REGULAMENTO GERAL DE CERTIFICAÇÃO CONDIÇÕES PARTICULARES DE PRODUTO, PROCESSO E SERVIÇO Modo Produção Biológico CONDIÇÕES PARTICULARES CONTROLO DA PRODUÇÃO DE BETÃO
ÍNDICE 1. PREÂMBULO... 3 2. ÂMBITO... 3 3. ALTERAÇÕES... 3 4. DEFINIÇÕES E REFERÊNCIAS... 3 5. ESQUEMA DE CERTIFICAÇÃO... 4 5.1 REQUISITOS DO PRODUTO E DO SISTEMA DE GESTÃO... 4 5.2 REQUISTOS DO ESQUEMA DE CERTIFICAÇÃO... 4 6. CONCESSÃO DA CERTIFICAÇÃO... 4 6.1 PEDIDO DE CERTIFICAÇÃO... 4 6.2 CONTROLO INTERNO... 4 6.3 CONTROLO EXTERNO... 5 6.4 LABORATÓRIOS APROVADOS... 6 6.5 AUDITORIA INSPEÇÃO INICIAL... 7 6.6 RELATÓRIO DE AUDITORIA... 7 6.7 DECISÃO... 7 6.8 CERTIFICADO DE CONFORMIDADE, USO DAS MARCAS DE CERTIFICAÇÃO E LICENÇAS... 8 7 MANUTENÇÃO DA CERTIFICAÇÃO... 8 8 AÇÕES SUPLEMENTARES... 8 8.1 AUDITORIA DE EXTENSÃO DO ÂMBITO DE CERTIFICAÇÃO... 8 8.2 AUDITORIA EXTRAORDINÁRIA... 9 9 SANÇÕES..... 9 10 RECLAMAÇÕES E RECURSOS... 9 11 NOTIFICAÇÕES DE ALTERAÇÕES PELA ORGANIZAÇÃO...10 Página 2 de 10
1. PREÂMBULO 1.1 A APCER desenvolve a atividade de certificação de controlo da produção de betão de acordo com o Decreto-Lei n.º 301/2007, de 23 de Agosto que estabelece as condições a que deve obedecer a colocação no mercado dos betões de ligantes hidráulicos, e com a norma NP EN 206-1:2007, Betão - Parte 1: Especificação, desempenho, produção e conformidade. 1.2 Esta norma estabelece os requisitos e a orientação para a certificação do processo de controlo da produção de betão de acordo com a norma NP EN 206-1:2007. 2. ÂMBITO 2.1 O presente documento inclui as disposições específicas para a certificação de acordo com a norma NP EN 206-1:2007, complementando, e em caso de sobreposição substituindo, o Regulamento Geral de Certificação de Produtos, Processos e Serviços - REG002. Caso não haja nenhuma disposição específica no presente documento, mantêm-se aplicáveis as disposições do REG002. 2.2 Podem candidatar-se à certificação do processo de controlo da produção de betão, as organizações que cumpram os requisitos e as características de produto e de controlo da produção especificadas na NP EN 206-1:2007. 3. ALTERAÇÕES 3.1 A APCER reserva-se do direito de alterar o presente documento sempre que ocorra uma alteração dos requisitos definidos pelos organismos acreditadores ou alterações das normas ou outros documentos de referência aplicáveis à certificação de produto em causa. 3.2 Todas as revisões ao presente documento e às normas ou outros documentos de referência aplicáveis são comunicadas por escrito ao cliente. 4. DEFINIÇÕES E REFERÊNCIAS 4.1 Aplicam-se as definições constantes no REG002, na NP EN 206-1:2007 e nos seguintes documentos que servem de suporte ao presente regulamento: - Decreto-Lei n.º 301/2007, de 23 de Agosto que estabelece as condições a que deve obedecer a colocação no mercado dos betões de ligantes hidráulicos; - Circular Clientes IPAC nº01/2008. Página 3 de 10
5. ESQUEMA DE CERTIFICAÇÃO 5.1 REQUISITOS DO PRODUTO E DO SISTEMA DE GESTÃO 5.1.1 A certificação pela NP EN 206-1:2007 permite que uma empresa certifique o seu controlo de produção de betão. 5.1.2 Nesta certificação aplicam-se as características, propriedades e desempenho do betão, requisitos do controlo da produção, e atividades de controlo definidos na NP EN 206-1:2007 e no presente documento. 5.1.3 A Organização candidata à certificação pela NP EN 206-1:2007 deve evidenciar em auditoria que controla todas as atividades incluídas no âmbito da certificação. 5.2 REQUISTOS DO ESQUEMA DE CERTIFICAÇÃO 5.2.1 A certificação de controlo da produção de betão enquadra-se na certificação de processo, seguindo as disposições previstas para a certificação do tipo 6 da NP EN ISO/IEC 17067. 5.2.2 O esquema de certificação do controlo de produção de betão prevê a realização de uma inspeção inicial, para determinar se as condições, em termos de pessoal e de equipamento, são adequadas para uma correta produção e para o correspondente controlo da produção e recolha de amostras para ensaio. As atividades de acompanhamento consistem em inspeções de rotina não anunciadas, com periodicidade semestral, e com recolha de amostras para ensaio. Eventualmente pode haver lugar a uma inspeção extraordinária. 5.2.3 Tanto na inspeção inicial como nas inspeções de rotina são recolhidas amostras e efetuados ensaios de consistência e ensaios de resistência à compressão. 6. CONCESSÃO DA CERTIFICAÇÃO 6.1 PEDIDO DE CERTIFICAÇÃO 6.1.1 A organização deve efetuar o pedido de certificação do controlo de produção do betão de uma ou várias centrais de produção, entregando à APCER o caderno de candidatura, juntamente com a toda informação requerida. 6.2 CONTROLO INTERNO 6.2.1 A organização deve efetuar ensaios de controlo interno ao produto de acordo com o descrito na NP EN 206-1, respeitando a frequência de amostragem e os métodos indicados no mesmo documento. 6.2.2 A recolha de amostras, a execução dos ensaios sobre o betão fresco (ensaio de consistência - abaixamento), a fabricação dos provetes, a sua cura até à data de ensaio e os ensaios do betão Página 4 de 10
endurecido (resistência à compressão) são atividades que devem ser realizadas de acordo com documentos de referência identificados na NP EN 206-1. 6.2.3 Os resultados dos ensaios a realizar pelo produtor devem ser enviados à APCER no prazo máximo de 45 dias desde a recolha das amostras. As amostras para ensaios devem ser recolhidas em obra (instalações do utilizador - cliente do produtor de betão), cabendo ao produtor assegurar a viabilidade da sua execução, incluindo a garantia da manutenção da integridade dos equipamentos colocados em obra para efeitos de cura inicial dos provetes. 6.3 CONTROLO EXTERNO 6.3.1 A recolha de amostras nas inspeções inicial e de rotina é assegurada pela APCER, sendo efetuada no início de cada inspeção. 6.3.2 Na recolha das amostras para ensaio pela APCER, o produtor deve efetuar simultaneamente ensaios em paralelo para serem comparados. 6.3.3 Na inspeção inicial, a APCER recolhe sempre amostras e realiza os ensaios de consistência e de resistência à compressão, quer o laboratório do produtor esteja acreditado ou não. 6.3.4 Na inspeção inicial são recolhidas 3 (três) amostras de betão no decorrer da inspeção que, quando possível, e dependendo da produção prevista, são referentes a betões de classes de resistência diferentes. Em cada amostra é efetuado um ensaio de abaixamento, para determinação da consistência. Para cada amostra serão fabricados 3 provetes para ensaio de resistência à compressão aos 28 dias. 6.3.5 Nas inspeções de rotina, é recolhida 1 (uma) amostra. Em cada amostra é efetuado um ensaio de abaixamento e serão fabricados por amostra 3 provetes para ensaio de resistência à compressão aos 28 dias. 6.3.6 Durante as inspeções de rotina, caso o laboratório do produtor esteja acreditado e caso a APCER obtenha evidências que os ensaios realizados no laboratório do produtor são representativos da produção, a APCER pode optar por não recolher amostras em todas as inspeções realizadas recolhendo, no mínimo, uma vez por ano. 6.3.7 O resultado de cada ensaio de consistência deve encontrar-se dentro dos limites estabelecidos para a classe de consistência especificada, ou dentro das tolerâncias face ao valor pretendido especificado, consoante o caso. 6.3.8 Nos ensaios de resistência à compressão, a diferença entre os resultados obtidos pela APCER e os resultados obtidos pelo produtor não deve ser superior a 10%. No caso de ser recolhida e testada mais de uma amostra de um mesmo betão (por exemplo, na inspeção inicial), este critério aplica-se à diferença entre as médias das amostras. Página 5 de 10
6.3.9 Para a avaliação qualitativa dos resultados obtidos pela APCER nos ensaios de resistência à compressão, aplicam-se os critérios estabelecidos no Quadro B.1 do anexo B da NP EN 206-1, para qualquer inspeção. 6.3.10 Adicionalmente e relativamente aos ensaios de resistência à compressão, caso se verifique as seguintes condições aos resultados dos ensaios efetuados sobre as amostras recolhidas, a APCER tomará as seguintes decisões: - No caso de o resultado individual (fci) ser inferior à resistência característica (fck) do betão ensaiado, será tomada a decisão de certificação com recolha adicional de amostras: três amostras nos três meses seguintes (uma por mês); - No caso de o resultado do ensaio ser inferior à resistência característica do betão ensaiado em mais de 4 MPa, (fck - 4), deve ser efetuada uma inspeção extraordinária no decorrer da qual deve ser igualmente recolhida uma amostra; - No caso de surgirem dois resultados consecutivos abaixo de (fck - 4), a certificação do controlo da produção deve ser suspensa. Para o levantamento da suspensão deve ser reiniciado o processo de certificação (realização de uma inspeção inicial). - Caso de verifique o cumprimento do critério 2 (análise dos resultados individuais), mas a média dos n resultados (fcm) for inferior a fck+1 (aplicação do critério 1), a APCER tomará a decisão de certificação com recolha adicional de amostras: três amostras nos três meses seguintes (uma por mês). 6.4 LABORATÓRIOS APROVADOS 6.4.1 A organização deve selecionar um dos laboratórios qualificados, aprovados pela APCER para a avaliação da conformidade do produto. 6.4.2 Os laboratórios a subcontratar pela APCER devem estar acreditados segundo a NP EN ISO/IEC 17025, para as seguintes normas: - Execução da amostragem de acordo com a NP EN 12350-1; - O ensaio de abaixamento de acordo com a NP EN 12350-2; - A preparação e cura dos provetes para ensaio de acordo com a NP EN 12390-2; - O ensaio de resistência à compressão de acordo com a NP EN 12390-3. 6.4.3 Encontra-se qualificado pela APCER, para a realização dos ensaios previstos, o laboratório da APEB Associação Portuguesa das Empresas de Betão Pronto. 6.4.4 Não poderão ser efetuados contactos entre o laboratório e a organização no âmbito da certificação do controlo da produção do betão, sem autorização prévia da APCER. 6.4.5 A APCER valida periodicamente a manutenção das condições de qualificação dos laboratórios e reserva-se do direito de qualificar laboratórios alternativos. Página 6 de 10
6.5 AUDITORIA INSPEÇÃO INICIAL 6.5.1 Posteriormente à recolha de amostra para ensaio, a APCER efetua uma inspeção inicial à central de betão e ao seu controlo de produção, que deve ocorrer num prazo nunca superior a 5 dias a contar da data de recolha de amostras. 6.5.2 Na central de produção, todos os documentos e registos necessários para a condução da inspeção (por exemplo, ata da revisão do sistema e registos da formação e experiência do pessoal envolvido na produção e controlo da produção) devem estar acessíveis. Caso tal não se verifique, a APCER reserva-se o direito de aumentar a duração da inspeção para permitir a deslocação ao local onde estes se encontram arquivados. 6.5.3 Na inspeção inicial são verificados, pelo menos, os seguintes requisitos relativos ao controlo de produção: - Controlo do manual da produção e avaliar as disposições deste, em particular se está conforme com os requisitos do controlo da produção definidos na secção 9 da NP EN 206-1:2007 e se tem em consideração os requisitos desta norma; - A existência de documentos essenciais para as inspeções da central, se eles estão nos locais apropriados e se o pessoal relevante tem acesso a eles; - Se todos os meios e equipamentos estão disponíveis para efetuar os controlos e ensaios necessários ao equipamento, aos materiais constituintes e ao betão; - Os conhecimentos, a formação e a experiência do pessoal ligado à produção e ao controlo da produção; - Se os ensaios iniciais tipo são realizados de acordo com o Anexo A da NP EN 206-1, e se foram objeto de um relatório elaborado de forma adequada. 6.6 RELATÓRIO DE AUDITORIA 6.6.1 Segue o disposto no REG002 com as seguintes especificidades. 6.6.2 Como resultado da inspeção inicial é elaborado, pelo auditor, um relatório, que é enviado à organização e à APCER num prazo máximo de 5 dias a contar da data da inspeção. 6.6.3 Caso os resultados dos ensaios efetuados pela APCER revelem não conformidades, a resposta da organização contendo o plano de ações corretivas, deve ser remetido à APCER no prazo de 15 dias, após a comunicação das não conformidades por parte da APCER. 6.7 DECISÃO 6.7.1 Segue o disposto no REG002 com as seguintes especificidades. Página 7 de 10
6.7.2 A decisão de certificação está dependente da resposta da organização ao relatório de auditoria apresentando as ações corretivas a eventuais não-conformidades resultantes dos ensaios realizados pela APCER. 6.8 CERTIFICADO DE CONFORMIDADE, USO DAS MARCAS DE CERTIFICAÇÃO E LICENÇAS 6.8.1 É emitido um certificado de conformidade por central de produção auditada. 6.8.2 A validade dos certificados emitidos pode ser confirmada através de contacto com os serviços da APCER ou consulta do website (www.apcergroup.com). 7 MANUTENÇÃO DA CERTIFICAÇÃO 7.1 As inspeções de rotina são efetuadas pelo menos duas vezes por ano - preferencialmente, uma em cada semestre, ajustando-se as inspeções ao calendário de laboração da central, e serão sempre não anunciadas: a central de produção a auditar não receberá qualquer tipo de informação sobre a data de realização da inspeção de rotina. 7.2 Em cada inspeção de rotina são verificados, pelo menos, os seguintes requisitos relativos ao controlo de produção: - Os procedimentos de produção, de amostragem e de ensaios; - Os dados registados; - Os resultados dos ensaios referentes ao controlo da produção durante o período da inspeção; - Se os ensaios ou procedimentos específicos requeridos foram conduzidos com a frequência apropriada; - Se os equipamentos de produção foram verificados e mantidos como previsto; - Se os equipamentos de ensaio foram mantidos e calibrados como previsto; - As ações levadas a efeito relacionadas com as não conformidades; - As guias de remessa e as declarações de conformidade, quando aplicável. 8 AÇÕES SUPLEMENTARES 8.1 AUDITORIA DE EXTENSÃO DO ÂMBITO DE CERTIFICAÇÃO 8.1.1 Entende-se como uma inspeção de extensão quando é incluída, no âmbito de certificação, uma nova central de betão de uma determinada organização com centrais já certificadas. Neste caso, a nova central é alvo de uma inspeção inicial. Página 8 de 10
8.1.2 A movimentação de uma central de produção não é entendida como uma extensão da certificação desde que não se verifiquem alterações em: - Matérias-primas; - Equipamentos; - Pessoas. 8.1.3 Nestes casos, a organização deve avisar a APCER desta deslocalização e o programa de inspeção anual deve ser ajustado de modo a confirmar as condições da manutenção, incluindo a calibração do equipamento. 8.2 AUDITORIA EXTRAORDINÁRIA 8.2.1 Poderão ser desencadeadas, pela APCER, auditorias extraordinárias com a realização de ensaios adicionais sobre o betão, para avaliação da eficácia das ações corretivas desencadeadas pela organização, nos casos em que: - Sejam constatadas, durante as inspeções ou na recolha de amostras de produto, não conformidades relevantes; - A produção tiver sido interrompida por um período superior a 6 meses; - Alterações significativas nas instalações da produção, no sistema de controlo da produção ou no manual de controlo da produção; - Existam reclamações sobre as atividades ou produtos abrangidos pela certificação. 8.2.2 Os custos da auditoria extraordinária e dos ensaios são integralmente suportados pela organização. 8.2.3 O âmbito, o tipo e a data da inspeção extraordinária são definidos caso a caso. 9 SANÇÕES 9.1 Segue o disposto no REG002 com as seguintes especificidades. 9.2 O período de suspensão máximo é de seis meses. Decorrido este período procede-se à anulação da certificação do controlo de produção do betão, exceto em casos devidamente justificados. Para o levantamento da suspensão é realizada uma inspeção inicial. 10 RECLAMAÇÕES E RECURSOS 10.1 A organização deve manter registos de todas as reclamações que lhe sejam apresentadas relativamente à conformidade com os requisitos da NP EN 206-1, devendo estes estar disponíveis sempre que a APCER o solicite. Página 9 de 10
10.2 Devem ser tomadas e documentadas as ações apropriadas relativamente a estas reclamações. 11 NOTIFICAÇÕES DE ALTERAÇÕES PELA ORGANIZAÇÃO 11.1 A organização é responsável pela manutenção do sistema de controlo da produção do betão. Quando forem introduzidas alterações significativas nas instalações da produção, no sistema de controlo da produção ou no manual de controlo da produção, o produtor deve notificar a APCER dessas alterações, que pode decidir pela realização de uma auditoria extraordinária. Página 10 de 10