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BOLETIM ANUAL DE ECONOMIA 2012 CIP Confederação Empresarial de Portugal

ÍNDICE DE ASSUNTOS 1. Avaliação Global... 6 2. Desempenho da economia portuguesa em 2012... 10 2.1. Evolução do PIB em 2012 e comparação internacional... 10 2.2. Ramos de atividade... 12 2.3. Comércio Internacional... 14 2.4. Investimento... 21 2.5. Falências... 24 2.6. Emprego e desemprego... 26 2.7. Preços... 31 3. Principais determinantes conjunturais... 33 3.1. Procura externa... 33 3.2. Procura interna... 35 3.3. Financiamento... 36 3.4. Produtividade, custos laborais e competitividade-custo... 40 3.5. Custos das matérias-primas... 43 3.6. Custos da energia (combustíveis, gás e eletricidade)... 46 4. Correção de desequilíbrios... 50 4.1. Desequilíbrio externo... 50 4.2. Desequilíbrio das contas públicas... 53 CIP Confederação Empresarial de Portugal 2/57

LISTA DE FIGURAS Figura 2.A: PIB, 2011 e 2012 (variação real homóloga e em cadeia, %)... 10 Figura 2.B: PIB na UE (27), 2012 (variação real anual, %)... 11 Figura 2.C: PIB per capita em paridades de poderes de compra, 2012 (UE 27=100)... 11 Figura 2.D: VAB por ramos e PIB, 2011 e 2012 (variação real anual, %)... 12 Figura 2.E: Peso de cada ramo no VAB total em valor, 2011 e 2012 (%)... 13 Figura 2.F: Produção e volume de negócios (total, mercado nacional e mercado externo) da indústria, 2011 e 2012 (variação anual, %; nominal no caso do volume de negócios)... 13 Figura 2.G: Exportações de bens e serviços, 2011 e 2012 (valor em m.e.; variação nominal e real e peso do PIB em %)... 14 Figura 2.H: Evolução intra-anual das exportações de bens e de serviços, 2011 e 2012 (variação real homóloga, %)... 15 Figura 2.I: Peso das exportações no PIB dentro da Zona do Euro, 2012 (%)... 16 Figura 2.J: Contributos dos 20 principais mercados para o crescimento nominal de 5.8% das exportações de mercadorias em 2012 (pontos percentuais)... 17 Figura 2.K: Taxas de crescimento nominal das exportações portuguesas de mercadorias em 2012, total (mundo) e 20 principais mercados (%)... 17 Figura 2.L: Taxas de crescimento nominal das exportações de mercadorias em 2012 por grupos de produtos (%)... 18 Figura 2.M: Contributos dos grupos de produtos para o crescimento nominal de 5.8% das exportações portuguesas de mercadorias em 2012 (pontos percentuais)... 19 Figura 2.N: Evolução intra-anual das importações de bens e de serviços, 2011 e 2012 (variação real homóloga, %)... 20 Figura 2.O: Taxas de crescimento nominal das importações de mercadorias em 2012 por grupos de produtos (%)... 20 Figura 2.P: Contributos dos grupos de produtos para o crescimento nominal de 1.4% das importações de mercadorias em 2012 (pontos percentuais)... 21 Figura 2.Q: FBCF, 2011 e 2012 (valor em m.e.; variação nominal e real e peso do PIB em %) 22 Figura 2.R: Evolução intra-anual da FBCF, 2011 e 2012 (variação real homóloga, %)... 22 Figura 2.S: Taxas de crescimento real da FBCF em 2011 por componentes (%)... 23 Figura 2.T: Contributos das componentes para a variação real de -14.5% da FBCF em 2012 (pontos percentuais)... 23 Figura 2.U: Peso da FBCF no PIB dentro da Zona do Euro, 2012 (%)... 24 Figura 2.V: Ações de insolvência por atividade económica, 2011 e 2012 (valor absoluto e variação anual em %)... 25 CIP Confederação Empresarial de Portugal 3/57

Figura 2.W: Emprego na ótica da Contabilidade Nacional, 2011 e 2012 (variação real homóloga e em cadeia, %)... 27 Figura 2.X: Emprego total e por ramos por trimestre em 2012 e final de 2011 (milhares de indivíduos, dados sem correção de sazonalidade do Inquérito ao Emprego do INE)... 27 Figura 2.Y: Taxa de desemprego em 2011 e 2012 (média anual e trimestres, %)... 28 Figura 2.Z: Taxa de desemprego total e por categorias (homens, mulheres, jovens e longa duração), média de 2012 e quarto trimestre (%)... 28 Figura 2.AA: Número de desempregados por nível de escolaridade, média de 2012 e quarto trimestre (milhares de indivíduos)... 29 Figura 2.AB: Indivíduos à procura de novo emprego por ramo de atividade anterior, média em 2012 e trimestres 4T 2011 até 4T 2012 (milhares, dados sem correção de sazonalidade do Inquérito ao Emprego do INE)... 30 Figura 2.AC: Taxa de desemprego na UE (27), 2012 (%)... 30 Figura 2.AD: Taxa de inflação, 2011 e 2012 (variação média anual do IPC, %)... 31 Figura 2.AE: Contributos das classes de consumo para a taxa de inflação de 2.8% em 2012 (pontos percentuais de variação do IPC)... 32 Figura 2.AF: Taxa de inflação nos países da UE em 2012 (variação do IHPC, %)... 32 Figura 2.AG: Evolução intra-anual da Inflação de Portugal e da Zona do Euro, 2011 e 2012 (variação homóloga do IHPC, %)... 33 Figura 3.A: Procura externa relevante, 2011 e 2012 (variação real, %)... 34 Figura 3.B: Variação das importações totais de mercadorias, em valor (euros), nos principais mercados de exportação de Portugal (%)... 34 Figura 3.C: Procura interna, PIB e suas componentes, 2011 e 2012 (variação anual em volume, %)... 35 Figura 3.D: Despesas de consumo final e principais componentes, 2011 e 2012 (variação anual em volume, %)... 36 Figura 3.E: Taxas de juro sobre novas operações denominadas em euros (até 1 m.e. e excluindo descobertos bancários) concedidas às sociedades não financeiras por instituições financeiras monetárias (médias ponderadas, %)... 37 Figura 3.F: Stock de crédito interno às sociedades não financeiras, 2011 e 2012 (m.e., e tvh em %)... 38 Figura 3.G: Crédito interno por setor institucional (m.e.)... 39 Figura 3.H: Empréstimos bancários a sociedades não financeiras (saldos em final de mês, não incluindo títulos; m.e.)... 39 Figura 3.I: Empréstimos concedidos pelo setor financeiro a sociedades não financeiras (taxa de variação homóloga, %)... 40 Figura 3.J: Custos laborais unitários nominais - Total da economia (variação nominal, %)... 41 CIP Confederação Empresarial de Portugal 4/57

Figura 3.K: Custos laborais unitários nominais sociedades não financeiras (variação nominal, %)... 42 Figura 3.L: Taxa de câmbio real efetiva e custos laborais unitários relativos para o total da economia (índices com base 100 em 1999)... 42 Figura 3.M: Taxa de câmbio real efetiva e custos laborais unitários relativos para a Indústria Transformadora (índices com base 100 em 1999)... 43 Figura 3.N: Índices de matérias-primas do FMI, 2011 e 2012 (base 100 em 2005; valores mensais)... 44 Figura 3.O: Cotação média do algodão, 2011 e 2012 (média mensal; cêntimos de dólar por libra de peso)... 45 Figura 3.P: Cotações do minério de ferro e do cobre, 2011 e 2012 (médias mensais; dólares por tonelada)... 45 Figura 3.Q: Cotação do brent, 2011 e 2012 (média mensal; dólares por barril)... 46 Figura 3.R: Variação homóloga do preço da energia elétrica (excluindo IVA) em Portugal para consumidores industriais, por limiar de consumo, no segundo semestre de 2012 (%)... 47 Figura 3.S: Preço da energia elétrica em Portugal para consumidores industriais por limiar de consumo, semestres de 2011 e 2012 (euros por Kilowatt/hora, excluindo IVA)... 47 Figura 3.T: Variação homóloga do preço do gás natural (excluindo IVA) em Portugal para consumidores industriais, por limiar de consumo, no segundo semestre de 2012 (%)... 48 Figura 3.U: Preço do gás natural em Portugal para consumidores industriais por limiar de consumo, semestres de 2011 e 2012 (euros por Gigajoule, GJ, excluindo IVA)... 49 Figura 3.V: Evolução dos preços médios mensais do gasóleo rodoviário em Portugal Continental, dezembro de 2011 a dezembro de 2012 (euros por litro) (em dezembro, o preço indicado é o do último dia do mês)... 50 Figura 4.A: Capacidade (+) / necessidade (-) de financiamento por setor institucional e total da economia, 2011 e 2012 (% do PIB)... 51 Figura 4.B: Saldo agregado das balanças corrente e de capital, e principais componentes, 2011 e 2012 (% do PIB)... 52 Figura 4.C: Posição líquida de Investimento internacional, 2011 e 2012 (% do PIB)... 52 Figura 4.D: Receita, despesa e saldo orçamental em 2011 e 2012 (% do PIB, ótica da Contabilidade Nacional), receita e défice sem principais receitas temporárias (transferência de fundos de pensões da banca para o Estado em 2011, FP, e leilão de 4ª geração móvel), e défice sem todas as medidas pontuais... 54 Figura 4.E: Receita total e componentes, 2011 e 2012 (% do PIB, ótica da Contabilidade Nacional)... 55 Figura 4.F: Despesa total e componentes, 2011 e 2012 (% do PIB, ótica da Contabilidade Nacional)... 56 Figura 4.G: Rácio da dívida pública no PIB, 2009 a 2012 (%)... 57 CIP Confederação Empresarial de Portugal 5/57

Figura 4.H: Défice e dívida pública em 2012 (% do PIB) em Portugal, UE e Zona Euro... 57 1. Avaliação Global A recessão em que a economia portuguesa entrou em 2011 aprofundou-se em 2012, agravando a redução homóloga do Produto Interno Bruto (PIB) de 1.6% para 3.2%, em termos reais, no cômputo do ano. Este resultado afasta-se da previsão da troika (FMI, BCE e Comissão Europeia) aquando da entrada em vigor do Memorando de Entendimento, a qual apontava para uma queda do PIB de 1.8% em 2011 e de 2.2% em 2012. Para 2013, o Banco de Portugal prevê uma nova queda do PIB (2.3%), contrariando o cenário macroeconómico do Memorando de Entendimento inicial, que esperava um crescimento de 1.2% já neste ano. A queda do PIB foi-se progressivamente acentuando ao longo do ano, atingindo 3.8%, em termos homólogos, no quarto trimestre. A deterioração da evolução da atividade económica continuou a dever-se fundamentalmente à escassez e ao elevado custo do financiamento das empresas, bem como à contração da procura interna, que se intensificou, sob o impacto das medidas determinadas pelo Programa de Ajustamento Económico e Financeiro (PAEF) acordado em maio de 2011 e pelas suas sucessivas revisões. O contributo da procura externa líquida manteve-se positivo, mas reduziu-se de 4.7 pontos percentuais (p.p) em 2011 para 3.9 p.p., em resultado da desaceleração das exportações. Na ótica da produção, a queda da atividade económica aprofundou-se fortemente na construção e alastrou a todos os setores, incluindo a agricultura e a indústria, que em 2011 tinham ainda revelado variações positivas, em volume, no respetivo VAB. A indústria passou a ser, depois da construção, o setor cujo VAB mais diminuiu (-2.6%). As exportações apresentaram resultados muito favoráveis no primeiro trimestre de 2012, mas revelaram uma clara tendência de abrandamento no decurso do resto do ano, acusando já uma queda no quarto trimestre. No cômputo do ano, aumentaram 3.3% em volume, menos 3.9 p.p. que em 2011, mas refletindo ainda assim um significativo aumento das quotas de mercado e um esforço ainda mais forte do setor exportador, que se confrontou com uma redução da procura externa relevante em 0.2%. O maior contributo para o aumento das exportações portuguesas veio dos seus três principais mercados fora da União Europeia (Angola, China e Estados Unidos), reforçando, assim, a tendência no sentido de uma menor dependência dos mercados europeus. CIP Confederação Empresarial de Portugal 6/57

As importações reduziram-se em 6.9%, a preços constantes (mais 1 p.p. que em 2011), sob o efeito da forte contração da procura interna. A queda das importações foi particularmente intensa no segundo trimestre do ano, abrandando, depois, nos dois trimestres seguintes. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) diminuiu 14.5% a preços constantes em 2012, traduzindo um novo agravamento face a 2011 e a queda mais forte desde 1975, colocando a FBCF, em termos reais, ao nível mais baixo desde 1990. O peso da FBCF no PIB recuou de 17.9% em 2011 para 15.8% em 2012, representando o valor mais baixo desde, pelo menos, 1960. A taxa de investimento das sociedades não financeiras (medida através do rácio entre a FBCF e o valor acrescentado bruto do setor) aprofundou a sua trajetória decrescente, atingindo 19.3% em 2012 (21.7% em 2011 e 22.5% em 2010). De acordo com as fontes privadas consultadas, o número de empresas que entraram em processo de insolvência em 2012 aumentou face a 2011 cerca de 40%, com os maiores acréscimos concentrados no setor da construção e nos serviços, onde se destaca, pela gravidade da situação, o setor do alojamento, restauração e similares. A indústria permanece o ramo em que se encontram os setores com maiores taxas de incidência (número de processos de insolvência relativamente ao número total de empresas do setor), nomeadamente as indústrias têxteis, do vestuário e do couro. O aprofundamento da recessão teve um forte impacto no mercado do trabalho, tendo o emprego diminuído pelo quarto ano consecutivo e a um ritmo substancialmente superior, com a taxa de variação anual a situar-se em -4.2% (após -1.5% em 2011). A tendência de diminuição do emprego ao longo do ano apenas não abrangeu o setor primário. Verificou-se, em termos líquidos, uma perda de 202 600 postos de trabalho ao longo do ano de 2012, concentrada no primeiro e no quarto trimestres. Consequentemente, a taxa de desemprego atingiu um máximo histórico de 16.9% no quarto trimestre de 2012 (correspondendo a 923.2 mil desempregados), em forte agravamento face aos trimestres anteriores. Entre os jovens dos 15 aos 24 anos, a taxa de desemprego atingiu, no final do ano, os 40%. Em 2012, a inflação média anual recuou para 2.8%, após 3.7% em 2011. Destaca-se a tendência de abrandamento homólogo da inflação ao longo do ano, refletindo quer a anulação gradual de efeitos de base relacionados com aumentos de impostos indiretos quer a queda da procura, que se acentuou na parte final de 2012. A partir de outubro, a variação homóloga do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) nacional passou a ser inferior à da zona euro. CIP Confederação Empresarial de Portugal 7/57

Como referido, a deterioração da evolução da atividade económica em Portugal em 2012 continuou a dever-se fundamentalmente à contração da procura interna, que atingiu 6.8% em termos reais, com quedas de 5.3% no consumo final e de 14.5% na FBCF. O consumo privado caiu 5.6% em volume e 3.7% em termos nominais, refletindo o aumento da taxa de poupança das famílias e a redução no rendimento disponível bruto. O consumo público reduziu-se 4.4% em volume, traduzindo o efeito das medidas de austeridade levadas a cabo ao longo do ano. Ao longo do ano de 2012, as dificuldades de financiamento das empresas foram-se avolumando, do ponto de vista da redução do stock de crédito concedido às empresas, constituindo um grave constrangimento da atividade económica. Contudo, as taxas de juro ativas iniciaram um ciclo de descidas que inverteu a tendência de aumento verificada ao longo de 2010 e 2011. O alívio assim registado quanto ao custo do financiamento não foi suficiente para compensar o aumento sofrido durante o ano de 2011 e mantém um significativo desfasamento em relação às taxas praticadas no centro da Europa (da ordem dos 4 p.p.). Em termos de volume, o stock de crédito interno às sociedades não financeiras sofreu sucessivas reduções homólogas, progressivamente mais acentuadas, agravando a tendência registada em 2011. No final do ano, o stock de crédito bancário a sociedades não financeiras era inferior em 12050 milhões de euros (m.e.) ao valor registado no final de 2011 (queda de 8.9%). Face a abril de 2011, a redução foi de 17614 m.e. (menos 12.5%). A redução do crédito bancário afetou de forma particularmente profunda a construção, o comércio e o alojamento e restauração. A evolução do crédito a sociedades não financeiras manteve-se bastante díspar segundo a dimensão das empresas. Os dados disponíveis mostram uma intensificação, ao longo do ano de 2012, da redução do crédito concedido a PME, cuja variação homóloga atingiu -10% em dezembro, enquanto o crédito concedido a grandes empresas registou evoluções positivas em quase todos os meses do ano. A deterioração da conjuntura económica em muitos dos principais destinos das exportações portuguesas refletiu-se na redução (em 0.2%) da procura externa dirigida à economia (que tinha aumentado 3.4% em 2011). Contudo, o aumento de quotas de mercado alcançado pelo setor exportador na generalidade dos destinos (a exceção mais evidente foi o mercado alemão) permitiu que as exportações tenham continuado a crescer no cômputo do ano. CIP Confederação Empresarial de Portugal 8/57

Para este resultado, terá contribuído uma evolução favorável no que respeita a competitividade custo da economia portuguesa e, em particular, da indústria transformadora, que viu os seus custos laborais unitários relativos desagravarem-se e beneficiou, até ao terceiro trimestre, da depreciação da taxa de câmbio nominal efetiva. Contudo, a apreciação do euro verificada no quarto trimestre terá amortecido eventuais novos ganhos de competitividade custo na parte final do ano. Há ainda a registar a diminuição, nos mercados internacionais, dos preços das matériasprimas agrícolas e dos metais. O preço do petróleo oscilou ao longo do ano, entre um máximo de 124.9 dólares por barril em março e um mínimo de 95.6 em junho, mas a sua cotação média permaneceu próxima da registada em 2011, possibilitando assim alguma estabilidade no preço dos combustíveis. Pelo contrário, os custos da energia elétrica e do gás natural para consumidores industriais aumentaram muito significativamente, na sequência do que já se verificara em 2011. A intensificação do processo de ajustamento da economia portuguesa permitiu alcançar o reequilíbrio externo em 2012. Registou-se uma capacidade de financiamento da economia nacional pela primeira vez na série de Contas Nacionais Portuguesas, iniciada em 1995. Na ótica da balança de pagamentos, este facto vem refletido na melhoria do saldo agregado das balanças corrente e de capital (de -5.8% do PIB em 2011, para 0.8% em 2012), com melhoria das suas principais componentes. Note-se que entre 2005 e 2010, este saldo oscilou entre -9 e -11% do PIB). Pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, Portugal registou um saldo positivo da balança comercial, uma vez que o excedente da balança de serviços (5.3% do PIB) superou o défice da balança de mercadorias (5.2% do PIB, em franca redução face aos 8.3% registados em 2011). No que se refere à situação orçamental, o défice estrutural (corrigido de medidas pontuais e do ciclo económico) caiu de 6.6% em 2011 para 4.2% do PIB em 2012. Em dois anos, Portugal conseguiu uma correção do défice estrutural em seis pontos percentuais, mas a consolidação orçamental tornou-se progressivamente mais difícil. Com efeito, o défice das administrações públicas na ótica da contabilidade nacional (reporte do Procedimento de Défices Excessivos) aumentou de 4.4% em 2011 para 6.4% em 2012, traduzindo uma redução mais acentuada da receita (de 45% para 41% do PIB, refletindo o efeito da recessão) do que da despesa (de 49.4% para 47.4%). CIP Confederação Empresarial de Portugal 9/57

Contudo, o valor apurado pelo défice no quadro dos compromissos assumidos no PAEF foi de 4.7% do PIB 1 (abaixo da meta de 5% estabelecida na 5ª revisão regular do programa, que alterou a meta inicial de 4.5%). Em relação à dívida pública, o rácio no PIB situou-se num máximo de 123.6% em 2012, após 108.3% em 2011. 2. Desempenho da economia portuguesa em 2012 2.1. Evolução do PIB em 2012 e comparação internacional Em 2012, o PIB português registou uma variação real de -3.2% (-1.6% em 2011), o que constitui a quebra mais acentuada na atividade económica desde 1975. O ritmo de decréscimo do PIB agravou-se ao longo do ano, até variações de -3.8% em termos homólogos e de -1.8% em cadeia (valor com correção de sazonalidade) no quarto trimestre (Figura 2.A). -0,5-1,0-1,5-2,0-2,5-3,0-3,5-4,0-0,1-1,0-0,9-1,6-1,8-2,3-3,2-3,1-3,5-3,8 2011 2012 1T 12 2T 12 3T 12 4T 12 var. homóloga var. em cadeia Figura 2.A: PIB, 2011 e 2012 (variação real homóloga e em cadeia, %) No contexto da União Europeia (UE), a quebra real do PIB português (3.2%) apenas foi superada pela descida de 6.4% na Grécia (Figura 2.B). A taxa de crescimento mais elevada ocorreu na Letónia (5.6%) e os valores médios da UE (27) e da Zona do Euro situaram-se em - 0.3% e -0.6%, respetivamente. 1 A diferença deve-se à receita da venda da concessão aeroportuária à ANA (no valor de 0.7% do PIB), aceite para efeitos do cumprimento das metas do PAEF mas não considerada no cálculo do défice na definição do Eurostat, bem como a algumas reclassificações de despesa. CIP Confederação Empresarial de Portugal 10/57

Bulgária Roménia Letónia Hungria Polónia Lituânia Estónia Grécia Portugal Eslováquia República Checa Eslovénia Malta Chipre Espanha Itália UE (27) França Zona do Euro (17) Reino Unido Finlândia Bélgica Alemanha Dinamarca Suécia Irlanda Áustria Holanda Luxemburgo Grécia Portugal Itália Chipre Eslovénia Hungria Espanha Rep Checa Holanda Zona Euro (17) Dinamarca União Europeia (27) Bélgica Finlândia França Luxemburgo Roménia Reino Unido Alemanha Bulgária Malta Áustria Suécia Irlanda Polónia Eslováquia Estónia Lituânia Letónia 6 5,6 4 2 0-2 -0,6-0,3-4 -3,2-6 -8-6,4 Fonte: Eurostat Figura 2.B: PIB na UE (27), 2012 (variação real anual, %) O PIB per capita de Portugal aferido à paridade de poderes de compra (PIBpc PPC) reduziu-se para 75.3% da média da UE (27) em 2012 (77.2% em 2011; dados das previsões de Outono de 2012 da Comissão Europeia), o valor mais baixo desde o início dos anos noventa. Neste indicador, Portugal permaneceu o 19º país no ranking da UE, tendo sido ultrapassado pela Eslováquia, mas igualando agora o valor da Grécia, que se reduziu ainda mais. A Bulgária registou o PIB per capita mais baixo da UE em 2012 (45.8%) e o Luxemburgo o mais elevado (269.5%) Figura 2.C. 30 269,5 25 20 15 10 5 45,8 75,3 75,3 10 107,7 Fonte: Comissão Europeia e cálculos próprios Figura 2.C: PIB per capita em paridades de poderes de compra, 2012 (UE 27=100) CIP Confederação Empresarial de Portugal 11/57

2.2. Ramos de atividade Nos ramos de atividade, as variações anuais em volume do Valor Acrescentado Bruto (VAB) em 2012 foram de -1.0% na agricultura, silvicultura e pesca (0.6% em 2010; Figura 2.D), - 2.6% na indústria (1.7%), -0.8% na energia, águas e saneamento (-2.6%), -15.8% na construção (-9.7%), -1.8% no comércio, alojamento e restauração (-1.2%) e -1.4% nos outros serviços (-1.2%), concorrendo para a evolução já referida do PIB (variação real anual de - 3.2%, após -1.6% em 2011, que compara com variações de -2.4% e -1.3% no VAB). Salientase o forte agravamento da contração na construção e a deterioração da situação na indústria, que em 2011 tinha revelado uma variação positiva do VAB. 2,0-2,0-4,0-6,0-8,0-1 -12,0-14,0-16,0 0,6-1,0 Agricutura, Silv., pesca 1,7-2,6 Indústria -2,6-0,8 Energia, água e san. -9,7-15,8 Construção -1,2 Comércio, alojamento, restauração -1,8-1,2-1,4-1,3-1,6-2,4-3,2 Outros serviços VAB PIB 2011 2012 Figura 2.D: VAB por ramos e PIB, 2011 e 2012 (variação real anual, %) Considerando o peso de cada ramo no VAB total a preços correntes, destaca-se a redução do peso da construção (de 5.7% em 2011 para 4.9% em 2012) e o aumento dos pesos da indústria (de 14.5% para 14.7%) e do setor do comércio, alojamento e restauração (de 18.9% para 19.3%) Figura 2.E. A evolução descrita refletiu, por um lado, a grave situação por que passa a construção e, por outro lado, o facto das reduções do VAB a preços correntes da indústria (-1.8%) e do comércio, alojamento e restauração (-1.2%) terem sido inferiores à quebra verificada no VAB global (-3.5%). Note-se que a indústria registou, pelo terceiro ano consecutivo, um aumento do seu peso no VAB total, após 13 anos de sucessivas quedas, entre 1996 e 2009. CIP Confederação Empresarial de Portugal 12/57

100 100 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 2,2 2,2 Agricutura, Silv., pesca 14,5 14,7 Indústria 3,7 3,7 5,7 4,9 Energia, água e san. 18,9 19,3 Construção Comércio, alojamento, restauração 55,1 55,0 Outros serviços Total VAB 2011 2012 Figura 2.E: Peso de cada ramo no VAB total em valor, 2011 e 2012 (%) Na indústria, o índice de produção industrial agravou a sua quebra de 2.0% em 2011 para 5.0% em 2012. O volume de negócios caiu 2.9% em termos nominais (aumento de 4.8% em 2011), refletindo o recuo no mercado nacional (variação anual de -6.4%, face a -0.7% em 2011) e a perda de dinamismo do mercado externo (aumento de 2.3% em 2012, após 14.5% em 2011) Figura 2.F. 15,0 14,5 1 4,8 5,0 2,3-5,0-2,0-0,7-5,0-2,9-6,4-1 2011 2012 Podução industrial Volume negócios total Vol. neg. merc.nac. Vol. neg. merc.ext. Figura 2.F: Produção e volume de negócios (total, mercado nacional e mercado externo) da indústria, 2011 e 2012 (variação anual, %; nominal no caso do volume de negócios) CIP Confederação Empresarial de Portugal 13/57

2.3. Comércio Internacional Exportações Em 2012, as exportações portuguesas superaram os 64 000 m.e. em bens e serviços, mais 4.7% a preços correntes, e mais 3.3% em volume, do que em 2011, aumentando o peso das exportações no PIB de 36% em 2011 para 39% em 2012 (Figura 2.G). Esta evolução representa um abrandamento em relação a 2011, mas reflete um significativo aumento das quotas de mercado e um esforço ainda mais forte do setor exportador, que se confrontou com uma redução da procura externa relevante em 0.2% (em 2011, a procura externa tinha aumentado 3.4%). 45,0 4 35,0 3 25,0 2 15,0 1 5,0 13,0 61.168,1 7,2 35,8 4,7 64.073,4 2011 2012 var. nominal (%) var. real (%) % do PIB Valor (m.e.) - escala dta. 3,3 38,7 64.50 64.00 63.50 63.00 62.50 62.00 61.50 61.00 60.50 60.00 59.50 Figura 2.G: Exportações de bens e serviços, 2011 e 2012 (valor em m.e.; variação nominal e real e peso do PIB em %) Após resultados favoráveis no primeiro trimestre de 2012, sobretudo no caso das mercadorias, as exportações de bens e serviços revelaram uma clara tendência de abrandamento no decurso do resto do ano, acusando já uma queda (de 0.5%, em termos reais) no quarto trimestre. As exportações de serviços registaram decréscimos homólogos a partir do segundo trimestre, enquanto a variação das exportações de bens se manteve em terreno positivo CIP Confederação Empresarial de Portugal 14/57

(embora em forte abrandamento) até ao último trimestre do ano, período em que se reduziram 0.1% em volume Figura 2.H. As exportações de serviços reduziram o seu peso no total das exportações pelo terceiro ano consecutivo (para 25.4%), continuando, assim, a contrariar o movimento de subida ininterrupta entre 2004 e 2009. 12,0 1 8,0 6,0 8,6 8,3 8,4 8,2 6,7 7,3 1 5,2 4,0 5,9 3,2 3,3 2,7 2,0-2,0-0,3-0,2-0,1-1,4 1T 11 2T 11 3T 11 4T 11 1T 12 2T 12 3T 12 4T 12 Exp. de Bens Exp. de Serviços Figura 2.H: Evolução intra-anual das exportações de bens e de serviços, 2011 e 2012 (variação real homóloga, %) Apesar do forte acréscimo registado nos últimos três anos, o peso das exportações de bens e serviços no PIB permanece aquém do registado pela generalidade dos países europeus de dimensão comparável a Portugal, com a única exceção da Grécia (Figura 2.I). CIP Confederação Empresarial de Portugal 15/57

Grécia França Itália Espanha Portugal Finlândia Chipre Zona do Euro Alemanha Áustria Eslóvenia Bélgica Países Baixos Estónia Eslováquia Malta Irlanda Luxemburgo 18 171,5 16 14 12 10 8 6 4 27,0 38,7 45,6 2 Fonte: Eurostat Figura 2.I: Peso das exportações no PIB dentro da Zona do Euro, 2012 (%) De acordo com os dados do comércio internacional do INE, o maior contributo para o aumento das exportações portuguesas veio dos seus três principais mercados fora da União Europeia (Angola, China e Estados Unidos) que, em conjunto, contribuíram com cerca de 3.3 pontos percentuais (p.p.). para os 5.8% de subida nominal das exportações de mercadorias em 2012. (Figura 2.J). Os dois principais parceiros comerciais de Portugal, Espanha e Alemanha, foram (além da Polónia) os únicos (entre os 20 principais mercados externos) onde se registou uma diminuição das exportações, contribuindo assim negativamente (em 1.7 p.p.) para a evolução das exportações. Esta situação contrasta fortemente com a que se verificou em 2011, ano em estes dois países (juntamente com a França) foram os que mais contribuíram positivamente para o aumento das exportações portuguesas. CIP Confederação Empresarial de Portugal 16/57

Venezuela China Angola Estados Unidos Gibraltar Argélia Marrocos Turquia Brasil República Checa Países Baixos Suíça Itália Reino Unido Mundo Suécia Bélgica França Polónia Alemanha Espanha Angola China Estados Unidos Países Baixos Venezuela Reino Unido França Itália Brasil Marrocos Argélia Gibraltar Turquia Bélgica República Checa Suíça Suécia Polónia Alemanha Espanha 2,0 1,5 1,0 0,5-0,5-1,0-1,5 1,6 0,9 0,9 0,5 0,4 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1-0,6-1,1 Figura 2.J: Contributos dos 20 principais mercados para o crescimento nominal de 5.8% das exportações de mercadorias em 2012 (pontos percentuais) Reforçou-se, assim, a tendência no sentido de uma maior diversificação de mercados, com uma redução de 74% para 71% do peso da União Europeia nas exportações totais de mercadorias. A dependência dos três principais mercados (Espanha, Alemanha e França) reduziu-se em quatro pontos percentuais (de 50.6% em 2011 para 46.6% em 2012). Entre os principais 20 mercados externos de Portugal, as maiores taxas de crescimento das exportações couberam à Venezuela, China e Angola e Estados Unidos (Figura 2.K). 12 10 8 6 4 2-2 103,3 96,2 28,6 24,7 22,7 19,4 18,4 18,3 16,5 14,2 12,9 7,8 7,4 7,0 5,8 4,6 3,8 2,8-0,5-4,1-4,5 Figura 2.K: Taxas de crescimento nominal das exportações portuguesas de mercadorias em 2012, total (mundo) e 20 principais mercados (%) CIP Confederação Empresarial de Portugal 17/57

Energéticos Minérios e metais Máquinas Agro alimentares Químicos Produtos acabados diversos Vestuário e calçado Madeira, cortiça e papel Peles, couros e têxteis Material de transporte Relativamente à evolução das exportações por produtos, destaca-se, pela positiva, o elevado crescimento das exportações de produtos energéticos (25%), minérios e metais (10.2%), e máquinas (9.5%). Pela negativa, salienta-se a queda de 4.8% das exportações de materiais de transporte, que se deveu ao comportamento deste grupo de produtos no segundo semestre do ano (Figura 2.L). 25,0 25,0 2 15,0 1 5,0 10,2 9,5 6,4 6,0 3,6 2,4 2,2-5,0-1,4-4,8 Figura 2.L: Taxas de crescimento nominal das exportações de mercadorias em 2012 por grupos de produtos (%) Em resultado destas evoluções, e dado o seu peso significativo na estrutura setorial das exportações, os maiores contributos para o aumento nominal de 5.8% das exportações de mercadorias em 2012 vieram dos três grupos de produtos que revelaram as maiores taxas de crescimento, os quais, em conjunto, representaram 4.3 p.p. do referido aumento (Figura 2.M). De notar, também, o contributo negativo significativo do material de transporte. CIP Confederação Empresarial de Portugal 18/57

Energéticos Máquinas Minérios e metais Químicos Agro alimentares Produtos acabados diversos Vestuário e calçado Madeira, cortiça e papel Peles, couros e têxteis Material de transporte 2,0 1,5 1,0 0,5-0,5-1,0 1,8 1,4 1,1 0,8 0,7 0,3 0,2 0,2-0,1-0,6 Figura 2.M: Contributos dos grupos de produtos para o crescimento nominal de 5.8% das exportações portuguesas de mercadorias em 2012 (pontos percentuais) Importações Em 2012 as importações agravaram para 6.9% a queda registada em 2011, a preços constantes (5.9%). A preços correntes, a queda foi de 5.4%. A taxa de penetração das importações (medida pela sua percentagem na procura global) reduziu-se de 28.6% em 2011 para 28.2% em 2012, a preços correntes, apesar de algum aumento nos preços relativos dos produtos importados. A preços constantes, esta taxa reduziu-se ainda mais, de 28.2% para 27.4%. A queda homóloga em volume das importações foi particularmente intensa no segundo trimestre do ano, abrandando depois nos dois trimestres seguintes. As evoluções das importações de bens e de serviços não divergiram muito entre si ao longo do ano, embora se registando, a partir do segundo trimestre, um decréscimo mais pronunciado das importações de serviços, ao contrário do que vinha a suceder anteriormente (Figura 2.N). No cômputo de 2012, as importações de serviços representaram 14.7% do total de importações (um ligeiro decréscimo face aos 14.9% de 2011). CIP Confederação Empresarial de Portugal 19/57

Energéticos Químicos Material de transporte Máquinas Agro alimentares Produtos acabados diversos Têxteis, vestuário e calçado Peles, madeira, cortiça e papel Minérios e metais 1 5,0-5,0-1 -15,0-2 5,8 0,8-0,5-3,4-3,7-3,0-0,1-7,8-4,2-5,1-5,7-10,5-7,1-10,2-12,6-14,9 1T 11 2T 11 3T 11 4T 11 1T 12 2T 12 3T 12 4T 12 Imp. de bens Imp. de serv. Figura 2.N: Evolução intra-anual das importações de bens e de serviços, 2011 e 2012 (variação real homóloga, %) As taxas de variação nominais das importações em 2012 dos diversos grupos de produtos oscilaram entre 12% nos produtos energéticos e -26.2% nos minérios e metais (Figura 2.O). Excluindo os produtos energéticos, as importações de mercadorias diminuíram 9.7%. 2 1 12,0 2,0-1 -0,4-4,2-7,2-2 -3-19,5-19,9-25,2-26,2 Figura 2.O: Taxas de crescimento nominal das importações de mercadorias em 2012 por grupos de produtos (%) CIP Confederação Empresarial de Portugal 20/57

Energéticos Químicos Material de transporte Máquinas Produtos acabados diversos Peles, madeira, cortiça e papel Agro alimentares Têxteis, vestuário e calçado Minérios e metais Para o crescimento nominal de 1.4% das importações de mercadorias apenas contribuíram, pela positiva, os produtos energéticos (6.1 p.p.) e, em menor medida, os químicos (0.2 p.p.), como se pode verificar abaixo na Figura 2.P. 7,0 6,0 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0-1,0-2,0 6,1 0,2-0,4-0,5-0,7-1,0-1,0-1,3 Figura 2.P: Contributos dos grupos de produtos para o crescimento nominal de 1.4% das importações de mercadorias em 2012 (pontos percentuais) 2.4. Investimento A FBCF diminuiu 14.5% a preços constantes em 2012 (e 14.4% em termos nominais ver Figura 2.Q), traduzindo um novo agravamento face a 2011 (descida real de 10.7%) e a queda mais forte desde 1975, colocando a FBCF, em termos reais, ao nível mais baixo desde 1990. O peso da FBCF no PIB recuou de 17.9% em 2011 para 15.8% em 2012, representando o valor mais baixo desde, pelo menos, 1960. CIP Confederação Empresarial de Portugal 21/57

20 15 30534 17,9 15,8 31000 30000 10 29000 5 28000 0 27000-5 26146 26000-10 -15-9,7-10,7-14,4-14,5 25000 24000-20 2011 2012 23000 var. nominal (%) var. real (%) % do PIB Valor (m.e.) - escala dta. Figura 2.Q: FBCF, 2011 e 2012 (valor em m.e.; variação nominal e real e peso do PIB em %) O ritmo de queda homóloga real do investimento acentuou-se no segundo trimestre de 2012 e atenuou-se um pouco nos dois trimestres seguintes (Figura 2.R). -2,0-4,0-4,7-6,0-8,0-10,4-1 -12,1-12,0-13 -13,2-14,4-14,0-15,9-16,0-17,5-18,0-2 1T 11 2T 11 3T 11 4T 11 1T 12 2T 12 3T 12 4T 12 Figura 2.R: Evolução intra-anual da FBCF, 2011 e 2012 (variação real homóloga, %) Nas componentes da FBCF, todas as rubricas registaram variações reais negativas em 2012. A maior quebra ocorreu, tal como em 2011 no material de transporte (24.9%), seguindo-se as descidas na construção (18.1%), ativos fixos incorpóreos (8.8%) e outras máquinas e equipamentos (6.7%) Figura 2.S. A rubrica animais e plantações teve uma queda ligeira de 0.6%. CIP Confederação Empresarial de Portugal 22/57

Animais e plantações Outras máquinas e equipamentos Equipamento de transporte Construção Ativos fixos incorpóreos Animais e plantações Outras máquinas e equip. Equipamento de transporte Construção Ativos fixos incorpóreos -5,0-1 -0,6-6,7-8,8-15,0-2 -18,1-25,0-24,9 Figura 2.S: Taxas de crescimento real da FBCF em 2011 por componentes (%) No entanto, considerando os contributos das várias componentes para a queda real de 14.5% da FBCF em 2012, a contribuição mais negativa teve origem na construção (-10.5 p.p.), devido ao elevado peso na FBCB (55.5% a preços de 2006 e 59.6% a preços de 2012) (Figura 2.T). -1,8-1,6-0,6-5,0-1 -10,5-15,0 Figura 2.T: Contributos das componentes para a variação real de -14.5% da FBCF em 2012 (pontos percentuais) CIP Confederação Empresarial de Portugal 23/57

Irlanda Chipre Grécia Reino Unido Malta Portugal Lituânia Holanda Hungria Eslovénia Dinamarca Alemanha UE (27) Itália Zona do Euro (17) Suécia Luxemburgo Espanha Finlândia Polónia França Bélgica Bulgária Áustria Eslováquia Letónia República Checa Estónia Roménia De acordo com desagregação por setor institucional divulgada pelo INE 2, a FBCF das sociedades não financeiras terá registado uma variação nominal -12.4% em 2012, após uma queda de 4.4% em 2011. No que se refere ao peso da FBCF no PIB, a descida significativa em 2012 (para 15.8%, após 17.9% em 2011, como já referido) colocou Portugal ainda mais distante da média da UE (27) e da Zona do Euro (18% e 18.4%, respetivamente). Por países, os valores dentro da UE oscilaram entre 10.0% na Irlanda e 26.6% na Roménia (Figura 2.U). 3 26,6 25,0 2 15,0 1 1 15,8 18,0 18,4 5,0 Fonte: Eurostat Figura 2.U: Peso da FBCF no PIB dentro da Zona do Euro, 2012 (%) A taxa de investimento das sociedades não financeiras (medida através do rácio entre a FBCF e o valor acrescentado bruto do setor) manteve também uma trajetória decrescente, atingindo 19.3% em 2012 (21.7% em 2011 e 22.5% em 2010). 2.5. Insolvências Não estando disponíveis estatísticas oficiais que permitam aferir a evolução do número de processos de insolvência registados em 2012, o recurso a entidades privadas revelou alguma disparidade nos dados apurados, sendo, contudo, possível constatar com segurança um aumento significativo do número de empresas que entraram em processo de insolvência em 2012, relativamente a 2011. 2 Trata-se da primeira versão do 4º trimestre de 2012 das Contas Trimestrais por Sector Institucional (CTSI), de natureza preliminar, dado que a informação de base utilizada está sujeita a revisões. CIP Confederação Empresarial de Portugal 24/57

Fonte Número de processos de insolvência registados em 2012 Evolução relativamente a 2011 COFACE Portugal 3 7763 28% COSEC 6688 41% Instituto Informador Comercial 6281 39% De acordo com os números disponibilizados pela COFACE, que permitem uma análise mais detalhada, os distritos onde se registou um maior número de processos de insolvência foram o Porto (1821, mais 23.8% que em 2011), Lisboa (1527, mais 29.3% que em 2011) e Braga (1058, mais 26.4% que em 2010). Em todos os distritos o número de processos aumentou relativamente ao registado em 2011. Além dos Açores (71%), foi no interior que se registaram os maiores acréscimos relativos, destacando-se os distritos de Beja (176%), Vila Real (79%), Portalegre (70%) e Bragança (67%). A análise por setor de atividade revela que o crescimento anual do número de empresas que entraram em processo de insolvência foi particularmente intenso no setor da construção (38.7%) e nos serviços (35.9%) - Figura 2.V. Na indústria, o setor dos têxteis, do vestuário e do couro é o que regista um maior número de processos (605). Seguem-se as indústrias da madeira, da cortiça e do mobiliário, com 285 processos. 3000 2500 2000 1500 1000 500 0 76 6,6% 81 Agricultura, sivicultura e pescas Fonte: COFACE Portugal 21,6% 1680 1791 1382 1291 Indústria, eletricidade, águas e saneamento 38,7% 23,5% 35,9% 2416 1956 1293 1757 Construção Comércio Serviços 45,0% 4% 35,0% 3% 25,0% 2% 15,0% 1% 5,0% % 2011 2012 Variação anual (escala dta.) Figura 2.V: Ações de insolvência por atividade económica, 2011 e 2012 (valor absoluto e variação anual em %) 3 O número apresentado pela COFACE inclui processos encerrados em 2011 mas iniciados anteriormente. CIP Confederação Empresarial de Portugal 25/57

No setor terciário, além do comércio, destacam-se, pela gravidade da situação, os setores do alojamento, restauração e similares (497 processos de insolvência e um aumento de 42% face a 2011). A análise levada a cabo pela COFACE revela como setores mais atingidos pela vaga de insolvências em 2012, em termos de taxa de incidência, ou seja, o número de processos relativamente ao número de empresas, as indústrias têxteis, do vestuário e do couro (com uma taxa de 5.6%, retornando ao nível de 2010, após uma redução em 2011), seguida das indústrias da madeira, da cortiça e do mobiliário (3.2%) e do fabrico de outros produtos minerais não metálicos (3%). Em todos os setores (com exceção da fabricação de produtos químicos e da energia, água e ambiente) registou-se um aumento da taxa de incidência das insolvências relativamente a 2011. 2.6. Emprego e desemprego Em 2012, o emprego diminuiu pelo quarto ano consecutivo e a um ritmo substancialmente superior, com a taxa de variação anual a situar-se em -4.2% (após -1.5% quer em 2011 quer em 2010, e -2.6% em 2009), na ótica da Contabilidade Nacional Figura 2.W. Em termos intra-anuais, o ritmo de quebra homóloga do emprego agravou-se para 4.2% no primeiro trimestre (após uma descida de 3% no último trimestre de 2011) e manteve-se praticamente inalterado nos três trimestre seguintes. A evolução em cadeia caracterizou-se por uma atenuação da descida até ao terceiro trimestre (0.7%, com ajustamento de sazonalidade) e um agravamento significativo no último trimestre (2%). Verificou-se, em termos líquidos, uma perda de 202 600 postos de trabalho ao longo do ano de 2012, concentrada nos primeiro e quarto trimestres (em que as perdas foram de 59 600 e 93 200, respetivamente). -0,5-1,0-1,5-2,0-2,5-3,0-3,5-4,0-4,5-0,4-0,7-1,3-1,5-2,0-2,0-3,0-4,2-4,2-4,3-4,2-4,2 2011 2012 4T 11 1T 12 2T 12 3T 12 4T 12 var. homóloga var. em cadeia CIP Confederação Empresarial de Portugal 26/57

Figura 2.W: Emprego na ótica da Contabilidade Nacional, 2011 e 2012 (variação real homóloga e em cadeia, %) Segundo o inquérito ao emprego do INE, a tendência de diminuição do emprego ao longo do ano apenas não abrangeu o setor primário, que acabou por registar um aumento homólogo no quarto trimestre (3.3%, correspondente a 15 mil postos de trabalho) Figura 2.X. 5000 4735 4663 4688 4656 4532 4000 3000 3009 2940 2979 2970 2953 2000 1000 453 1274 1245 1210 1186 1112 477 499 501 468 0 4T 11 1T 12 2T 12 3T 12 4T 12 Setor Primário (Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca) Setor Secundário (Indústria, construção, energia e água) Setor Terciário (Serviços) Total Figura 2.X: Emprego total e por ramos por trimestre em 2012 e final de 2011 (milhares de indivíduos, dados sem correção de sazonalidade do Inquérito ao Emprego do INE) De acordo com o referido inquérito, a taxa de desemprego subiu para um máximo histórico de 16.9% no quarto trimestre de 2012 (correspondendo a 923.2 mil desempregados), em forte agravamento face aos trimestres anteriores (15.8% no terceiro, 15% no segundo e 14.9% no primeiro; sem ajustamento de sazonalidade, problema que não se coloca comparando com o valor homólogo de 14% no quarto trimestre de 2011) Figura 2.Y. Em 2012, a taxa de desemprego média anual situou-se num máximo de 15.7%, 3 pontos percentuais acima do valor registado em 2011. CIP Confederação Empresarial de Portugal 27/57

18,0 16,0 14,0 12,0 1 8,0 6,0 4,0 2,0 16,9 15,7 15,8 14,9 15,0 14,0 12,7 2011 2012 4T 11 1T 12 2T 12 3T 12 4T 12 Figura 2.Y: Taxa de desemprego em 2011 e 2012 (média anual e trimestres, %) Por categorias, a taxa de desemprego média anual em 2012 atingiu 15.7% nos homens, 15.6% nas mulheres, 37.7% nos jovens dos 15 aos 24 anos e 8.5% no desemprego de longa duração (mais de um ano), tendo-se registado, em todos os casos, máximos no quarto trimestre (de 16.8%, 17.1%, 40% e 9.5%, respetivamente) Figura 2.Z. 45,0 4 35,0 3 25,0 2 15,0 1 5,0 4 37,7 16,9 17,1 15,7 15,7 16,8 15,6 8,5 9,5 Total Homens Mulheres Jovens (15-24 anos) Longa duração 2012 4T 12 Figura 2.Z: Taxa de desemprego total e por categorias (homens, mulheres, jovens e longa duração), média de 2012 e quarto trimestre (%) Em 2012, o número médio de desempregados ascendeu a 860 mil, valor que se distribuiu, atendendo ao nível de escolaridade, entre 523 mil no ensino básico, 209 mil no secundário e CIP Confederação Empresarial de Portugal 28/57

pós-secundário e 127 mil no ensino superior, nas três situações com máximos no quarto trimestre (551, 223 e 149 milhares, respetivamente) Figura 2.AA. Total de desempregados 860 923 Superior 149 127 Secundário e pós-secundário 223 209 Básico (até ao 3º ciclo) 523 551 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 4T 12 2012 Figura 2.AA: Número de desempregados por nível de escolaridade, média de 2012 e quarto trimestre (milhares de indivíduos) Dessa média de 860 mil desempregados em 2012, 91 mil procuraram o primeiro emprego (atingindo um máximo de 102 mil no quarto trimestre) e 769 mil procuraram um novo emprego (máximo de 822 mil no quarto trimestre). Destes, cerca de 18 mil eram oriundos do Setor Primário, 277 mil do Setor Secundário e 442 mil do Setor Terciário, nos três casos com máximos no quarto trimestre (18, 306 e 446 milhares, respetivamente) ver Figura 2.AB (nota: a classificação por ramos apenas considera os desempregados há menos de 8 anos, pelo que não soma exatamente o total à procura de novo emprego). Quanto à taxa de atividade (o rácio dos ativos, empregados e desempregados, pela população em idade ativa), o seu valor médio em 2012 situou-se em 51.8% (51.5% no quarto trimestre), em queda face a 2011, ano em que atingiu 52.1%. CIP Confederação Empresarial de Portugal 29/57

Espanha Grécia Portugal Letónia Irlanda Eslováquia Lituânia Bulgária Chipre Zona do Euro (17) Hungria Itália UE (27) Estónia Polónia França Eslovénia Suécia Reino Unido Finlândia Dinamarca Bélgica Roménia República Checa Malta Alemanha Holanda Luxemburgo Áustria 1000 800 769 691 736 745 772 822 600 400 200 0 277 442 400 423 423 457 466 247 260 271 272 306 18 17 20 17 16 18 2012 4T 11 1T 12 2T 12 3T 12 4T 12 Setor Primário (Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca) Setor Secundário (Indústria, construção, energia e água) Setor Terciário (Serviços) Total à procura de novo emprego Figura 2.AB: Indivíduos à procura de novo emprego por ramo de atividade anterior, média em 2012 e trimestres 4T 2011 até 4T 2012 (milhares, dados sem correção de sazonalidade do Inquérito ao Emprego do INE) No cenário europeu, a taxa de desemprego de Portugal estimada pelo Eurostat aumentou de 13.4% em 2011 para 16.4% em 2012, continuando a afastar-se dos valores médios da Zona do Euro e da UE, que aumentaram menos (para 11.4% e 10.6%, respetivamente). Em 2012, a taxa de desemprego nacional foi a terceira mais elevada da UE, apenas inferior aos valores da Espanha (25.2%) e da Grécia (24.5%), tendo superado em 1.4 pontos percentuais o valor registado na Irlanda, país também sob um programa de ajustamento Figura 2.AC. 3 25,0 25,2 24,5 2 15,0 16,4 15,0 11,4 10,6 1 5,0 4,4 Fonte: Eurostat Figura 2.AC: Taxa de desemprego na UE (27), 2012 (%) CIP Confederação Empresarial de Portugal 30/57

2.7. Preços Em 2012, a inflação média anual recuou para 2.8%, após 3.7% em 2011 (um máximo de dez anos, explicado em boa medida pelo aumento dos impostos indiretos), para o que contribuiu a desaceleração nos preços da energia, embora mantendo um crescimento elevado (9.6%, após 12.7% em 2011) Figura 2.AD. A medida de inflação subjacente, que exclui as rubricas de energia e bens alimentares (mais voláteis), desceu de 2.3% para 1.5%. 2012 2,8 2011 3,7 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 Figura 2.AD: Taxa de inflação, 2011 e 2012 (variação média anual do IPC, %) Considerando a divisão do IPC por classes de consumo, o maior contributo positivo para a taxa de inflação de 2.8% em 2012 pertenceu à classe de habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis (1.1 pontos percentuais, p.p.), seguida pelas classes dos transportes (0.6 p.p.) e produtos alimentares e bebidas não alcoólicas (0.6 p.p.), restaurantes e hotéis (0.5 p.p.), e bebidas alcoólicas e tabaco (0.2 p.p.) Figura 2.AE. A única contribuição negativa (redução de preços) veio da classe de vestuário e calçado (-0.2 p.p.). As restantes classes apresentaram contributos pouco significativos. CIP Confederação Empresarial de Portugal 31/57

Hungria Estónia Polónia Eslováquia Rep Checa Roménia Itália Lituânia Malta Finlândia Chipre Luxemburgo Holanda Portugal Eslovénia Reino Unido UE (27) Bélgica Áustria Zona Euro (17) Bulgária Dinamarca Espanha Letónia França Alemanha Irlanda Grécia Suécia Bens e serviços diversos Restaurantes e hotéis Educação Lazer, recreação e cultura Comunicações Transportes Saúde Acessórios, equip. doméstico e manut. da habitação Habitação, água, eletric., gás e outros combustíveis Vestuário e calçado Bebidas alcoólicas e tabaco Prod. alimentares e bebidas não alcoólicas Total -0,2 0,1 0,1 0,2 0,5 0,6 0,6 1,1 2,8 e cálculos próprios -0,5 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 Figura 2.AE: Contributos das classes de consumo para a taxa de inflação de 2.8% em 2012 (pontos percentuais de variação do IPC) A variação anual do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) em 2012 foi também de 2.8% (após 3.6% em 2011), tendo representado o 14º valor mais elevado dentro da UE, que apresentou uma variação média de 2.6% (3.1% em 2011), com um máximo de 5.7% na Hungria e um mínimo de 0.9% na Suécia. A inflação nacional voltou a ser superior à média da Zona do Euro, que se situou em 2.5% (2.7% em 2011), e também aos restantes dois países da área sob um programa de ajustamento (1.9% na Irlanda e 1% na Grécia) Figura 2.AF. 6 5,7 5 4 3 2 1 2,8 2,6 2,5 2,4 1,9 1.0 0,9 0 Fonte: Eurostat Figura 2.AF: Taxa de inflação nos países da UE em 2012 (variação do IHPC, %) CIP Confederação Empresarial de Portugal 32/57

Jan-11 Fev-11 Mar-11 Abr-11 Mai-11 Jun-11 Jul-11 Ago-11 Set-11 Out-11 Nov-11 Dez-11 Jan-12 Fev-12 Mar-12 Abr-12 Mai-12 Jun-12 Jul-12 Ago-12 Set-12 Out-12 Nov-12 Dez-12 No que se refere à evolução intra-anual do IHPC, destaca-se a tendência de abrandamento homólogo ao longo de 2012 (ver Figura 2.AG), refletindo quer a anulação gradual de efeitos de base relacionados com aumentos de impostos indiretos quer a queda da procura, que se acentuou na parte final de 2012. A partir de outubro, a variação homóloga do IHPC nacional passou a ser inferior à da Zona do Euro (valores de 2.1% e 2.5% nesse mês, respetivamente). 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 2,5 2,1 Portugal Euro area (17 countries) Figura 2.AG: Evolução intra-anual da Inflação de Portugal e da Zona do Euro, 2011 e 2012 (variação homóloga do IHPC, %) 3. Principais determinantes conjunturais 3.1. Procura externa Segundo dados do Banco de Portugal, em 2012, a procura externa dirigida à economia diminuiu 0.2%, a preços constantes, face a um aumento de 3.4% em 2011 (ver Figura 3.A). Esta evolução tem implícito um crescimento significativo das quotas de mercado das exportações portuguesas em 2012, na sequência do que se tinha verificado em 2011. CIP Confederação Empresarial de Portugal 33/57

Venezuela Angola China Estados Unidos Reino Unido Marrocos Argélia Países Baixos Brasil Turquia Suíça França Bélgica Polónia Alemanha República Checa Suécia Espanha Itália 2012-0,2 2011 3,4-0,5 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 Fonte: Banco de Portugal Figura 3.A: Procura externa relevante, 2011 e 2012 (variação real, %) Entre os principais mercados de exportação de Portugal em 2012 (acima evidenciados na Figura 2.J), as maiores taxas de crescimento das importações de mercadorias, em valor (euros), foram registadas fora da Europa: na Venezuela (34.9%), em Angola (28.8%) e na China (13%), segundo dados da UNCTAD Figura 3.B. A Itália (-5.8%), a Espanha (-4.4%) e a Suécia (-0.5%) registaram quedas das suas importações. 35,0 3 25,0 2 15,0 1 5,0-5,0-1 34,9 28,8 13,0 11,7 9,4 8,2 7,3 6,8 6,7 6,4 2,8 1,4 1,0 0,8 0,8 0,2-0,5-4,4-5,8 Fonte: UNCTAD Figura 3.B: Variação das importações totais de mercadorias, em valor (euros), nos principais mercados de exportação de Portugal (%) CIP Confederação Empresarial de Portugal 34/57

Comparando estes dados com os valores da figura 2.J, relativos à variação, em valor, das exportações portuguesas para estes mercados, podemos concluir que terá havido um aumento significativo das quotas de mercado na generalidade dos casos, com particular realce para a Venezuela e a China. As exceções mais evidentes terão sido a Alemanha e, em menor medida, o Reino Unido e a Polónia. Em Angola e em Espanha, os números apontam para a manutenção da nossa quota de mercado. 3.2. Procura interna A procura interna diminuiu 6.8% em 2012, em termos reais (após uma queda da 5.8% em 2011 Figura 3.C), com quedas de 5.3% no consumo final e de 13.7% na FBC (e de 14.5% na FBCF, como referido na secção 2.4 Investimento). A queda da procura interna esteve na origem da retração do PIB em 2012 (3.2%, em termos reais), que só não foi superior devido à evolução positiva das exportações (aumento de 3.3%, conforme referido na secção 2.3 Comércio Internacional) e à descida de 6.9% nas importações. 1 7,2 5,0 3,3-5,0-1 -3,9-5,3-5,8-6,8-5,9-6,9-1,6-3,2-15,0 Despesas de consumo final -13,8-13,7 Formação bruta de capital (FBC) Procura interna 2011 2012 Exportações Importações PIB Figura 3.C: Procura interna, PIB e suas componentes, 2011 e 2012 (variação anual em volume, %) Para a contração da procura interna contribuiu, em particular, o comportamento negativo do consumo privado (a rubrica com maior peso), que caiu 5.6% em volume e 3.7% em termos nominais. A evolução nominal do consumo das famílias refletiu o aumento da sua taxa de poupança (para 11.6%, face a 9.1% em 2011) e a redução nominal de 0.9% no rendimento disponível bruto (por sua vez influenciada pela descida de 7.2% nas remunerações, incluindo 6.9% nas administrações públicas, e de 6.6% nos impostos pagos). CIP Confederação Empresarial de Portugal 35/57

Esta queda do rendimento disponível bruto é ampliada para 2.3% após se considerar o recuo de 11.7% das transferências sociais em espécie. Ao nível das componentes do consumo privado, registaram-se variações reais de -23% nos bens duradouros, de -0.4% nos bens alimentares e de -4.9% nos bens correntes não alimentares e serviços (Figura 3.D). O consumo público reduziu-se 4.4% (após uma contração de 4.3% em 2011, em variação real), traduzindo o efeito das medidas de austeridade. -5,0-1 -0,4-2,7-4,9-3,8-4,3-3,9-5,6-4,4-5,3-15,0-2 -18,5-25,0 Bens alimentares Bens correntes não alimentares e serviços -23,0 Bens duradouros Total: Consumo das famílias Consumo público Total: Despesas de consumo final 2011 2012 Figura 3.D: Despesas de consumo final e principais componentes, 2011 e 2012 (variação anual em volume, %) 3.3. Financiamento Ao longo do ano de 2012, as dificuldades de financiamento das empresas foram-se avolumando, do ponto de vista da redução do stock de crédito concedido às empresas, constituindo um grave constrangimento da atividade económica. Contudo, depois de atingirem em janeiro de 2012 um máximo desde novembro de 2008, as taxas de juro ativas iniciaram um ciclo de descidas que inverteu a tendência de aumento verificada ao longo de 2010 e 2011. O alívio assim registado quanto ao custo do financiamento não foi suficiente para compensar o aumento sofrido durante o ano de 2011. Em média anual, as taxas de juro em 2012 ficaram a um nível superior ao que se registou em 2011. A evolução das taxas de juro em Portugal ao longo de 2012 fez apenas diminuir ligeiramente o diferencial relativamente às taxas praticadas, em média, na Zona do Euro e em particular em países como a Alemanha e a França (ver Figura 3.E). No final do ano, as empresas CIP Confederação Empresarial de Portugal 36/57

Jan-11 Fev-11 Mar-11 Abr-11 Mai-11 Jun-11 Jul-11 Ago-11 Set-11 Out-11 Nov-11 Dez-11 Jan-12 Fev-12 Mar-12 Abr-12 Mai-12 Jun-12 Jul-12 Ago-12 Set-12 Out-12 Nov-12 Dez-12 portuguesas suportavam ainda taxas de juro semelhantes às das empresas gregas e inferiores apenas às praticadas em Chipre. 9,00 8,00 7,00 6,00 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 0 7,62 2,94 2,21 6,53 Chipre Portugal Grécia Espanha Itália Irlanda Zona do euro Alemanha França Fonte: BCE Figura 3.E: Taxas de juro sobre novas operações denominadas em euros (até 1 m.e. e excluindo descobertos bancários) concedidas às sociedades não financeiras por instituições financeiras monetárias (médias ponderadas, %) Ao longo de 2012, o stock de crédito interno às sociedades não financeiras (incluindo títulos) sofreu sucessivas reduções homólogas, progressivamente mais acentuadas, agravando a tendência registada em 2011. No final do ano, o stock de crédito bancário a sociedades não financeiras era inferior em 12050 m.e. ao valor registado no final de 2011 (queda de 8.9%) Figura 3.F. Face a abril de 2011, a redução foi de 17614 m.e. (menos 12.5%). CIP Confederação Empresarial de Portugal 37/57

Jan-11 Fev-11 Mar-11 Abr-11 Mai-11 Jun-11 Jul-11 Ago-11 Set-11 Out-11 Nov-11 Dez-11 Jan-12 Fev-12 Mar-12 Abr-12 Mai-12 Jun-12 Jul-12 Ago-12 Set-12 Out-12 Nov-12 Dez-12 Jan-11 Fev-11 Mar-11 Abr-11 Mai-11 Jun-11 Jul-11 Ago-11 Set-11 Out-11 Nov-11 Dez-11 Jan-12 Fev-12 Mar-12 Abr-12 Mai-12 Jun-12 Jul-12 Ago-12 Set-12 Out-12 Nov-12 Dez-12 145000 140000 135000 130000 125000 120000 115000 110000 % -1,0% -2,0% -3,0% -4,0% -5,0% -6,0% -7,0% -8,0% -9,0% -1% Fonte: Banco de Portugal stock de crédito interno às soc. não fin. (esc. esq.) tvh (esc.dta.) Figura 3.F: Stock de crédito interno às sociedades não financeiras, 2011 e 2012 (m.e., e tvh em %) Esta evolução insere-se num contexto de redução do crédito interno total a partir de abril de 2011, no contexto das exigências de desalavancagem do setor financeiro decorrentes do Memorando de Entendimento assinado com a troika. Esta tendência afetou com forte intensidade o crédito às sociedades não financeiras (ver Figura 3.G), dada a maior resistência observada no crédito aos particulares. O crédito às administrações públicas, após uma forte redução entre abril e dezembro de 2011, voltou a aumentar nos primeiros meses de 2012 (com avultadas compras de dívida pública por parte dos bancos). 450000 400000 350000 300000 250000 200000 150000 100000 50000 0 Fonte: Banco de Portugal Soc. não fin. Adm. Públicas Particulares Inst. Fin. não monetárias CIP Confederação Empresarial de Portugal 38/57

Figura 3.G: Crédito interno por setor institucional (m.e.) A evolução do crédito a sociedades não financeiras tem-se revelado bastante díspar segundo os sectores de atividade e segundo a dimensão das empresas. De acordo com os dados relativos apenas a empréstimos e outras disponibilidade (excluindo, portanto, títulos), entre dezembro de 2011 e dezembro de 2012, a redução do stock de crédito bancário foi mais profunda na construção (13.5%), no comércio (12.7%) e no alojamento e restauração (10.5%) do que na generalidade das sociedades não financeiras (7.3%) Figura 3.H. Na indústria, a contração do crédito bancário foi de 7.6%. Pelo contrário, o sector dos transportes e armazenagem registou, no mesmo período, um aumento do crédito bancário de 10.6%. Apesar da queda do crédito bancário concedido aos setores da construção e atividades imobiliárias, a exposição da banca a estes setores permanece muito elevada (33% do total do stock de crédito concedido às sociedades não financeiras, em dezembro de 2012). 25000 20000 15000 10000 5000 0 Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca Indústria Fonte: Banco de Portugal Electricidade, gás, vapor e água; gestão de resíduos Construção Comércio Transportes e armazenagem Dez-11 Dez-12 Alojamento, restauração e similares Actividades imobiliárias Outras actividades Figura 3.H: Empréstimos bancários a sociedades não financeiras (saldos em final de mês, não incluindo títulos; m.e.) Dentro da indústria, o setor mais atingido (entre dezembro de 2011 e dezembro de 2012) foi o setor automóvel (com uma redução do stock de crédito de 15.5%), seguido da fabricação de pasta, de papel, cartão e impressão (14.1%) e da madeira, cortiça e mobiliário (12.7%). O setor dos têxteis e do vestuário, que em 2011 tinha sido o mais severamente afetado pela contração do crédito, sofreu, em 2012, uma redução de 7.8%, ainda superior à média da indústria. CIP Confederação Empresarial de Portugal 39/57