COMPORTAMENTO SEXUAL DE CARNEIROS NATIVOS PANTANEIROS EM MATO GROSSO DO SUL

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COMPORTAMENTO SEXUAL DE CARNEIROS NATIVOS PANTANEIROS EM MATO GROSSO DO SUL Cesar Miazzi1; Charles Ferreira Martins; Carlos Eurico Fernandes3; Amanda Tosta Carneiro ; Guilherme dos Santos Pinto ; Fernando Miranda de Vargas Junior 6 ; Sthefany Valério Normando 7 ; Arnaldo Santiago Filho 8, André Alves de Souza 9 ; Lucélia Mara Lemes Nogueira 1. RESUMO A ausência de estudos com grupos genéticos locais é recorrente e corre-se o risco de deixar de inserir em nossos rebanhos de ovinos, material genético com características produtivas desejáveis. Este estudo foi realizado em carneiros nativo pantaneiro e teve por finalidade enfocar aspectos reprodutivos deste grupo genético, destacando seu comportamento sexual. Foram utilizados dez (n=1) carneiros, sendo seis borregos (dente de leite a dois dentes) e quatro carneiros adultos (três a cinco anos). Os animais foram submetidos ao teste da libido uma vez a cada 3 dias, pelo período matutino, sendo expostos individualmente á quatro ovelhas em cio, sincronizadas, por vinte minutos, em apenas uma ocasião mensal e posteriormente, classificada através do número de saltos com ejaculações. Não houve efeito da idade e mês sob o número médio de serviços, número médio de montas realizadas pelos carneiros nativos e interesse dos carneiros pelas fêmeas ovariectomizadas sincronizadas (p>,). Os carneiros demonstraram interesse aproximadamente por todas as ovelhas, com variações entre indivíduos, ao longo, do período experimental. O estudo demonstrou que tanto carneiros nativo pantaneiro jovens, ¹Bolsista Iniciação Cientifica PIBIC/CNPq, Acadêmico, Medicina Veterinária, UNIDERP/ ANHANGUERA, cesar.miazzi@hotmail.com; ²Orientador, Doutor, Medicina Veterinária, UNIDERP/ANHANGUERA, martinscf68@yahoo.com.br; ³Co-Orientador, Doutor, Medicina veterinária, UFMS; Acadêmica, Medicina Veterinária, UNIDERP/ANHANGUERA; Médico Veterinário CTO- UNIDERP/ANHANGUERA; 6 Docente, Zootecnia, UFGD; 7 Acadêmica, Medicina Veterinária, UCDB; 8 Mestrando, Médico Veterinário, UNIDERP/ANHANGUERA; 9 Docente, Medicina Veterinária, UNIDERP/ANHANGUERA; 1 Médica Veterinária Autônoma.

quanto adultos, apresentaram desempenho semelhante e repetitivo, salientando-se a ausência de supressão no período de maior luminosidade. Variações sazonais não foram observadas na rotina do teste da libido. Palavras-chave: Libido; carneiros; performance reprodutiva. INTRODUÇÃO Embora os carneiros produzam sêmen o ano todo, um período de redução na eficiência reprodutiva poderá ocorrer por vários meses (DUTT, 196). Muitos trabalhos demonstraram marcadas variações sazonais na atividade sexual de carneiros quando expostos as fêmeas em estro (PEPELKO & CLEGG, 196 e LEES, 196). Estas variações se alteram, substancialmente, em função do macho e da raça, demonstrando a sensibilidade de cada animal ou grupo genético frente a fatores ambientais. O Brasil possui diversas raças de ovinos, que se desenvolveram a partir de raças trazidas pelos colonizadores portugueses e espanhóis logo após o descobrimento. Ao longo desses cinco séculos, estes animais sofreram seleção natural em determinados ambientes, a ponto de apresentarem características específicas de adaptação às novas condições (MARIANTE et al., 1999). Estes grupos altamente adaptados passaram a ser conhecidos como raças crioulas, locais ou naturalizadas, as quais podem apresentar vantagens em regimes de produção extensiva, quando comparadas com raças introduzidas em determinada região ou país. Hoje, grande parte destes rebanhos encontrase ameaçado de extinção, principalmente em razão de cruzamentos adsorventes indiscriminados com animais de raças exóticas, modernas, que passaram a ser importadas no final do século XIX e início do século XX (MORAIS, 1). A ausência de estudos com esses grupos genéticos é recorrente e corre-se o risco de deixarmos de inserir em nossos rebanhos de ovinos, material genético com características produtivas desejáveis. Nas condições climáticas e de vegetação do Centro-Oeste brasileiro tais características estão associadas à adaptação dos animais, aspecto fundamental para aumentar a eficiência reprodutiva. Por esse motivo, este estudo foi realizado em carneiros nativo pantaneiro e tem por finalidade enfocar aspectos reprodutivos deste grupo genético, destacando seu comportamento sexual. Estes animais compõem, em grande escala, o rebanho ovino na região Pantaneira Sul- Mato-Grossense e apresentam importância econômica nas regiões onde são criados, por causa de sua boa rusticidade. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado em carneiros nativo pantaneiro, pertencente ao Centro Tecnológico de Ovinos da UNIDERP/ANHANGUERA, na latitude º 33.6 S e longitude º 3 9 W, durante o período de setembro 7 a setembro 8. Foram utilizados dez (n=1) carneiros, sendo seis borregos (dente de leite a dois dentes) e quatro carneiros adultos (três a cinco anos). Todos os animais passaram por avaliação clínica e reprodutiva completa. Os carneiros foram submetidos ao teste da libido em uma área aproximada de 63,3m, pelo período matutino, sendo expostos individualmente a quatro ovelhas ovariectomizadas, em cio sincronizado, por vinte minutos, em apenas uma ocasião mensal e classificados através de seu desempenho

sexual em realizar saltos com ejaculações durante os testes. O teste do comportamento sexual avaliou: total de montas (salto sem ejaculação), total de serviços (salto com ejaculação), interesse pelas fêmeas e tempo de intervalo entre serviço em minutos. Os animais permaneceram sob condições naturais de campo, tendo acesso à boa qualidade de pasto e água e manejados para manterem-se em boa saúde. Quanto à ordem de realização do teste, os carneiros foram selecionados aleatoriamente para cada momento de avaliação da libido. Os dados estatísticos foram analisados pela analise de variância em modelo linear multivariado onde a idade foi usada como fator fixo; mês e tempo de serviço como aleatórios, testando a interação entre ambas as variáveis. Médias foram comparadas pelo teste de Duncan. RESULTADOS E DISCUSSÃO Neste estudo foi demonstrado que não há efeito da idade e mês sob o número médio de serviços (Figura 1) e número médio de montas (Figura ) realizadas pelos carneiros nativo pantaneiro (p>,). Também não houve efeito da idade e mês sob o interesse dos carneiros pelas fêmeas ovariectomizadas sincronizadas (Figura 3) (p>,). Em média, os carneiros demonstraram interesse aproximadamente por todas as ovelhas, com pequenas variações entre indivíduos, ao longo, do período experimental. Os carneiros adultos realizaram 1,9 montas com,38 serviços de média, enquanto que os jovens 1,1 com,3 serviços. A média geral anual foi de 11,7 montas e,31 serviços. Resultados semelhantes a estes foram relatados por CHEMINEAU et al., (1991), que explicam como presença de componentes pré-coitais da libido, onde o carneiro testa a receptividade da fêmea ao ato sexual. Pode-se observar que tanto os carneiros jovens quanto os adultos, a partir da segunda ejaculação, necessitaram de maior tempo de recuperação sexual (p<,), não havendo diferença estatística significativa entre faixa etária (p>,) (Figura ). Serviços 3 1 Setembro 7 Outubro 7 Novembro 7 Dezembro 7 Janeiro 8 Fevereiro 8 Março 8 Abril 8 Maio 8 Junho 8 Julho 8 Agosto 8 Setembro 8 Figura 1. Efeito da idade e mês no número médio de serviços realizados por carneiros nativo pantaneiro, em ovelhas ovariectomizadas sincronizadas, período (setembro 7 setembro 8).

Montas 3 1 1 Setembro 7 Outubro 7 Novembro 7 Dezembro 7 Janeiro 8 Fevereiro 8 Março 8 Abril 8 Maio 8 Junho 8 Julho 8 Agosto 8 Setembro 8 Figura. Efeito da idade e mês, no número médio de montas realizadas por carneiros nativo pantaneiro, em ovelhas ovariectomizadas sincronizadas no período(setembro 7 a setembro 8). Número de Fêmeas 3 1 Setembro 7 Outubro 7 Novembro 7 Dezembro 7 Janeiro 8 Fevereiro 8 Março 8 Abril 8 Maio 8 Junho 8 Julho 8 Agosto 8 Setembro 8 Figura 3. Efeito da idade e mês, no interesse dos carneiros nativo pantaneiro pelas ovelhas ovariectomizadas sincronizadas, durante o período de setembro 7 a setembro 8. Minutos 1 8 6 Temp1 Temp Temp3 Serviço Figura. Tempo (minutos) de recuperação sexual, em três serviços, dos carneiros nativo pantaneiro, de faixa etária distinta, durante o período (setembro 7 a setembro 8). Letras diferentes entre serviços denotam diferença significativa (P<,).

CONCLUSÕES O estudo demonstrou que tanto carneiros nativo pantaneiro jovens quanto os adultos, apresentaram performance reprodutiva semelhante e constante, salientando-se a ausência de supressão no período de maior luminosidade. Variações sazonais não foram observadas na rotina do teste da libido. AGRADECIMENTOS À Fundação Manuel de Barros, pela disponibilidade dos carneiros e materiais de pesquisa, à PROEX, pelo apoio e investimento no projeto e ao CNPq, pela concessão da bolsa de estudo durante doze meses. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHEMINEAU, P.; CAGNIÉ, Y., GUÉRIN, Y. et al. Training manual on artificial insemination in sheep and goats. INRA Production Animale. v. 9, p. -6,1991. DUTT, R. H. Temperature and light as factors in reproduction among farm animals. Journal of Animal Science, Nature, v. 3, n. 3, 196. LEES, J.E. Seasonal variation in the breeding activity of rams. Journal of Animal Science. Nature, v. 3, n. 3, 196. MARIANTE, A. S.; ALBUQUERQUE, M. S. M.; EGITO, A. A.; MCMANUS, C. Advances in Brasilian animal genetic resources conservation programme. Animal Genetic Resources Information. v., p. 19-13,1999. MORAIS, O. C. O melhoramento genético dos ovinos no Brasil. In: Melhoramento Genético aplicado à produção animal. 3ºed. Belo Horizonte. FEPMUZ, p., 1. PEPELKO, W. E.; CLEGG, M. T. Influence of season of the year upon patterns of sexual male behavior in male sheep. Journal of Animal Science. V. 3, n. 3, 196.