Efeito da adição de ferro nas características sensoriais de bebidas elaboradas com polpa de frutos tropicais e soro lácteo.



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Transcrição:

Efeito da adição de ferro nas características sensoriais de bebidas elaboradas com polpa de frutos tropicais e soro lácteo. Felipe Machado TROMBETE ¹ *; Romilda Aparecida Bastos Monteiro ARAÚJO 2 ; Marcos Rogério Vieira CARDOSO 3 1 Aluno do Curso Superior de Tecnologia em Alimentos do IFMG Campus Bambuí e bolsista da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais 2 Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos e professora do IFMG Campus Bambuí 3 Mestre em Ciência dos Alimentos e professor do IFMG Campus Bambuí RESUMO Com o intuito de prevenção a anemia ferropriva muitos produtos são acrescidos de ferro, sendo que para esta fortificação, o composto bisglicina quelato é o mais indicado por possuir alta biodisponibilidade. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivo avaliar se a adição de ferro em bebidas elaboradas com polpa de frutas tropicais e soro lácteo acarreta em mudanças sensoriais significativas que possam ser percebidas pelos consumidores. Para cada bebida, foram elaboradas quatro formulações com concentrações diferentes de soro (100%, 75%, 50% e 25%). Para determinar se houve diferença significativa (p <0,05) entre as bebidas, foi aplicado o teste de Friedman. Já para verificar a amostra de maior preferência, utilizou-se do teste de Tukey a nível de 5% de probabilidade. As formulações de maior preferencia pelos provadores foram: açaí com 100% soro, cajá com 75% soro, cajú com 25% soro, graviola com 100% soro e tamarindo com 75% soro. A fortificação das bebidas com 50% da IDR do mineral ferro para crianças com até 10 anos de idade seria viável por não ser perceptível pelos provadores. Palavras-chave: avaliação sensorial, ferro, frutos tropicais, soro lácteo. 1. INTRODUÇÃO A Ingestão Diária Recomendada (IDR) de ferro, corresponde a 9 mg do mineral por dia para crianças com até 10 anos de idade (BRASIL, 2005), podendo ser suprida com uma dieta balanceada em alimentos ricos em ferro, como fígados, feijões, cereais integrais e vegetais de folhas verdes (SHILS et al. 2003). Estima-se que somente 5 a 15% do ferro alimentar é absorvido por indivíduos com taxa normal de hemoglobina (SHILS et al. 2003), o que representa um risco ao desenvolvimento de uma deficiência nutricional que afeta grande parte da população em quase todos os países dos mundo, a anemia ferropriva (WHO, 2001). Cerca de 4 a 5 bilhões de pessoas (66-80% da população mundial) estão em risco de desenvolver deficiência de ferro, enquanto 30% da população mundial (cerca de 2 bilhões de pessoas) já apresentam anemia ferropriva (WHO, 2005). Com o intuito de prevenção, muitos produtos são acrescidos de ferro, sendo que para esta fortificação, o composto bisglicina quelato é o mais indicado por constituir em um mineral orgânico composto por uma molécula de ferro ligada a duas moléculas de glicina, formando uma estrutura anelar (bicíclica) similar a hemoglobina, o que confere biodisponibilidade superior, permanecendo quelado, e comportando-se como ferro-heme, podendo até mesmo ser 4 a 7 vezes maior que a do sulfato ferroso (RODRIGUES, 2007; BAGNI 2007), composto mais utilizado em programas de combate a anemia. * Email para contato: felipe_mact@yahoo.com.br

Desta forma, o presente trabalho teve como objetivo avaliar se a adição de ferro em bebidas elaboradas com polpa de frutas tropicais e soro lácteo acarreta em mudanças sensoriais significativas que possam ser percebidas pelos consumidores. 2. MATERIAIS E MÉTODOS Para o desenvolvimento da bebida foi utilizado polpa integral de açaí, cajá, cajú, graviola e tamarindo, frutas tropicais típicas do cerrado brasileiro. Foi obtido soro de leite doce advindo do processo de fabricação de queijos pela usina de beneficimento de leite do IFMG Campus Bambuí, e utilizado com o intuito de enriquecer o produto, devido ao seu alto valor nutritivo. Ao mesmo foi adicionado os ingredientes (polpa, açúcar e espessante) e submetida um tratamento térmico de 62ºC/30 minutos, com objetivo de reduzir a carga microbiana e inativar enzimas presentes, que poderiam causar alterações físicas e bioquímicas indesejáveis. Para cada bebida, foram elaboradas quatro formulações com concentrações diferentes de soro (100%, 75%, 50% e 25%). Para verificar se houve diferenças significativas (p < 0,05) entre as amostras avaliadas, foi aplicado o teste de Friedman, utilizando a tabela de Newell e MacFarlane (IAL, 2008). Para determinar a amostra de maior preferência, utilizou-se do teste de Tukey a nível de 5% de probabilidade. Já para verificar se houve modificações significativas nas propriedades sensoriais da bebida após a adição do composto bisglicina quelato, foi aplicado o teste sensorial pelo método triangular. A interpretação dos resultados baseou-se no número total de julgamentos versus o número de julgamentos corretos, onde segundo o Instituto Adolfo Lutz (2008), se o número de julgamentos corretos for maior ou igual ao valor tabelado, conclui-se que existe diferença significativa entre as amostras no nível de probabilidade correspondente. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1. Avaliação por preferência método das ordens 3.1.1. Bebida sabor açaí A partir dos dados obtidos com a análise sensorial foi aplicado o teste de Friedman, que demonstrou haver diferença significativa (p < 0,05) entre as amostras de bebida tropical sabor açaí elaboradas com 25% e 75% de soro, e 25% e 100% de soro. Com o Teste de Tukey encontrou-se os seguintes resultados representados na Tabela 1: Tabela 1 Valores médios de preferência encontrados pelo Teste de Tukey para bebida sabor açái elaborada com diferentes concentrações de soro. 100% soro 1.76 a 75% soro 2.28 ab 50% soro 2.62 b 25% soro 3.34 c CV (%) = 44,78 DMS = 0, 5819

Houve diferença significativa (p < 0,05) entre as amostras de bebida sabor açaí elaboradas com diferentes concentrações de soro. A amostra elaborada com 100% de soro lácteo obteve maior preferência 3.1.2. Bebida sabor cajá Foi aplicado o teste de Friedman que demonstrou não haver diferença significativa (p < 0,05) entre as amostras de bebida tropical sabor cajá elaboradas com diferentes concentrações de soro. Com o Teste de Tukey encontrou-se os seguintes resultados representados na Tabela 2: Tabela 2 Valores médios de preferência encontrados pelo Teste de Tukey para bebida sabor cajá elaborada com diferentes concentrações de soro. Não houve diferença (p > 0,05) entre as amostras de bebida sabor cajá elaboradas com diferentes concentrações de soro. Entretanto, a amostra elaborada com 75% de soro lácteo obteve melhor pontuação. 3.1.3. Bebida sabor cajú 75% soro 2.32 a 50% soro 2.44 a 25% soro 2.48 a 100% soro 2.76 a CV (%) = 51,62 DMS = 0, 6708 O teste de Friedman demonstrou haver diferença significativa (p < 0,05) entre as amostras de bebida tropical sabor caju elaboradas com 100% e 25% de soro, 75% e 25% de soro e 50% e 25% de soro lácteo. Com o Teste de Tukey encontrou-se os seguintes resultados representados na Tabela 3: Tabela 3 Valores médios de preferência encontrados pelo Teste de Tukey para bebida sabor cajú elaboradas com diferentes concentrações de soro. 25% soro 1.82 a 100% soro 2.62 b 100% soro 2.68 b 50% soro 2.88 b CV (%) = 48,64 DMS = 0, 6320

Houve diferença significativa (p < 0,05) entre as amostras de bebida sabor caju elaboradas com diferentes concentrações de soro. A amostra elaborada com 25% de soro lácteo obteve maior preferência. 3.1.4. Bebida sabor graviola Foi aplicado o teste de Friedman, que demonstrou haver diferença significativa (p <0,05) entre as amostras de bebida tropical sabor graviola elaboradas com 25% e 100% de soro lácteo. Com o Teste de Tukey encontrou-se os seguintes resultados representados na Tabela 4: Tabela 4 Valores médios de preferência encontrados pelo Teste de Tukey para bebida sabor graviola elaborada com diferentes concentrações de soro. Houve diferença significativa (p < 0,05) entre as amostras de bebida sabor graviola elaboradas com diferentes concentrações de soro lácteo. A amostra elaborada com 100% de soro lácteo obteve maior preferência 3.1.5. Bebida sabor tamarindo 100% soro 2.20 a 75% soro 2.40 ab 50% soro 2.46 ab 25% soro 2.94 b CV (%) = 50,60 DMS = 0, 6576 Com a aplicação do teste de Friedman, não houve diferença significativa (p < 0,05) entre as amostras de bebida tropical sabor tamarindo elaboradas com diferentes concentrações de soro lácteo. Com o Teste de Tukey encontrou-se os seguintes resultados representados na Tabela 5: Tabela 5 Valores médios de preferência encontrados pelo Teste de Tukey para bebida sabor tamarindo elaborada com diferentes concentrações de soro. 75% soro 2.18 a 50% soro 2.42 a 100% soro 2.60 a 25% soro 2.80 a CV (%) =51,06 DMS = 0, 6636 Não houve diferença significativa (p > 0,05) entre as amostras de bebida sabor tamarindo elaboradas com diferentes concentrações de soro. Entretanto, a amostra elaborada com 75% de soro lácteo obteve melhor nota.

3.2. Teste discriminativo análise triangular Das cinco formulações elaboradas, os resultados que apresentaram maior preferência pelo método das ordens foram acrescido do composto férrico bisglicina quelato, na concentração de 9mg/200 ml de bebida (100% da IDR para crianças com até 10 anos de idade) e analisados pelo método triangular. Os resultados demonstraram que todas as amostras apresentaram diferenças significativas (p <0,05), devido principalmente a mudança de coloração provocada pelo ferro, perceptível com facilidade nas bebidas de coloração mais claras como caju e cajá. Um novo teste triangular foi realizado com uma nova concentração de ferro, correspondendo por 4.5mg/200 ml de bebida (50% da mesma IDR). Os resultados demonstraram que em todas as amostras não houve mudanças significativas (p > 0,05) provocadas pela adição de ferro, sendo então esta a concentração adotada. 4. CONCLUSÃO De acordo com os resultados obtidos pelo método das ordens e análise triangular, as formulações ideais para obtenção de bebidas com maior preferencia pelos provadores são: açaí (100% soro), cajá (75% soro), cajú (25% soro), graviola (100% soro) e tamarindo (75% soro). A fortificação das bebidas com 100% da IDR para crianças com até 10 anos de idade não seria viável por provocar modificações significativas (p <0,05) nas caracteristicas sensoriais desta, porém utilizando-se de 50% da IDR, a fortificação seria viável por não ser perceptível pelos provadores. 5. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais pelo apoio financeiro. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAGNI, Ú.V. Impacto do consumo de arroz fortificado com ferro sobre a anemia em crianças de 12 a 60 meses matriculadas em creches públicas do município do Rio de Janeiro. 2007. Dissertação (Mestrado Nutrição) - Programa de Pós-graduação. Instituto de Nutrição Josué de Castro. UFRJ. Rio de Janeiro, 2007. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 269, de 22/09/2005 Regulamento Técnico Sobre a Ingestão Diária Recomendada (IDR) de Proteína, Vitaminas e Minerais. ANVISA, 22 set. 2005. IAL - INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Métodos físico-químicos para análise de alimentos. 1 ed. Digital.Coordenação de ZENEBON, O.; PASCUET N.S. e TIGLEA, P. Instituto Adolfo Lutz, São Paulo. 2008. RODRIGUES, E.F.G. Ferro e Anemia Ferropriva. Albitech Nutritionals, 2007. Disponível em: http://www.albitech.com.br/publicacao_6.php Acesso em: 25 ago. 2009. SHILS, M. E. et al. Tratado de Nutrição Moderna na Saúde e na Doença. 9.Ed. Barueri, SP. Manole, 2003. WHO. World Health Organization. Iron deficiency anemia: assessment, prevention and control. A guide for programme managers. Geneva; 2001. WHO. World Health Organization. Micronutrient deficiencies: Battling iron deficiency anemia. 2005. Disponível em: http://www.who.int/nut/ida.htm Acesso em: 25 ago. 2009.