RELATÓRIO REUNIÃO COM A ASSOCIAÇÃO FAIALENSE DE BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS. Horta, 11 de Janeiro de 2006
A Comissão de Politica Geral visitou a Ilha do Faial, no dia 11 de Janeiro de 2006, onde, no âmbito das suas competências, efectuou uma reunião de trabalho com a Associação Faialense de Bombeiros Voluntários. INTRODUÇÃO A Comissão foi recebida pelo Presidente da Direcção, Sr. Alberto Ferreira, Presidente da Assembleia-geral, Dr. Rui de Jesus, e Comandante dos Bombeiros, Sr. António Fraga. Após a apresentação de cumprimentos, foi pedido pelo Presidente da Comissão, que o Sr. Presidente da Direcção fizesse uma abordagem à vida da Associação tendo em conta aspectos como: - Projectos actuais e futuros da Associação; - Dificuldades sentidas pela Associação no desenvolvimento da sua actividade; - Relação com o Serviço Regional de Protecção Civil; - Relação com a Autarquia Faialense. INFORMAÇÃO PRESTADA PELOS DIRIGENTES DA ASSOCIAÇÃO O Sr. Presidente da Direcção, começou por dizer que a Associação debate-se com vários problemas ao nível dos equipamentos, estruturas físicas e pessoal. Por um lado a parte operacional necessita de equipamentos mais modernos, por outro, as instalações existentes, conforme relatório técnico de um arquitecto, têm problemas estruturais e estão desadequadas para as necessidades, por exemplo, a Associação não pode admitir bombeiros femininos acrescendo a tudo isso a sua má localização. Além disso há cinco anos que não existem verbas para conservação o que tem como consequência a contínua degradação do actual edifício. 2
Tendo em conta todas estas circunstâncias a solução passará pela construção de um novo quartel o que além de resolver todos os problemas funcionais do actual, resolveria de uma vez por todas o problema da localização. Ao nível dos equipamentos as maiores necessidades são a aquisição de um auto tanque pesado, um pronto-socorro e uma viatura para transporte de pessoal. Outro problema com que a Associação se debate é o Serviço de Ambulâncias. Neste momento existem 12 tripulantes de ambulâncias para assegurar todo o serviço da ilha do Faial, incluindo transportes de e para o aeroporto e porto, o que provoca que muitas vezes exista mais de um serviço em simultâneo, situação difícil de gerir tendo em conta o numero de tripulantes existentes. O Presidente da Assembleia-geral referiu que os bombeiros são a espinha dorsal da protecção civil e que apesar de não poderem ter o equipamento desejado devem, pelo menos, estar equipados com o mínimo que dê para fazer face às situações que se possam pôr. Segundo este dirigente as pessoas deviam pagar uma taxa para os bombeiros, uma vez que as quotas dos sócios não são suficientes para fazer face às despesas correntes. Salientou ainda o facto de dos 12.500 serviços prestados anualmente pelas ambulâncias, muitos deles são indevidos, pelo que deveria haver um controle mais apertado na solicitação desses serviços. Finalizou, dizendo que o facto de não existirem equipamentos e, principalmente, umas instalações adequadas, também desmotiva o voluntariado. O Comandante dos Bombeiros disse que ao se analisar esta corporação do ponto de vista dos meios necessários, era preciso ter em consideração que se trata de um corpo de bombeiros isolado e que em caso de catástrofe existe alguma dificuldade em mobilizar eventuais reforços. 3
PERÍODO RESERVADO A QUESTÕES POSTAS PELOS DEPUTADOS MEMBROS DA COMISSÃO O Presidente da Comissão perguntou se o Estatuto Social do Bombeiro não tem servido como elemento motivador e de que maneira era encarada pela Associação a opção pelo profissionalismo. O deputado José San-Bento colocou as seguintes questões: - Que balanço era feito relativamente ao protocolo do serviço ambulâncias? - Tipo de serviço prestado em termos de vigilância das Zonas Balneares? - Qual o nº. de sócios existente? - Qual a estrutura de receitas da Associação? A deputada Fernanda Trindade disse que o trabalho voluntário é muitas vezes pouco reconhecido o que dificulta o recrutamento de efectivos e perguntou se a aplicação de taxas moderadoras na utilização do serviço de ambulâncias não poderia actuar como elemento moralizador nos casos de requisição indevida. Em resposta às questões postas foi dito que relativamente ao serviço de ambulâncias, estima-se que só 40% é que sejam efectivamente emergências e que o pagamento de alguma taxa teria, obviamente, de ser controlado pelos serviços de saúde. Segundo a direcção o Estatuto Social do Bombeiro está desactualizado e como tal não serve de motivação, pelo que deveriam ser pensados outros mecanismos que motivassem o voluntariado nesta área. Quanto à questão da profissionalização só se fosse integral, uma vez que os corpos mistos criam situações complicadas de gerir, pelo facto de depois ser muito difícil de exigir a quem trabalha voluntariamente que cumpra determinas tarefas. As receitas da Associação não dão para fazer face às despesas correntes e são fundamentalmente: 4
- Protocolo de Transporte de Doentes; - Quotas; - Subsidio de 30.000 euros proveniente da autarquia; - Venda de serviços à população; - Fiscalização da carga e descarga de combustíveis. Foi dito ainda que a vigilância das Zonas Balneares não é efectuada pelos bombeiros, que a Associação tem cerca de 2.500 sócios e que existe a perspectiva de um novo serviço uma vez que a Corporação já foi contactada pela ANA, S.A. no sentido de passar a prestar assistência no aeroporto. A reunião finalizou com uma visita às instalações. Horta, 13 de Março de 2006 O Relator, Sérgio Emanuel Bettencourt Ferreira O presente relatório foi aprovado por unanimidade. O Presidente, (José Manuel Bolieiro) 5