DIAGNÓSTICO FLORÍSTICO/CONSERVACIONISTA DA MATA CILIAR DA SANGA FONTE DO MATO NO MUNICÍPIO DE CAÇAPAVA DO SUL - RS

Documentos relacionados
DEGRADAÇÃO DAS MATAS CILIARES E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA NASCENTES DO MUNICÍPIO DE MARAVILHA, SERTÃO DE ALAGOAS

Localização do Programa na cidade de Vera Cruz- RS

Organização da Aula. Recuperação de Áreas Degradas. Aula 2. Matas Ciliares: Nomenclatura e Conceito. Contextualização

Universidade Federal de Pelotas Centro de Engenharias. Disciplina de Drenagem Urbana. Professora: Andréa Souza Castro.

MUDANÇAS DE COBERTURA VEGETAL E USO AGRÍCOLA DO SOLO NA BACIA DO CÓRREGO SUJO, TERESÓPOLIS (RJ).

CAPÍTULO VII CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

FRAGMENTOS FLORESTAIS

Planos de Manejo INSTITUTO FLORESTAL. Estação Ecológica de Itapeva

CAPACIDADE REGENERATIVA DE UM REMANESCENTE FLORESTAL LOCALIZADO NA ÁREA URBANA DE CAMPO MOURÃO - PR. Janaina de Melo Franco 1

TERMO DE COOPERAÇÃO. C Não é necessário ser uma muda de árvore, pode-se adotar uma já existente na calçada em frente a sua casa.

CONHECER PARA CONSERVAR: UMA PARCERIA ENTRE A UNIVERSIDADE E A SOCIEDADE

Aula Bioma e Vegetação. Prof. Diogo

Perspectivas da Restauração Ecológica no Corredor de Biodiversidade do NE

Utilização de Técnicas de SIG e de Campo para Identificação de Áreas Sensíveis com Intuito de Regularização Fundiária

RECUPERAÇÃO DA MATA CILIAR Bacia do Rio do Peixe

PROJETO DE REVITALIZAÇÃO DE NASCENTES EM ÁREAS URBANAS

SISEMA. Sistema Estadual de Meio Ambiente. POLÍCIA MILITAR D E M I N A S G E R A I S Nossa profissão, sua vida.

Restauração Florestal com Alta Diversidade: Vinte Anos de Experiências

MANEJO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS PARA PRODUÇÃO DE ÁGUA. Profª Celme Torres F da Costa

ACOMPANHAMENTO DO CRESCIMENTO DE ESPÉCIES ARBÓREAS EM UM PLANTIO DE RECUPERAÇÃO DE NASCENTE NO MUNICÍPIO DE MUNDO NOVO MS

Similaridade florística em duas áreas de Cerrado, localizadas no município de Parnarama, Maranhão - Brasil

COBERTURA VEGETAL COMO FATOR DE PROTEÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS

2017 Ecologia de Comunidades LCB Prof. Flávio Gandara Prof. Sergius Gandolfi. Aula 2. Caracterização da Vegetação e Fitogeografia

Geoprocessamento na delimitação de áreas de conflito em áreas de preservação permanente da sub-bacia do Córrego Pinheirinho

Eng. Agrônomo Ricardo Moacir Konzen Coordenador de departamento Departamento de Meio Ambiente de Vera Cruz

DISPOSIÇÃO INADEQUADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA MICROBACIA DO TIJUCO PRETO, MUNICÍPIO DE SÃO CARLOS/SP.

Escolha da área para plantio Talhonamento Construção de aceiros e estradas

V. 07, N. 02, 2011 Categoria: Relato de Experiência

LEVANTAMENTO FLORÍSTICO DA MICROBACIA DO CÓRREGO MAMANGABA, MUNICÍPIO DE MUNDO NOVO/MS.

Poço Grande, Município de Ouro Verde do Oeste, Paraná. Daniela Mondardo, Aline Uhlein, Deise D. Castagnara, Felipe Guilherme

MÉTODOS PARA RESTAURAÇÃO DE FLORESTAS DE BREJO DEGRADADAS

Recuperação de Matas Ciliares na Bacia do Rio das Velhas. Profa Maria Rita Scotti Muzzi Depto de Botânica/ICB/UFMG

A NATUREZA DO BRASIL: CLIMA E VEGETAÇÃO

FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DA REGENERAÇÃO NATURAL EM UM REMANESCENTE DE FLORESTA OMBRÓFILA MISTA NO RIO GRANDE DO SUL

CARACTERIZAÇÃO DA COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E ESTRUTURA DE UMA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA, NO MUNICÍPIO DE GENERAL CARNEIRO (PR)

ESPÉCIES ARBÓREAS DA BACIA DO RIO MAUÉS-MIRI, MAUÉS AMAZONAS

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E ESTRUTURA DA FLORESTA SECUNDÁRIA EM UM PERÍMETRO URBANO, BELÉM-PA

CRESCIMENTO DIAMÉTRICO MÉDIO E ACELERADO DE ESPÉCIES ARBÓREAS EM UM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA MISTA

Áreas de preservação em topo de chapada e sua adequação à Legislação Federal. Diego Alves de Oliveira 3 de dezembro de 2015 Uberlândia-MG

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Proteção e restauração ecológica de nascentes utilizando talhão facilitador diversificado

AULÃO UDESC 2013 GEOGRAFIA DE SANTA CATARINA PROF. ANDRÉ TOMASINI Aula: Aspectos físicos.

PROJETO DE REVITALIZAÇÃO DE NASCENTES EM ÁREAS URBANAS

Geografia. Aspectos Físicos e Geográficos - CE. Professor Luciano Teixeira.

9. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1

Alguns processos erosivos que contribuem para o empobrecimento do solo

DIAGNÓSTICO DE RISCOS AMBIENTAIS E ALTERNATIVAS PARA RECUPERAÇÃO AMBIENTAL DE TRECHO DO RIO GUANDU

LEVANTAMENTO FLORÍSTICO E FITOSSOCIOLÓGICO EM CERRADO RUPESTRE E CERRADO TÍPICO CONTÍGUOS DO PARQUE DO BACABA.

Fragmentação. Umberto Kubota Laboratório de Interações Inseto Planta Dep. Zoologia IB Unicamp

Código Florestal. Experiências em Recuperação Ambiental

Terminologia, Conceitos, definições e esclarecimentos...

PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE

NOVO CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO: Principais mudanças e implicações. Lei n , de 25 maio de Volume 2 Série Cartilhas ao Produtor

Florística do Estado de Santa Catarina, baseado nos dados do IFFSC um olhar geral

IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS E A TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO: UM OLHAR SOBRE O EIXO LESTE

ANÁLISE QUANTITATIVA DOS FRAGMENTOS FLORESTAIS NO ENTORNO DA RESERVA BIOLOGICA DE UNA-BA (REBIO)

Biomas do Brasil. Ciências Humanas e suas Tecnologias. Professor Alexson Costa Geografia

BIOLOGIA. Ecologia e ciências ambientais. Biomas brasileiros. Professor: Alex Santos

Diversidade de biomas = diversidade de desafios para a ciência e a prática da restauração

Estudo do efeito borda em fragmentos da vegetação nativa na bacia hidrográfica do Córrego do Jacu Queimado (SP)

ESTRATÉGIAS DE GESTÃO TERRITORIAL PARA A RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA E CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE EM MINAS GERAIS

AGINDO NO BOSQUE O QUÊ É O BOSQUE. Causas da imagem atual do Bosque: Você sabia?

9º. Curso de Atualização em Eucaliptocultura

10ª. Reunião de Atualização em Eucaliptocultura

O USO DE PNEUS NO CONTROLE DO PROCESSO EROSIVO DOS OLHOS D ÁGUA DO SUBAFLUENTE CUPIÚBA, LOCALIZADO NA AGROVILA CUPIÚBA NO MUNICÍPIO DE CASTANHAL/PA.

Restauração Florestal de Áreas Degradadas

USO DO GVSIG PARA ELABORAÇÃO DE SISLEG NO ESTADO DO PARANÁ

Pregão Eletrônico nº 15/ OBJETO: ADM. CENTRAL - Aquisição de mudas de espécies nativas.

BACIA HIDROGRAFICA. Governo do Estado de São Paulo Secretaria do Meio Ambiente

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS DO RIO PARAGUAÇU E AFLUENTES, BAHIA, BRASIL

IPA 74 anos semeando conhecimento

FITOSSOCIOLOGIA DO CRIADOURO COMUNITÁRIO DO FAXINAL TAQUARI DOS RIBEIRO, RIO AZUL PR

IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA EXPANSÃO URBANA DO BAIRRO INCONFIDENTES, VIÇOSA, MG

11 a 14 de dezembro de 2012 Campus de Palmas

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Estrutura populacional e distribuição espacial de Qualea grandiflora Mart., em área de transição no Piauí

EFEITOS DAS ESTRADAS NA FRAGMENTAÇÃO AMBIENTAL NO NORTE DO RIO GRANDE DO SUL SIANE CAMILA LUZZI¹, PAULO AFONSO HARTMANN²

Produção Florestal e SAFs

Análise florística e estrutura fitossociológica de um fragmento de Floresta Ombrófila Mista no município de Sertão - RS

Biomas Terrestres. Prof. Bosco Ribeiro

Hidrologia Bacias hidrográficas

Julgamento do Código Florestal no STF

LEVANTAMENTO FLORÍSTICO E FITOSSOCIOLÓGICO DE UM REMANESCENTE DE MATA CILIAR NA REGIÃO NORTE DO ESTADO DO PARANÁ, BRASIL (dados preliminares)

Manejo da Flora e Reflorestamento

DESFLORESTAMENTO DA MATA ATLÂNTICA

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Portaria CBRN 01/2015

Disciplina: BI63 B ECOSSISTEMAS. Tema da aula - Distúrbios: Sucessão Ecológica: principais conceitos e aplicações.

FITOSSOCIOLOGIA DE FRAGMENTOS FLORESTAIS DE DIFERENTES IDADES EM DOIS VIZINHOS, PR, BRASIL

Experiências Agroflorestais na Comunidade de Boqueirão. Renato Ribeiro Mendes Eng. Florestal, Msc

BIO1 PLANO MUNICIPAL DE MATA ATLÂNTICA DE FERNANDÓPOLIS- SP

Restauração de Matas Ciliares e Áreas Degradadas. LCB 0217 Prof. Flávio Gandara Prof. Sergius Gandolfi

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Modelos de Restauração de Matas de Galeria e Ciliares

USO DO PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO RÁPIDA DE RIOS PARA IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS EM TRECHOS DO RIO JAGUARIBE PB

UTILIZAÇÃO DO MODELO SWAT PARA VERIFICAÇÃO DA INFLUENCIA DO DESMATAMENTO NA EVAPOTRANSPIRAÇÃO

-ECOLOGIA APLICADA. Espécies símbolos. Prevenção da Poluição. Conservação de áreas. Preservação da diversidade genética bbbb

Biomas / Ecossistemas brasileiros

Palavras-chave: regeneração natural, biodiversidade, plantios florestais, fitossociologia, classes de altura, aspectos ecológicos

SNUC - SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

BRASIL PROGRAMA PRODUTOR DE ÁGUA NO GUARIROBA. Distribuição da Água Doce no Brasil. Recursos hídricos Superfície População

Transcrição:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA Campus São Gabriel RELATÓRIO DE ESTÁGIO DIAGNÓSTICO FLORÍSTICO/CONSERVACIONISTA DA MATA CILIAR DA SANGA FONTE DO MATO NO MUNICÍPIO DE CAÇAPAVA DO SUL - RS Maurício Madeira Tolfo São Gabriel 2011

DIAGNÓSTICO FLORÍSTICO/CONSERVACIONISTA DA MATA CILIAR DA SANGA FONTE DO MATO NO MUNICÍPIO DE CAÇAPAVA DO SUL - RS por Maurício Madeira Tolfo Relatório de estágio apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia Florestal, da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA, SG), como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Florestal Orientador: Prof. Dr. IGOR POLETTO São Gabriel 2011

Universidade Federal do Pampa Campus São Gabriel Curso de Engenharia Florestal A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Relatório de estágio DIAGNÓSTICO FLORÍSTICO/CONSERVACIONISTA DA MATA CILIAR DA SANGA FONTE DO MATO NO MUNICÍPIO DE CAÇAPAVA DO SUL - RS Elaborado por Maurício Madeira Tolfo como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Florestal COMISSÃO EXAMINADORA: São Gabriel, 05 de julho de 2011 Igor Poletto, Prof. Dr. Orientador UNIPAMPA André Carlos Cruz Copetti, Prof. MSc. UNIPAMPA Denise Ester Ceconi Dr a. Engenheira Florestal São Gabriel, 05 de julho de 2011

AGRADECIMENTOS A Deus, por me amparar nos momentos difíceis, me dar força interior para superar as dificuldades, mostrar os caminho nas horas incertas e me suprir em todas as minhas necessidades. Ao meu orientador Prof. Dr. Igor Poletto, por acreditar em mim e me mostrar o caminho da ciência. A banca examinadora, constituída pelo Prof. Dr. Igor Poletto, MSc. André Carlos Cruz Copetti e Dr a. Denise Ceconi, pela disponibilidade. À minha família, a qual amo muito, pelo carinho, paciência e incentivo. Aos amigos que fizeram parte desses momentos sempre me ajudando e incentivando. Ao Engenheiro Florestal Nilvo Torres Dorneles, pela oportunidade, compreensão e ensinamento nesses meses de trabalho. A estudante do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pampa Jordana Caroline Nagel, pelo companheirismo e pela ajuda prestada na realização deste trabalho. A todos aqueles que não foram citados, mas que, de alguma forma, contribuíram para a concretização deste trabalho. Agradeço!

RESUMO Relatório de Estágio Curso de Engenharia Florestal Universidade Federal do Pampa DIAGNÓSTICO FLORÍSTICO/CONSERVACIONISTA DA MATA CILIAR DA SANGA FONTE DO MATO NO MUNICÍPIO DE CAÇAPAVA DO SUL - RS AUTOR: Maurício Madeira Tolfo ORIENTADOR: Prof. Dr. Igor Poletto Local e Data de Defesa: São Gabriel, 05 de julho de 2011 O presente trabalho teve como objetivo realizar um diagnóstico florístico/conservacionista do ecossistema ripário da Sanga Fonte do Mato. A Sanga Fonte do Mato está localizada no Município de Caçapava do Sul RS, tendo sua nascente em área urbana percorrendo 2,6 km de área urbana e rural até chegar à barragem da Companhia Riograndense de Saneamento Básico. Foram analisadas as frequências, as densidades, a diversidade e a presença de espécies exóticas em 10 parcelas amostrais de 240 m² cada, ao longo do curso d água. Também foi observada a porcentagem de cobertura vegetal e porcentagem de degradação da mata ciliar, confrontando-a com o que prevê o Código Florestal Brasileiro. Foram encontrados 721 indivíduos, dentre eles, os da espécie Ligustrum lucidum W. T. Aiton., considerada invasora em várias regiões do país. A espécie Trichilia elegans A. Juss. foi a que apresentou o maior número de exemplares (66) seguido de Ligustrum lucidum (60) e Eugenia uniflora L. (49). As espécies com as maiores frequências absolutas foram a Allophylus edulis (A.St.-Hil. et al.) Hieron. ex Niederl. com 80%, Sebastiania brasiliensis Spreng. com 60% e o Ligustrum lucidum também com 60%. Com relação a largura mínima da mata ciliar, apenas a parcela cinco estava de acordo com o que prevê a legislação, sendo que na parcela três, não foi observado cobertura vegetal por espécies arbóreas. O valor médio encontrado para degradação da mata ciliar ao longo da Sanga Fonte do Mato foi de 65%. Palavras-chave: floresta ripária, vegetação, legislação florestal.

LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 Localização da Sanga Fonte do Mato, Caçapava do Sul RS... 15 FIGURA 2 Localização da bacia hidrográfica da Sanga Fonte do Mato, Caçapava do Sul RS... 16 FIGURA 3 Localização da área de estudo e das 10 parcelas amostrais ao longo do percurso da Sanga Fonte do Mato, Caçapava do Sul RS... 17 FIGURA 4 Número acumulado de espécies por área amostrada na Sanga Fonte do Mato, Caçapava do Sul RS... 19 FIGURA 5 Resíduos urbanos (apontados pela seta) encontrados ao longo da Sanga Fonte do Mato, Caçapava do Sul RS... 26

SUMÁRIO 1. ORGANIZAÇÃO.. 8 2. INTRODUÇÃO. 9 3. OBJETIVOS.. 11 3.1. Objetivo geral.. 11 3.2. Objetivos específicos... 11 4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. 12 4.1. Mata Ciliar.. 12 4.2.Impactos da urbanização na degradação das matas ciliares.. 13 5. MATERIAL E MÉTODOS.. 15 5.1. Descrição da área de estudo... 15 5.2. Metodologia empregada. 17 5.2.1. Demarcação das parcelas amostrais e levantamento florístico... 17 5.2.2. Levantamento dos fatores ambientais e antrópicos.. 18 6. RESULTADOS E DISCUSSÃO... 19 6.1. Levantamento florístico da mata ciliar da Sanga Fonte do Mato.. 19 6.2. Degradação da Mata Ciliar... 25 7. CONCLUSÕES... 28 8. RECOMENDAÇÕES 29 9. AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO...... 30 10.REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS...... 31

1. ORGANIZAÇÃO O estágio foi realizado na Prefeitura Municipal de Caçapava do Sul, mais precisamente na Secretaria da Saúde e Meio Ambiente, sobre supervisão do Engenheiro Florestal Nilvo Torres Dorneles e orientação do Professor Doutor da Universidade Federal do Pampa Igor Poletto. Atualmente a administração municipal é dividida em dez secretarias e uma procuradoria geral. A Prefeitura Municipal de Caçapava do Sul se encontra na Rua 15 de Novembro, número 438 no bairro central do município. O representante legal é o atual Prefeito Zauri Tiaraju de Castro. A Sanga Fonte do Mato, local onde se realizou o estudo, tem um papel importante para a comunidade local, ela atua como uma das formas de captação de água para o município. Por isso, a grande importância na realização deste diagnóstico/conservacionista, com a proposta de tentar buscar soluções e evitar uma possível degradação maior da mata ciliar da sanga.

2. INTRODUÇÃO Atualmente, a humanidade tem questionado de maneira veemente como está sendo feita a utilização dos recursos naturais. Tanto no meio científico como entre a população civil é crescente a ideia de conservação e recuperação dos ecossistemas onde vive o homem, os quais vêm sendo modificado de maneira negativa causando inúmeros prejuízos ao meio ambiente. A ação do homem sobre o meio, com o objetivo de melhorar a sua capacidade econômica, social e cultural pode causar sérios impactos ambientais na natureza tais como: extinção de várias espécies nativas tanto da fauna quanto da flora, mudanças no micro clima, poluição de aquíferos subterrâneos, poluição da atmosfera entre outros fatores. Neste contexto, podemos incluir as matas ciliares, que passaram e têm passado por um processo intenso de ocupação. Matas ciliares, ripárias, ribeirinhas ou de galeria recebem esta denominação, pois, ocorrem ao longo dos cursos d água e no entorno de lagos e nascentes. As matas ciliares constituem microambientes diferenciados, que ajudam no desenvolvimento de uma vegetação florística diferente, nestes são encontrados: solos encharcados; menor variação da temperatura ao longo do dia; umidade do ar e do solo; solos mais estratificados e heterogêneos em termos de estrutura, textura e fertilidade; zona saturada mais próxima da superfície. A serapilheira e o sistema radicular retêm sedimentos e substâncias que poderiam provocar o assoreamento, eutrofização e poluição dos cursos d água (MARTINS e DIAS, 2001). Segundo Rodrigues (2000), as formações ribeirinhas são responsáveis pela proteção das águas, uma vez que servem de obstáculo para os resíduos que são arrastados pelas enxurradas, servindo desta forma como filtro de substâncias indesejáveis. Além disto, os rios e lagos que têm em sua volta a mata ciliar possuem águas mais límpidas e também com menor concentração de elementos químicos. Para Eiten (1990), mesmo quando a composição química do solo é pobre em nutrientes, a mata de galeria mantém o chão sombreado, consequentemente, há umidade mesmo durante a estação seca, além do mais, a reciclagem, de nutrientes devido ao acúmulo de material orgânico sobre o solo garante a fertilidade. E retratando a importância da mata, o autor afirma que estas atuam como barreira física, regulando os processos de troca de nutrientes entre os sistemas terrestre e aquático, reduzindo a contaminação dos cursos d água por sedimentos, defensivos e resíduos conduzidos pelo escoamento superficial.

10 Porém, mesmo protegidas pela Lei n 4771, de 15 de setembro de 1965, estas formações foram e continuam sendo alteradas, principalmente por atividades antrópicas. As atividades agropecuárias associadas ao uso de queimadas e extrativismo florestal são apontadas como as principais causas da fragmentação florestal e degradação dos ecossistemas associados às bacias hidrográficas (PAINE e RIBIC, 2002; CORBACHO et al., 2003). A degradação das matas ciliares através do mau uso e ocupação do solo nos limites das matas ciliares causa sérios danos aos processos que ocorrem bacia hidrográfica, tais como: contaminação da água a ser utilizada pela população, erosão das margens dos rios, diminuição da fauna silvestre que depende das matas ciliares para a sobrevivência, diminuição da vazão de água devido ao assoreamento do leito do rio e podendo também influenciar na mudança do microclima da área, já que a quantidade de água é um fator limitante para determinar a condição climática de uma área (MARTINS e DIAS, 2001). Neste contexto, o Código Florestal Brasileiro define que a mata ciliar tem a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e de flora, bem como proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. Diante da importância deste ecossistema e sua intensa utilização, resolveu-se adotar a mata ciliar como foco de estudo para elaboração deste trabalho. Por ser um elemento essencial à manutenção e qualidade de vida humana, esse ecossistema vem sendo cada vez mais estudado e, segundo Felfili et al. (2000), observa-se pouca disponibilidade de informações técnica sobre como proceder à recuperação destes ambientes, apesar da existência de projetos em vários locais.

3. OBJETIVOS 3.1. Objetivo geral Realizar um diagnóstico florístico/conservacionista do ecossistema ripário da Sanga Fonte do Mato no Município de Caçapava do Sul RS. 3.2. Objetivos específicos Avaliar a composição florística da mata ciliar remanescente da Sanga Fonte do Mato, procurando obter informações a cerca da diversidade de espécies florestais e, também, da contaminação do ambiente por espécies exóticas. Avaliar o grau de degradação do ecossistema ripário pela ação antrópica e cobertura do solo. Recomendar, em função do diagnóstico realizado, medidas de recuperação ambiental.

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 4.1. Mata Ciliar As matas ciliares são formações vegetais que se encontram associados aos corpos d água, ao longo dos quais podem se estender por vários metros, apresentando variações na composição florística e na estrutura comunitária (OLIVEIRA FILHO, 1994). Em geral, ocorrem em terrenos acidentados, não havendo uma transição evidente para outras fisionomias florestais como as matas decíduas e semidecíduas (BARBOSA, 2000). Esta associação com as formações adjacentes resulta numa composição florística mista, com espécies típicas das margens de rios (IVANAUSKAS et al.,1997). No entanto, as matas ciliares diferenciam-se das formações adjacentes pela estrutura, em geral, mais densa e mais alta devido principalmente à associação com o curso d água (RIBEIRO e WALTER, 1998). A mata de ciliar pode ser de dois tipos dependendo da composição florística, da topografia e da variação da altura do lençol ao longo do ano (RIBEIRO et al., 2001): - Mata de galeria não inundável: apresenta vegetação florestal, onde o lençol freático não está próximo ou sobre a superfície do terreno na maior parte dos trechos o ano todo, mesmo na estação chuvosa; longos trechos com topografia acidentada; solos bem drenados e uma linha de drenagem definida. Possui papel importante na fitossociologia de espécies das famílias Apocynaceae (Aspidosperma spp), Leguminosae, Lauraceae (Nectandra spp, Ocotea spp) e Rubiaceae e para espécies das famílias de Leguminosae, Myrtaceaee e Rubiaceae. - Mata de galeria inundável: apresentando uma vegetação florestal, com lençol freático próximo ou sobre a superfície do terreno em maior parte dos trechos durante o ano todo,mesmo na seca; longos trechos com topografia plana; e sujeita a modificações. Algumas espécies indiferentes aos níveis de inundação do solo podem ser encontradas nos dois tipos de mata e apresentarem grande importância fitossociológica. A mata ciliar é importante para a manutenção da integridade dos ecossistemas locais, representa áreas de preservação de espécies e conserva os recursos naturais (MONTAG et al., 1997 JOHNSON et al., 1999; LIMA e GASCON, 1999; LIMA e ZAKIA, 2000; KAGEYAMA e GANDARA, 2000).;

13 Para Carpanezzi (2000), a vegetação ciliar em geral, tem grande influência nos corpos d água, onde a sua remoção traz prejuízos para o homem e para natureza. No entanto, a legislação brasileira considera a vegetação ciliar como área de preservação permanente, exigindo a manutenção ou recuperação da vegetação original, de acordo com a largura do curso d água. Para rios com até 10 m de largura, a faixa na margem deve ser de 30 m, já nas nascentes e olhos d água, o raio mínimo é de 50 m. Felfilli et al. (2000) e Ribeiro et al. (2001), acreditam que as características das matas ciliares se destacam por sua riqueza de espécies vegetais, diversidade genética e proteção dos recursos hídricos, solos, fauna silvestre e aquática. Nas matas de galeria a diversidade e riqueza das espécies herbáceas são inferiores quando comparadas com outras fitofisionomias do bioma, sendo este um indicativo de conservação das matas, pois em matas degradadas há espécies invasoras, como gramíneas que recobrem o solo dificultando a fase inicial da sucessão (FELFILLI et al., 2000). 4.2.Impactos da urbanização na degradação das matas ciliares O desenvolvimento urbano brasileiro tem produzido aumento significativo na freqüência das inundações, na produção de sedimentos e na deterioração da qualidade da água. À medida que a cidade cresce, em geral, ocorrem os seguintes impactos: (i) aumento das vazões máximas (em até 7 vezes, Leopold, 1968) devido ao aumento da capacidade de escoamento através de condutos e canais e impermeabilização das superfícies; (ii) aumento da produção de sedimentos devido a desproteção das superfícies e a produção de resíduos sólidos (lixo); (iii) deterioração da qualidade da água, devido a lavagem das ruas, transporte de material sólido e as ligações clandestinas de esgoto cloacal e pluvial (TUCCI, 1998). Os sedimentos nas áreas urbanas muitas vezes são gerados em um grande número de áreas particulares, mas quando atingem o leito do rio ou canal passam a ser encarados como um problema público.

14 O crescimento populacional, junto com o desenvolvimento urbano, industrial e rural, vem alterando os recursos hídricos. Um dos grandes problemas na área urbana é a baixa cobertura de saneamento básico, constituindo em esgotos in natura, bem como a localização das residências em solos não recomendados, ou seja, nas encostas dos tributários urbanos, causando significativa contaminação e degradação (REETZ, 2002). Segundo Brites (2005), a presença de resíduos sólidos nos corpos de água perturba o habitat natural, aumenta a propagação de doenças, degrada a qualidade da água e pode causar morte de animais aquáticos, além de impedir o funcionamento hidráulico dos sistemas de drenagem, com a consequente fixação dos resíduos na vegetação ciliar ao longo das margens dos arroios ou rios. A urbanização rápida, fez com que as populações de classe baixa se instalassem em periferia carente de serviços essenciais, gerando assim, poluição, problemas com drenagens, assoreamento dos corpos d água e consequente diminuição das velocidades de escoamento das águas (MORAES e JORDÃO, 2002).

5. MATERIAL E MÉTODOS 5.1. Descrição da área de estudo O estudo foi realizado nas margens da Sanga Fonte do Mato, localizada no Município de Caçapava do Sul (Coordenadas 30⁰30'44" S e 53⁰29'29" W), Rio Grande do Sul. A cidade pertence à região sudeste do Estado, estando a uma média de 444 m de altitude, e a uma distância de 260 km de Porto Alegre. Sua área é de 3.047 km², possuindo aproximadamente 33.700 habitantes (IBGE, 2011). A Sanga Fonte do Mato tem sua nascente próxima ao centro da cidade e percorre uma área de aproximadamente 2,6 km ultrapassando os limites da área urbana e tendo seu destino final a barragem de captação de água da Companhia Riograndense de Saneamento (CORSAN) (Figuras 1 e 2). FIGURA 1 Localização da Sanga Fonte do Mato, Caçapava do Sul RS. Fonte: Google Earth.

16 FIGURA 2 Localização da bacia hidrográfica da Sanga Fonte do Mato, Caçapava do Sul RS. Fonte: Adaptado de. Secretaria de Município da Coordenação e Planejamento, Caçapava do Sul RS. O clima do Município, segundo a classificação de Köppen é do tipo Cfb, caracterizado como subtropical apresentando uma temperatura média anual de 16,8 C e precipitação pluvial média anual de 1355 mm (EMBRAPA, 2011). Os ventos normais que atuam na região têm sentido geral NE e velocidade média em torno de 20 km/h. A umidade relativa do ar varia entre 70 e 80%. A região na qual se localiza a área urbana do Município está inserida na Serra do Sudeste, cuja vegetação caracteriza-se por estepe gramíneo-lenhoso e estepe parque (IBGE, 2011).

17 De acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos SBCS (EMBRAPA, 2011), os solos existentes na zona urbana do município são classificados como Argissolo Vermelho distrófico típico PVd 7. Apresenta Horizonte A relativamente profundo (em torno de 40 cm) e coloração bruno avermelhado escuro. A textura é franco argilosa a argilosa com cascalhos. A transição é difusa e plana para o Horizonte B. 5.2. Metodologia empregada 5.2.1. Demarcação das parcelas amostrais e levantamento florístico Para satisfazer os objetivos deste estudo foram demarcadas 10 parcelas amostrais sistematicamente (uma do lado direito e outra do lado esquerdo) em um trecho de 1 km ao longo da sanga, partindo da nascente (Figura 3). FIGURA 3 Localização da área de estudo e das 10 parcelas amostrais ao longo do percurso da Sanga Fonte do Mato, Caçapava do Sul RS. Fonte: Adaptado de Secretaria de Coordenação e Planejamento, Caçapava do Sul RS.

18 Foram demarcadas 10 parcelas amostrais de 8 m x 30 m (240 m²) distribuídas conforme a Figura 3. As parcelas foram dimensionadas com o uso de balizas e de uma trena, cujos 8 m foram medidos no sentido paralelo e os 30 m no sentido perpendicular ao leito da Sanga. A largura da parcela (30 m) foi definida baseada na legislação brasileira como largura mínima da APP para cursos d água com menos de 10 m de largura. O levantamento da composição florística foi realizado amostrando indivíduos com altura igual ou superior a 1,30 m. Para a análise da estrutura horizontal da vegetação, considerou-se os parâmetros frequência absoluta e relativa e, densidade absoluta e relativa das espécies descritas em Martins (1991). Além disso, foi calculado o índice de diversidade de Shannon. A identificação das espécies foi realizada in loco. Para os indivíduos não identificados no local, foi coletado material botânico para posterior identificação no Herbário da Universidade Federal do Pampa, onde também foi realizada a identificação taxonômica. 5.2.2. Levantamento dos fatores ambientais e antrópicos Avaliou-se o conflito de uso do solo, considerando-se o potencial de uso dos solos e o uso atual dos solos, contrastando ambos. No uso atual dos solos considerou-se: urbanização, culturas (lavouras), pecuária/campo (com ou sem presença de espécies arbóreas na margem da sanga), capoeira (áreas abandonadas) e mata ciliar com espécies nativas e/ou com espécies exóticas. O conflito de uso dos solos, em porcentagem, foi obtido considerando-se: 0% de conflito de uso (mata ciliar preservada com espécies nativas), 25% de conflito de uso (mata ciliar com espécies nativas e/ou com espécies exóticas + capoeira), 50% de conflito de uso (pecuária/campo), 75% de conflito de uso (pecuária sem presença de mata ciliar) e 100% de conflito de uso (lavouras ou urbanização).

Nº acumulado de espécies 6. RESULTADOS E DISCUSSÃO 6.1. Levantamento florístico da mata ciliar da Sanga Fonte do Mato A Figura 4 mostra o número de espécies acumuladas por área amostrada da Sanga Fonte do Mato. Observou-se que não se obteve incremento do número de espécies acumuladas entre a parcela dois e três, devido a inexistência de espécies arbóreas na parcela 3, eliminadas pelo processo de urbanização. O meio urbano, através de seus impactos acentuados, causa uma degradação mais intensa em comparação com o meio rural. A urbanização no entorno de cursos d agua, área que é considerada de preservação permanente, causa impactos que geralmente são de difícil remediação, destruindo a vegetação nativa do local e degradando o solo e a água. 80 70 60 50 40 30 20 10 0 240 480 720 960 1200 1440 1680 1920 2160 2400 Área amostrada (m²) FIGURA 4 Número acumulado de espécies por área amostrada na Sanga Fonte do Mato, Caçapava do Sul RS. Observou-se um incremento significativo de espécies entre as parcelas três e cinco, e também, entre as parcelas seis e oito. Já na parcela seis devido a sua pouca cobertura por espécies arbóreas não houve um incremento expressivo em comparação a parcela cinco. Após

20 a oitava parcela, podemos observar uma tendência à estabilização, mostrando assim, que o número de parcelas e área amostrada não foi suficiente para abranger todas as espécies. Ceconi (2010), através de estudos realizados em fragmentos de Floresta Estacional Decidual na Sanga Lagoão do Ouro em Santa Maria - RS, observou uma estabilização na sua curva espécie/área a partir dos 3000 m², diferenciando também dos resultados encontrados neste trabalho, no mesmo estudo, a autora ao observar uma quase inexistência de espécies nas três primeiras parcelas, conseguiu estabilização em 2100 m². A não estabilização da curva no presente estudo pode ser explicada por dois fatores, curto trecho de mata observada e pouco número de parcelas amostradas. Quanto ao levantamento florístico na Sanga Fonte do Mato, foram encontradas 72 espécies, distribuídos em 30 famílias botânicas. As famílias Asteraceae e Myrtaceae foram as que apresentaram a maior riqueza em espécies (8), seguida pela família Lauraceae (5), Anacardiaceae (4), Rutaceae (4), Euphorbiaceae (3), Flacourtiaceae (3), Meliaceae (3), Sapindaceae (3). As famílias Boraginaceae, Fabaceae e Solanaceae foram amostradas com duas espécies cada. As demais famílias foram representadas apenas com uma espécie cada (Tabela 1). Leão (2009) ao avaliar a composição florística da mata ciliar no arroio imbáa observou uma situação semelhante, onde, as famílias Myrtaceae, Sapotaceae, Euphorbiaceae, Lauraceae e Sapindaceae foram as mais ricas em espécies. A espécie Trichilia elegans obteve o maior valor em número de indivíduos (66), seguido de Ligustrum lucidum (60) e Eugenia uniflora (49). Na frequência absoluta houve um predomínio de Allophylus edulis (80%), seguido de Ligustrum lucidum (60%), mostrando que, estas espécies estavam presentes em maior número de parcelas. Leão (2009), ao avaliar a composição florística em fragmentos de formação estépica do pampa gaúcho, observou que a espécie Scutia buxifolia obteve a maior frequência absoluta (73,33%), seguido da Sebastiania commersoniana (53,33%) e Guettarda uruguensis (51,11%). Ceconi (2010) através de estudos realizado na Sanga Lagoão do Ouro no Município de Santa Maria RS encontrou um alto valor de frequência absoluta para a espécie Eugenia uniflora, (83,33%), diferindo assim, do obtido no presente trabalho (30%). Essa espécie é considerada própria para reflorestamento nas margens dos rios, por terem raízes pivotantes, que agem contra a erosão, e frutos atrativos para a fauna dispersora, o que facilita sua regeneração natural.

21 TABELA 1 - Espécies encontradas no levantamento florístico realizado na Sanga Fonte do Mato, Caçapava do Sul RS Família Nome científico Nome comum Ni FA FR DA DR Anacardiaceae Schinus lentiscifolius Marchand Aroeira-cinzenta 12 20 1,35 50,00 1,66 Schinus polygamus (Cav.) Cabrera Aroeira-de-espinho 5 10 0,68 20,83 0,69 Schinus molle L. Aroeira-piriquita 7 20 1,35 29,17 0,97 Schinus terebinthifolius Raddi Aroeira-vermelha 3 10 0,68 12,50 0,42 Araucariaceae Araucaria angustifolia (Bert.) Kuntze Pinheiro brasileiro 4 40 2,70 16,67 0,55 Asteraceae Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera Cambará 3 20 1,35 12,50 0,42 Senecio brasiliensis Less. Maria-mole 3 10 0,68 12,50 0,42 Eupatorium purpureum L. Mata-campo 2 10 0,68 8,33 0,28 Dasyphyllum spinescens (Less.) Cabrera Sucará 7 40 2,70 29,17 0,97 Baccharis dracunculifolia DC. Vassoura 33 40 2,70 137,50 4,58 Baccharis sp 1 Vassoura 13 30 2,03 54,17 1,80 Baccharis sp 2 Vassoura 5 10 0,68 20,83 0,69 Baccharis sp 3 Vassoura 4 10 0,68 16,67 0,55 Boraginaceae Cordia americana (L.) Gottshling & J.E.Mill. Guajuvira 6 20 1,35 25,00 0,83 Cordia ecalyculata Vell. Louro-mole 3 10 0,68 12,50 0,42 Celastraceae Escalloniaceae Euphorbiaceae Fabaceae Schaefferia argentinensis Speg. Falsa-coronilha 4 10 0,68 16,67 0,55 Escallonia bifida Link et Otto Canudo-de-pito 14 20 1,35 58,33 1,94 Sebastiania commersoniana (Baill.) L.B.Sm. & Downs Branquilho 11 30 2,03 45,83 1,53 Sebastiania brasiliensis Spreng. Branquilho-leiteiro 35 60 4,05 145,83 4,85 Sapium glandulatum (Vell.) Pax. Pau-leiteiro 2 20 1,35 8,33 0,28 Albizia niopoides (Spruce ex Benth.) Burkart Angico-branco 8 10 0,68 33,33 1,11 Machaerium paraguariense Hassl. Canela-do-brejo 6 20 1,35 25,00 0,83 continuação...

continuação... Família Nome científico Nome comum Ni FA FR DA DR Flacourtiaceae Casearia sylvestris Sw. Chá-de-bugre 15 20 1,35 62,50 2,08 Casearia decandra Jacq. Guaçatunga 4 10 0,68 16,67 0,55 Banara sp. Guaçatunga 3 10 0,68 12,50 0,42 Lauraceae Nectandra lanceolata Nees et Mart. ex Nees. Canela-amarela 4 10 0,68 16,67 0,55 Ocotea puberula (A. Rich.) Nees Canela-guaicá 4 10 0,68 16,67 0,55 Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez Canela-preta 3 10 0,68 12,50 0,42 Ocotea porosa (Nees et Mart.) L. Barroso Imbuia 7 20 1,35 29,17 0,97 Ocotea sp. Canela 8 10 0,68 33,33 1,11 Melastomataceae Miconia sp. Pixirica 8 20 1,35 33,33 1,11 Meliaceae Trichilia elegans A.Juss. Catigua-ervilha 66 30 2,03 275,00 9,15 Trichilia claussenii C.DC. Catiguá-vermelho 3 10 0,68 12,50 0,42 Cedrella fissilis Vellozo Cedro 3 20 1,35 12,50 0,42 Moraceae Morus nigra L. Amoreira 2 10 0,68 8,33 0,28 Myrsinaceae Myrsine umbellata Mart. Capororocão 10 30 2,03 41,67 1,39 Myrtaceae Psidium cattleianum Sabine Araçá-vermelho 12 30 2,03 50,00 1,66 Myrciaria tenella (DC.) O. Berg Camboinzinho 18 20 1,35 75,00 2,50 Acca sellowiana (O. Berg) Burret Goiaba-serrana 11 20 1,35 45,83 1,53 Campomanesia xanthocarpa O. Berg Guabiroba 12 30 2,03 50,00 1,66 Eugenia schuechiana O. Berg Guamirim 3 10 0,68 12,50 0,42 Plinia rivularis (Cambess.) Rotman Guapurití 7 20 1,35 29,17 0,97 Eugenia uniflora L. Pitangueira 49 30 2,03 204,17 6,80 Eugenia pyriformis Cambess. Uvalha 4 20 1,35 16,67 0,55 Oleaceae Ligustrum lucidum W.T. Aiton Ligustro 60 60 4,05 250,00 8,32 continuação... 22

continuação... Família Nome científico Nome comum ni FA FR DA DR Pinaceae Pinus sp. Pinus 1 10 0,68 4,17 0,14 Punicaceae Punica granatum L. Romã 1 10 0,68 4,17 0,14 Quillajaceae Quillaja brasiliensis (St.Hil & Tul.) Mart. Sabão-de-soldado 8 20 1,35 33,33 1,11 Rhamnaceae Scutia buxifolia Reissek Coronilha 15 20 1,35 62,50 2,08 Rutaceae Helietta apiculata Benth. Canela-de-veado 36 50 3,38 150,00 4,99 Citrus limon (L.) Burm. f. Limoeiro 4 20 1,35 16,67 0,55 Zanthoxylum rhoifolium L. Mamica-de-cadela 9 30 2,03 37,50 1,25 Zanthoxylum fagara (L.) Sarg. Mamica-de-cadela 5 10 0,68 20,83 0,69 Salicaceae Salix humboldtiana Willd. Salso 3 10 0,68 12,50 0,42 Sapindaceae Matayba elaeagnoides Radlk Camboatá-branco 18 40 2,70 75,00 2,50 Cupania vernalis Cambess. Camboatá-vermelho 8 30 2,03 33,33 1,11 Allophylus edulis (A.St.-Hil. et al.) Hieron. ex Niederl. Chal-chal 31 80 5,41 129,17 4,30 Sapotaceae Pouteria salicifolia (Spreng.) Radlk. Mata-olho 5 20 1,35 20,83 0,69 Solanaceae Solanum aculeatissimum Jacq. Arrebenta-cavalo 2 10 0,68 8,33 0,28 Solanum mauritianum Scop. Fumo-bravo 8 20 1,35 33,33 1,11 Styracaceae Styrax leprosus Hook. & Arn. Carne-de-vaca 6 20 1,35 25,00 0,83 Symplocaceae Symplocos uniflora (Pohl) Benth. Sete-sangrias 13 30 2,03 54,17 1,80 Continuação... 23

24 Continuação... Família Nome científico Nome comum ni FA FR DA DR Thymelaeaceae Ulmaceae Daphnopsis racemosa Griseb. Imbira 16 30 2,03 66,67 2,22 Celtis sp. Esporão 4 10 0,68 16,67 0,55 Verbenaceae Aloysia gratissima (Gilles & Hook.) Tronc. Cidrozinho 1 10 0,68 4,17 0,14 Espécies não identificadas Esp 1 1 10 0,68 4,17 0,14 Esp 2 4 10 0,68 16,67 0,55 Esp 3 2 10 0,68 8,33 0,28 Esp 4 5 10 0,68 20,83 0,69 Esp 5 4 10 0,68 16,67 0,55 Esp 6 2 10 0,68 8,33 0,28 Esp 7 3 10 0,68 12,50 0,42 Total 721 1480 100 3004,17 100 Onde: N (número de indivíduos); FA (frequência absoluta em %); FR (frequência relativa em %); DA (densidade absoluta em número de indivíduos ha -1 ); DR (densidade relativa em %).

25 Pode-se observar um grande número de indivíduos da espécie Ligustrum lucidum, e uma elevada frequência absoluta, demonstrando assim, sua grande distribuição ao longo da Sanga Fonte do Mato. Essa espécie não é nativa do Brasil e está na lista das plantas exóticas consideradas invasoras, pois a sua dispersão e seu crescimento ocorrem de maneira rápida competindo e impedindo a regeneração de plantas nativas (INSTITUTO HÓRUS, 2005). O índice de diversidade de Shannon encontrado foi de 3,75, considerado elevado em comparação com o obtido por Leão (2009), ao avaliar a diversidade na mata ciliar do Arroio Imbáa, no pampa gaúcho, onde observou um índice de 2,77. As espécies que apresentaram as maiores densidades foram, Trichilia elegans com 275 indivíduos ha -1 o que representa uma densidade relativa de 9,15%, Ligustrum lucidum com 250 indivíduos ha -1 (8,32% de densidade relativa) e Eugenia uniflora com 204,17 indivíduos ha -1 (6,80 de densidade relativa). Ceconi (2010) em seu estudo realizado na sanga Lagoão do Ouro no Município de Santa Maria RS observou valores superiores aos encontrados nesse trabalho, isso se deve ao fato de que, em seu estudo, foram analisados os três estratos da floresta. Contudo, a autora também observou a presença da espécie Eugenia uniflora entre as três maiores densidades. Conhecer a composição florística e a ecologia de comunidades vegetais é fundamental para criar certos modelos de recuperação para áreas que se encontram degradadas, isto facilita a escolha da espécie a ser usada na revegetação (WERNECK et al., 2000). 6.2. Degradação da Mata Ciliar O código Florestal Brasileiro instituído pela Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, em seu artigo 2 (IBAMA, 2011), prevê uma faixa de mata ciliar mínima como área de preservação permanente. Exigindo assim, sua manutenção ou reconstrução da vegetação original em, 30 metros no sentido perpendicular ao curso de água que possuir menos de 10 metros de largura. A Tabela 2 mostra a largura da mata ciliar da Sanga Fonte do Mato, bem como, a porcentagem de degradação, em função da largura que está prevista em lei. Pelo estudo percebe-se que apenas a parcela cinco esta de acordo com a largura da mata ciliar prevista em lei. As parcelas um, dois, e três tiveram valores elevados de degradação, sendo que, na parcela três, o valor foi de 100% para degradação e 100% para o

26 conflito de uso do solo, devido à existência de áreas domiciliares a menos de 10 metros da Sanga Fonte do Mato (Tabela 2). TABELA 2 Largura e porcentagem de degradação na mata ciliar da Sanga Fonte do Mato, Caçapava do Sul - RS Parcelas Largura da Mata Degradação da Mata Conflito de uso do solo Ciliar (m) Ciliar (%) (%)* 1 6 80,0 25,0 2 3 90,0 25,0 3 0 100,0 100,00 4 12 60,0 25,0 5 30 0,0 25,0 6 3 90,0 50,0 7 11 63,3 25,0 8 23 23,3 25,0 9 5 83,3 25,0 10 12 60,0 50,0 Média 10,5 65,0 37,5 A retirada das espécies vegetais pode prejudicar o percurso natural dos corpos d água, e também facilitar a sua contaminação. A mata ciliar age como obstáculos para os resíduos que são arrastados pelas enxurradas, servindo como filtro de substâncias indesejáveis. Na Figura 5, podemos observar a deposição de resíduos junto ao leito e que acabam contaminando a Sanga Fonte do Mato. FIGURA 5 Resíduos urbanos (apontados pela seta) encontrados ao longo da Sanga Fonte do Mato, Caçapava do Sul RS.

27 Após ter feito uma ampla revisão sobre o uso e eficácia de diferentes larguras de faixas ciliares, visando à proteção do curso d água em áreas florestais da Austrália, Clinnick (1985), concluiu que a largura mais recomendada para tal finalidade é de 30 metros. Em relação ao conflito de uso do solo, a maioria das parcelas obteve valores de 25%, isso porque, predominou o número de parcelas que tinham na sua mata ciliar a presença de espécies nativas e exóticas, mais capoeira. As parcelas seis e dez ficaram com valores de 50% de conflito com o uso do solo, demostrando assim, a presença de campo ou pecuária dentro da parcela (Tabela 2). Foram obtidos também os valores médios em relação à largura da mata ciliar, degradação e conflito de uso do solo. Para largura, o valor médio encontrado foi de 10,5 metros, contudo, o valor para degradação foi de 65%. O conflito de uso de solo obteve valor médio de 37,5%, isso nos mostra, a presença de espécies exóticas, conflito com pecuária e até mesmo urbanização ao longo da Sanga Fonte do Mato. Ceconi (2007), ao realizar um dossiê de ambiência e transição agroecológico no manejo da microbacia hidrográfica do Lajeado Biguá em Alecrim RS encontrou um valor médio para degradação da mata ciliar de 48,5%, valor inferior em comparação ao encontrado neste trabalho. A autora no mesmo estudo justifica esse valor, pelo alto número de parcelas usadas como pastagem permanente, ou seja, as cercas vão até praticamente o interior do rio, dificultando a regeneração natural e contribuindo para uma maior degradação. A floresta tem uma tarefa insubstituível de reserva e regeneração do solo, exercendo uma função importante na sua conservação. A cobertura vegetal atua de forma eficaz na proteção dos solos, garantindo a sua longa produtividade nos ecossistemas (SCHUMACHER e HOPPE,1997; 1999).

7. CONCLUSÕES Há uma grande degradação da mata ciliar da Sanga Fonte do Mato, estando sua largura muito aquém do que está previsto pelo Código Florestal Brasileiro. Resíduos, principalmente domésticos, estão prejudicando o curso natural e contaminando a água na Sanga Fonte do Mato. O levantamento florístico apresentou uma boa diversidade de espécies, entretanto, pode-se observar a presença de exemplares invasores que acabam competindo pelo espaço com as espécies nativas.

8. RECOMENDAÇÕES São necessárias Políticas Públicas Ambientais envolvendo as escolas e toda comunidade local, principalmente as pessoas que vivem aos arredores do curso d água, para conscientizá-las da importância de manter a Sanga Fonte do Mato preservada e em boas condições. A coleta seletiva ajudara a diminuir a contaminação decorrente dos resíduos domésticos, devendo-se começar no âmbito individual, ou seja, em cada morador que reside nas proximidades da Sanga Fonte do Mato. Uma organização coletiva faz-se necessário envolvendo a população, órgão público e a Companhia Riograndense de Saneamento Básico para a atividade de recuperação da sanga. Os métodos de recuperação poderão ser realizados através do plantio de espécies nativas e uma manutenção periódica nos primeiros meses de desenvolvimento das plantas. Contudo, deve ser realizado um projeto definitivo, demonstrando, quais métodos seriam utilizados para realizar o plantio (espécies pioneiras, espécies secundárias e modelos de distribuição espacial), além de estudos de bioengenharia de solos que seriam adotados para recuperação das margens degradadas e um plano de manejo e conservação para garantir o desenvolvimento florestal.

9. AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO A realização deste estágio foi de suma importância para minha carreira profissional, tive a oportunidade de aperfeiçoar o meu aprendizado acadêmico nas áreas mais específicas da Engenharia Florestal. Outro ponto importante é o trabalho em equipe, no qual, pude amadurecer pessoalmente e profissionalmente. Recomendo a todos que tiverem a oportunidade de estagiar na Prefeitura Municipal de Caçapava do Sul, que não a percam, pois a equipe do Departamento do Meio Ambiente possue um carinho e atenção muito especial com seus estagiários. A Universidade Federal do Pampa, eu agradeço, pois facilitou muito à realização deste estágio através professores totalmente qualificados e um ótimo orientador, o que resultou em um bom trabalho. Levo para minha vida profissional todas as experiências vividas nesses meses como estagiário, desde, as dificuldades encontradas, até os maiores aprendizados.

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARBOSA, L. M. Considerações Gerais e Modelos de Recuperação de Formações Ciliares. In: RODRIGUES, R. R.; LEITÃO-FILHO, H. F. Matas Ciliares: Conservação e Recuperação. São Paulo: EDUSP. p. 289-312. 2000. BRASIL. Código Florestal. Disponível em: <http://w.controleambiental.com.br/codigo_florestal.htm>. Acesso em 02 de jun. 2011. BRASIL, Ministério da Agricultura. Levantamento de reconhecimento dos solos do estado do Rio Grande do Sul. Recife: convênio MA/DPP SA/ DRNR. p. 431. 1973. (Boletim Técnico, 30). BRITES, A. P. Z. Avaliação da qualidade da água e dos resíduos sólidos no sistema de drenagem urbana. 2005. 177 f. Dissertação (Mestrado) Programa de Pós Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2005. CARPANEZZI, A. A. Benefícios indiretos da floresta. In: GALVÃO, A. P. M. Reflorestamento de propriedades rurais para fins produtivos e ambientais: um guia para ações municipais e regionais. Colombo: Embrapa Florestas. p. 19-55. 2000. CECONI, E. D. Dossiê de ambiência e transição agroecológica no manejo da microbacia hidrográfica do Lajeado Biguá, Alecrim, RS. 2007. 131 f. Dissertação (Mestrado em Ciência do Solo) Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2007. CECONI, E. D. Diagnóstico e recuperação da mata ciliar da sanga lagoão do ouro na microbacia hidrográfica do Vacacaí-mirim, Santa Maria, RS. 2010. 132 f. Tese (Doutorado em Ciência do Solo) Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2010. CORBACHO, C.; SANCHEZ, J. M.; COSTILLO, E.. Patterns of structural complexity and human disturbance of riparian vegetation in agricultural landscapes of a Mediterranean area. Agriculture Ecosystems and Environment. v. 95: p. 495-507. 2003.

32 CLINNICK, P. F. Buffer strip management in forest operations: a review. Australian Forestry, v. 48, n. 1, p. 34-45, 1985. EITEN, G. Vegetação do Cerrado. In: M. N. Pinto (coord.). Cerrado: caracterização, ocupação e perspectives. SEMATEC, UnB, Brasília. p. 9-65. 1990. EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Disponível em: <http://www.embrapa.com.br>. Acesso em: 01 mai. 2011. FELFILI J. M. et al. Recuperação de Matas de galerias, Planaltina: Embrapa Cerrados. 2000. IBAMA: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Código Nacional do Meio Ambiente. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br>. Acesso em: 20 mai. 2011. IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 5 mai. 2011. IVANAUSKAS, N. M.; RODRIGUES, R. R.; NAVE, A. G. Aspectos ecológicos de um trecho de floresta de brejo em Itatinga, SP: florística, fitossociologia e seletividade de espécies. Revista Brasileira de Botânica. v. 20: p. 139-153. 1997. INSTITUTO HÓRUS DE DESENVOLVIMENTO E CONSERVAÇÃO AMBIENTAL /THE NATURE CONSERVANCY. Ligustrum lucidum. Disponível em <http://www.institutohorus.org.br/download/fichas/ligustrum_lucidum.htm> Acesso em 12/05/2011. JOHNSON, M. A.; SARAIVA, P. M.; COELHO, D. The role of gallery forests in the distribution of Cerradomammals. Revista Brasileira de Biologia. v. 59. p. 421-427. 1999. KAGEYAMA, P.; GANDARA, F. B. Recuperação de Áreas Ciliares. In: RODRIGUES, R. R.; LEITÃO-FILHO, H. F. Matas Ciliares: conservação e recuperação. São Paulo, EDUSP/Editora da Universidade de São Paulo. p. 249-269. 2000.

33 LEÃO, M. G. Florística e estrutura do componente arbóreo da floresta ribeirinha do Arroio Imbaá, Pampa Brasileiro. 59 f. Monografia (Especialização em Ciências Biológicas) Pontífica Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Uruguaiana, 2009. LEOPOLD, L. T.Hydrology for urban planning:a guide book on the Hydrologic effects of urban land use. USGS circ. 554.p. 18. 1968. LIMA, M. G.; GASCON, C. The conservation value of linear forest remnants in central Amazonia. Biological Conservation. v. 91, p. 241-247.1999. LIMA, W. P.; ZAKIA, M. J. B. Hidrologia de Matas Ciliares. In: RODRIGUES, R. R.; LEITÃO-FILHO, H. F. Matas Ciliares: conservação e recuperação. São Paulo, EDUSP/Editora da Universidade de São Paulo. p. 33-44.2000. MARTINS, F. R. Estrutura de uma floresta mesófila. Campinas: UNICAMP. p. 246, 1991. MARTINS, S. V.; DIAS, H. C. T. Importância das florestas para a qualidade e quantidade da água. Revista Ação Ambiental,Viçosa-MG. Editora UFV, ano IV, n.20, p. 14-16. 2001. MONTAG, L. F. A.; et al. As influências e as relações das matas ciliares nas comunidades de peixes do Estado de São Paulo. RevistaBrasileira de Ecologia. v. 1, p. 76-80. 1997. MORAES, D. S. L.; JORDÃO, B. Q. Degradação de recursos hídricos e seus efeitos sobre a saúde humana. Revista de Saúde Pública.v. 36, n. 3. p. 370-374. 2002. OLIVEIRA-FILHO, A.T.; et al. Estrutura fitossociológica e variáveis ambientais em um trecho da mata ciliar do córrego dos Vilas-Boas, Reserva Ecológica do Poço Bonito, Lavras (MG). Revista Brasileira de Botânica. v. 17. p. 67-85. 1994. PAINE, L. K.; RIBIC, C. A. Comparison of riparian plant communities under four land management systems in southwestern Wisconsin. AgricultureEcosystemsEnvironment. v. 92, p. 93-105. 2002.

34 REETZ, E. F. Avaliação quali-quantitativa dos recursos hídricos superficiais na bacia hidrográfica do Campus da Universidade Federal de Santa Maria. 127 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria. 2002. RIBEIRO, J. F.; WALTER, B. M. T. Fitofisionomias do Bioma Cerrado. In: SANO, S.M.;ALMEIDA, S. P. Cerrado: ambiente e flora. Planaltina, EMBRAPA/ Cerrados. p. 89-166. 1998. RIBEIRO, J. F. et al. Cerrado: Caracterização e recuperação de matas de galerias, Planaltina- DF. Editora EMBRAPA CERRADOS. 2001. RODRIGUES, R. R; LEITÃO FILHO, H. F. Matas Ciliares: conservação e recuperação. São Paulo, SP. Edusp, p. 320. 2000. SCHUMACHER, M. V.; HOPPE, J. M. A complexidade dos ecossistemas. Porto Alegre: Pallotti. p. 50. 1997. SCHUMACHER, M. V.; HOPPE, J. M. A floresta e o solo. Porto Alegre: Pallotti. p. 83 p. 1999. TUCCI, C.; COLLISCHONN, W. Drenagem urbana e Controle de Erosão. VI SIMPÓSIO NACIONAL DE CONTROLE DA EROSÃO, 6. Presidente Prudente. Anais... Presidente Prudente, São Paulo.1998. CD-ROM. WERNECK, M. de S. et al. Florística e estrutura de três trechos de uma floresta semidecídua na estação ecológica do Tripuí, Ouro Preto, MG. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo. v.23, n.1, p. 97-106. 2000.