FÓRUM PERMANENTE DE DEBATES

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Transcrição:

FÓRUM PERMANENTE DE DEBATES Relatório Preliminar da Comissão Especial de Estudos sobre Uso e Proteção dos Recursos Hídricos Subterrâneos 1. RELATO DAS ATIVIDADES: No dia 23 de março de 2006, na sede da AEAARP, com presença do Prof. Dr. Osmar Sinelli, do facilitador do Projeto da OEA Aquífero Guarani Prof. Dr. Heraldo Campos, do Diretor Regional do DAEE, Engº Civil Carlos Eduardo Nascimento Alencastre, do Diretor Superintendente do DAERP, Engº Civil Darwin Jose Alves, representado pelo Engº Civil Adalton Gilberto Santini, e do Diretor do DAERP Geólogo João Paulo Fonseca Correia, em sessão aberta aos associados e a participação publica, foi debatido o tema: USO E PROTEÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS Iniciados os trabalhos, os debatedores expuseram os estudos realizados e conhecimentos adquiridos a respeito do Aqüífero Guarani, principalmente em relação à questão da super-explotação a que o mesmo está submetido na cidade de Ribeirão Preto, colocando também os problemas reais de contaminação devido a disposição inadequada de resíduos sólidos no município, em passado recente e mesmo no atual momento e do descontrole do número de poços sem a qualidade técnica adequada, situações estas que podem comprometer a qualidade da água a ser utilizada pelas gerações futuras. 1

Foi enfatizado que com o crescimento da cidade e o conseqüente aumento do consumo, Ribeirão Preto já pode considerar a hipótese de, em curto prazo, para seu abastecimento, servir-se das águas do rio Pardo. Preocupação especial quanto ao número de postos de abastecimento de combustíveis existentes na cidade, o que na visão dos debatedores pode representar um risco de contaminação do Aqüífero. Foi exposto ao público presente, o esforço que o DAERP está realizando para garantir o fornecimento de água à população, sendo ressaltado que o mesmo não possui um controle adequado quanto à produção / consumo de água, isto é, não possui dados sobre perdas do sistema. Foi ressaltada também a questão do grande consumo per capita na cidade, a questão da inadimplência que é elevada e a baixa capacidade de investimento da Empresa, sendo que no momento estão sendo realizadas algumas ações essenciais, visando um maior controle sobre a extração de água nos poços da cidade. Também foram esclarecidos os cuidados necessários que o DAERP vem tendo e da utilização das técnicas mais adequadas de perfuração de poços profundos, sendo que o grande número de poços abandonados e/ou executados sem os cuidados mínimos é um elevado fator de risco de contaminação do Aqüífero. A nova legislação a respeito de cobrança pelo uso da água, que deverá entrar em vigor brevemente também foi explanada e que inclusive o DAERP estará sujeito ao pagamento pelo uso com o conseqüente aumento de tarifas de água para a população. Terminada a exposição e o esclarecimento das dúvidas do público presente, esta comissão sistematizou todos os assuntos abordados em 3 (três) grandes temas considerados relevantes: 1) Por Ribeirão Preto estar situado em região de recarga do aqüífero; 2) A super-explotação a que o Aqüífero está submetido na região e na cidade de Ribeirão Preto e; 2

3) A situação de vulnerabilidade a que o Aqüífero está exposto na cidade e região. As principais justificativas, entre outras, em geral enfatizadas por todos os debatedores, foram as seguintes: 1) Região de Recarga Ribeirão Preto e a região compreendida por municípios situados em sua área leste, pelo conhecimento acadêmico acumulado até o presente, são uma das duas regiões existentes em todo o Aqüífero considerado como área de recarga. Daí sua importância como área a ser tratada com cuidados especiais, como forma de se garantir a manutenção do manancial, considerado como o maior do mundo e de excelente qualidade de suas águas. A impermeabilização do solo na área urbanizada e o desmatamento e uso inadequado do solo na área rural, provoca um escoamento superficial elevado, diminuindo a capacidade de recarga do Aqüífero e sobrecarregando os cursos d água com volumes e materiais em quantidades superiores a sua capacidade de absorção, provocando sedimentação elevada e enchentes indesejáveis, principalmente nas áreas urbanas. 2) Super-explotação Segundo estudos divulgados pelos debatedores, o Aqüífero, na cidade de Ribeirão Preto, vem sendo rebaixado a níveis preocupantes, chegando em certas regiões da cidade, a mais de 40 metros. Muitos poços do próprio DAERP já foram desativados e vários poços jorrantes que existiam há 30 anos atrás hoje não mais existem. Devido a esse histórico, foi mencionado que a cidade já deve considerar a alternativa de captação de água no rio Pardo. 3

Os debatedores mencionaram que os estudos já realizados, sugerem que a explotação na região de Ribeirão Preto é cerca de 10 (dez) vezes maior que a sua capacidade de recarga, situação esta que tende a aumentar devido ao crescimento da cidade e tal situação contraria todos os conceitos de sustentabilidade. A falta de cadastramento e controle dos poços perfurados por particulares e por vezes para usos menos nobres da água, contribui para o rebaixamento do Aqüífero, podendo constituir-se em um fator de risco de contaminação do mesmo. A perda de água na rede pública, apesar de não mensurada por falta de melhores mecanismos que controlem o diferencial entre extração e consumo, contribui para a super-explotação do Aqüífero. 2) Vulnerabilidade O elevado número de poços abandonados, quer públicos ou privados, é um fator de risco acentuado para contaminação, na medida em que é um canal aberto entre a superfície e o Aqüífero situado a dezenas ou centenas de metros abaixo da superfície. O passivo ambiental acumulado devido ao desconhecimento ou a inexistência de legislação que regulasse o assunto no passado, promovido principalmente pelo Setor Público, representa grave ameaça de contaminação da água superficial e mesmo do Aquífero. Tal fenômeno ainda ocorre, principalmente em função da existência de inúmeros locais inapropriados para o descarte de resíduos sólidos da construção civil, agravada pela falta de controle e fiscalização adequadas. Representam riscos também a existência de vários bairros na cidade que não contam com rede coletora de esgotos, obrigando seus moradores a disporem de seus dejetos em poços de infiltração; a existência de inúmeras indústrias, notadamente média e pequenas, pulverizadas por toda a área urbana, dificultando o controle e o monitoramento de seus efluentes. Os postos de combustível representam sério potencial de contaminação, na medida em que estão pulverizados pela área urbana e sua fonte de contaminação 4

está enterrada. Quando há descoberta de um vazamento, normalmente um grande volume de líquidos combustíveis já se infiltrou pelo solo e sua remediação é muito difícil, senão impossível. Na área rural, a constante utilização de agrotóxicos e fertilizantes pela agricultura intensiva é um fator de risco e que, pela área envolvida, não há possibilidade de remediação. Os estudos indicam que ainda não há motivos para preocupação, mas, se houver, muito pouco ou nada poderá ser feito para remediar a situação. Apresentados os aspectos relevantes e as respectivas justificativas, foi possível extrair dos próprios palestrantes e do público presente e, após, em reunião realizada com os associados da AEAARP, propostas visando à proteção do Aqüífero Guarani e que podem fazer parte do Plano Diretor do Município ou de leis que o complementam. 2. PROPOSTAS: 1) Fazer parte do próprio Plano Diretor ou este considerar, que o Poder Público proponha Projeto de Lei em que haja a obrigatoriedade de retenção para infiltração no solo, de água pluvial no próprio lote, relativo às suas áreas de telhado, em quantidade ou área a ser estudada. Habitações consideradas populares poderiam estar isentas destas medidas; 2) Fazer parte do Plano Diretor ou de lei que venha a regular o assunto, que todos os loteamentos e condomínios, inclusive os verticais, deverão reter para infiltração ou aproveitamento, a água pluvial oriunda de suas áreas impermeáveis comuns, com possibilidade de concessão de incentivos fiscais para casos de aproveitamento da água pluvial; 5

3) Fazer parte do Plano Diretor ou este considerar que o Poder Púbico proponha Projeto de Lei em que considere como mínimo de área permeável por lote de terreno diferenciado por regiões do município. Outros mecanismos artificiais que garantam na mesma proporção à infiltração ou aproveitamento de águas pluviais poderiam também contar com incentivos fiscais; 4) Fazer parte do Plano Diretor a menção de que o Poder Público deverá, em conjunto com municípios vizinhos situados na região considerada como de recarga do Aqüífero Guarani, a elaboração de um Zoneamento Econômico Ambiental em que considere as culturas e ocupações mais apropriadas para a área rural; 5) Fazer parte do Plano Diretor que a futura Lei de Uso e Ocupação do Solo nas áreas de recarga do Aqüífero deverá prever tratamento diferenciado para ocupações e empreendimentos, em relação às demais áreas da cidade; 6) Descrever no Plano Diretor a questão do Saneamento Ambiental do Município, dando-se ênfase especial à questão dos efluentes líquidos, da poluição difusa e dos resíduos sólidos (domiciliares, construções civis, industriais, hospitalares); 7) Prever no Plano Diretor, que através de Plano Diretor Rural ou outra peça legal que o represente, o controle e o monitoramento de substâncias consideradas contaminantes utilizados pela atividade agrícola na área do município e incentivando os municípios vizinhos a adoção de procedimentos semelhantes; 8) Prever no Plano Diretor que a concessionária de serviços públicos que explora os serviços de fornecimento de água e coleta de esgotos deverá estabelecer Plano de Gestão para suas atividades e que a mesma deverá trabalhar com regime de metas; que esta Empresa deverá trabalhar em colaboração com o 6

Órgão Estadual (DAEE), no sentido de informar a existência de possíveis poços profundos não autorizados pelo Poder Público; 9) Prever em Plano Diretor a elaboração de uma rede de monitoramento permanente do Aqüífero utilizando os poços desativados e em locais próximos a existência de passivos já conhecidos; 10) Prever em Plano Diretor a prioridade para ocupação de vazios urbanos em detrimento de abertura de novos loteamentos em áreas periféricas; 11) Prever em Plano Diretor o incremento nas atividades de Educação Ambiental como matéria da grade curricular; 12) Prever em Plano Diretor que o Poder Público Municipal deve primar pelo exemplo de adoção de práticas conservacionistas, utilizando em suas novas instalações todos os conceitos e tecnologia para uso sustentável dos recursos naturais, devendo nas instalações da rede de ensino estar aptas a se integrarem à Educação Ambiental; 13) Prever em Plano Diretor ou em lei por este citada, a instituição de Programa para Conservação de Águas em Edificações considerando principalmente os seguintes aspectos: - Aproveitamento de água pluvial; - Reuso de água servida; - Uso de aparelhos economizadores; - Medição individualizada para condomínios horizontais e verticais. 7

14) Criação em Plano Diretor ou em lei por este citada, do Conselho Municipal de Recursos Hídricos, com atribuições semelhantes a dos demais conselhos existentes no Município. 8

Membros da Comissão: Engenheiro Civil Luiz Umberto Menegucci - Coordenador Engenheiro Civil Carlos De Bonifácio - Coordenador Engenheiro Mecânico e Civil André Teixeira Hernandes Geólogo Rogério Bassan Arquiteto e Urbanista Sílvio Contart 9