1 DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO PONTO 1: Dissídio Coletivo PONTO 2: Dissídio Coletivo do Trabalho PONTO 3: Competência para Julgamento do Dissídio Coletivo 1. Dissídio Coletivo: - Acordo coletivo: negociação coletiva pelo sindicato dos empregados de uma determinada categoria, diretamente com uma empresa. - Convenção coletiva: Sindicato dos empregados negociando com o Sindicato dos Empregadores. Para toda uma categoria. Quando frustrada ambas teríamos uma possibilidade de arbitragem para tentar solucionar este litígio. E quando esta não for optada pelas partes é que surge o dissídio coletivo que se trata da negociação coletiva frustrada. 2. Dissídio Coletivo do Trabalho: - Direito individual: Disposições previstas tanto na legislação trabalhista, como no contrato de trabalho, que regulam o contrato individual de trabalho. - Direito administrativo. - Direito processual do trabalho. Fonte de Direito Coletivo Art. 8 1 CF Principais diretrizes em relação ao direito coletivo do trabalho. 1 Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical; II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município; III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas; IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato; VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
2 Princípios do Direito Coletivo: - Liberdade Sindical: Livre criação de sindicato. Não é necessária autorização do Estado para criar um sindicato. A principal diferença entre sindicato e associação é que, esta representa apenas os seus filiados (associados), enquanto naquele, a representação é em relação a determinado interesse da categoria. Exige-se o registro no órgão competente. - Principio da unicidade sindical: Um único sindicato para cada categoria para uma única base territorial. Chama-se base territorial a área de atuação de um sindicato, e nessa base o sindicato atua com exclusividade. Entidade sindical: - Sindicato: Base territorial mínima (Município). Cinco Sindicatos da mesma categoria podem formar uma Federação. - Federação: Estado. Três Federações podem formar uma Confederação. - Confederação: Nacional Confederação e Federação são entidades sindicais de grau superior. Central sindical: - CUT, CGT, Força Sindical, etc. Associação de entidades sindicais. As centrais sindicais não possuem o poder (legitimidade) de representar a categoria. Portanto, apenas as Entidades Sindicais tem poder para fazer acordos coletivos, convenções coletivas e dissídios coletivos. VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais; VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
3 As centrais sindicais são financiadas por contribuição sindical, podendo estas, serem identificadas como órgão de atuação política. - Art. 511 CLT: Art. 511. É lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores autônomos ou profissionais liberais exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas. 1º A solidariedade de interesses econômicos dos que empreendem atividades idênticas, similares ou conexas, constitue o vínculo social básico que se denomina categoria econômica. 2º A similitude de condições de vida oriunda da profissão ou trabalho em comum, em situação de emprego na mesma atividade econômica ou em atividades econômicas similares ou conexas, compõe a expressão social elementar compreendida como categoria profissional. 3º Categoria profissional diferenciada é a que se forma dos empregados que exerçam profissões ou funções diferenciadas por força de estatuto profissional especial ou em consequência de condições de vida singulares. - 1 : categoria Econômica Empregador, Patronal. - 2 : categoria Profissional Empregados, Trabalhadores ou Obreiros. - 3 : categoria Diferenciada Profissão Regulamentada, exemplo, vigilante ou vigia. Fazem parte de uma mesma categoria, aqueles que, possuem atividades idênticas, similares e conexas. Súmula 374 2 TST Quando o empregador está obrigado a cumprir as disposições de norma coletiva de uma categoria diferenciada. Fontes de receita dos sindicatos: - Contribuição sindical/ Imposto Sindical / Contribuição Sindical propriamente dita: Prevista na CF art. 8, IV, parte final, como sendo a contribuição prevista em lei. Não poderia ser chamado de imposto, pois o valor arrecadado é vinculado. Financia todas as entidades Sindicais e as centrais sindicais. 2 Súmula 374 TST: Empregado integrante de categoria profissional diferenciada não tem o direito de haver de seu empregador vantagens previstas em instrumento coletivo no qual a empresa não foi representada por órgão de classe de sua categoria.
4 É chamado de imposto sindical, pois é compulsória, todo empregado e todo empregador são obrigados a efetuar o pagamento desta contribuição. Ex: Em relação ao empregado 1 dia de trabalho pago uma vez por ano. - Contribuição Confederativa: Art. 8, primeira parte da CF. Instituída pela Assembléia Geral, revertida para a categoria profissional. Súmula 666 3 STF Somente os filiados. Oposição. Quem não for filiado não é obrigado a pagar contribuição confederativa. Direito de - Contribuição Assistencial: O TRT da 4ª Região entende que essa contribuição é devida por todos os membros da categoria econômica. O TST entende que só é obrigado a pagar quem quer pagar, pois se pode exercitar o Direito de Oposição. A contribuição assistencial tem como fonte, acordo coletivo, convenção coletiva e dissídio coletivo. - Mensalidade: Só é devida por quem for associado. O fato da pessoa não ser associada não perde o direito de ser representada. 3. Competência para Julgamento do Dissídio Coletivo: Art. 114, 1, 2, 3, CF: 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. 3 Súmula 666 STF: A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.
5 - Acordo coletivo. - Convenção coletiva. Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros (MPT). Não obtendo êxito em arbitragem, ocorre o ajuizamento do dissídio coletivo, perante o TRT ou TST. O 2 trata do comum acordo. O Dissídio coletivo tem natureza: - Econômica: cláusulas para contrato de trabalho. - Jurídica: interpretar disposições de dissídio coletivo. 3 : se não tiver comum acordo entre as partes o MPT, em caso de greve em atividade essencial pode ajuizar dissídio coletivo. TRT da 4ª Região Dispensa o comum acordo. O não comparecimento do Sindicato Patronal em dissídio coletivo não gera os efeitos da confissão ficta, pois não se trata de matéria de fato, mas sim, de matéria de direito. O TRT entende que o não comparecimento do Sindicato Patronal para justificação de não comum acordo importa no comum acordo tácito. O TST considera que a simples manifestação de ausência de comum acordo impede o ajuizamento do Dissídio Coletivo. Da decisão do TRT cabe Recurso Ordinário para o TST. - Art. 846 4, CLT Legitimados para ajuizar o Dissídio Coletivo Regra. 4 Art. 846 - Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação.
6 - Art. 857, parágrafo único 5, CLT federação e na falta desta confederação. - Art. 856 6, CLT em caso de suspensão do trabalho (greve). Presidente, Procuradoria da Justiça do Trabalho (MPT) art. 114, 3 7, CF. - Art. 859 8, CLT Quorum para aprovação em Assembléia Geral: - 1ª convocação aprovação por 2/3 dos associados. - 2ª convocação aprovação de 2/3 dos presentes. Procedimento - art. 860 e seguintes: Dissídio Coletivo nunca poderá ser ajuizado em Vara do Trabalho, mas a audiência poderá ser realizada perante uma Vara do Trabalho (art. 866 9, CLT). Na audiência o Sindicato poderá ser representado por preposto com conhecimento do dissídio (art. 861 10 ). Início da vigência da sentença normativa art. 867, parágrafo único 11, CLT: 5 Art. 857. Parágrafo único. Quando não houver sindicato representativo da categoria econômica ou profissional, poderá a representação ser instaurada pelas federações correspondentes e, na falta destas, pelas confederações respectivas, no âmbito de sua representação. 6 Art. 856 - A instância será instaurada mediante representação escrita ao Presidente do Tribunal. Poderá ser também instaurada por iniciativa do presidente, ou, ainda, a requerimento da Procuradoria da Justiça do Trabalho, sempre que ocorrer suspensão do trabalho. 7 Art. 114, 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 8 Art. 859 - A representação dos sindicatos para instauração da instância fica subordinada à aprovação de assembléia, da qual participem os associados interessados na solução do dissídio coletivo, em primeira convocação, por maioria de 2/3 (dois terços) dos mesmos, ou, em segunda convocação, por 2/3 (dois terços) dos presentes. 9 Art. 866 - Quando o dissídio ocorrer fora da sede do Tribunal, poderá o presidente, se julgar conveniente, delegar à autoridade local as atribuições de que tratam os arts. 860 e 862. Nesse caso, não havendo conciliação, a autoridade delegada encaminhará o processo ao Tribunal, fazendo exposição circunstanciada dos fatos e indicando a solução que lhe parecer conveniente. 10 Art. 861 - É facultado ao empregador fazer-se representar na audiência pelo gerente, ou por qualquer outro preposto que tenha conhecimento do dissídio, e por cujas declarações será sempre responsável. 11 Art. 867. Parágrafo único - A sentença normativa vigorará: a) a partir da data de sua publicação, quando ajuizado o dissídio após o prazo do art. 616, 3º, ou, quando não existir acordo, convenção ou sentença normativa em vigor, da data do ajuizamento;
7 Dissídio em vigor, duas possibilidades: Ajuizamento antes e ajuizamento depois de 60 dias. Sempre que for ajuizado dissídio após os 60 dias para acabar o dissídio antigo ou após findado o prazo do dissídio (prazo máximo de 4 anos), a vigência começa na data da publicação (art. 867, 1ª parte). Na segunda parte depois da vigência do dissídio coletivo, início da vigência na data do ajuizamento (efeito ex tunc ). Se ajuizado antes dos 60 dias para o final do dissídio coletivo, a data da vigência começa no primeiro dia após o término do dissídio anterior (alínea b ). Como regra, acordo, convenção ou dissídio só produzirão efeitos durante o prazo de sua vigência. Existe a exceção de eficácia após a vigência em relação ao direito adquirido. Por exemplo, quando estabelecido em uma cláusula que a gestante terá uma estabilidade por 7 meses após o parto. Esta emprega comprovou a gravidez dentro do prazo de convenção, acordo ou dissídio, e o parto veio a ocorrer após o prazo. Assim, ela adquiriu o direito de ter 7 meses de estabilidade após o parto que será exercido após o prazo de vigência. Existe a possibilidade de estender as cláusulas de um dissídio coletivo para outros empregados (art. 869 12 CLT). Necessidade de convalidação nos termos do art. 870 13 CLT. vigência. É possível a revisão do Dissídio coletivo Art. 873 14, CLT, após um ano de sua b) a partir do dia imediato ao termo final de vigência do acordo, convenção ou sentença normativa, quando ajuizado o dissídio no prazo do art. 616, 3º. 12 Art. 869 - A decisão sobre novas condições de trabalho poderá também ser estendida a todos os empregados da mesma categoria profissional compreendida na jurisdição do Tribunal: a) por solicitação de 1 (um) ou mais empregadores, ou de qualquer sindicato destes; b) por solicitação de 1 (um) ou mais sindicatos de empregados; c) ex officio, pelo Tribunal que houver proferido a decisão; d) por solicitação da Procuradoria da Justiça do Trabalho. 13 Art. 870 - Para que a decisão possa ser estendida, na forma do artigo anterior, torna-se preciso que 3/4 (três quartos) dos empregadores e 3/4 (três quartos) dos empregados, ou os respectivos sindicatos, concordem com a extensão da decisão. 14 Art. 873 - Decorrido mais de 1 (um) ano de sua vigência, caberá revisão das decisões que fixarem condições de trabalho, quando se tiverem modificado as circunstâncias que as ditaram, de modo que tais condições se hajam tornado injustas ou inaplicáveis.
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