com milhares de recursos para a humanidade se expressar, entre eles o acesso à internet. Esse acesso de milhares de usuários todos os dias, gerou espaço para a criação de ferramentas como as redes sociais, também conhecidos como Revista Philologus, Ano 20, N 58 Supl.: Anais do VI SINEFIL. Rio de Janeiro: CiFEFiL, jan./abr.2014 743

sites de relacionamento, sejam eles pessoais ou profissionais, a característica principal desse tipo de mídia é o fato do usuário poder expor o que ele faz, ou o que pensa sobre determinado assunto. E fazem isso sem se importarem com os limites de caracteres, muitas vezes estipulados pelos microblogs como o Twitter. Com isso milhares de jovens estão cada vez mais inseridos nesse mundo digital. Eles possuem contas nessas diversas redes sociais, nas quais expõe seus pensamentos na forma escrita por meio de discussões. Eles não acessam somente essas plataformas em computadores como também por meio de aplicativos em seus celulares. Não importa se estão a caminho do trabalho, da escola ou de uma festa, eles sempre estão conectados na rede. Por essa familiaridade entre os alunos e as tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC), o professor pode utilizar essas plataformas como uma forma diferenciada de ensino-aprendizagem. O presente artigo apresenta algumas dessas possibilidades com as redes sociais Facebook e Twitter. 2. As redes sociais e sua importância para os jovens Antes de se partir para o estudo de caso, iremos abordar aqui um pouco sobre o que seriam as redes sociais bem como a sua importância delas para os jovens. Porém, como na internet existe uma gama dessas redes, fizemos um recorte para abordar de maneira mais específica duas delas, que são: Facebook e Twitter. Para dar início explicação de cada peculiaridade dessas plataformas, é necessário demonstrar o conceito de rede social. Vejamos abaixo uma definição: (...) sistema de nodos e elos; uma estrutura sem fronteiras; uma comunidade não geográfica; um sistema de apoio ou um sistema físico que se pareça com uma árvore ou uma rede. A rede social, derivando deste conceito, passa a representar um conjunto de participantes autônomos, unindo ideias e recursos em torno de valores e interesses compartilhados. (MARTELETO, 2001, p. 72) Compreende-se que a rede social é o espaço criado para a interação de diferentes indivíduos, na qual cada um tem a sua função e sua identidade cultural. As redes sociais proporcionam aos seus usuários não somente ter o contato com aqueles que já estão presentes no seu círculo de pessoas do cotidiano, mas permite também a interação com as pessoas de outros lugares, dando aos usuários oportunidade de ultrapassar as fronteiras geográficas, no ambiente virtual. 744 Revista Philologus, Ano 20, N 58 Supl.: Anais do VI SINEFIL. Rio de Janeiro: CiFEFiL, jan./abr.2014.

Grupos são formados com a intenção de reunir um máximo de pessoas que gostam de um determinado tema ou contra algo que julguem errado. Bem como proporciona acompanhar aqueles que admiram, como ter contato com grandes artistas, escritores, empresários e até marcas de determinados produtos que fazem sucesso. Nesse sentido, são notáveis as dicotomias presentes nas redes sociais, sendo uma delas: indivíduo e sociedade. Na qual o indivíduo tem a liberdade de se expressar sobre aquilo que pensa e compartilhar com outras pessoas que estejam também inseridas dentro de sua rede de amigos. Lembrando que As pessoas estão inseridas na sociedade por meio das relações que desenvolvem durante toda sua vida, primeiro no âmbito familiar, em seguida na escola, na comunidade em que vivem e no trabalho; enfim, as relações que as pessoas desenvolvem e mantêm é que fortalecem a esfera social. A própria natureza humana nos liga a outras pessoas e estrutura a sociedade em rede. (TOMAÉL; ALCARA; DI CHIARA, 2005, p. 93) Em outras palavras, a rede social simula aquilo que o ser humano vive em seu cotidiano, mas com um pequeno diferencial, enquanto na forma física o que ele diz atinge somente aqueles que estão por perto, dentro da rede ele alcança um número maior de pessoas para compartilhar os seus pensamentos. As redes sociais surgem e duram um determinado tempo, sendo ele curto ou não. Menciona-se como exemplo o caso do Orkut que atualmente têm muito poucos usuários, devido a migração dos usuários para o atual Facebook. Atualmente há duas redes em grande evidência o Facebook e o Twitter, sendo que alguns estudos apontam que o Facebook tem os seus dias contados, ou seja, pesquisadores afirmam que até 2017 a rede social perderá 80% de seus usuários. Assim como uma surge para ocupar o lugar da outra não podemos mais pensar na internet sem uma rede social. Os usuários sempre migraram de uma para a outra, de uma forma ou de outra sempre haverá um espaço para compartilhamento de ideias. Abaixo veremos algumas especificidades de cada rede. 2.1. Facebook Atualmente se consagra como uma das maiores redes sociais. Com aproximadamente 1 bilhão de usuários pelo mundo. Com sua utilização milhares de pessoas compartilham aquilo que acontecem no seu Revista Philologus, Ano 20, N 58 Supl.: Anais do VI SINEFIL. Rio de Janeiro: CiFEFiL, jan./abr.2014 745

dia a dia. Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Linguísticos O Facebook é uma das redes sociais mais utilizadas em todo o mundo para interagir socialmente. Esta interação surge essencialmente pelos comentários a perfis, pela participação em grupos de discussão ou pelo uso de aplicações e jogos. É um espaço de encontro, partilha, discussão de ideias e, provavelmente, o mais utilizado entre estudantes universitários. (PATRÍCIO; GON- ÇALVES, 2010, p. 594) Com isso vejamos abaixo uma tabela demonstrativa desses recursos que o Facebook proporciona aos seus usuários: Ferramenta Definição Grupos Local onde as pessoas com um interesse comum discutem sobre determinados temas. Sendo eles: livros, filmes, seriados entre outros. Eventos Como o próprio nome, a função cria eventos na qual se é permitido convidar pessoas que se tem adicionadas ou de um determinado grupo. Aplicativos São recursos para melhor satisfazer o usuário. Nele se pode jogar com outros usuários. Bate-papo O Bate-papo é uma ferramenta sincrônica de conversa instantâneos. Aqui é permitido enviar documentos e imagens para quem está se comunicando. Feed de notícisado em sua conta. É o local onde se acompanha as atualizações dos usuários que se tem aces- Status O local onde se coloca o que se está pensando, bem como adiciona vídeos e imagens. O Facebook é um canal de comunicação de acesso gratuito e de fácil utilização, que por seus vários recursos chama a atenção principalmente dos jovens. 2.2. Twitter Outra rede muito utilizada é o Twitter na qual se permite com 140 caracteres se contar aquilo que se pensa ou está fazendo. O Twitter é uma onomatopeia em inglês "Tweet"; som feito por pássaros pequenos, por este motivo seu símbolo é um passarinho. Mais conhecido como um microblogging é uma interface da Web 2.0, que trabalha com o conceito de pequenos Posts ou "Tweets", com o limite de 140 caracteres. Uma interface que constrói redes de aprendizado, primeiro cria-se uma conta, mais conhecida como perfil (@usuário), para que possa iniciar as suas postagens, em seguida é necessário acessar o perfil de alguém para poder visualizar seus Tweets. (CHAGAS; LINHARES, 2012, p. 1741) A princípio o Twitter foi criado com o intuito de ser um microblog de fácil acesso e comunicação extremamente rápida, isso contribuiu para que os usuários fizessem uso de uma linguagem muito mais abreviada e compacta do que nas demais redes sociais, essa é uma das princi- 746 Revista Philologus, Ano 20, N 58 Supl.: Anais do VI SINEFIL. Rio de Janeiro: CiFEFiL, jan./abr.2014.

pais características da página. Vejamos de forma mais detalhada algumas de suas ferramentas: Ferramenta Tweet @usuário #Hashtag Favorito Retweet (RT) Seguir Seguidores Mensagem direta (DM) Definição Um Tweeté uma mensagem, postagemou atualizaçãoenviada no Twitter. A principal particularidade dessa ferramenta é que só pode se pode escrever uma mensagem de no máximo 140 carácteres. Aquele que cria uma conta no Twittere faz uso da rede, publicando seus pensamentos por meio dos Tweets, além de poder se comunicar com uma rede de usuário que ele segue. Hashtagé o termo em inglês para definir o símbolo #. Esse símbolo é utilizado para marcar uma expressão que o usuário deseja destacar. O usuário utiliza essa ferramenta para marcar um Tweet que ele gostou muito de outro usuário que está ligado a sua rede. É utilizado quando um usuário quer compartilhar a mesma mensagem que o outro publicou inicialmente em sua página. Para que o usuário receba atualizações da página de outros Twitters, ele precisa seguir os demais usuários, para então compartilhar ideias e mensagens. São aqueles que seguem outros usuários. É uma ferramenta em que pode se enviar mensagem para outro usuário no modo privado, ou seja, sem que outros leiam. Atualmente outras ferramentas, ou melhor, aplicativos ligados a conta do Twitter, também surgiram como o TwitCam, é uma ferramenta para transmissão de vídeo, ou seja, uma vídeo conferência, muito utilizada por pessoas da mídia, e também para a transmissão de palestras e também propícia um meio de se comunicar com pessoas da rede de amigos que estão distantes. O grande avanço da tecnologia e o acesso à internet proporcionam a interação entre as pessoas que estão longe. Pode-se acompanhar e discutir sobre aquilo que gosta. A juventude se apropria disso e segue sua rotina conectada a rede. Por isso a importância de se olhar para as redes sociais com uma visão otimista quando se trata de ensino-aprendizagem. 3. O ensino-aprendizagem com os recursos tecnológicos O século XXI traz a era da tecnologia. As crianças crescem aprendendo a utilizar os aparelhos tecnológicos. Não é incomum observar que qualquer criança possua uma grande afinidade com a tecnologia, elas aprendem a mexer e utilizar antes mesmo de aprenderem a ler e a escrever. Quando entram na escola já levam consigo uma carga de conhecimento sobre os recursos tecnológicos tangíveis (por exemplo, o compu- Revista Philologus, Ano 20, N 58 Supl.: Anais do VI SINEFIL. Rio de Janeiro: CiFEFiL, jan./abr.2014 747

tador e celular) e intangíveis (um sistema operacional). E consequentemente já conseguem fazer pequenas buscas na internet. E quando chegam à adolescência mais forte se torna esse acesso à rede. Essa forte afinidade dos jovens com os aparelhos eletrônicos existe devido a necessidade de se comunicarem, uma vez que todos os jovens possuem contas em redes sociais, pois já não é raro conhecer alguém que não dedique um tempo de seu dia para ficar conectado a rede, de se acessar a internet. Se as crianças possuem uma afinidade pelo aparelho na questão de se buscar jogos para diversão, os adolescentes utilizam a internet para acessar redes sociais. Isso revela a grande importância que a internet adquiriu na vida das pessoas. A internet proporciona a todos, que nela se conecta trocar informações, ou seja, quando se comunica com alguém do outro lado da tela você fica mais próximo. Nesse sentido, Xavier (2009) explica que a internet, embora sendo mais recente que as outras mídias eletrônicas (TV e Rádio), consegue ligar as pessoas e deixar mais forte as atividades comunicativas entre elas, bem mais que as outras. Essa afirmação enfatiza o poder que a rede de computadores conquistou a partir do momento que começou a funcionar como recurso de conexão entre as pessoas, uma vez que os usuários são convidados com frequência a tomar a palavra, na forma escrita, em mensagens veiculadas com as redes sociais. Nesse mesmo sentido o autor explica que estaríamos diante de uma perfeita oportunidade para desenvolver métodos de reflexão linguística e se trabalhar atividades de linguagem, com o intuito de aperfeiçoar a habilidade comunicativa dos alunos que escrevem e lêem nas redes sociais. Logo, não se trata somente de uma tecnologia, como também de uma atitude do aluno que aceita utilizar os aparelhos móveis para dar prosseguimento no seu caminho de aprendizagem, que tem o seu início dentro da sala de aula e proposto pelo professor fora do âmbito escolar. Nesse sentido, há quem diga que se trata de uma mobilidade de ensino/aprendizagem proporcionada pela portabilidade que os equipamentos de comunicação oportunizam usar, entre eles: o envio de mensagens de textos, bem como o contato por áudio sem necessidade de conexão elétrica. (XAVIER, 2013). Usar a tecnologia, bem como a internet, a favor do ensino-aprendizagem é algo de grande valia. A seguir veremos possibilidades dessa utilização, com duas propostas de atividades, uma de literatura e outra de língua portuguesa, uma atividade que pode ser aplicada dentro e fora da 748 Revista Philologus, Ano 20, N 58 Supl.: Anais do VI SINEFIL. Rio de Janeiro: CiFEFiL, jan./abr.2014.

sala de aula, além de ser algo mais familiar para os adolescentes. Já que eles têm conhecimento de basicamente todas as redes sociais e suas ferramentas, o que pode ser que proporcione um maior interesse ao estudo dessas duas disciplinas. 4. As redes sócias e o ensino-aprendizagem Como já dito anteriormente, os jovens gostam de acessar a internet com seus recursos tecnológicos iremos abordar aqui as possibilidades de utilização do Facebook e Twitter para as aulas de literatura e língua portuguesa do ensino fundamental séries finais e ensino médio. 4.1. Perfil literário: o Facebook e as aulas de literatura Não é incomum observar que os adolescentes sentem uma pequena aversão aos clássicos da literatura. Por diversos motivos, entre eles pode-se estar associado à falta de hábito da leitura, bem como a linguagem dos clássicos que já não está mais próxima da linguagem que eles utilizam em seu cotidiano. Cumprir o roteiro de leitura se torna um trabalho demasiadamente árduo para alguns alunos, acompanhar o enredo pode ser uma espécie de tortura para os adolescentes. Sendo assim, a atividade aqui proposta está ligada diretamente com a intenção de fazer com que os alunos não olhem mais com desprezo para os clássicos literários, ou pelo menos tentar amenizar tal repulsa por esse tipo de literatura. Acredita-se que com pequenas medidas é possível unir o mundo da tecnologia com o mundo da literatura. O exercício proposto aqui é simples. Quando se passar o livro para os alunos lerem, o professor pode dizer que cada aluno irá escolher um personagem do livro que mais se identificou e criar um perfil para ele no Facebook. E claro, ele terá que adicionar os outros perfis dos colegas de classe. Conforme a leitura do livro for acontecendo o aluno terá que ir atualizando a sua página. Tentando colocar imagens, atualizando status, mandando mensagens... Com isso o aluno pode desenvolver o seu hábito de leitura de uma forma prazerosa, além de despertar nesse aluno o gosto pela leitura e um entendimento mais profundo da obra literária. Revista Philologus, Ano 20, N 58 Supl.: Anais do VI SINEFIL. Rio de Janeiro: CiFEFiL, jan./abr.2014 749

4.2. Argumentação: o Twitter e as aula de língua portuguesa Já com relação ao microblog Twitter, ele poderá ser utilizado nos estudos de língua portuguesa, já que a rede exige que a comunicação seja muito compacta, nesse caso, propomos trabalhar com o ensino fundamental o debate, a argumentação. Cada aluno deverá se cadastrar na rede e todos seguiriam uns aos outros da turma, a ideia é que todos se comuniquem utilizando poucas palavras, a cada aula o professor passará um tema para que o debate seja desenvolvido na rede como uma tarefa. Para um bom funcionamento, o professor também deverá estar registrado e deverá ser marcado no Tweet de cada aluno, a linguagem a ser utilizada será a norma padrão da língua ou poderá ser estabelecida de acordo com o tema da discussão proposta em sala de aula. Após cada aluno apresentar seu ponto de vista, de forma sucinta, sobre cada tema proposto, o professor poderá propor a escrita de uma redação feita em sala de aula, a partir do tema que mais foi debatido na rede. É importante explicar aos alunos que muitas pessoas fazem críticas a uma empresa, ao governo, reivindicam melhorias e muitas vezes obtém êxito, pois elas conseguem se expressar de forma adequada por meio das redes. Um exemplo disso foram às organizações populares feitas em 2013, que protestaram ao redor de todo o mundo, reivindicando melhorias em seus países, ou buscando o fim das guerras em determinadas regiões e no Brasil que resultou o protesto contra ao alto investimento na Copa do Mundo. 5. Conclusão A internet está presente nas vidas das pessoas. A caminho do trabalho ou de um passeio podemos acessar nossas contas criadas nela e interagir com outras pessoas. Xavier nos mostrou que mesmo a internet sendo nova perto de outros recursos, ela conseguiu ocupar um maior espaço no cotidiano da humanidade. E quando pensamos na educação devemos sempre estar atentos aos alunos. Pois enquanto nós como professores devemos estar na busca para poder desenvolver de forma versátil os conteúdos a serem cumpridos, nos esquecemos de aproximar determinado conhecimento do aluno para um melhor aprendizado, muitas vezes, ele passa a ter raiva de determinada disciplina, pois aquilo ele não vê utilidade e nem onde poderá aplicar um dia, pois trata-se de um conhecimento distante e aparentemen- 750 Revista Philologus, Ano 20, N 58 Supl.: Anais do VI SINEFIL. Rio de Janeiro: CiFEFiL, jan./abr.2014.

te utópico, mas a partir do momento que o aluno compreende a importância desse estudo da literatura clássica, ou o porque de ter uma boa argumentação, para ser utilizado até mesmo nas redes sociais, então ele conseguirá se interessar um pouco mais e se desenvolver. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHAGAS, Alexandre Meneses; LINHARES, Ronaldo Nunes. O Twitter e sua hipertextualidade na educação informal dos discentes de publicidade. In: II Congresso Internacional TIC e Educação, 2012, Lisboa Portugal. Atas do II Congresso Internacional TIC e Educação. Lisboa: Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, 2012. v. 01. p. 01-3903. Disponível em: <http://ticeduca.ie.ul.pt/atas/pdf/201.pdf>. PATRÍCIO, Maria Raquel; GONÇALVES, Vítor. Facebook: rede social educativa? In: I Encontro Internacional TIC e Educação. Lisboa: Universidade de Lisboa, Instituto de Educação. p. 593-598. 2010. MARTELETO, Regina Maria. Análise de redes sociais: aplicação nos estudos de transferência da informação. Ciência da Informação, Brasília, v. 30, n. 1, p. 71-81, jan./abr. 2001. Disponível em: <http://revista.ibict.br/ciinf/index.php/ciinf/article/view/226/201>. TOMAÉL, Maria Inês; ALCARÁ, Adriana Rosecler; DI CHIARA, Ivone Guerreiro. Das redes sociais à inovação. Ciência da Informação, Brasília, v. 34, n. 2, p. 93-104, maio/ago. 2005. Disponível em: <http://revista.ibict.br/ciinf/index.php/ciinf/article/view/642/566>. XAVIER, Antonio C. S. A era do hipertexto: linguagem e tecnologia. Recife: UFPE, 2009.. Educação, tecnologia e inovação: o desafio da aprendizagem hipertextualizada na escola contemporânea. In: Revista (Con)Textos Linguísticos. v. 7, n. 8.1, p. 42-61, 2013. Disponível em: <http://periodicos.ufes.br/contextoslinguisticos/article/view/6004/4398>. Revista Philologus, Ano 20, N 58 Supl.: Anais do VI SINEFIL. Rio de Janeiro: CiFEFiL, jan./abr.2014 751