Universidade Federal do Tocantins

Documentos relacionados
Teoria do Orbital Molecular (TOM)

Uma vez que existem apenas três orbitais p, os arranjos octaédricos

Universidade Federal do Tocantins

Teorias de Ligação. Teoria dos Orbitais Moleculares

Universidade Federal do Tocantins

Universidade Federal do Tocantins

Material 22: Teoria dos Orbitais Moleculares TEORIA DOS ORBITAIS MOLECULARES (TOM)

Universidade Federal do Tocantins

Universidade Federal do Tocantins

Teoria do Orbital Molecular

Princípios da Mecânica ondulatória. Funções de onda atômicas são somadas para obter funções de onda moleculares

03/02/2014. Falha da TLV. Teoria do Orbital Molecular. Teoria dos Orbitais Moleculares - TOM

Ligação Covalente. O íon molecular H 2

TEORIA DOS ORBITAIS MOLECULARS. QFL QUIMICA GERAL 1 (1o sem 2017)

Dr. Tiago P. Camargo. Universidade Tecnológica Federal do Paraná Departamento Acadêmico de Química e Biologia

Universidade Federal do Tocantins

Teoria dos orbitais Moleculares

Aula 7 TEORIA DO ORBITAL MOLECULAR. Eliana Midori Sussuchi Danilo Oliveira Santos

Programa de Disciplina CARACTERÍSTICAS OBRIGATÓRIA 4 (TEÓRICA) NENHUM

Universidade Federal do Tocantins

Aula 8 APLICAÇÃO DA TEORIA DO ORBITAL MOLECULAR. Eliana Midori Sussuchi Danilo Oliveira Santos

Universidade Estadual de Maringá - PROINTE PRECEPTORIA DE QUÍMICA GERAL E INORGÂNICA QUIGI

Aula 3 ORBITAIS ATÔMICOS E DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA. Eliana Midori Sussuchi Danilo Oliveira Santos

Universidade Federal de Sergipe Departamento de Química. Disciplina de Química I. Prof. Dr. Adriano Bof de Oliveira. São Cristóvão, 2011

Ligações Químicas - II. Ligação covalente Orbitais moleculares (LCAO) Hibridização Geometrias moleculares

Interações Atômicas e Moleculares

PPGQTA. Prof. MGM D Oca

Mais um exemplo e as dificuldades inerentes a uma teoria "incompleta"

Teoria dos Orbitais Moleculares. Prof. Fernando R. Xavier

Química Orgânica. Compostos orgânicos contêm carbono. O carbono não ganha nem cede elétrons

QUIMICA ORGÂNICA BÁSICA

Universidade Tecnológica Federal do Paraná Departamento Acadêmico de Química e Biologia

Promoção e Hibridização de Orbitais

TEORIA DA LIGAÇÃO DE VALÊNCIA - TLV

Chemistry 140 Fall 2002

2005 by Pearson Education. Capítulo 09

DISTRIBUIÇÃO DA CARGA HORÁRIA TEÓRICA PRÁTICA OUTRAS NÚMERO MÁXIMO DE ALUNOS POR TURMA AULAS TEÓRICAS AULAS PRÁTICAS OUTRAS 30

A teoria dos orbitais moleculares

PROGRAMA DE DISCIPLINA

Teoria da Ligação Covalente. Teoria da Ligação de Valência (TLV)

Química Orgânica Ambiental

TEORIA DE LIGAÇÃO DE VALÊNCIA (T.L.V.) A formação das ligações se dá pela

25/05/2015. Ministério da Educação Universidade Federal do Paraná Setor Palotina. Hibridização do Átomo de Carbono

ÁTOMOS MULTIELETRÔNICOS. QFL-4010 Prof. Gianluca C. Azzellini

LIGAÇÕES QUÍMICAS: TLV E TOM

Ministério da Educação Universidade Federal do Paraná Setor Palotina. Algumas curiosidades científicas

CONFIGURAÇÃO ELETRÔNICA

Propriedade periódica dos elementos

Aula 01 Estrutura eletrônica

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Decanato Acadêmico


Metais. Ligação Metálica. Condutores, Semicondutores e Isolantes

Estrutura da Matéria Profª Fanny Nascimento Costa

Física Molecular Estrutura das Ligações Químicas

Ligações covalentes. Modelinho simplificado: será que dá conta de explicar tudo?

Form r as a s e s e p s ac a i c ai a s molec e u c lar a e r s G o e met e r t i r a molec e u c lar a r e e te t o e ri r as a de ligaç a ã ç o

Valence shell electron pair repulsion (VSEPR)

Ligação covalente comum.

Equação de Onda de Schrödinger

Química Inorgânica Avançada

TEORIA DAS ORBITAIS MOLECULARES ORDEM DE LIGAÇÃO

Universidade Federal de Sergipe. Inorgânica Avançada

CURSO: FARMÁCIA INFORMAÇÕES BÁSICAS

Disciplina: Química Inorgânica I Professor: Fabio da Silva Miranda. Lista de exercícios sobre Teoria dos Orbitais Moleculares

Estrutura da Matéria Prof.ª Fanny Nascimento Costa

Aula 6 TEORIA DE LIGAÇÃO DE VALÊNCIA (TLV) E REPULSÃO DOS PARES DE ELÉTRONS DA CAMADA DE VALÊNCIA (RPECV)

Introdução à Física Atômica e Molecular

A Equação de Onda de Schröedinger. O Princípio da Incerteza de Heisenberg. λ =

Ministério da Educação Universidade Federal do Paraná Setor Palotina

QUIMICA ORGÂNICA BÁSICA

Estrutura Atômica. Química Quântica Prof a. Dr a. Carla Dalmolin. Átomos Polieletrônicos

LCE0143 Química Geral. Estrutura Atômica. Wanessa Melchert Mattos.

Schrödinger propôs uma equação que contém os termos onda e partícula. A resolução da equação leva às funções de onda. Af função de onda fornece o

Configurações eletrônicas e a tabela periódica. Os grupos 1 e 2 têm elétrons nos orbitais s. Os grupos 13 ao 18 têm elétrons nos orbitais p

Interações Atômicas e Moleculares

Plano de Ensino. Identificação. Curso EngE.INT - Engenharia de Energia. Ênfase. Disciplina B252S - Química Geral. Docente(s) Leonardo Lataro Paim

Vimos que a radiação eletromagnética comportase como onda e partícula Dualidade ondapartícula da radiação eletromagnética

A Troposfera. A Troposfera é a camada da atmosfera que está em contacto com a superfície terrestre que contém o ar que respiramos.

Moléculas. Usamos a aproximação de Born- Oppenheimer, que considera os núcleos fixos, apenas o e - se movimenta.

Ligações Químicas. Profª. Ms. Loraine Cristina do Valle Jacobs DAQBI.

Plano de Ensino. Identificação. Câmpus de Bauru. Curso 2902/ Licenciatura em Química e Bacharelado em Química Ambiental e Tecnológica.

Forma e estrutura das moléculas Atkins e Jones, Princípios de Química, cap. 3, p (5 a edição)

Configuração Eletrônica

PROGRAMA DE ENSINO DE DISCIPLINA Matriz Curricular Generalista Resolução Unesp 14/2010

Módulo III: A visão quantomecânica da ligação covalente

Teoria da Ligação de Valência. Prof. Jean Marcel R. Gallo

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ÁREA: QUÍMICA GERAL E INORGÂNICA EDITAL Nº 19/2009

Química Fundamental (QUI125) Turma E Seg, Qui (10h00 12h00) Sala S404 Prof. Maurício A. P. Silva

Chemistry 140 Fall 2002

Metais de Transição. Samantha Cipriano

Introdução ao curso, Ligação química e TOM. Aula 1

Química Orgânica. Prof. Me. Felipe Gorla Turma- EIN2014

Aula 6 TEORIA DO ORBITAL MOLECULAR. Marcelo Oliveira Rodrigues

Gases UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO UFRJ INSTITUTO DE QUÍMICA IQG120. Prof. Antonio Guerra Departamento de Química Geral e Inorgânica - DQI

Ligações covalentes múltiplas

Ligações Químicas - I

Forma e estrutura das moléculas Atkins e Jones, Princípios de Química, cap. 3, p (5 a edição)

Resolução no quadro >> Como abordar o problema??

Transcrição:

Universidade Federal do Tocantins Ligação Covalente e Geometria Molecular: Teoria do Orbital Molecular (TOM) enicolau@uft.edu.br Blog: profedenilsonniculau.wordpress.com Prof. Dr. Edenilson dos Santos Niculau

2 Teoria do Orbital Molecular (TOM) Diagrama de níveis de energia do orbital molecular e configuração eletrônica de uma molécula diatômica simples (H 2 ) Passo 1: Os elétrons são acomodados inicialmente no orbital molecular de mais baixa energia e depois em níveis de energia maior; Energia Passo 2: Princípios de exclusão de Pauli Cada orbital acomoda dois elétrons. ΔE dese. Passo 3: Se mais de um orbital de mesma energia estiver disponível, os elétrons ocupam um a um adotando spins desemparelhados (Regra de Hund). ΔE est.

3 Teoria do Orbital Molecular (TOM) Configuração eletrônica de moléculas diatômicas (exercício) A molécula de He 2 existe?

4

5 À medida que a ordem de ligação aumenta, o comprimento de ligação diminui. À medida que a ordem de ligação aumenta, a energia de ligação aumenta.

6

Energia Teoria do Orbital Molecular (TOM) A molécula de He 2+ existe? s* 1s 1s 1s OA de He s 1s OM de He 2 + OA de He + ordem de ligação (O. L) He 2+ = 2-1/2 = 1/2 (existe) 7

A molécula de H 2+ existe? 8 O. L= 1/2(1-0) = 1/2 s H 2+ existe 1s OA de H s OM de H 2 + 1s OA of H + Configuração é: (s 1s ) 1

9 Teoria do Orbital Molecular (TOM) A molécula de H 2- existe? O. L= 1/2(2-1) = 1/2 s H 2- existe 1s 1s OA de H OA de H - s OM of H 2 - Configuração é: (s 1s ) 2 (s 2s ) 1

Energia Teoria do Orbital Molecular (TOM) s* 2s Orbitais moleculares para Li 2 e Be 2 s* 2s 2s 2s 2s 2s Li 2 Be 2 s 2s s 2s s* 1s s* 1s 1s 1s 1s 1s s 1s Li 2 O. L= 1 (é observado) s 1s Be 2 O. L = 0 (não observado) 10

11 Orbitais moleculares para Li 2 e Be 2 Cada orbital 1s se combina a outro orbital 1s para fornecer um orbital s 1s e um s * 1s, ambos dos quais estão ocupados (já que o Li e o Be têm configurações eletrônicas 1s 2 ). Cada orbital 2s se liga a outro orbital 2s, para fornecer um orbital s 2s e um orbital s * 2s. As energias dos orbitais 1s e 2s são suficientemente diferentes para que não haja mistura cruzada dos orbitais (i.e. não temos 1s + 2s).

12 Orbitais moleculares para Li 2 e Be 2 Existe um total de seis elétrons no Li 2 : 2 elétrons no s 1s 2 elétrons no s * 1s 2 elétrons no s 2s e 0 elétrons no s * 2s Uma vez que os AOs 1s estão completamente preenchidos, s 1s e s* 1s estão preenchidos. Geralmente ignoramos os elétrons mais internos nos diagramas de OM.

13 Orbitais moleculares para Li 2 e Be 2 Existe um total de 8 elétrons em Be 2 : 2 elétrons no s 1s ; 2 elétrons no s * 1s; 2 elétrons no s 2s ; e 2 elétrons no s * 2s. Uma vez que a ordem de ligação é zero, o Be 2 não existe.

14 Orbitais moleculares a partir De orbitais atômicos 2p Existem duas formas nas quais dois orbitais p se superpõem: frontalmente, de forma que o OM resultante tenha densidade eletrônica no eixo entre os núcleos (por ex., o orbital do tipo s); lateralmente, de forma que o OM resultante tenha densidade eletrônica acima e abaixo do eixo entre os nucleos (por ex., o orbital do tipo ).

15 Orbitais moleculares a patir de orbitais atômicos 2p Os seis orbitais p (dois conjuntos de 3) devem originar seis OMs: s, s *,, *, e * Conseqüentemente, há um máximo de 2 ligações que podem vir de orbitais p. As energias relativas desses seis orbitais podem mudar.

C 2p z 2p z 16

17 Configurações eletrônicas para B 2 até Ne 2 Os orbitais 2s têm menos energia do que os orbitais 2p, logo, os orbitais s 2s têm menos energia do que os orbitais s 2p. Há uma superposição maior entre orbitais 2p x (eles apontam diretamente na direção um, do outro) daí o OM s 2p tem menos energia do que os orbitais 2p. Similarmente, o OM s * 2p tem maior energia do que os orbitais * 2p. Os orbitais 2p e * 2p são duplamente degenerados.

18

19 Configurações eletrônicas para B 2 até Ne 2 À medida que o número atômico aumenta, é mais provável que um orbital 2s em um átomo possa interagir com o orbital 2p no outro. Quando a interação 2s-2p aumenta, o OM s 2s diminui em energia e o orbital s 2p aumenta em energia. Para o B 2, o C 2 e o N 2 o orbital s 2p tem maior energia do que o 2p (interação 2s-2p grande) Para o O 2, o F 2 e o Ne 2 o orbital s 2p tem menor energia do que o 2p (interação 2s-2p pequena)

20

Configurações eletrônicas para B 2 até Ne 2 Interação 2s-2p pequena interação 2s-2p grande Diagrama de enegia OM para O 2, F 2, e Ne 2 Diagrama de energia OM para B 2, C 2, e N 2 AO OM AO AO OM AO 21

Configurações eletrônicas para B 2 até Ne 2 À medida que a ordem de ligação aumenta, o comprimento de ligação diminui. À medida que a ordem de ligação aumenta, a energia de ligação aumenta. 22

23 Teoria do Orbital Molecular (TOM) Definição HOMO e LUMO LUMO: Orbital molecular desocupado mais baixo do inglês LUMO: Lowest Unoccupied Molecular Orbital HOMO: Orbital molecular ocupado mais alto, ou seja, ocupado por pelo menos 1 elétron do inglês HOMO: Highest Occupied Molecular Orbital

24 Configurações eletrônicas e propriedades moleculares Dois tipos de comportamento magnético: paramagnetismo (elétrons desemparelhados na molécula): forte atração entre o campo magnético e a molécula; COLORIDOS diamagnetismo (sem elétrons desemparelhados na molécula): fraca repulsão entre o campo magnético e a molécula. INCOLOR O comportamento magnético é detectado determinando-se a massa de uma amostra na presença e na ausência de campo magnético:

Referências sugeridas para o aluno 25 1. BROWN, T. L.; LeMAY, H. E.; BURSTEN, B. E.; BURDGE, J. R. Química : A ciência central. Tradução de Robson Mendes Matos. 9. ed. São Paulo : Person Prentice Hall, 2005. 2. ATKINS, P.; JONES, J. Princípios de Química. Tradução de Ricardo Bicca de Alencastro. 3. ed. Porto Alegre: BOOKMAN, 2006. 968p. 3. LEE, J. D. Química inorgânica não tão concisa. 5 ed. São Paulo: Edgard Blucher, 1999. 4. CHANG, R.; GOLDSBY, K. A. Química, 11ª ed, MacGrall-Hill Education, 2013. 5. RUSSEL, J.B. Química Geral, MacGrall-Hill Ltda. São Paulo.