DOENÇAS RESPIRATÓRIAS NOS IDOSOS E CONDIÇÕES CLIMÁTICAS: UM DESAFIO Â SUSTENTABILIDADE FERNANDA NAIANE VALADARES. fnvaladares@ig.com.br JOVENTINA SILVESTRE DA SILVA NETA. tina.ssn@ig.com.br SHEILA BEZERRA COSTA. sheila_cg@hotmail.com VICENTE FERNANDES DE OLIVEIRA NETO. netoeu.@gmail.com INTRODUÇÃO O crescimento populacional do idoso é um fato e, constitui um desafio à saúde pública, devido à vulnerabilidade anatômica e fisiológica dos idosos. Esses são mais acometidos por doenças do sistema respiratório, o que favorece a elevação do índice de morbidade e mortalidade. Aliado aos fatores orgânicos, as condições climáticas favorecem predisposição às doenças respiratórias. Atualmente, o Brasil é o quarto maior emissor mundial, computando todas as fontes. Além disso, encontra-se associado com a China e a Índia no grupo que sofremais pressão para reduzir suas emissões, mas a gestão ainda defende a tese de que a Convenção do Clima estabelece uma diferença entre países industrializados e os demais (NOVAES, 2006). O efeito do calor no meio ambiente atua sobre a fisiologia humana, que é fator de risco para o surgimento de patologias no idoso. Enfatiza-se que o meio ambiente está diretamente relacionado ao processo saúde-doença. Com isso, verifica-se como a temática das mudanças climáticas e suas alterações no sistema respiratório têm se colocado em seu
âmbito de práticas (Almeida et. al., 2007). Desta forma, os profissionais de saúde, devem integralizar essa dimensão do cuidar em suas práticas, uma vez que são responsáveis por esta assistência. O interesse pela construção do presente trabalho surgiu em decorrência do crescente envelhecimento populacional em detrimento as afecções acarretadas no sistema respiratório de pessoas com 60 anos ou mais. E ainda, os elevados índices de morbimortalidades em decorrência das mudanças climáticas, em associação com as alterações acarretadas pelo processo de envelhecimento. Portanto, o estudo objetiva: Identificar as principais doenças respiratórias que acometem os idosos, devido mudanças climáticas; identificar estratégias de superação dos idosos, devido às mudanças climáticas, como um desafio à sustentabilidade. METODOLOGIA O presente estudo trata de uma revisão bibliográfica sobre as mudanças climáticas, que vêm ocorrendo nos últimos anos e como contribuem para o desenvolvimento das afecções respiratórias em idosos. A pesquisa foi realizada através de leituras exaustivas de livros e textos, sobre a temática em lide, através de buscas em bibliotecas universitárias e virtuais, estudos de revisões bibliográficas, relacionadas às doenças respiratórias, condições climáticas, meio ambiente, sustentabilidade e saúde. REVISÃO DE LITERATURA
No Brasil o envelhecimento já se tornou uma realidade, segundo o Censo IBGE (2010), Estima-se que o número de idosos população com 65 anos ou mais deve triplicar nos próximos 40 anos, passando dos atuais 20 milhões para 65 milhões. Sabe-se que o processo de envelhecimento proporciona alterações anatômicas e funcionais, e isso, somado à poluição atmosférica acarreta doenças respiratórias em pessoas idosas. Os agentes poluentes se fazem presentes no ambiente, tanto no ar, quanto na água, nos alimentos e no solo sendo emitidos pelas indústrias, transportes, atividades domésticas, gerenciamento de dejetos e agricultura (CORTEZ, 2009). De acordo com Francisco, et. al. (2006), o processo de envelhecimento acarreta alterações anatômicas e funcionais nos diversos sistemas do organismo. Assim como as variáveis sócio-demográficas, econômicas, comportamentais, especificamente o tabagismo, e co-morbidades podendo predispor o idoso a doenças pulmonares. Dentre as doenças do aparelho respiratório DAR, associadas ao processo de envelhecimento as mais referidas são: bronquites, enfisema pulmonar, asma, pneumonia, doença pulmonar obstrutiva crônica, bronquiectasia, neoplasia de pulmão e transtornos pulmonares e respiratórios não especificados estando, portanto entre as causas de internação e óbito mais frequentes na população de 60 anos ou mais (NIEIRO, et al. 2008). De acordo com dados da Gerência Executiva de Vigilância em Saúde (GEVS) da Secretaria de Estado da Saúde, foram registradas, em 2007, 36.883 internações hospitalares na Paraíba decorrentes de doenças do aparelho respiratório, a exemplo de gripe, bronquites e pneumonias. Em 2008, foram 25.993 internações. Uma das principais causas de acometimento respiratório é
a poluição atmosférica que mesmo em concentrações abaixo dos níveis permitidos tem afetado de forma expressiva a vida dos seres humanos ocasionando efeitos deletérios à saúde. Dentre as ações de prevenção de agravos à saúde, a vacinação contra influenza vem sendo administrada aos idosos, em âmbito nacional, desde 1996. Apesar de sua eficácia diminuir com o avanço da idade, ela é benéfica na prevenção de influenza severa, pneumonia e mortes em indivíduos de alto risco (FRANCISCO,et al, 2004). CONSIDERAÇÕES FINAIS Vários são os fatores desencadeantes das mudanças climáticas que possuem como resultado final o aquecimento da Terra. Sabe-se que qualquer alteração física ou química na composição do meio ambiente pode ser nociva ao ser humano, desta forma é de suma importância a atuação dos profissionais de saúde no âmbito de integrar essa dimensão em suas práticas assistenciais. De acordo com o exposto torna-se relevante identificar os fatores predisponentes das doenças do sistema respiratório, justificado pelo fato de que a redução da morbidade é essencial para a manutenção da capacidade funcional e valorização da autonomia do idoso. REFERÊNCIAS ALMEIDA, M.C.P.; MISHIMA, S.M.; SILVA, E.M.; MELLO, D.F. O trabalho de enfermagem e sua articulação com o processo de trabalho em saúde coletiva rede básica de saúde. In: ALMEIDA, M.C.P; ROCHA, S.M.M. Editors. O
trabalho de enfermagem. São Paulo: Cortez; 2007. CORTEZ, H. Aquecimento global: ondas de calor afetarão com mais vigor os idosos e pessoas com doenças crônicas. 2009. Eco Debate. FRANCISCO, P. M. S. B.; DONALISIO, M. R.; LATTORRE, M. R. D. O.. Internações por doenças respiratórias em idosos e a intervenção vacinal contra influenza no Estado de São Paulo. Rev. bras. epidemiol. 2004. GEVS Gerência Executiva de Vigilância em Saúde. Secretaria do Estado em Saúde. Dados de internações por doenças do aparelho respiratório 2007/2008. Paraíba, 2009. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA ESTATÍSTICA. indicadores sociais, Rio de Janeiro: IBGE; 2010. Síntese de NOVAES, W. et al. A vingança de Gaia: mudanças climáticas e a vulnerabilidade do planeta. Editora: São Leopoldo, 2006. NIEIRO, M.B.P.; ALENCAR,G.P. BERGAMASCHI,D.P. Morbi-mortalidade por doença do aparelho respiratório em idosos antes e após a introdução da vacina contra influenza: Município de Cubatão, São Paulo, 1999-2005. São Paulo. 2008.. Disponível em: <http://www.seade.gov.br>.