O PIBID NA ESCOLA: VIVENCIANDO ESTRATÉGIAS E MÉTODOS PARA ALFABETIZAÇÃO

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Transcrição:

O PIBID NA ESCOLA: VIVENCIANDO ESTRATÉGIAS E MÉTODOS PARA ALFABETIZAÇÃO Resumo BORGES, Marta SOUZA, Janaina Karla Zeitamer de PIRES, Gisele Brandelero Camargo MAZEPA, Edina Grupo de Trabalho - Didática: Teorias, Metodologias e Práticas Agência Financiadora: CAPES - PIBID O presente relato de experiência tem por objetivo apresentar nossas vivências enquanto professora e acadêmicas do curso Licenciatura em Pedagogia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), inseridas no cotidiano de uma escola da rede Municipal de Ponta Grossa, acompanhando as turmas do primeiro e dos segundos anos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. O PIBID é um Programa financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) que oportuniza a experiência da docência ainda no período de formação inicial e tem como objetivo antecipar o vinculo de futuros professores com a sala de aula, além de proporcionar uma articulação entre a universidade e as escolas públicas, contribuindo tanto na formação dos acadêmicos, os quais adquirem experiências quando inseridos realidade escolar, como para as escolas em que o programa se faz presente, que também beneficiam com esta troca de experiências. Através dele, frequentamos a escola regularmente, três dias por semana, nos quais acompanhamos o cotidiano das salas de aula e do trabalho do professor regente. Além disso, uma vez por semana, assumimos a responsabilidade de organizar e conduzir as estratégias de ensino no que respeita a Alfabetização e Letramento, priorizando práticas lúdicas no processo de ensino aprendizagem. A partir dessa inserção, nos aproximamos da realidade escolar, relacionamos a teoria que aprendemos na universidade com a prática que vivenciamos na escola e refletimos sobre as estratégias e métodos que permeiam a ação docente para alfabetizar e letrar. Palavras-chave: Inserção na escola. Estratégias de ensino. Alfabetização e Letramento.

18135 Introdução O Projeto de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID), é um programa do Governo Federal financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), através do qual os acadêmicos dos cursos de licenciaturas das universidades públicas do Brasil recebem bolsas de incentivo financeiro para se dedicar exclusivamente a sua formação inicial, nas universidades e no contexto escolar. O programa tem como objetivo antecipar o vinculo de futuros professores com a sala de aula, além de proporcionar uma articulação entre a universidade e as escolas públicas. Sendo assim, os bolsistas do PIBID assumem o compromisso de dedicação de no mínimo vinte horas semanais ao projeto. Além disso, não podem ter nenhum vínculo empregatício enquanto atuam no PIBID. Na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), todos os cursos de licenciatura (onze no total) possuem projetos do PIBID. A Licenciatura em Pedagogia possui um projeto PIBID, pelo qual propõe o ingresso de dez bolsistas em uma escola da rede municipal, voltado para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental, enfocando a alfabetização e letramento. As dez bolsistas atuam no projeto PIBID-Pedagogia sob a supervisão e orientação da coordenadora pedagógica da escola e de duas professoras da UEPG, frequentando, semanalmente, a escola em três períodos/dias, uma reunião com todos os envolvidos no projeto em um período/dia e realizando estudos e planejamentos em um período/dia. Esse relato de experiência visa descrever as vivências de três bolsistas e uma coordenadora do PIBID-Pedagogia nas turmas de primeiro e segundos anos dos Anos Iniciais da referida escola. Durante esse período de vivência observamos a dinâmica de sala de aula, a ação das professoras regentes e conduzimos com seu auxilio, uma vez por semana, estratégias de ensino no que respeita a alfabetização e letramento. Nos parágrafos que seguem, relataremos as vivências que tivemos até então nesse contexto. O PIBID Pedagogia Como já foi dito anteriormente, o projeto do PIBID Pedagogia tem seu foco na temática da docência no que respeita a alfabetização e o letramento dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental de uma escola municipal de Ponta Grossa.

18136 A questão da docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental é uma preocupação eminente no curso de Licenciatura em Pedagogia. Entendemos que o ensino deve ser um ofício que se apoia em saberes teórico-práticos adquiridos e acumulados na prática social e coletiva. (GIMENO SACRISTÁN; GÓMEZ, 1998). A partir desse pressuposto, consideramos que a inserção dos acadêmicos do curso de Licenciatura em Pedagogia no contexto da escola tem possibilitado o conhecimento da realidade do processo de ensino e aprendizagem escolar, articulando-a com os fundamentos teóricos estudados ao longo do curso de graduação. Além disso, tal processo tem oportunizado uma real articulação da escola com o ensino superior, o que possibilitará aos futuros professores um movimento de ação e reflexão sobre a prática educativa. Na implementação deste projeto, desde agosto de 2012, a docência está sendo vivenciada e estudada, considerando-se a problematização da Alfabetização e letramento nos anos iniciais. Visto que são processos indissociáveis, a alfabetização, nas suas dimensões de conteúdo e forma, é uma das questões que mais precisam ser tematizados e compreendidos na formação do professor. Como ensinar a ler e a escrever? Quais os melhores métodos? Quais as compreensões sobre alfabetização? Quais os tempos e espaços no curso, favorecedores de tais compreensões, na relação com a complexidade da docência? O trabalho de alfabetizar e letrar, orientando a criança para fazer o uso consciente da escrita é competência do professor nos anos iniciais do Ensino Fundamental. E, para tanto, são necessários conhecimentos teóricos e práticos. Assim, entendemos que a docência nos anos iniciais tem proporcionado uma experiência significativa para o acadêmico do Curso de Licenciatura em Pedagogia, tomando a questão da alfabetização e do letramento como objeto de estudo, reflexão e formação. Considerando essa premissa, o projeto PIBID Pedagogia está implementado em uma escola municipal de Ponta Grossa com os seguintes objetivos: promover a vivência dos processos da docência; favorecer o conhecimento teórico-prático da Alfabetização e do Letramento nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental; estimular a reflexão e a pesquisa sobre formação de professores e a aprendizagem da docência; estabelecer vínculos entre a comunidade escolar e a universidade; possibilitar a compreensão da relação entre alfabetização e ludicidade; promover a produção de estratégias e materiais didáticopedagógicos para o ensino da alfabetização e letramento.

18137 Com isso, acreditamos no avanço das discussões sobre o significado de ensinar e sobre como o acadêmico poderá reconstruir os conhecimentos adquiridos na formação inicial, a partir da prática pedagógica mediadora e experimentada. (NADAL; PAPI, 2007). As vivências A escola em que atuamos se encontra em um bairro de classe média, ela possui duzentos e setenta e seis alunos e vinte e um funcionários, dentre eles quatorze são professores, uma pedagoga, uma diretora, uma merendeira, três serventes e uma escriturária. O espaço da escola está dividido em oito salas de aula sendo uma delas utilizada para o laboratório de informática e outra para multifuncional, quatro banheiros femininos, quatro banheiros masculinos e dois banheiros adaptados, uma lavanderia, um banheiro para serventes, dois almoxarifados, uma cozinha, um saguão fechado, uma biblioteca, duas secretarias, uma sala para professores, dois banheiros para funcionários, uma sala para diretora, uma sala para pedagoga, uma sala de materiais e planejamento, quadra de esportes e o parque com tanque de areia. A estrutura física da escola oferece as condições necessárias para a realização das atividades que nos propomos. É um ambiente rico em materiais didáticos e pedagógicos, as professoras e as pedagogas estão sempre presentes quando solicitadas demonstrando interesse em contribuir com o projeto o qual desenvolvemos. Uma das atividades que desenvolvemos na escola é ajudar a professora regente a ensinar os alunos que ainda não se apropriaram da escrita. Realizamos com esses alunos atividades diversificadas, as quais envolvem o lúdico e que visam à alfabetização e o letramento. Alfabetizar a partir dos jogos, materiais diversificados, música, contação de história, produção de texto, é enriquecedor tanto para o sujeito que está apropriando-se do conhecimento, quanto para nós bolsistas que a cada momento adquirimos experiência. Observamos que o meio social interfere fortemente no processo de apropriação da leitura e escrita, como por exemplo, uma criança que está inserida no meio urbano em seu cotidiano convive com diferentes meios de comunicação os quais a escrita está presente,

18138 dentre eles placas, sinalização de transito, entre outros, consequentemente está criança já esta sendo letrada, quando trabalhamos com a criança na escola os rótulos e mostramos o da cocacola no mesmo instante ela irá identificar o que compõe, mesmo não estando alfabetizada. A transmissão do conhecimento numa sala de aula deve transformar os sujeitos que estão apropriando-se dele. Cabe ao professor mediar este conhecimento de modo que atinja todos os níveis de aprendizagem e que de maneiras diversas venham a transformar a realidade do aluno A diversidade cultural nas salas de aula que acompanhamos é um fator notável, elas possuem alunos com diferentes níveis de aprendizagem como, dentre elas, crianças que já se apropriaram do sistema de escrita, outras que apenas reconhecem os símbolos gráficos e as que ainda não reconhecem seu próprio nome e é com base nestas peculiaridades que os métodos e estratégias de alfabetização são elaborados. Ao falarmos em estratégias e métodos para a alfabetização, torna-se de suma importância relevar, além dos diferentes níveis de aprendizagem, o contexto social e cognitivo dos alunos. A prática pedagógica, como instrumento de transformação social deve considerar a realidade na qual a criança se desenvolve para sistematizar os conteúdos de forma que eles se tornem significativos. Nessa perspectiva, Ferreiro (2011, p. 22) nos diz que o desenvolvimento da alfabetização ocorre, sem dúvida, em um ambiente social. Mas as práticas sociais, assim como as informações sociais não são recebidas passivamente pelas crianças. Podemos perceber, através da citação de Ferreiro (2011), a importância da investigação do professor, a fim de elaborar um plano de ensino que envolva os elementos que fazem parte do cotidiano do aluno, também considerando que esse conhecimento não é estático, e não é neutro, e escola sofre e exerce influência sobre o meio social no qual está inserida. Ainda na visão de Ferreiro (2011), podemos dizer que o desenvolvimento do processo de apropriação da escrita depende, também, do meio social no qual a criança está inserida. O que percebemos entre as crianças que acompanhamos é que aquelas cujos pais incentivam a leitura de alguma forma, possuem muito mais facilidade na aprendizagem, nas questões que dizem respeito à interpretação, a maneira de se expressar e nas atividades de leitura e escrita. Embora o professor transmita o conhecimento cientifico elaborado, através da transposição didática, este conhecimento não será recebido de forma passiva pelo aluno, ele

18139 irá socializar, problematizar e trazer para a escola situações do seu cotidiano que devem ser cultivadas e utilizadas pelo professor em sala de aula. Para que isso ocorra, o professor tem o dever de estar atento ao aluno, conhecer sua identidade e respeitar a singularidade de cada um deles. Na turma de segundo ano B, em uma ocasião em que o assunto tratado era o sistema solar, a professora lhes explicava o conteúdo conforme era exposto no livro didático e com a intenção de tornar a aula menos expositiva e mais prática escolheu materiais pedagógicos diversificados, tais como o globo terrestre, uma lanterna para simbolizar o sol e esferas de isopor para exemplificar os planetas. A aula foi proveitosa e conseguiu a atenção máxima dos alunos, provocou neles a curiosidade de saber cada vez mais a respeito. Na aula seguinte os alunos trouxeram novamente a discussão sobre o sistema solar, mas agora eram eles que expunham sua visão sobre o assunto. Em casa, sentiram a necessidade de fazer um estudo ainda mais prático, observaram o sol, as estrelas, questionaram os pais e é claro, pesquisaram na internet. A atitude da professora frente aos questionamentos dos alunos foi a de retomar o conteúdo respeitando e orientando-os de acordo com as pesquisas que haviam feito. A partir disso, foram realizadas produções de textos e um cartaz feito pelos alunos que ficou exposto na sala de aula. Essa prática nos fez compreender que é necessário despertar a curiosidade dos alunos, atingindo a necessidade de aprender e fornecendo subsidio teórico-prático para que o conhecimento se torne aprendizado. Além dessa experiência pudemos perceber que a interação entre acadêmicos bolsistas do PIBID Pedagogia e professoras regentes da escola tem gerado mudanças significativas no modo em que as aulas são conduzidas. Isso pode ser facilmente percebido na escolha da metodologia de ensino da professora do segundo ano B, que a partir do inicio do ano letivo de 2013 tem optado frequentemente por estratégias lúdicas de ensino. Um dos conteúdos a ser trabalhado com a turma de segundo ano era a orientação, o percurso realizado pelas crianças para chegar até a escola e o que poderiam encontrar neste trajeto, a professora então solicitou que a intervenção daquela semana fosse acerca deste assunto. Para que a transmissão do conhecimento acontecesse de modo a atingir o centro de interesse dos alunos nos preocupamos em elaborar uma atividade lúdica que abordasse o assunto, que neste caso, foi a dramatização da história infantil chapeuzinho vermelho. A nossa intenção era que as crianças construíssem, na prática, o conceito do percurso de um

18140 lugar a outro. Para dar inicio à atividade a história foi relembrada e sistematizada, posteriormente as crianças caracterizaram-se de acordo com os personagens para tornar o momento mágico e viver suas fantasias mais próximo possível da realidade, pois de acordo com Bomtempo (2011, p. 77), no sonho, na fantasia, na brincadeira de faz de conta desejos que pareciam irrealizáveis podem ser realizados. A peça foi ensaiada várias vezes dando oportunidade para que todas as crianças participassem e isso para elas foi motivo de muita alegria e empolgação. Além de nossos objetivos serem alcançados com relação ao aprendizado das crianças sobre o assunto, ainda resultou em um convite muito especial o de realizar uma apresentação para toda a escola, o resultado não poderia ser melhor, fato que mexeu muito com a autoestima das crianças e os instigou a querer novas atividades como essa. Gostaríamos de aqui relatar um resultado bem especifico desta atividade, no dia seguinte a professora desafiou os alunos a produzirem um texto sobre a história da chapeuzinho vermelho, todos ficaram empolgados pois já haviam interiorizado perfeitamente a história e assimilado com o tema orientação. O caso que iremos relatar é de uma garotinha que nos surpreendeu, ainda não se apropriando do sistema de escrita, solicitou a ajuda de umas das bolsistas para descrever a história, a bolsista então serviu para ela de escriba e ela relatou a história até com pequenos detalhes que foram utilizados na dramatização, após a bolsista desenvolveu com ela a transcrição do que ela havia relatado e a partir disso trabalhou com letras, silabas e palavras que continham no texto. O que ficou evidente com isso foi que mesmo não se apropriando do sistema de escrita a criança descreveu a história com uma riqueza de detalhes surpreendente. Acreditamos ter sido esta uma atividade muito significativa para o aprendizado dos alunos, levando em consideração os bons resultados e experiências que obtivemos com ela. Além de estratégias como esta, podemos perceber claramente a importância da utilização de materiais concretos, tais como o alfabeto móvel, jogos de alfabetização, massa de modelar e também de recursos básicos que cativam a atenção das crianças, como recorte e colagem, pinturas, desenhos, músicas, entre outros. Estes recursos quando utilizados na turma do segundo ano A, por exemplo, tendem a chamar a atenção dos alunos fazendo com que todos se envolvam nas atividades propostas. Nessa turma os diferentes níveis de aprendizagem são evidentes entre os alunos, e é através destes meios que a professora da

18141 turma e a pedagoga da escola, juntamente com nós bolsistas, buscam respeitar a individualidade de cada criança. Quando falamos em crianças, não podemos excluir o brincar como forma de aprender, pois, segundo Bomtempo (2011, p. 76) é através de seus brinquedos e brincadeiras que a criança tem oportunidade de desenvolver um canal de comunicação, uma abertura para o diálogo com o mundo dos adultos. Na turma do primeiro ano do primeiro ciclo, muitos alunos ainda estão em uma fase de adaptação em relação à escola, pois nem todos passaram pela educação infantil, aqueles que tiveram essa oportunidade sentem que houve uma ruptura entre a Educação Infantil e o Ensino Fundamental. O que percebemos através dos alunos é que o período pré -escolar é entendido por eles como uma fase de brincadeiras e atividades de cunho livre e que o primeiro ano, traz uma estrutura diferente e bem mais séria. No entanto, ainda segundo Bomtempo (2011, p. 75) o brinquedo aparece como um pedaço de cultura colocado ao alcance da criança. É seu parceiro na brincadeira. A manipulação do brinquedo leva a criança à ação e à representação, a agir e a imaginar. Através desta citação podemos confirmar o que vivenciamos na escola, a criança envolve-se muito mais na aula quando são realizadas atividades nas quais a brincadeira e a imaginação são os principais meios de articulação com o conteúdo elaborado. Nesta turma de primeiro ano, estamos conseguindo, junto com a professora regente, propor atividades envolvendo jogos pelo menos uma vez por semana, mas a ideia é que elas passem a fazer parte do cotidiano da sala. Uma das propostas era de trabalhar as vogais, como os alunos já as reconhecem, bem como a sua fonética, realizamos com eles o bingo das letras iniciais, com o objetivo de concretizar o aprendizado. A atividade obteve sucesso frente às crianças, alcançando o objetivo proposto pela professora. Todos os dias em que nos encarregamos de conduzir uma atividade, começamos com uma leitura que se articule ao conteúdo proposto, isso é uma prática que, nitidamente, provoca o interesse dos alunos a leitura, uma vez que eles passaram a trazer os próprios livros para a escola. A primeira atividade realizada por nós, com os alunos foi a de fazer um desenho que mostrasse suas expectativas sobre as aulas, e através dessa proposta percebemos que o principal interesse das crianças envolviam brincadeiras. Um dos desenhos revelou o desejo de uma biblioteca na sala de aula. A partir disso surgiu a ideia de que essa biblioteca fosse construída pelos próprios alunos, com as publicações resultantes das atividades por eles realizadas. Iremos relatar agora, como se concretizou a elaboração de nosso primeiro livro.

18142 O tema que estava sendo abordado pela professora regente eram os numerais, de zero a dez, então, confeccionamos materiais de maior tamanho e cores diferenciadas com a intenção de despertar nas crianças maior interesse, elaboramos uma atividade em grupo envolvendo pintura e colagem. Cada grupo de três crianças recebeu uma ficha com um numero e figuras que deveriam ser coladas de acordo com ele, depois cada criança ficou encarregada de colorir uma parte da atividade, de modo que todos pudessem participar. Vale a pena ressaltar que essa foi à primeira atividade em grupo realizada neste ano e o resultado não poderia ter sido melhor. Como a proposta inicial era confeccionar um livro, assim foi feito, e este foi lhes apresentado no dia do livro, quando explicamos a eles sobre os autores de um livro, incluindo-lhes nesse papel. As crianças ficaram orgulhosas de si mesmas e com uma expectativa muito grande sobre a próxima produção. Considerações finais A partir dessas vivências entendemos que a atividade lúdica enquanto metodologia de ensino é fundamental para o desenvolvimento e aprendizagem das crianças da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Além disso, compreendemos que o PIBID oportuniza a nós, professores e acadêmicas bolsistas, construir um novo olhar em relação à escola como um todo, através das pesquisas, conseguimos melhor compreender a importância da práxis, da reflexão sobre a ação. A partir de nossas intervenções podemos vivenciar experiências que o cotidiano da sala de aula nos proporciona, fazendo com que haja uma aproximação do meio acadêmico com a realidade docente. Nesse sentido, a relação que se estabelece entre a universidade e a escola é importante para que, baseadas em teorias, possamos desenvolver atividades lúdicas que visam á alfabetização e o letramento, possibilitando assim um maior entendimento sobre as práticas que envolvem a alfabetização. Fica evidente que a ação de alfabetizar e letrar por meio de recursos que despertem a curiosidade do aluno torna a aprendizagem atrativa e divertida, possuindo assim uma maior eficácia. Com o desenvolvimento desse projeto é possível perceber, ainda que de forma discreta, um novo olhar por parte dos professores da escola, que buscam elaborar atividades mais lúdicas e que tornam mais significativo o processo de ensino aprendizagem, e isso pode

18143 ser atribuído, também à participação das bolsistas no planejamento, as quais oferecem um suporte para a elaboração das atividades realizadas. REFERÊNCIAS BOMTEMPO, E. A brincadeira de faz de conta: lugar do simbolismo, da representação, do imaginário. In: KISHIMOTO. M. J. (Org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 14. ed. São Paulo: Cortez, 2011. FERREIRO, E. Alfabetização em processo. Tradução. Sara Lima, Marisa do Nascimento Paro. 20. Ed. São Paulo: Cortez, 2011. GIMENO SACRISTÁN, J; GOMÉZ, A. I. P. (Orgs.). Compreender e transformar o ensino. Tradução. Ernani F. da Fonseca Rosa. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998. NADAL, B. G. PAPI, S. de O. G. O trabalho de ensinar: desafios contemporâneos. In: NADAL, B. G. (Org.). Práticas pedagógicas nos anos iniciais: concepção e ação. Ponta Grossa: Editora UEPG, 2007.