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Transcrição:

1 PONTO 1: Introdução. PONTO 2: Culpabilidade continuação. 1. Introdução: - Informativo 625 STF, H.C. 104286, J.03-05-11: admite a utilização do princípio da insignificância no caso do ex-prefeito que utilizou máquinas da Prefeitura para a prática de aquaplanagem em seu terreno. -Informativo 471STJ, RHC 28.689, J. 5-5-11: mencionam que a venda de bebida alcoólica para menores não se enquadra no art. 243 1, ECA. O art. 243 menciona: produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica e no artigo 81 2 do ECA os produtos e as bebida alcoólicas encontram-se em incisos diferentes. Portanto, bebida alcoólica não é produto que possa causar dependência. Assim, esse artigo não enquadra bebida alcoólica. Atualmente, a venda de bebida alcoólica para menores é tipificada no art. 63, I 3, LCP. 2. Culpabilidade: Causas exculpantes ou dirimentes: - Inimputabilidade continuação: 1 Art. 243. Vender, fornecer ainda que gratuitamente, ministrar ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente, sem justa causa, produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica, ainda que por utilização indevida: Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave. 2 Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de: I - armas, munições e explosivos; II - bebidas alcoólicas; III - produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica ainda que por utilização indevida; IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida; V - revistas e publicações a que alude o art. 78; VI - bilhetes lotéricos e equivalentes. 3 Art. 63. Servir bebidas alcoólicas: I a menor de dezoito anos.

2 Embriaguez: É um instituto de direito penal. É uma causa que pode conduzir a isenção da pena, pois é uma intoxicação causada pelo álcool, incluindo-se as substâncias que causem efeitos análogos ao do álcool. Embriaguez: A) Não-acidental B) Acidental C) Patológica D)Preordenada dolosa. A) embriaguez não acidental: A.1) Voluntária: o agente consome a substância para ficar embriagado. A embriaguez é A.2) Culposa: o agente quer consumir a substância, mas não quer ficar embriagado, o que acaba ocorrendo por imprudência. Conseqüências jurídicas para ambas: jamais excluem a imputabilidade penal, embasada no livre-arbítrio (o sujeito era livre para consumir ou não a substância). Fundamento jurídico: Art. 28, II 4, CP. Teoria da Actio libera in causa : teoria da ação livre na origem. Considera-se o momento da ingestão da substância e não o da efetiva prática do crime. OBS- - Em regra, a teoria da Actio libera in causa é resquício de responsabilidade objetiva. - É admitida por exceção desde que exista previsibilidade quanto ao resultado (casos de homicídio no trânsito com dolo eventual). 4 Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: Embriaguez II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.

3 - A teoria é necessária no caso da embriaguez preordenada. B) Embriaguez acidental: É a embriaguez que decorre do caso fortuito ou da força maior. Casos comuns de jurisprudência: mistura de drogas (cálice vinho e remédio), arma na cabeça e obriga o gerente do banco a injetar substância. Conseqüências jurídicas: - Embriaguez completa: retira totalmente a capacidade do agente. Efeito jurídico: o réu terá excluída a sua imputabilidade e ficará isento de pena Fundamento jurídico: Art. 28, 1º 5, CP. Na lei de drogas - art. 45 6, 11.343/06. Neste caso, a absolvição é própria (não há pena e nem medida de segurança). - Embriaguez incompleta: retirada parcialmente a capacidade do agente. Conseqüência jurídica: minorante genérica (causa geral de diminuição da pena). Fundamento jurídico: art. 28, 2º 7, do CP. Obs- a perícia indicará se a embriaguez é completa ou incompleta. C) Embriaguez Patológica: É o caso dos alcoolistas e dependentes químicos. Equivale a uma doença mental, sendo que todas as observações feitas para doença mental utilizam-se para este tipo de embriaguez. 5 Art. 28, 1º. É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 6 Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 7 Art. 28, 2º. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

4 Fundamento jurídico: art. 26 8, caput, CP. Há necessidade de perícia. Caso reconhecer a imputabilidade haverá absolvição imprópria, com imposição de medida de segurança. D) Embriaguez Preordenada: O agente voluntariamente se embriaga para, nesse estado, praticar crimes. do agente. Conseqüência jurídica: além de não excluir a imputabilidade penal, ainda agrava a pena Fundamento jurídico: art. 61, II, l 9, CP. 3) Sistemas de apuração da inimputabilidade: 1) Biológico: só se preocupa com a causa. Basta que o agente seja portador do distúrbio. Sistema não adotado no Brasil, com exceção dos menores de 18 anos, basta que sejam menores para serem inimputáveis. 2) Psicológico: só se preocupa com a conseqüência, ou seja, a única coisa que interessa é o grau de perturbação do agente no momento do crime. Esse sistema também não é adotado no Brasil. 3) Biopsicológico: reúne os dois anteriores e exige os seguintes requisitos: - causal: a causa deve estar prevista em lei; - cronológico: a causa deve atuar no momento do crime; - consequencial: a causa deve retirar totalmente a capacidade do agente. 8 Art. 26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 9 Art. 61, CP - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: II - ter o agente cometido o crime: l) em estado de embriaguez preordenada.

5 O sistema Biopsicológico é adotado no Brasil (art. 26, CP). Porém, para os menores de 18 anos o critério é puramente biológico. CP; Imputabilidade reduzida ou diminuída ou semi-imputabilidade: O Juiz terá duas opções: - fixa a pena ou a reduz de 1/3 a 2/3 conforme previsão do art. 26, parágrafo único 10, do - fica a pena e a substitui por medida de segurança, conforme precisão do art. 98 11, CP. A natureza jurídica da sentença será condenatória, não há absolvição, sendo a pena reduzida ou substituída por MS. Sistemas: - Sistema Duplo Binário (dois trilhos, mão dupla, dualista): O réu semi-imputável recebe medida de segurança e também pena. Foi revogado com a reforma penal de 1984. reduzida. - Sistema Vicariante ou Unitário: O réu semi-imputável ou cumpre medida de segurança substitutiva ou cumpre pena É o sistema atualmente vigente no Brasil (iniciou com a reforma de 1984). 10 Art. 26, Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 11 Substituição da pena por medida de segurança para o semi-imputável Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e necessitando o condenado de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos termos do artigo anterior e respectivos 1º a 4º.

6 CULPABILIDADE: I* PCI * ECD* *Imputabilidade *Potencial consciência da ilicitude *Exigibilidade conduta diversa - POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE: Ignorantia legem neminem excusat, significa o desconhecimento da lei é inescusável. A ignorância significa o completo desconhecimento. Fundamento juridico: - Art. 3º 12, LINDB. - Art. 21 13, CP. - Art. 65, II 14, CP - Não há exclusão da culpabilidade, apenas incidirá uma atenuante. - Súmula 231, STJ: A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal. Obs: art. 8º 15, da Lei 3.688/41(Contravenções Penais). Instituto jurídico é o perdão judicial, pois o juiz pode deixar de aplicar a pena. Significa que tem um tratamento para ignorância para crime e outro para contravenção. 12 Art. 3º, LICC - Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. 13 Art. 21, CP - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. 14 Art. 65, CP - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: II - o desconhecimento da lei; 15 Art. 8º, Lei 3.688/41 - No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando escusáveis, a pena pode deixar de ser aplicada.

7 - EXCLUDENTES DE POTENCIAL CONSCIÊNCIA DE ILICITUDE: Erro de Proibição: - é o que incide sobre o caráter proibitivo da norma; Erro de Tipo Essencial: - é o que incide sobre elemento constitutivo do tipo; - Art. 21 16, CP; - art. 20, caput 17, do CP; - até reforma Penal de 1984, era chamado de erro de direito; - até a reforma penal de 1984 era chamado de erro de fato; - se for erro escusável/inevitável: exclui culpabilidade; - se for erro escusável/ inevitável: exclui dolo e culpa (fato atípico); - inescusável/evitável: diminui a pena do crime doloso; - se for erro inescusável/evitável: somente exclui o dolo, permitindo a punição por culpa, se houver previsão legal; - a realidade do agente está perfeita (a pessoa sabe o que está fazendo, mas acha que não comete crime). Ex: Holandês fuma maconha aqui no Brasil, sabe que é droga, mas acha que é permitido.. - a realidade do agente está distorcida. Ex1: transporta cocaína, mas acredita que é farinha branca. Ex2: caçador atira numa moita pensando ser um bicho e mata uma pessoa que estava ali. 16 Erro sobre a ilicitude do fato Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. 17 Erro sobre elementos do tipo Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.

8 - ERRO DE PROIBIÇÃO: (Exclui a potencial consciência da ilicitude). A) Direto - o agente: - desconhece o caráter ilícito da norma; ou - conhece-o, mas o interpreta mal. É o erro de proibição propriamente dito. Ex: Holandês fuma maconha aqui no Brasil. B) Indireto (erro de permissão) - o agente sabe que o fato é criminoso, mas: - supõe estar ao abrigo de Causa Excludente de Ilicitude não reconhecida; - engana-se sobre os limites de Causa Excludente de Ilicitude reconhecida. São duas hipóteses de descriminantes putativas. Denotam o erro de permissão. Obs: há três descriminantes putativas, essas são duas hipóteses. A outra hipótese é aquela que incide sobre circunstância fática (art. 20, 1º, CP). Se realmente existisse tornaria lícita a conduta do agente. Ex: pai mata o próprio filho, que chega de madrugada, e pensa ser assaltante. Descriminantes: a) supõe estar ao abrigo de Causa Excludente de Ilicitude não reconhecida; b) engana-se sobre os limites de Causa Excludente de Ilicitude reconhecida; c) art. 20, 1º 18, CP. Quanto ao art. 20, 1º, CP há duas posições: - erro de proibição para a teoria extremada; - tipo permissivo para a teoria limitada. 18 Art 20, 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.

9 Erro de mandamento: Pode existir em crimes omissivos puros e crimes omissivos impuros. - nos crimes omissivos puros: não pressupõe a posição do garante, tenho apenas o dever universal de solidariedade. Art. 135 19, CP. - de tipo: socorrer alguém sem risco pessoal, porém a pessoa deixa de ajudar por estar em erro. - de proibição: acha que não precisa ajudar por não acreditar que está numa posição que não é obrigado a ajudar. Mas há um mandamento legal. - nos crimes omissos impuros: - de tipo: garante que não age para salvar pessoa, pois acredito que não sou garante daquela pessoa. - de proibição: eu sei que sou garante, mas diante da situação cada um por si. Eu acho que não sou mais garante diante do perigo. Crime Putativo: Ele acha que está delinqüindo, mas na verdade pratica um irrelevante penal. - Crime putativo por erro de tipo: o sujeito acha que está descumprindo norma penal que realmente existe. - crime putativo por erro de proibição: o agente supõe estar descumprindo norma penal que não existe. Ex: pai transa com própria filha, maior e capaz que consente com a relação e acha que pratica estupro. Mas não pratica crime nenhum. 19 Omissão de socorro Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

10 Ex2: Lei 11. 106/05 mesmo após incidência dessa lei que fulminou com o crime de adultério. O sujeito se relaciona com outra pessoa fora casamento e acha que está praticando adultério. Mas não existe. - crime putativo por obra do agente provocador (flagrante preparado, provocado, crime de ensaio, delito de laboratório): Hipótese de crime impossível. Súmula 145, STF: Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação. - EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA: Surge com o jurista Frank. Causas de exclusão da exigibilidade de conduta diversa: - legais: - art. 128, II, CP - coação moral irresistível - obediência hierárquica - supralegais: - estado necessidade exculpante; - excesso causal ou acidental; - excesso exculpante; - Inexigibilidade de conduta diversa stricto sensu. - Art. 128, CP: Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: Aborto necessário I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto no caso de gravidez resultante de estupro II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. A doutrina majoritária menciona que, neste artigo, há dois casos especiais de estado de necessidade. Basta o conflito de bens, sobrevivendo o bem só se o outro se sacrificar, como no caso do inciso I.

11 No caso do inciso II, os bens em conflito são: vida do feto e honra da mãe. Questão polêmica, porém, a doutrina majoritária entende que se trata de estado de necessidade. Para que seja estado de necessidade, ao invés de referir honra da mãe, referimos a dignidade da pessoa humana, da mãe (art. 5º, CF), assim, há bens de iguais valores. A posição minoritária diz se tratar o inciso II de inexigibilidade de conduta adversa. - Coação: Física (vis absoluta ou vis corporalis): não há vontade e nem conduta por parte do coato. Exclui a conduta do coato (fato atípico). Moral (vis relativa ou vis compulsiva): resquício de vontade. Irresistível: só responde pelo crime o coator, já que o coato terá excluída a sua culpabilidade. Trata-se de um caso de Autoria mediata ou indireta. Art. 22 20, CP. Resistível: ambos (coator e coato) respondem pelo mesmo crime em concurso de pessoas. Coator art. 62, II 21, CP. Coato art. 65, III, c 22. CP. - Obediência Hierárquica a ordem não manifestamente ilegal: Requisitos: - necessidade de um superior; - necessidade de um subordinado; - necessária uma relação de direito público; - haja uma ordem; 20 Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. 21 Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: II - coage ou induz outrem à execução material do crime. 22 Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: III - ter o agente: c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima.

12 - ilegalidade da ordem; - aparência de legalidade dessa ordem. *Ordem: Legal: - exclui a ilicitude: pelo estrito cumprimento do dever legal art. 23, III 23, CP; - exclui tipicidade: teoria da tipicidade conglobante, no seu elemento antinormatividade. - Ilegal: - manifestamente ilegal: ambos (superior hierárquico e subordinado) respondem pelo mesmo crime em concurso de pessoal. Superior - art. 62, III 24, CP. Subordinado - art. 65, III, c, ultima parte, CP. - aparentemente legal: só responde pelo crime o superior hierárquico, já que o subordinado terá excluída a sua culpabilidade. Art. 22 25, CP, Hipótese de autoria mediata ou indireta. - EXTRA/SUPRA LEGAIS: - Estado de necessidade exculpante. - Excesso causal ou acidental: decorre do caso fortuito ou da força maior. Tese defensiva, caso acolhida, exclui a própria culpabilidade. - Excesso exculpante: decorre da alteração de ânimo, medo ou susto do agente. Tese defensiva dogmática. - Inexigibilidade de Conduta Diversa stricto sensu : tese dogmática e jurisprudencial. Há duas posições. A posição majoritária entende que pode ser utilizada. 23 Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. 24 Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal.

13 Ex: mãe com filho de três anos, não tem com quem deixar criança e precisa trabalhar. Deixa a criança em casa e acaba morrendo. Ex: mulher a vida inteira agredida pelo marido. Numa noite o marido bêbado ameaça mulher que quando acordar vai bater nela, pois não consegue no momento. Assim, a mulher sufoca ele dormindo. Na jurisprudência, essa tese é muito utilizada em crimes de sonegação fiscal. De tanto acolhida foi sumulada pela Súmula 68 26, TRF 4ºRegião Tese menciona que não precisa da perícia para comprovação. 26 SÚMULA 68, TRF4 - A prova de dificuldades financeiras, e conseqüente inexigibilidade de outra conduta, nos crimes de omissão no recolhimento de contribuições previdenciárias, pode ser feita através de documentos, sendo desnecessária a realização de perícia.