Rumo as Novas Perspectivas do Ensino da Língua Portuguesa em Sala de Aula: Em uma Linha Funcional. Introdução

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Transcrição:

Rumo as Novas Perspectivas do Ensino da Língua Portuguesa em Sala de Aula: Em uma Linha Funcional Jane Rodrigues da Silva Karina Martins da Silva Kátia Fernanda de Souza Pratavieira Introdução Neste trabalho desenvolveremos atividades que busque auxiliar e aprimorar a compreensão leitora e linguística dos nossos alunos da 3ª Fase do 3º Ciclo que corresponde a antiga 8ª série. Para isto, selecionamos uma charge retirada da internet e a letra de uma música cantada por Roberto Carlos, composição de Ataulpho Alves e Mário Lago, Ai que saudades da Amélia. As aulas serão preparadas com o objetivo de trabalhar a leitura, gramática e avaliar a produção textual de nossos alunos, porém tendo como foco principal, o estudo dos advérbios dentro da charge. Para fundamentação teórica usaremos as gramáticas de Cunha & Cintra (2007), Almeida (2005), Bechara (2004), Neves (2000), na qual observaremos como cada uma delas conceitua e trata os advérbios, usando modelos para exemplificar. Além disso, também servirão como aporte teórico textos de teóricos funcionalistas, como Antunes (2003), Cunha e Tavares (2007), Cunha, Oliveira, Martelotta (2003), que nos auxiliarão na análise do corpus deste trabalho. Tendo como foco principal o polo funcionalista, o qual caracteriza-se pela concepção da língua como um instrumento de comunicação, que, como tal, não pode ser analisada como um objeto autônomo, mas como uma estrutura maleável, sujeita a pressões oriundas das diferentes situações comunicativas, que ajudam a determinar sua estrutura gramatical. (Martelotta; Areas, p.20). De acordo com isto, buscamos analisar as diversas formas da abordagem funcionalista, ao lidar com a classificação das palavras inseridas em um contexto, os trabalhos em sala de aula, pretende verificar como os alunos fazem estas classificações a partir das explicações, os alunos com base nos exercícios e nas leituras poderão facilmente classificar as palavras segundo o contexto.

O Ensino da Língua Portuguesa: Gramática Tradicional X Gramática Funcional A partir de uma charge, iremos observar o uso dos Advérbios de Tempo enquanto que a música servirá de intertexto, pois auxiliará na melhor compreensão do tema. Desta forma, utiliza-se o advérbio como fundamentalmente, um modificador do verbo (cf. Cunha & Cintra, 2007, p. 555). De acordo com esta definição, buscamos observar o seu funcionamento no uso efetivo da língua. No enunciado abaixo, esta definição cabe perfeitamente: (1) Ele agiu generosamente. Em (1) temos a forma verbal agiu, que está sendo modificado pelo advérbio generosamente, desta forma temos um claro exemplo de como o advérbio suporta a sua definição apresentada na Gramática Tradicional. De acordo com Almeida (2005, p. 316), o advérbio é toda a palavra que pode modificar o verbo, adjetivo e, até, o próprio advérbio, logo, concluímos que as gramáticas nem sempre apresentam a mesma definição e com isto abrimos caminho para reforçar a necessidade de se observar o seu uso na língua. Bechara (2004, p. 287) define advérbio como expressão modificadora que por si só denota uma circunstância (de lugar, tempo, intensidade, condição, etc.) e desempenha na oração a função de adjunto adverbial. Exemplos: (2) Aqui tudo vai bem. (3) O aluno talvez não tenha redigido muito bem. (4) Hoje não irei lá. Em (2) temos uma oração, na qual observamos dois advérbios exercendo funções distintas o primeiro advérbio (aqui) indicando lugar e o segundo (bem) indicando o modo. Em (3) estão presentes quatro advérbios na oração, nesta temos o advérbio de dúvida (talvez), de negação (não), de intensidade (muito) e de modo (bem). Em (4) temos uma oração em que podemos observar três advérbios, (hoje) indicando tempo, (não) indicando negação e (lá) indicando lugar. De acordo com Bechara (2004, p. 209),

constituindo o advérbio uma classe de palavra muito heterogênea, tornase difícil atribuir-lhe uma classificação uniforme e coerente. (...) Este papel singular do advérbio lhe dá também certa autonomia fonológica, de contorno entonacional muito variado, a serviço do intuito comunicativo do falante. Dessa forma, através da charge podemos observar que não é possível dar uma única significação aos advérbios presentes como também aos demais, se obsevarmos este caso os advérbios da charge (ontem, hoje e amanha) nos remete uma idéia de tempo maior, ou seja, tem todo um percurso, uma história envolvida nestas palavras. Neves (2000) refere-se a estes advérbios sendo de tempo fóricos indicando circunstância o qual é referida ao momento da enunciação, numa escala de proximidade temporal. (...) que pode indicar um período (maior ou menor) considerado próximo do momento da enunciação, e, portanto, ligada ao enunciador. As atividades que preparamos para desenvolver em sala de aula, prende-se apenas aos advérbios que marcam o tempo, ou seja, Advérbio de Tempo: agora, ainda, amanhã, anteontem, antes, breve, cedo, depois, então, hoje, já, jamais, logo, nunca, ontem, outrora, sempre, tarde, etc. (Cunha & Cintra, 2007, p. 557). Ao se depararem com essas palavras, nossos alunos automaticamente as classificariam como advérbios. Segundo a Gramática Normativa, a seguinte classificação será correta, mas buscamos em nossa aula uma reflexão de que esta classificação pode variar, pois, dependendo do contexto no qual está inserido, determinado termo pode deixar de ser um advérbio e ganhar outra classificação gramatical. O que buscamos mostrar nesta aula para os nossos alunos que os advérbios podem ganhar outras classificações sendo observados pelo critério semântico, seguindo o objetivo da Gramática Funcionalista, que argumenta a favor de uma lingüística baseada no uso, considerando a língua do ponto de vista do contexto lingüístico e da situação extra-lingüística. (Cunha, Tavares; 2007, p. 34)

Trabalhando a Língua Portuguesa A seguir temos uma proposta de aplicação de exercícios, que procura verificar a competência de nossos alunos quanto à leitura, compreensão de textos, análise crítica e analítica de seu posicionamento diante dos fatos apresentados. A proposta didática aqui apresentada segue a seguinte metodologia: inicialmente, foram elaboradas questões que buscam ajudar os alunos a investigar e identificar as possíveis interpretações a partir da leitura visual da charge. Em seguida, uma música que servirá de intertexto e auxiliará na compreensão da charge. Finalmente, a elaboração de um texto dissertativo-argumentativo em que o aluno expressará sua opinião a partir das discussões feita em sala de aula. Atividades Estudo do Texto 1 1. Observe a seguinte charge:

1. Como podemos observar essa charge não tem um título. A partir de seu ponto de vista, elabore um título para ela que considere apropriado. 2. De acordo com a charge, a mulher seria o tema central? Explique sua resposta. 3. Como Paulinhos, em sua charge, define a mulher de ontem, hoje e amanhã? Justifique sua resposta. 4. Que diferença pode-se observar na mulher e homem de ontem e de amanhã, verificando a partir do uso do advérbio presente na charge. 5. No seu ponto de vista, mulher ganhou seu espaço na sociedade ou ocupa agora o espaço do homem? 6. De acordo com nossas discussões como o homemcomo pai, marido e companheiro, encara esta mudança no ambiente familiar e profissional? 7. De acordo com as frases presentes na charge, é possível afirmar que as palavras ontem, hoje e amanhã estão de acordo com seu sentido real? Com a ajuda do dicionário, identifiquem como elas são apresentadas e observem se obedecem ao mesmo sentido presente na charge. Estudo do Texto 2 1. Leia a letra da música Ai que saudades da Amélia, composta por Ataulpho Alves e Mário Lago e pense as seguintes reflexões: Ai, que saudades da Amélia Nunca vi fazer tanta exigência Nem fazer o que você me faz Você não sabe o que é consciência Nem vê que eu sou um pobre rapaz Você só pensa em luxo e riqueza Tudo que você vê você quer Ai, meu Deus, que saudade da Amélia Aquilo sim é que era mulher Às vezes passava fome ao meu lado E achava bonito não ter o que comer E quando me via contrariado Dizia: Meu filho, que se há de fazer Amélia não tinha a menor vaidade Amélia não tinha a menor vaidade Às vezes passava fome ao meu lado E achava bonito não ter o que comer E quando me via contrariado Dizia: Meu filho, que se há de fazer Amélia não tinha a menor vaidade

Amélia não tinha a menor vaidade a) Música cantada por Roberto Carlos, Ai, que saudade da Amélia, apresenta que tipo de mulher? b) O autor da canção lamenta a mudança da mulher ou aceita sem nenhuma reclamação. Ressalte na letra da música os trechos em que o cantor reforça seus sentimentos. c) Nos dias atuais, ainda é possível encontrar Amélia? Justifique. 2. Faça uma relação entre a charge e a música destacando os pontos comuns e as divergências existentes. Produção Textual Com base nas discussões feitas em sala de aula, elabore uma produção textual do tipo dissertativo-argumentativo, enfatizando como a mulher conseguiu o seu espaço no decorrer do tempo e quais foram os resultados encontrados em seu ambiente familiar e profissional. Considerações Finais Os exercícios aqui apresentados procuram direcionar um olhar diversificado aos nossos alunos, auxiliando-os na compreensão da língua e seus significados, considerando uso dos advérbios dentro de um determinado contexto. Com a charge, buscamos levar aos nossos alunos o despertar crítico e analítico, para isso elaboramos algumas questões que serviram de apoio para suas possíveis interpretações, sendo direcionados a perceberem como a evolução da mulher ocorreu, além de identificarem os malefícios e benefícios que estas mudanças trouxeram as mulheres em seu ambiente sócio-cultural. A partir dos exercícios, pretendeu-se melhorar e auxiliar no desenvolvimento da leitura, interpretação e produção textual. Buscou-se também despertar o gosto pela leitura por meio da charge -- um gênero textual que tem como principais elementos a caricatura e o texto, formando assim uma rede de elementos verbo-visuais que visa ao envolvimento do leitor com o que a charge está representando dentro do contexto no qual ele está inserido. A charge nos apresenta, em seu conteúdo, temáticas abordadas de forma que o leitor se sente envolvido com o que é exposto e desta forma se sente dono do discurso que é inserido de acordo com seu contexto elaborando as mais variadas interpretações para as imagens que são apresentadas de forma

cômica nas charges, desviando do que é proposto pelo enunciador formando assim uma voz crítica do leitor sobre a charge. Assim, buscamos desenvolver algumas competências possíveis em nossos alunos, obedecendo aos critérios apresentados pelos Parâmetros Currículares Nacionais (PCNs), levando o aluno a observar que as formas lingüísticas têm seus usos estendidos por processos unidirecionais de mudanças, motivados pelo uso e por fatores cognitiva. O ensino de Língua Portuguesa ainda que considere a Gramática Normativa Tradicional, não se prende apenas a suas teorias, abrindo espaço para os novos estudos e teorias, levando em consideração os padrões de uso da língua, no ensino baseado no uso, cuja tendência principal é observar língua do ponto de vista do contexto lingüístico e da situação extra-lingüística. Referências bibliográficas ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Gramática metódica da língua portuguesa. 45.ed.São Paulo: Saraiva,2005. BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004. CUNHA, Maria Furtado da; OLIVEIRA, Mariangêla Rios de; MARTELLOTA, Mário Eduardo (orgs.). Lingüística funcional: teoria e prática. Rio de Janeiro: DP&A, 2003. CUNHA, Maria Angélica Furtado da; TAVARES, Maria Alice. Funcionalismo e ensino de gramática. Natal-RN: EDUFNR, 2007. NEVES, Maria Helena de Moura. Gramática de usos do português. São Paulo: UNESP, 2000.