O Impacto da Política Agrária em Moçambique Dezembro de 2010 ORAM e ROSA Pesquisa realizada: Centro de Estudos Moçambicanos e Internacionais CEMO António Álvaro Francisco Hortêncio Sunde Manuel Lopes e Nelson Magalhães Amade Sucá 17 Julho 2012
Introdução Estudo feito em: 1. Maputo Cidade 2. Província de Maputo (Distrito de Moamba) 3. Província de Sofala (Distrito de Gondola) 4. Província de Manica (Distrito de Nhamatanda) 5. Província de Tete (Cidade de Tete) Objectivos do estudo 1. Reflectir sobre as políticas no sector da agricultura e seu impacto na vida das comunidades 2. Analisar o mecanismo de monitoria das políticas no sector da agricultura 3. Propor medidas que estimulem a produção e produtividade
Introdução Moçambique: Planícies (55%) Planaltos (43%) Montanhas (13%) Tem rios e lagoas População predominantemente rural (70%) Agricultura é a principal fonte de rendimento (80%) 36 milhões ha terra arável em cultivo 5 milhões 3.3 milhões ha irrigáveis 0.13% irrigados Sector familiar composto por 3.3 milhões famílias e exploram 90% da área cultivada Pobreza: 55% meio rural
Moçambique no Índice do Desenvolvimento Humano 2010 Esperança de vida à nascença Taxa de escolarização PIB per cápita Nr País Posição Observação 01 Portugal 40 Desenvolvimento muito elevado 02 Brasil 73 Desenvolvimento muito elevado 03 Cabo Verde 118 Desenvolvimento médio 04 Timor Leste 120 Desenvolvimento médio 05 São Tomé e Príncipe 127 Desenvolvimento médio 06 Angola 146 Desenvolvimento baixo 07 Guiné Bissau 164 Desenvolvimento baixo 08 Moçambique 165 Desenvolvimento baixo De um total de 169 países
Política Agrária Resolução: 11/95 de 31 de Outubro Aprovada, incluindo as estratégias de implementação, em 1995 engloba: sector agrícola, o pecuário e o florestal Indica o que deve ser feito e como deve ser feito nos 3 subsectores Moçambique avançou muito na formulação de planos, com muita mestria. Ex: 1. Programa Nacional de Agricultura (PROAGRI- I e II) 2. Plano Director de Extensão Agrária 3. Estratégia de Revolução Verde 4. Estratégia de Segurança Alimentar e Nutricional (ESAN I e II) 5. Estratégia de Desenvolvimento Agrário 6. Lei de terras 7. Lei de Florestas e Fauna Bravia Mas - Há fraca divulgação, apropriação e aplicação destes instrumentos
Impacto da Política Agrária na Agricultura Níveis de produção e produtividade baixos Não há condições de conservação de produtos Fraca rede de escoamento, processamento, distribuição e comercialização de produtos agrários Porque: 1. Fraca rede de infra-estruturas básicas 2. Baixo nível do uso de irrigação 3. Não acesso a serviços básicos (ex. crédito e extensão agrária) recursos humanos qualificados 4. Não investimento na investigação agrária acesso a tecnologia
Monitoria Há fraca monitoria devido: 1. Fraca capacidade de recursos humanos (quantidade e qualidade) 2. Poucos recursos para monitoria (não há materiais e nem meios de transporte) 3. Grandes atrasos na disponibilização de fundos devido a auditorias e burocracia do próprio doador 4. Fraca execução financeira por parte das instituições públicas 5. Fraco sistema de recolha e processamento de informação que liga planificado, executado, orçamento e relatórios
Conclusões 1. Algo foi feito mas há muito ainda por fazer! 2. Bons instrumentos normativos e de orientação mas fraca implementação pobreza continua firme! 3. Nas instituições do Estado há supremacia do factor político partidário em detrimento do técnico-científico repetidores e não transformadores!
Recomendações para Combate a Pobreza via Desenvolvimento Agrário I 1. Assegurar a implementação da política agrária e suas respectivas estratégias Incrementar assistência aos produtores Investir para irrigar 3.3 milhões de ha Inverter a pirâmide de alocação de recursos: mais para a base (distritos) do que topo (ministério) Investir numa agenda nacional de investigação (PA: produtos mais importantes sector agrícola: milho, arroz, açúcar, feijão, amendoim, mapira, mandioca, mexoeira, algodão, caju, madeira, copra, chá e citrinos)
Recomendações para Combate a Pobreza via Desenvolvimento Agrário II 1. Estado assumir responsabilidade: Na planificação trazer efectivamente MOPH (infraestruturas), MIC (comércio e mercados), MF (finanças rurais), MINED (formação do recurso humano), MISAU (saúde e nutrição) 2. Substituir o SETSAN pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional 3. SC deve estabelecer redes de solidariedade e de segurança alimentar a todos os níveis
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