Guia prático. para os agricultores



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Transcrição:

Guia prático para os agricultores

Introdução Os insectos polinizadores são uma componente essencial para a polinização de muitas culturas. Ao longo dos anos, no entanto, o número de alguns insectos polinizadores tem decrescido significativamente em muitas áreas do mundo, devido à combinação de alterações ambientais e usos do solo. Restaurar habitats e fornecer recursos valiosos para espécies de insectos polinizadores pode ajudar a reverter o seu declínio. Além disso, o aumento das populações de insectos polinizadores tem mostrado um incremento de produção e qualidade das culturas incluindo, frutos, vegetais e oleaginosas, onde os insectos prestam serviços de polinização. A implementação de tecnologia ambiental em explorações agrícolas comerciais é essencial para alcançar os objectivos da UE para 2020, relativamente à biodiversidade e protecção dos recursos naturais, especialmente a água e os solos. O desafio para garantir a disponibilidade de alimentos de forma sustentável é conseguir o equilíbrio entre o aumento da produção agrícola de qualidade e da implementação de medidas ambientais. As margens de cultura desempenham um papel crucial na protecção do solo e da água, assim como no aumento da biodiversidade nas terras de cultivo. Com a sua implementação mantém-se áreas não cultivadas como zonas de compensação ecológica. Esta prática permite a recuperação das margens ou limites que, pouco a pouco, foram desaparecendo na agricultura actual. Com esta medida a Syngenta apoia os produtores a introduzir no seu sistema de produção, medidas ambientais que fomentem a sustentabilidade, através da implementação de margens. Melhorando os ecossistemas naturais, que permitem o estabelecimento de insectos polinizadores, base fundamental de suporte ao bom funcionamento da natureza.

O que é o? O demostra que a gestão do ambiente e a produção agrícola não são só compatíveis, como também podem ser positivamente benéficas para a biodiversidade e a rentabilidade da exploração agrícola. Ajuda os produtores a dar uso às margens dos campos e áreas de baixa produtividade, semeando uma mistura específica de sementes de plantas selvagens para aumentar a biodiversidade e serviços agro-ambientais, incluíndo polinização, controlo natural de pragas e gestão do solo. O é uma iniciativa da empresa Syngenta, que teve início em Portugal em 2009 com o apoio de um consultor externo, técnicos da empresa, técnicos externos e agricultores. Nesse âmbito têm sido realizados vários projectos de investigação em diversas culturas (hortícolas, macieira, pereira Rocha, vinha, cerejeira e milho) com Universidades (ISA), Escolas Agrárias (Santarém, Viseu, Castelo Branco) e Estações Agrárias Superiores(Viseu). Estes trabalhos permitiram a obtenção de conhecimento, quer no estabelecimento de margens multifuncionais, com sucesso comprovado, na melhoria da biodiversidade, na protecção do solo, água e ao mesmo tempo no incremento da produção em quantidade e qualidade. O que pode o entregar? Aumento do número de insectos polinizadores benéficos Aumentar potencialmente para a produtividade e qualidade através de melhor polinização. Habitat para uma diversidade de outros insectos, aves e animais. Zonas tampão, protectoras do solo e da água dos efeitos da erosão. Compromisso entre os objectivos ambientais e efeito visual atractivo.

Guia prático para os agricultores Este é um guia prático para ajudar os agricultores a implementar e gerir habitats valiosos, usando técnicas culturais convencionais. O habitat pode ser estabelecido na Primavera ou no Outono. Abaixo um breve resumo dos passos necessários. Sementeira de Primavera Sementeira de Outono Planeamento Outubro Junho Sementeira Corte anual no final da campanha Fevereiro-Junho Final de Setembro Meados de Setembro a início de Outubro Final de Setembro 1 Planeamento do local Escolher cuidadosamente o local certo na exploração, para garantir que as margens se estabelecem bem e são fáceis de gerir. Promovendo o máximo valor de biodiversidade, e garantir que se adequa à manutenção geral da exploração, uma vez que se trata de um compromisso ambiental que tem de estar integrado como um elemento a longo prazo. A Identificar áreas de baixa produtividade Procurar áreas sem culturas Usar áreas, da exploração, de baixa fertilidade ou fraco crescimento Procurar áreas que não sejam destruídas pelos rodados dos tractores. Planear antecipadamente: Outubro para sementeira de Primaveira e Junho para sementeira de Outono. B Procurar os melhores locais Idealmente as margens devem ter uma área mínima de cerca de 100 m 2 mas necessitam de se adaptar ao tamanho da maquinaria disponível na exploração. Considere colocá-las junto a locais como sebes, limite de florestas, valas ou cursos de água. Se possível, escolha um local bem drenado, visto que o estabelecimento pode ser mais fácil do que num local com solo pesado. C Encomenda de sementes Entre em contacto com a Syngenta para seleccionar as suas sementes para o.

2 Preparação e estabelecimento É necessária uma sementeira fina e firme para ajudar o estabelecimento e minimizar a pressão das infestantes. A Datas de sementeira Idealmente a sementeira deve ser feita durante meados de Setembro até início de Outubro. Alternativamente existe a oportunidade de semear em Fevereiro até ao início de Junho quando os solos estão a aquecer mas ainda têm alguma humidade. B Remover toda a vegetação existente Aplicar herbicida ( criar um solo limpo. ou ) e/ou cortar a vegetação existente para C Preparar a cama da semente Deve proporcionar-se uma boa cama de sementeira. O solo deve estar nivelado, sem torrões e limpo de detritos vegetais trazidos à superfície pelas operações precendentes. D Sementeira e compactação Marcar previamente a área a semear e misturar muito bem a semente. Caso não disponha de semeador, pode realizar a sementeira a lanço. É importante assegurar uma distribuição homogénea da semente de forma a que ocorra uma germinação homogénea em toda a margem. Após a sementeira, providenciar um ligeiro enterramento das sementes, para promover uma melhor germinação e evitar o ataque dos pássaros e de outros organismos. Se não tiver um rolo disponível, pode utilizar um bidon. Sempre que necessário, recomenda-se a rega da margem, pelo menos no 1º ano (até que se assegure que a margem está completamente desenvolvida e produza semente).

3 Gestão / Manutenção da margem As margens do, como qual- quer outra cultura, necessitam manutenção. Geridas de forma eficaz podem durar vários anos. A Estabelecimento no primeiro ano Em caso de forte infestação de gramíneas, pode ser necessário realizar um tratamento com um herbicida selectivo ( ). No final da campanha (Setembro-início de Outubro) as margens devem ser cortadas a uma altura de 15 cm, removendo a vegetação cortada. Assim a sementeira é favorecida e os problemas de ter uma grande massa de matéria seca são evitados. B Gestão nos anos seguintes No final do Verão, quando todas as plantas já tenham dado flor e produzido semente que caíu no solo, deve fazer-se um corte em toda a margem. No Outono / Primavera seguintes a margem vai rebentar e irá ter uma maior densidade de plantas. Para fornecer local de hibernação para borboletas, cortar apenas 50% da vegetação da margem, alternando no ano seguinte.

Instalação em pomares: Nas margens instaladas junto dos pomares, para facilitar a deslocação dos insectos polinizadores, aconselha-se fazer a sementeira das margens perpendicularmente às linhas de plantação. As margens instaladas nos pomares, devem assegurar alimento (polén e néctar) para fixar as populações de polinizadores, fora da época de floração do pomar. Na altura de floração dos pomares, no caso de existirem flores na margem, estas devem ser cortadas, de forma a que os insectos polinizadores se desloquem para o pomar, para prestarem o seu serviço de polinização, que na maioria das culturas é fundamental para assegurar produção e qualidade. No caso de aplicação de insecticidas, efectuar a sua aplicação durante o período de menor actividade dos insectos, e evitar o arrastamento para a margem. Instalação em milho: Antes da instalação da margem, recomenda-se a aplicação do herbicida Lumax, aquando da aplicação na área de milho semeada; Aguardar cerca de 45 dias após a aplicação do herbicida, e proceder então à sementeira; Dada a época do ano em que é realizada a sementeira, é essencial regar com regularidade. Composição da mistura Trevo-encarnado (Trifolium incarnatum) 5% Luzerna (Medicago sativa) 5% Trevo-morango (Trifolium fragiferum) 5% Serradela (Ornithophus sativus) 5% Fidalguinhos (Centaurea cyanus) 15% Coentros (Coriandrum sativum) 20% Colza (Brassica napus) 15% Soagem (Echium plantagineum) 15% Pampilho das searas (Chrysanthemum segetum) 15%

Um planeta, seis compromisos para 2020 Tornar as culturas mais eficientes Recuperar mais terras cultiváveis Promover a biodiversidade Capacitar pequenos produtores Promover a segurança das pessoas Cuidar de cada trabalhador www.goodgrowthplan.com Utilize os produtos fitofarmacêuticos de forma segura. Leia sempre o rótulo e a informação relativa ao produto antes de o utilizar. Syngenta C.P. Lda. Av. D. João II, Torre Fernão Magalhães, 1.17.02 11º Piso, 1990-084 Lisboa Tel.: 21 794 32 00 Fax: 21 794 32 30 E-mail: contacto.portugal@syngenta.com www.syngenta.pt Copyright Syngenta Crop Protection, Lda, Lisboa, 2013 Marca registada Syngenta AG, Basileia, Suíça