CIVILIZAÇÃO DO AÇÚCAR: DA COLÔNIA AO ETANOL. Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 8, n. 94, p. 17, jul

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Transcrição:

Exercícios Revisão História do Brasil Prof. Thiago Lista 03 1. (Ufsc 2016) Sobre os povos africanos, é CORRETO afirmar que: 01) a partir do século XV, diversos povos africanos, ao serem desenraizados e transplantados para diferentes regiões, foram vítimas da maior migração forçada da história da humanidade. 02) a compra e venda de pessoas escravizadas já era amplamente praticada na África antes mesmo do interesse europeu pela atividade, o que facilitou os acordos comerciais. 04) a pequena variedade de etnias africanas e a proximidade de suas manifestações culturais facilitaram o processo de desenraizamento e de aceitação daqueles povos da condição de escravos na América. 08) na época do tráfico atlântico, os milhares de sujeitos escravizados não tinham a ciência de que eram africanos, pois esta identidade foi forjada muitos anos depois. 16) muito do que se conhece sobre o passado dos povos africanos deve-se ao papel exercido pelos contadores de histórias, geralmente anciãos, que através da tradição oral buscam a preservação da memória coletiva. 2. (Uepg 2016) Núcleo central da sociedade colonial brasileira do século XVI, o engenho de açúcar nordestino propiciou a formação de um sistema de relações sociais que acabou sendo esmiuçado por Gilberto Freyre, no clássico Casa Grande & Senzala. A respeito da sociedade colonial do século XVI, assinale o que for correto. 01) Apesar de centrada nos engenhos, a sociedade açucareira ficou conhecida por seu alto nível de urbanização. Ao redor das estruturas agrárias floresceram inúmeras cidades de grande porte, como Recife e Salvador. 02) A sociedade açucareira era patriarcal, ficando a maior parte dos poderes concentrados nas mãos dos senhores de engenho. 04) O engenho era o centro da produção e também da sociedade açucareira. Sua sede administrativa era a Casa Grande, local onde o senhor do engenho residia com sua família e com seus agregados. 08) A mão de obra predominante nos engenhos era composta por escravos africanos que participavam de todas as etapas produtivas. Porém, além deles, haviam também trabalhadores livres e assalariados. 16) Além dos senhores e dos escravos, na sociedade açucareira também existiam outros grupos sociais como o dos pequenos lavradores que arrendavam porções de terras dos grandes engenhos e ali plantavam cana-de-açúcar. 3. (Uem 2015) No período colonial predominava no Nordeste brasileiro uma sociedade patriarcal. Sobre essa sociedade é correto afirmar que: 01) Na sociedade patriarcal prevalecia a democracia familiar, onde os problemas econômico-sociais eram resolvidos pelos pais e pelos filhos com idade acima de 18 anos. 02) Cabiam à mulher os trabalhos domésticos e a educação dos filhos nos preceitos cristãos. 04) A sociedade patriarcal se organizava em torno da figura do Senhor de Engenho e o engenho, ou a grande fazenda, era mais que uma unidade produtiva, polarizando a vida social. 08) Na sociedade patriarcal predominava o trabalho assalariado; contudo, os trabalhos domésticos eram realizados por escravos. 16) Por meio do compadrio se estabelecia uma rede de parentesco que promovia dependências e privilégios entre os grandes proprietários de terras. 4. (Ufsc 2014) O açúcar nosso de cada dia Há quem diga que o sexo e a comida são os dois maiores prazeres da vida. No caso brasileiro, o açúcar vem cumprindo um papel histórico de dar liga aos dois, combinando a natureza violenta e dominadora a uma cultura adocicada, marcada pela negociação dos conflitos. A sensibilidade despertada pelo sabor açucarado e os lucros advindos desse comércio motivaram a construção de uma sociedade em que o mais português dos preconceitos não resistiu às tentações do suor escravo, conforme demonstrou Gilberto Freyre. Para mucamas, quituteiras, concubinas ou cozinheiras, a satisfação da gula tinha valor de liberdade. No cerco dos engenhos, o açúcar era o resultado de um complexo sistema produtivo, mas foi se tornando também a autonomia da colônia, a sobrevivência do escravo, o segredo da sedução feminina, a moeda dos mascates, o pecado, a autoridade e a violência do senhor. CIVILIZAÇÃO DO AÇÚCAR: DA COLÔNIA AO ETANOL. Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 8, n. 94, p. 17, jul. 2013. Sobre a produção de cana-de-açúcar, é CORRETO afirmar que: 01) a aceleração da produção de açúcar nas regiões de floresta tropical do novo mundo está relacionada com um impacto social de enorme alcance: foi o principal estímulo para a construção do escravismo moderno. 02) entre as diversas plantas nativas da América assimiladas pelos colonizadores, a cana-de-açúcar foi a grande responsável pela implantação do sistema colonial português no novo mundo. 04) no mundo pré-moderno, a culinária pouco utilizava o sabor adocicado era pontual o uso do mel, do sorgo-doce, de frutas, etc. Por ser fácil de armazenar e transportar, além de adoçar sem modificar muito o sabor da comida, o açúcar tornou-se o adoçante de uso quase hegemônico com a implantação do sistema colonial português na América.

08) o sucesso da produção açucareira fez com que a coroa portuguesa instalasse uma complexa estrutura administrativa, fiscal e militar no Brasil, capaz de evitar a ação de contrabandistas e invasores. 16) conforme a produção açucareira se desenvolveu, o campo se ajustou ao seu produto principal e às suas necessidades. Gado, lenha e farinha de mandioca estavam todos ligados ao mundo dos engenhos. 32) estimulado principalmente pela produção de etanol, o cultivo de cana-de-açúcar ainda se mantém forte na economia brasileira, destacando-se, inclusive, pelo uso de alta tecnologia e pelo grande distanciamento do uso de mão de obra em condições semelhantes às da escravidão. 5. (Fgv 2017) Leia o excerto de uma peça teatral, de 1973. Nassau Como Governador-Geral do Pernambuco, a minha maior preocupação é fazer felizes os seus moradores. Mesmo porque eles são mais da metade da população do Brasil, e esta região, com a concentração dos seus quase 350 engenhos de açúcar, domina a produção mundial de açúcar. Além do mais, nessa disputa entre a Holanda, Portugal e Espanha, quero provar que a colonização holandesa é a mais benéfica. Minha intenção é fazê-los felizes sejam portugueses, holandeses ou os da terra, ricos ou pobres, protestantes ou católicos romanos e até mesmo judeus. Senhores, a Companhia das Índias Ocidentais, que financiou a campanha das Américas, fecha agora o balanço dos últimos quinze anos com um saldo devedor aos seus acionistas da ordem de dezoito milhões de florins. Viva! Já ganhou! (...) Viva ele! Viva! Moradores Chico Buarque de Holanda e Ruy Guerra. Calabar: o elogio da traição, 1976. Adaptado. Sobre o fato histórico ao qual a obra teatral faz referência, é correto afirmar que a) as bases religiosas da colonização holandesa no nordeste brasileiro produziram uma organização administrativa que privilegiava a elite luso-brasileira, ao oferecer financiamento com juros subsidiados e parcelas importantes do poder político aos grandes proprietários católicos. b) a grande distância entre as promessas de tolerância religiosa e a realidade presente no cotidiano dos moradores da capitania de Pernambuco deu-se porque os dirigentes da companhia holandesa impuseram o calvinismo como religião oficial e perseguiram as demais religiões. c) a presença da Companhia das Índias Ocidentais no nordeste da América portuguesa trouxe benefícios aos proprietários luso-brasileiros, como o financiamento da produção, mas reproduziu a lógica do colonialismo, ao concentrar a riqueza no setor mercantil e não no produtivo. d) a felicidade prometida pelos invasores holandeses não pôde ser efetivada em função da lógica diplomática presente na relação entre Portugal e Holanda, pois se tratava de nações inimigas desde o século XV, em virtude da disputa pelo comércio oriental. e) as promessas dos invasores holandeses se confirmaram, e a elite ligada à produção açucareira e ao comércio colonial foi amplamente beneficiada, principalmente pelo livre comércio, o que explica a resistência desses setores sociais ao interesse português em retomar a região invadida pela Holanda. 6. (Upf 2016) As invasões holandesas que ocorreram no século XVII foram o maior conflito militar da Colônia. Embora concentradas no Nordeste, elas não se resumiram a um simples episódio regional. Ao contrário, fizeram parte do quadro das relações internacionais entre os países europeus, revelando a dimensão da luta pelo controle do açúcar e das fontes de suprimento de escravos. (FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1996, p. 84.) Tendo em vista o quadro histórico descrito acima, considere o seguinte: I. A Companhia Holandesa das Índias Ocidentais teve como alvo principal a ocupação das zonas de produção açucareira na América portuguesa. II. Domingos Fernandes Calabar, alagoano, tornou-se colaborador das forças invasoras, até ser preso e executado. III. Durante o governo do príncipe Maurício de Nassau, ocorreu a vinda de artistas, naturalistas e letrados para Pernambuco, e o Recife conheceu vários melhoramentos urbanos. IV. Os holandeses defendiam o trabalho livre e postulavam pelo fim da escravidão. V. A reconquista ocorreu porque os brasileiros uniram os brancos, os negros escravos e os índios em prol de Portugal num acordo que ficou conhecido como a união das três raças. Está correto apenas o que se afirma em:

a) I e II. b) II e III. c) I, II e III. d) III, IV e V. e) III e V. 7. (G1 - ifsc 2016) Os holandeses estão entre os diversos povos que invadiram ou tentaram invadir o território que hoje corresponde ao Brasil, durante o período colonial, no século XVII. Sobre a presença holandesa no Brasil, assinale a alternativa CORRETA. a) Os holandeses estabeleceram suas colônias no Sudeste brasileiro. b) Os holandeses eram parceiros comerciais dos portugueses na atividade açucareira. c) O principal interesse dos holandeses era a crescente economia cafeeira. d) Os portugueses estabeleceram uma política de cordialidade com os holandeses quando estes invadiram sua colônia. e) Os holandeses saíram do Brasil por meio de um processo chamado União Ibérica. 8. (Espm 2016) Quem vir na escuridade da noite aquelas fornalhas tremendas perpetuamente ardentes, o ruído das rodas, das cadeias, da gente toda da cor da mesma noite, trabalhando vivamente, e gemendo tudo ao mesmo tempo sem momento de tréguas, nem de descanso; quem vir enfim toda a máquina e aparato confuso e estrondoso daquela Babilônia, não poderá duvidar, ainda que tenha visto Etnas e Vesúvios, que é uma semelhança de inferno. (Padre Antonio Vieira. Citado por Lilia Schwarcz e Heloisa Starling in Brasil uma Biografia) A leitura do trecho deve ser relacionada com: a) o trabalho indígena na extração do pau-brasil; b) o trabalho indígena na lavoura da cana-de-açúcar; c) o trabalho de escravos negros africanos no engenho de cana-de-açúcar; d) o trabalho de escravos negros africanos no garimpo, na mineração; e) o trabalho de imigrantes italianos na lavoura cafeeira. 9. (Upe-ssa 1 2016) Os holandeses ocuparam, durante 24 anos, o Nordeste brasileiro: Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Itamaracá (1630-1654). Nesse período, Pernambuco se transformou numa verdadeira metrópole, com uma vida cultural intensa, onde poetas, cientistas e filósofos tornaram o Brasil um centro intelectual único na América do Sul. Nesse contexto, os judeus puderam constituir uma comunidade com escolas, sinagogas e cemitério, dando sua contribuição ao enriquecimento da vida cultural da região. LEVY, Daniela Tonello. Judeus e Marranos no Brasil Holandês. Pioneiros na colonização de Nova York. Século XVII. São Paulo: USP, 2008. (Adaptado) Uma característica sociopolítica da ocupação holandesa no contexto mencionado foi a) a retração da produção de açúcar. b) o florescimento de um movimento antimodernizador. c) o estabelecimento da tolerância e da liberdade religiosa. d) a preocupação apenas em explorar comercialmente o território. e) a manutenção de boas relações comerciais com o mundo ibérico. 10. (Acafe 2016) A União Ibérica (1580-1640) caracterizou-se quando Filipe II invadiu Portugal com suas tropas e assumiu a coroa portuguesa, unindo Portugal e Espanha. No contexto da União Ibérica, todas as alternativas estão corretas, exceto a: a) Em 1640 terminou o domínio espanhol, através do movimento liderado pelo Duque de Bragança. O duque foi coroado monarca de Portugal, dando início à dinastia de Bragança. b) Neste período, o Tratado de Tordesilhas não teve nenhum efeito entre os limites territoriais portugueses e espanhóis na América. Isto favoreceu o avanço português para o interior da colônia. c) O principal motivo da União Ibérica foi a tentativa da França de anexar a Espanha ao seu território. A União do exército espanhol com o exército português conseguiu afastar esta ameaça. d) Os holandeses invadiram o nordeste neste período e dominaram Pernambuco, pois os espanhóis não estavam permitindo o contato comercial dos batavos com os produtores de açúcar.

Gabarito: Resposta da questão 1: 01 + 08 + 16 = 25. [02] Incorreta. Embora existisse a escravidão no continente africano, não podemos afirmar que havia um intenso processo de compra e venda de escravos. Isso ocorreu com maior força com a chegada dos europeus. [04] Incorreta. Assim como no continente Americano, havia na África uma diversidade de povos, etnias e culturas. Os africanos não aceitaram de maneira pacífica a escravidão, ocorreram diversas formas de resistências dos africanos. Resposta da questão 2: 02 + 04 + 08 + 16 = 30. A afirmativa [01] está incorreta porque a sociedade colonial do açúcar era altamente ruralizada, não propiciando a urbanização na Colônia. Resposta da questão 3: 02 + 04 + 16 = 22. [01] Incorreto. Na sociedade patriarcal não prevalecia a democracia familiar e sim o poder do homem branco, o senhor de engenho. [02] Correto. A mulher tinha sua função social que consistia em trabalhos domésticos e cuidar da educação dos filhos dentro dos valores cristãos. [04] Correto. Na sociedade patriarcal prevalecia o poder do senhor de engenho. O Engenho Colonial era toda a estrutura como a Casa Grande, senzala, Capela, Moenda, entre outros. [08] Incorreto. Na sociedade patriarcal prevaleceu o trabalho escravo. [16] Correto. Através de compadrio, casamentos e outros arranjos sociais prevaleceu dependências e privilégios entre a elite agrária. Resposta da questão 4: 01 + 04 + 16 = 21. [01] Denomina-se escravismo moderno a utilização do trabalho escravo no interior de um modelo capitalista (para alguns, pré-capitalista). A utilização do escravo africano em larga escala iniciou-se nas Ilhas Atlânticas e ganhou maior dimensão no Brasil, a partir da produção canavieira em latifúndios. [02] A cana-de-açúcar não era uma planta nativa; foi trazida pelos portugueses. [04] Foi a partir do século XV com a expansão portuguesa que o açúcar de cana, produzido pelos árabes, ganhou espaço acentuado na culinária europeia, até então o sabor adocicado era dado por produtos naturais. [08] Apesar de existente, difícil definir se era mais ou menos complexa, porém não evitou a ação de invasores e contrabandistas. [16] A atividade canavieira tornou-se o motor da economia colonial, seu eixo principal e, ao seu redor, outras atividades de desenvolveram com uma função complementar. A pecuária e a agricultura de subsistência serviam para sustentar o funcionamento do engenho. [32] Grande parte da produção canavieira nas últimas décadas se destina a produção de etanol, porém o cultivo da terra ainda preserva características arcaicas e eventualmente trabalho do boia-fria análogo à escravidão. Resposta da questão 5: A presença holandesa no Brasil colonial, através do governo das Companhias das Índias Ocidentais, ajudou por desenvolver a capitania de Pernambuco, em especial na produção de açúcar. Mas a presença holandesa não modificou o panorama social da Colônia, beneficiando, assim, as elites. Resposta da questão 6: A questão aponta para a relevância das invasões holandesas no Brasil, em especial Pernambuco, 1630-1654. Entre 1630 e 1637 ocorreu a luta contra os invasores, com destaque para Calabar que mudou de lado e ajudou os holandeses a dominarem a região. O auge foi entre 1637 e 1644, com Nassau administrando a Companhia das Índias Ocidentais trazendo artistas e intelectuais, modernizando algumas regiões de Pernambuco. Entre 1644 e 1654 ocorreu a Insurreição Pernambucana, a luta para expulsar os invasores com a união de índios, negros e brancos. Resposta da questão 7: [B]

Somente a proposição [B] está correta. A questão remete às invasões holandesas no Brasil, no século XVII. Os holandeses eram parceiros comerciais de Portugal no que diz respeito ao açúcar. A Holanda se separou da Espanha no final do século XVI e, durante a União Ibérica, a Espanha boicotou o comércio do açúcar entre Holanda e Portugal. Desta forma, os holandeses criaram a Companhia das Índias Ocidentais com o intuito de invadir o Brasil. Ocorreu a invasão fracassada na Bahia em 1624 e, posteriormente, em 1630, ocorreu a invasão em Pernambuco. Resposta da questão 8: A partir do autor do texto e de algumas informações nele contidas, podemos identificar que o trabalho citado é o do negro escravo nos engenhos de açúcar do Brasil. Resposta da questão 9: O texto da historiadora Daniela Tonello Levy aponta para a relevância da presença holandesa em Pernambuco, 1630-1654. João Maurício de Nassau trouxe diversos intelectuais para morar no Brasil criando um ambiente urbano e intelectual. Investiu nos engenhos, modernizou a região e permitiu ampla liberdade religiosa o que era raro naquela época de guerras religiosas como a Guerra dos Trintas anos na Europa. Resposta da questão 10: A questão remete a União Ibérica, 1580-1640, através da submissão da coroa portuguesa e suas colônias pela coroa espanhola que era governada por Filipe II da dinastia de Habsburgo. Em 1578 morreu Sebastião, rei de Portugal e o cardeal Henrique assumiu o trono. Após a morte do rei Henrique, a Espanha conseguiu realizar um velho sonho, unir as coroas ibéricas. Esta união gerou mudanças na Europa e no Brasil. O Tratado de Tordesilhas perdeu o sentido, a Holanda através da Companhia das Índias Ocidentais invadiu o Brasil em 1624 na Bahia (fracassou) e Pernambuco em 1630.