HIMENOLEPÍASE. ATUALIZAÇÃO E PREVALÊNCIA NO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFPE.

Documentos relacionados
HIMENOLEPÍASE RA:

PREVALÊNCIA DE GIARDIA LAMBLIA NA CIDADE DE BURITAMA ESTADO DE SÃO PAULO

Disciplina de Parasitologia

EPIDEMIOLOGIA DO PARASITISMO PROVOCADO POR HYMENOLEPIS NANA UNICATÓLICA; RESUMO

Aula 06. Olá pessoal, hoje iremos conhecer um parasita muito frequente em nossa região a. Taenia. TAENIA sp. (Teníase e Cisticercose) Introdução

Teníase e Cisticercose. Disciplina: Parasitologia Curso: Análises Clínicas 3º. Módulo Docente: Profa. Dra. Marilanda Ferreira Bellini

ANAIS 37ºANCLIVEPA p.0167

Giardíase Giardia lamblia

Ocorrência de parasites intestinais em escolares da Escola Estadual de l. Grau Dom Abel, em Goiânia

Relações Parasitas e Hospedeiros. Aula 03 Profº Ricardo Dalla Zanna

ENTEROPARASITOSES COMO FATOR DE INTERFERÊNCIA NEGATIVA NOS PROCESSOS EDUCATIVOS DE ESCOLAS DA ZONA URBANA DE SANTANA DO IPANEMA, AL.

PREVALÊNCIA DE PARASITAS GASTROINTESTINAIS EM AMOSTRAS DE FEZES CANINAS ANALISADAS NA REGIÃO DA BAIXADA SANTISTA SP

a) I, II e III corretas b) I e II corretas c) I e III corretas d) II e III corretas e) III correta

ENFERMAGEM DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. OUTRAS DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS Aula 1. Profª. Tatiane da Silva Campos

Ascaris lumbricoides

16º CONEX - Encontro Conversando sobre Extensão na UEPG Resumo Expandido Modalidade B Apresentação de resultados de ações e/ou atividades

Projeto de Monitoria: Estudo Microscópico de Protozoários, Helmintos e Artrópodes.

FREQUÊNCIA DE ENTEROPARASITOSES EM CRIANÇAS DE PONTA GROSSA PR

EDUCAÇÃO PREVENTIVA DA ANCILOSTOMÍASE ABORDANDO ASPECTOS FISIOPATOLÓGICOS EM ESCOLA MUNICIPAL DE JOÃO PESSOA

Classe Nematoda. Ascaridíase

Giardia lamblia. Profª Me. Anny C. G. Granzoto

PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA MEDICINA VETERINÁRIA

PREVALÊNCIA DE PARASITOS INTESTINAIS EM GATOS DOMÉSTICOS JOVENS COM DIARREIA PREVALENCE OF INTESTINAL PARASITES IN YOUNG DOMESTIC CATS WITH DIARRHEA

TENÍASE E CISTICERCOSE PROFESSORA: MÁRCIA BUDTINGER

Aspectos epidemiológicos das parasitoses intestinais

INQUÉRITO PARASITOLÓGICO NA CECAP * DISTRITO-SEDE DE BOTUCATU, ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL

PREVALÊNCIA DE PARASITOSES EM PACIENTES ATENDIDOS EM LABORATÓRIOS DE PALMAS (TOCANTINS)

TENTATIVA DE ERRADICAÇÃO DA HIMENOLEPÍASE EM UMA COMUNIDADE SEMIFECHADA, EMPREGANDO-SE PRAZIQUANTEL RESUMO

AMEBÍASE E GIARDÍASE

Paróquia Nossa Senhora de Lourdes PROPONENTE: PARÓQUIA N. SRA. DE LOURDES - PE. NATAL BRAMBILLA

PREVENÇÃO DE ENTEROPARASITOS EM CRIANÇAS E MANIPULADORES DE ALIMENTOS EM CRECHES DA CIDADE DE JOÃO PESSOA - PB - PROBEX 2012

ANÁLISE DO ÍNDICE DE PARASITOSES INTESTINAIS E ESQUITOSSOMOSE NA ZONA RURAL RIBEIRINHA DO MUNICIPIO DE MOGEIRO, PARAÍBA

FREQUENCIA DE ENTEROPARASITOSES EM CRIANÇAS DE CINCO INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO DE PONTA GROSSA PR DURANTE OS ANOS DE 2014 A 2016

PREVALÊNCIA DE PROTOZOÁRIOS INTESTINAIS EM ESCO- LARES DOS SUBÚRBIOS DE PLATAFORMA E PERIPERI, SALVADOR - BAHIA * ** JOÃO A.

Introdução. Ascaridíase. Ascaridíases Distribuição Geográfica 18/10/2013. Doenças de Veiculação Hídrica e Alimentar

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ANÁLISES CLÍNICAS PLANO DE ENSINO SEMESTRE 2016/2

do Departamento de Métodos e Técnicas de Ensino da Universidade Federal de Pernambuco, UFPE.

Ano VII Número 12 Janeiro de 2009 Periódicos Semestral. Multiceps multiceps. TRENTIN, Thays de Campos LÉO, Vivian Fazolaro

Estrongiloidíase. - São 52 espécies pertencentes à família Strongyloididae, mas apenas o S. stercoralis é patogênico para o homem.

O complexo teníase-cisticercose engloba, na realidade, duas doenças distintas,

Reino Animal Filo Nematelmintos. Turma: 7 C Professora: Mariana Mello

OS HELMINTOS CONSTITUEM UM GRUPO MUITO NUMEROSO DE ANIMAIS, INCLUINDO ESPÉCIES DE VIDA LIVRE E DE VIDA PARASITÁRIA

CISTICERCOSE EM SUÍNOS

A profilaxia consiste na educação sanitária, em cozinhar bem as carnes e na fiscalização da carne e seus derivados (lingüiça, salame, chouriço,etc.

INCIDÊNCIA E FATORES DE RISCO PARA A SÍFILIS CONGÊNITA NO ESTADO DA PARAÍBA

FILO NEMATELMINTOS. Nematelmintos - Os vermes em forma de fio

Questões Parasitologia- 1ª Prova

PESQUISA DE LARVAS E OVOS DE ANCILOSTOMÍDEOS EM LOCAIS PÚBLICOS DE SERINGUEIRAS, RONDÔNIA.

ENTEROPARASITOSES EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABRIGAMENTO

ESTUDO COMPARATIVO DOS MÉTODOS COPROLÓGICOS DE LUTZ, KATO-KATZ E FAUST MODIFICADO *

Nematódeos. cutânea. - infecção muco-cutânea. Classificação

PARASITOSES EMERGENTES e OPORTUNISTAS

Toxocara canis Toxocara cati

ECHINOCOCCUS GRANULOSUS

INCIDÊNCIA DE HIMENOLEPÍASE NANA E TAENIA SP NO INSTI TUTO DE MEDICINA TROPICAL DA U.F.Pe. NO PERÍODO DE 1968 A 1970 *

12. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Características gerais

CESTÓIDES. Taenia solium Taenia saginata Hymenolepis nana Diphyllobothrium latum Dipylidium caninum

DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ÁGUA E ALIMENTOS 1

Apostila de Parasitologia Humana Parte II Helmintos

Apostila de Parasitologia Humana Parte II Helmintos

( 02 ) Teórica ( 02 ) Prática

TÍTULO: AUTORES: INSTITUIÇÃO ÁREA TEMÁTICA

Aula de Parasitologia Clínica Michel Parente Gomes

Parasitologia clínica Curso: Ciências Biológicas Modalidade Médica. Professora Rose

Disciplina: Parasitologia Curso: Análises Clínicas 3º. Módulo Docente: Profa. Dra. Marilanda Ferreira Bellini

VERMINOSES. Professor BELLINATI BIOLOGIA

INTRODUÇÃO. 15. CONEX Resumo Expandido - ISSN

PREVALÊNCIA DE ENTEROPARASITAS NA POPULAÇÃO URBANA DO 2. SUBDISTRITO DE BOTUCATU *

INVESTIGAÇÃO SOROEPIDEMIOLÓGICA SOBRE A LARVA MIGRANS VISCERAL POR TOXOCARA CANIS EM USUÁRIOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE DE GOIÂNIA GO

OCORRÊNCIA DE ENTEROPARASITOSES EM ALUNOS DE DUAS ESCOLAS NO DISTRITO DE ITAIACOCA EM PONTA GROSSA - PARANÁ

AMEBÍASE. e Entamoeba histolytica. Satie Katagiri. São Paulo, março de 2010.

Prevalência de parasitas intestinais em habitantes do rio Negro, Estado do Amazonas, Brasil.

Apresentam simetria bilateral o corpo pode ser dividido longitudinalmente em duas partes iguais.

Platelminthes. Características. Teníase Taenia soliun. Platelminthes. Parasitologia Aplicada à Farmácia 4/10/2010. Klisiowicz, D.R.

INVESTIGAÇÃO DE ENTEROPARASITOSES EM PRÉ- ESCOLARES NO MUNICÍPIO DE JUAZEIRO DO NORTE, CEARÁ

CONTROLE DE PARASITOSES INTESTINAIS ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE EM CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE CASCAVEL PR

Yara Bandeira Azevedo, M.Sc. HELMINTOLOGIA

Universidade Federal de Pernambuco Centro de Ciências da Saúde PET Parasitologia. Giardia lamblia. Aluna: Gabriela Floro 4º Período - Nutrição

EM UMA COMUNIDADE DO LESTE MINEIRO

Taxonomia. Taeniidae ase, Cisticercose e Hidatiose Hospedeiros. Morfologia - Adulto. Morfologia Adulto

Giardíase. - É a principal parasitose intestinal (com maior incidência do que a ascaridíase e a amebíase).

Cestóides: Taenia e Echinococcus. Felipe Seixas

OCORRÊNCIA DE ENTEROPARASITOSES EM ALUNOS DA ESCOLA MUNICIPALIZADA DEPUTADO SALIM SIMÃO EM SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA (RJ)

FREQUÊNCIA DE PARASITAS OBTIDOS DE AMOSTRAS FECAIS IDENTIFICADAS EM UM LABORATÓRIO PÚBLICO E OUTRO PRIVADO NO MUNICÍPIO DE DUQUE DE CAXIAS, RJ

TENÍASE Homem: Boi ou porco: Contaminação: Sintomas: Tratamento: Profilaxia:

FREQUÊNCIA DE ENTEROPARASITOSES EM CRIANÇAS DE PONTA GROSSA PR NO ANO DE 2017

PREVALÊNCIA DE ENTEROPARASITOS EM ESCOLARES DA REGIÃO DE PONTA GROSSA PARANÁ,

Eloísa da Silva* Mônica Frighetto** Nei Carlos Santin***

COLETA E COLETA CONSERVAÇÃO E DAS FEZES CONSERVAÇÃO DAS FEZES

TÍTULO: OCORRÊNCIA DE FELINOS DOMÉSTICOS (FELIS CATUS) NATURALMENTE INFECTADOS COM GIARDIA SP NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, SP, BRASIL

ANÁLISE COMPARATIVA DA SENSIBILIDADE DA TÉCNICA DE WILLIS, NO DIAGNÓSTICO PARASITOLÓGICO DA ANCILOSTOMÍASE

IDENTIFICAÇÃO E TRATAMENTO DE ENDOPARASITOSES EM PACIENTES DA TERCEIRA IDADE

PREVALÊNCIA DE PARASITOSES INTESTINAIS EM ESCOLARES NO MUNICÍPIO DE SÃO JOAQUIM, SC *

Anais do 2º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária Belo Horizonte 12 a 15 de setembro de 2004

AVALIAÇÃO DA PRESENÇA DE PROTOZOÁRIOS INTESTINAIS EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO RIO DE JANEIRO BRASIL

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS CÃMPUS JATAÍ PLANO DE ENSINO

PERFIL DE PARASITAS GASTROINTESTINAIS ENCONTRADOS EM EQUINOS DE ESPORTE DE DUAS CABANHAS DE CAVALOS CRIOULOS

Ano VI Número 11 Julho de 2008 Periódicos Semestral TENIOSE BOVINA. FRANCO, Débora Fernandes PARRA, Handerson Vassoler REMUSKA, Rosa Dias

Transcrição:

Rcv. Pai. Trop., 22(1):57-70, jtn./jun. 1993. HIMENOLEPÍASE. ATUALIZAÇÃO E PREVALÊNCIA NO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFPE. _ Donald Williams Huggins', Luzidalva Barbosa de Medeiros", Eleonora Ramos de Oliveira" RESUMO Os autores realizaram uma atualização clínica, laboratorial e terapêutica sobre a himenolepíase e em seguida apresentam sua prevalência no Hospital das Clínicas da UFPE, Brasil. UNITERMOS: Helmintíases; plalelmintos; cestótdes; Ciclophylideos; Hymdiolepis nana. Sínonímia: Tênia anã (Dwarf tapeworm) Etiologia É determinada comumente pela tênia Hymenolepis nana (SIEBOLD, 1852; BLANCHARD, 1891) e raramente pela Hymenolepis diminuta (Tênia do rato). A Hymenolepis nana é um cestóide de pequena dimensão - l a 5 cm (10 a 50 mm) de comprimento, daí ser denominada tênia anã (Dwarf tapeworm); é parasito comum em crianças e adultos jovens. Cosmopolita, encontrada em climas tropicais e subtropi- * Prof. Adjunto da Disciplina de Doenças Infecciosas e Parasitárias da UFPE. " Prof. Assistente da Disciplina de Iniciação ao Exame Clinico da UFPE. ' * Residente 2 de Clínica Pediátrica da Fac. Med. Univ. Uberlândia, Minas Gerais, Brasil. Endereço para correspondência: Dr. Donald Huggins. Av. Cons. Aguiar, 2627/1104. Boa Viagem, Recife. Brasil. CEP: 51020-020.

58 HUGGIENS, D. W.; MEDEIROS, L. B. de; OLIVEIRA, E. R. de. Hiroenolepíase. Atualizaçáo c prevalência no Hospital das Clínicas da UFPE. Rev. Pai, Trop., 22(1):57-70, jan./jun. 1993. cais, possuindo escólex globoso e com um único rostro constituído por uma única fileira de 24-30 acúleos (ganchos ou espinhos), medindo 14-20 me, diferenciando-a da Hymenolepis diminuta, que é desprovida de espinhos. O colo (pescoço) é longo, com os primeiros anéis curtos e os restantes mais largos que compridos. Os próglotes grávidos estão cheios de ovos, que medem 30-50 me; são ovóides, incolores, transparentes e bastante característicos - membrana externa delgada e interna transparente (translúcida). Possui em cada pólo um mamclão bem nítido. Entre as duas membranas existe um espaço transparente com cerca de 7 me. Quanto a sua resistência, segundo SPLINDER (43), morrem em três a quatro dias e na água perdem sua infectividade em três dias. Daí, concluir-se que a infecção é feita comumente pelo contágio direito (Homem-Homem). A longevidade dos vermes adultos no trato digestivo humano é muito pequena - não conseguindo sobreviver mais do que 14 dias (46). No rato, encontra-se uma tênia semelhante à Hymenolepis nana que alguns autores identificam como Hymenolepis nana e outros a consideram espécie diferente e a denominam de Hymenolepis fraterna, em vista de não infectarem este muríneo com ovos de Hymenolepis nana de procedência humana. Autores modernos (17) concluem pela identidade biológica da Hymenolepis nana do homem e a Hymenolepis fraterna dos ratos. Já SHORB (39) acredita na existência de três espécies morfologicamente distintas: uma frequente no Homem (Hymenolepis nana); outra parasito de camundongos (Hymenolepis nana fraterna) c a terceira que chama raça M da Hymenolcpis nana fraterna, comum no rato. Seu "habitat" é a porção terminal do íleo, onde pode ser encontrada em grande número - centena a milhares (2.000 a 4.000 (36)). BRUPT (10), acredita na possibilidade de autoinfcçõcs para poder explicar casos com grande parasitismo. Monoxênico (Figuras l, 2) CICLO EVOLUTIVO E/OU BIOLÓGICO Os ovos eliminados juntamente com as fezes são ingeridos pelo homem. Na altura do intestino delgado, põe em liberdade o embrião ou oncosfera, que penetra nas vilosidades intestinais e, em quatro dias, transforma-se cm larva cisticercóide. De/ dias após, já maduras (adultos), saem das vilosidades, dcsinvaginam-se e se fixam na mucosa pelo escólex (Figura 3). Em aproximadamente vinte dias, atingem a maturidade. Os vermes adultos sobrevivem apenas 14 dias (46), quando morrem c são expulsos. HUGGIENS. D. W.; MEDEIROS, L. B. de; OLIVEIRA, E. R. de. Himenolepíase. AlualizaçAo c Heteroxênico (Figura 1) $» CICLO»" MONOXÍN1GO V -íh. ív.. ** o ^i, \ % CICLO ^A- HETEROXENÍCO, ^' Fíg. l - Ciclos monoxênico e heteroxênico do Hymenolepis nana. Os ovos eliminados com as fezes ao chegarem ao solo, são ingeridos por larvas de insetos (pulgas:xenopsylla clieopis; Pulex irriíans e coleópteros de cereais: Tenebrio mollitor, Tenebrio obscurits e o TriboHium (que vivem na farinha) c ao atingirem o intestino destes insetos, liberam a oncosfera que se transforma, posteriormente, em larvas cisticercóides. O homem pode ingerir, acidenlalinenlr, insetos que contenham larvas cisticercóides e ao alcançarem o intestino delgado, dcsinvagina-se e fixa-se na mucosa (Figura 3). Vinte dias após são vermes adultos. Este tipo de ciclo, provoca uma hiperinfecção e, consequentementc, presença no tuim digestivo humano de grande número de helmintos. A transmissão mais comum é a ingestão dos ovos com alimentos contaminados ou presentes nas mãos sujas ou no leito subungueal, sobretudo nas crianças. (Contágio homem-hoiuem, direlo, assumindo os roedores papel secundário).

60 HUGGIENS, D. W.; MEDEIROS, L. B. de; OLIVEIRA, E. R. de. Himenolepíase. Alualizaçáo e HUGGIENS, D. W.; MEDEIROS, L. B. de; OLIVEIRA, E. R. de. Himenolepíase. Alualização c vtllut F1 ura T. Hymenalepk ÍM/V» I>*SMHI o) W* Fíg. 2 - Ciclo monoxênico do llymenotepis nana. ;<r-,!uil. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A maioria dos pacientes são assintomáticos. A sintomatologia está relacionada diretamente com a idade do enfermo c o número de parasites que alberga (36): Cólicas abdominais, náuseas, vómitos, anorexia, emagrecimento, diarreia, agitação, insónia, tonturas, convulsões, crises epileptiformes e fenómenos alérgicos: urticária, prurido anal, rinite, edema angioneurótico (edema de Quincke) e eosinofllia de 15%.. Fig. 3 - Hymenolepis nana; verme adulto invadindo a vilosidade inlcslinal humana. TRATAMENTO DIAGNÓSTICO 42, 45). A substância de escolha é praziquantel (3, 4, 6, 7, 8, 12, 2 l, 23, 24, 2#, 1 - Clínico: Difícil de ser realizado. 2 - Laboratorial: Exame parasitológico de fezes pela técnica de Hoffmann, Pons e Janer. (5t 8, 18, 20, 23, 32, 36, 44, 46) Nome comercial: Cestox Apresentação: Comprimidos com 150 mg (Caixa com 4)

62 HUGGIENS. D. W.; MEDEIROS, L. B. de; OLIVEIRA, E. R. de. Himenolepíase. Alualização e Dose: 25 mg x kg de peso (Dose única) ou 10 mg x kg conforme preconisação atual. (Adultos: 4 comp. de uma só vez e crianças apenas dois). A substância erradica 100% da parasitose. Tratamento opcional - Mebendazol (19, 26, 31). Nome comercial: Mebendazol (Biochimico, Vital Brasil e Zambeletti), Necamin, Panfugan, Pantelmin, Sirben, Vermil, Vermirax, etc. Apresentação: Comprimidos com 100 mg (Caixa com 6). Dose: Dois comprimidos (200 mg) em jejum e dois comprimidos (200 mg) ao deitar, durante três dias consecutivos (dose total 1.200 mg). Crianças abaixo de 5 anos de idade, metade da dose de adulto. OBS.: O Albendazol (Zentel, Zolben, Amplozol) recentemente incluído no arsenal terapêutico das parasitoses digestivas e sistémicas, não oferece um bom índice de cura parasitológica, razão pela qual não se emprega nesta helmintíase. PROFILAXIA l - Construção de fossas e latrinas; 2 - Educação sanitária: Higiene pessoal - Lavar bem as mãos antes das refeições e após a defecação; lavar bem as frutas e verduras antes de ingeri-las; peneirar os cereais antes de ingeri-los; 3 - Limpeza do assoalho do quarto de dormir - aspiração da poeira; 4 - Administração de inseticidas para destruir pulgas e coleópteros de cereais. HUGGIENS, D. W.; MEDEIROS, L. B. de; OLIVEIRA. E. R. de. Himenolepíase. Aluali/jicío c prevalência no Hospital das Clínicas da UFPE. Rev. Pai. Trop.. 22(1):57-70. jan./jun. 1993, DIAGNÓSTICO É feito através do exame parasitológico de fezes pela técnica de Hoffmann, Pons e Janer. TRATAMENTO Idêntico ao da Himenolepíase nana. MATERIAL E MÉTODOS O material da pesquisa, é constituído por 1.206 exames coproparasitológjcos realizados no Laboratório Central do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, Brasil, durante o período de 04 a 17 de maio de 1989, em doentes internados e de ambulatório. A maioria procedia da Capital (Recife) e residia em favelas, com baixas condições sócio-econômicas e uma pequena porcentagem cm cidades do interior do Estado (Pernambuco, Brasil). As técnicas empregadas para execução dos exames foram: 1 - Exame direto corado pelo lugol; 2 - Hoffmann, Pons e Janer, e 3 - Baermann-Moraes. Em todos os enfermos era preparado três lâminas para cada método. Outros cestóides podem ser encontrados parasitando as crianças: 1 - Hymenolepis diminuta, conhecida também como Tcnia do rato e camundongo (rat or mice tapeworm), sendo parasito habitual deles e, acidentalmente, pode ser encontrada colonizando o tubo digestivo humano, sendo, porém, eliminada espontaneamente; em alguns doentes determina discretos sintomas. 2 - Dipyllidium caninttm - Parasito obrigatório do cão e gato, além de outros canídeos e felinos selvagens. Possui tamanho entre 40 a 70 cm de comprimento. Parasita acidentalmente o homem pela ingestão de insetos (pulgas) contaminadas. A sintomatologia é discreta, porém em crianças pode surgir desconforto abdominal, diarreia, prurido anal e irritabilidade. RESULTADOS Verificou-se os seguintes dados: Total de exames executados - 1.206 Total de exames positivos - 583-48,34% Total de exames negativos - 623-51,65% Total 1.206-99,99% Positivos para Hymenolepis nana: % do total - % dos positivos 0,82% - 1,7% (10 casos) (10 casos)

64 HUGGIENS, D. W.; MEDEIROS, L. B. de; OLIVEIRA, E. R. de. Himenolepíase. Atualizaçáo e prevalência no Hospital das Clínicas da UFPE. Rev. Pat. Trop-, 22(1):57-70, jan./jun. 1993. PESSOA e CORRÊA (35) efetuando um inquérito coproparasitológico na cidade de São Paulo em 17.500 pessoas, encontraram cm 9.000 exames positivos, 855 casos (9,5%) parasitados pelo Hymenolepis nana. Concluíram que o helminto em tela é frequente em São Paulo e muito comum cm crianças, aumentando sua incidência até os 12 anos de idade. Também na cidade de São Paulo, CORRÊA e TAUNAY (15) realizaram, em 500 escolares, um inquérito parasitológico de fezes através de vários métodos: exame direto corado pelo lugol, Faust e cot., Willis e contagem de ovos pela técnica de Stoll-Hausheer. Encontraram em 393 exames positivos (78,6%), 44 crianças (11,19%) parasitadas pelo Hymenolepis nana. O grupo etário oscilou entre 7 e 14 anos, sendo que entre 9 e 10 anos a incidência da hclmintíasc foi maior, em torno de 10,89% (17 casos). LIMA e BARANSKI (27) em Curitiba, realizaram um inquérito coproparasitológico em 150 escolares, de ambos os sexos, com idades entre 7 e 14 anos e procedentes de todas as zonas urbanas da Capital. O método escolhido foi o de Faust e col., em fezes formadas e eliminadas espontaneamente. Obtiveram em 120 exames positivos (80%), sete casos (4,66%), infectados pelo Hymenolepis nana. Ainda em Curitiba, ALMEIDA (1) e col., usando as técnicas de Faust e col., e a de Hoffmann, Pons e Janer, em 1.164 amostras de fezes de pessoas residentes na Capital, compreendendo alunos do SENAI (12 a 18 anos), alunos de grupos escolares (7 a 14 anos) e estudantes de cursos superiores, encontraram apenas 12 casos (1,1%), infectados. CINTRA e RUGAI em Bauru (São Paulo), realizaram 2.879 exames de fezes em escolares primários entre 4 e 14 anos, utilizando os métodos de Willis e o de Hoffmann, Pons e Janer, durante o período de Jan/54, encontrando os seguintes índices de infecção: em 2.110 exames positivos (73,3%), verificaram 134 positivos (6,3%) para Hymenolepis nana. COUTINHO e FIGUEIRA (16) em 1.238 crianças da Vila Mariana, São Paulo (Capital), matriculadas no Serviço de Clínica Pediátrica do Centro de Saúde, empregando a técnica de Faust e col., encontraram em 949 exames positivos (73,86%), 40 casos infectados (4,2%). SACRAMENTO e SILVA (37) estudaram a incidência de parasitoses intestinais no Posto de Puericultura de Araçatuba (São Paulo). Realizaram 2.000 exames de fezes pelas técnicas: método direto, de Willis, Hoffmann e Baermann- Moraes, obtendo o seguinte resultado: em 1.800 exames positivos (90%), 198 casos, ou seja (11%) infectados. SANTOS (38) em um inquérito coprológico realizado simultaneamente em Ilhéus e Uruçuca (Bahia) pela VIII Bandeira Científica do Centro Académico HUGGIENS, D. W.; MEDEIROS, L. B. de; OLIVEIRA, E. R. de. Himenolepíase. Atualizaçáo e "Oswaldo Cruz" da Faculdade de Medicina da USP, em janeiro de 1967, em 268 indivíduos residentes nas zonas urbanas e suburbanas da última cidade, pelo método de MIFC (preconisado por AMATO NETO e CORRÊA, 1980) (5), observou em 240 exames positivos (89,6%), 04 casos (1,66%) infectados pelo Hymenolepis nana. SILVA (41) estudou a prevalência das parasitoses intestinais no Estado de São Paulo, em crianças de O a 12 anos de idade, realizando 10.919 exames de fezes empregando as seguintes técnicas: exame direto, Willis, Hoffmann, Pons e Janer e Baermann-Moraes. Obteve a seguinte taxa: em 9.014 (82,5%) exames positivos, achou 383 casos, (4,2%) infectados por Hymenolepis nana. No Recife (PE), Huggins (22) e col., no antigo Instituto de Medicina Tropical da Universidade Federal de Pernambuco, Brasil, no período de 1968 a 1970, realizaram 2.469 exames parasitológicos de fezes com a técnica de Hoffmann, Pons e Janer e encontraram o seguinte resultado: 1968 - N." de exames efetuados: 827, positivos para Hymenolepis nana: 02 casos (0,24%); 1969 - N." de exames realizados: 797, positivos para H. nana: 02 casos (0,25%); 1970 - N. de exames efetuados: 845, positivos para H. nana: 05 (0,59%) Total 2.469 exames. Positivos para H. nana: 09 ou seja, (0,36%). NOHMI (33) cfctuou em Macapá {Território Federal do Amapá, Brasil) durante o período de 1968 a 1972, 16.533 exames coproscópicos pelas técnicas de Hof&nann, Willis, Baermann-Moraes e exame direto. Obteve os seguintes resultados: N. de exames positivos: 14.104 (85,30%); positivos para Hymenolepis nana - 150 que corresponde a 1,06%. Para justificar a baixa incidência de Hymenolepis nana em Macapá, Amazonas, em tomo de 1,06%, advoga a baixa quantidade de ratos naquela região, em relação a Belém, pois encontrou nesta última cidade 15% dos ratos parasitados pelo Hymenolepis nana e diminuta. CARNEIRO e CALIL (13) no Distrito de Senador Canedo, Goiás, pesquisaram a incidência de parasitoses intestinais cm crianças e adolescentes, na faixa etária entre dois c 15 anos, em 100 amostras de fezes, usando os métodos de Hofmann e Faust e col. Obtiveram os seguintes resultados: N. de exames positivos: 56 (56%); N. de exames positivos para Hymenolepis nana: 02 casos (3,57%). PEREIRA (34) e col., em Tiúma, zona da Mata do Estado de Pernambuco, Brasil, efetuaram um inquérito coproparasitológico cm 2.311 pessoas. O método empregado foi o de Hoffmann, Pons c Janer. O resultado mostrou que a incidênna 65

64 HUGGIENS, D. W.; MEDEIROS, L. B. de; OLIVEIRA. E. R. de. Hímenolepíase. Atualizaçáo e PESSOA e CORRÊA (35) efetuando um inquérito coproparasitológico na cidade de São Paulo em 17.500 pessoas, encontraram cm 9.000 exames positivos, 855 casos (9,5%) parasitados pelo ffymenolepis nana. Concluíram que o helminto em tela é frequente em São Paulo e muito comum em crianças, aumentando sua incidência até os 12 anos de idade. Também na cidade de São Paulo, CORRÊA e TAUNAY (15) realizaram, em 500 escolares, um inquérito parasitológico de fezes através de vários métodos: exame direto corado pelo lugol, Faust e col., Willis e contagem de ovos pela técnica de Stoll-Hausheer. Encontraram em 393 exames positivos (78,6%), 44 crianças (11,19%) parasitadas pelo ffymenolepis nana. O grupo etário oscilou entre 7 e 14 anos, sendo que entre 9 e 10 anos a incidência da hclmintíase foi maior, em torno de 10,89% (17 casos). LIMA e BARANSKI (27) em Curitiba, realizaram um inquérito coproparasitológico em 150 escolares, de ambos os sexos, com idades entre 7 e 14 anos e procedentes de todas as zonas urbanas da Capital. O método escolhido foi o de Faust e col., em fezes formadas e eliminadas espontaneamente. Obtiveram em 120 exames positivos (80%), sete casos (4,66%), infectados pelo Hymenolepis nana. Ainda em Curitiba, ALMEIDA (1) e col., usando as técnicas de Faust e col., e a de Hoffmann, Pons e Janer, em 1.164 amostras de fezes de pessoas residentes na Capital, compreendendo alunos do SENAI (12 a 18 anos), alunos de grupos escolares (7 a 14 anos) e estudantes de cursos superiores, encontraram apenas 12 casos (1,1%), infectados. CINTRA e RUGAI em Bauru (São Paulo), realizaram 2.879 exames de fezes em escolares primários entre 4 e 14 anos, utilizando os métodos de Willis e o de Hoffmann, Pons e Janer, durante o período de Já n/54, encontrando os seguintes índices de infecção: em 2.110 exames positivos (73,3%), verificaram 134 positivos (6,3%) para Hymenolepis nana. COUTINHO e FIGUEIRA (16) em 1.238 crianças da Vila Mariana, São Paulo (Capital), matriculadas no Serviço de Clínica Pediátrica do Centro de Saúde, empregando a técnica de Faust e col., encontraram em 949 exames positivos (73,86%), 40 casos infectados (4,2%). SACRAMENTO e SILVA (37) estudaram a incidência de parasitoses intestinais no Posto de Puericultura de Araçatuba (São Paulo). Realizaram 2.000 exames de fezes pelas técnicas: método direto, de Willis, Hoffmann e Baermann- Moraes, obtendo o seguinte resultado: em 1.800 exames positivos (90%), 198 casos, ou seja (11%) infectados. SANTOS (38) em um inquérito coprológico realizado simultaneamente em Ilhéus e Uruçuca (Bahia) pela VIII Bandeira Científica do Centro Académico HUGGIENS, D. W.; MEDEIROS, L. B. de; OLIVEIRA, E. R. de. Himenolepíase. Alualizaçáo e prevalência no Hospital das Clínicas da UFPE. Rev. Pat. Trop., 22(1):57-70, jan./jun. 1993. "Oswaldo Cruz" da Faculdade de Medicina da USP, em janeiro de 1967, em 268 indivíduos residentes nas zonas urbanas e suburbanas da última cidade, pelo método de MIFC (preconisado por AMATO NETO e CORRÊA, 1980) (5), observou em 240 exames positivos (89,6%), 04 casos (1,66%) infectados pelo Hymenolepis nana. SILVA (41) estudou a prevalência das parasitoses intestinais no Estado de São Paulo, em crianças de O a 12 anos de idade, realizando 10.919 exames de fezes empregando as seguintes técnicas: exame direto, Willis, Hoffmann, Pons e Janer e Baermann-Moraes. Obteve a seguinte taxa: em 9.014 (82,5%) exames positivos, achou 383 casos, (4,2%) infectados por Hymenolepis nana. No Recife (PE), Huggins (22) e col., no antigo Instituto de Medicina Tropical da Universidade Federal de Pernambuco, Brasil, no período de 1968 a 1970, realizaram 2.469 exames parasitológicos de fezes com a técnica de Hoffmann, Pons e Janer e encontraram o seguinte resultado: 1968 - N. de exames efetuados: 827, positivos para Hymenolepis nana: 02 casos (0,24%); 1969 - N. de exames realizados: 797, positivos para H. nana: 02 casos (0,25%); 1970 - N. de exames efetuados: 845, positivos para H. nana: 05 (0,59%) Total 2.469 exames. Positivos para H. nana: 09 ou seja, (0,36%). NOHMI (33) cfetuou em Macapá (Território Federal do Amapá, Brasil) durante o período de 1968 a 1972, 16.533 exames coproscópicos pelas técnicas de Hoffmann, Willis, Bacrmann-Moraes e exame direto. Obteve os seguintes resultados: N. de exames positivos: 14.104 (85,30%); positivos para Hymenolepis nana - 150 que corresponde a 1,06%. Para justificar a baixa incidência de Hymenolepis nana em Macapá, Amazonas, em lorno de 1,06%, advoga a baixa quantidade de ratos naquela região, em relação a Belém, pois encontrou nesta última cidade 15% dos ratos parasitados pelo Hymenolepis nana e diminuta. CARNEIRO e CALIL (13) no Distrito de Senador Canedo, Goiíís, pesquisaram a incidência de parasitoses intestinais cm crianças e adolescentes, na faixa etária entre dois e 15 anos, cm 100 amostras de fezes, usando os mclodos de Hofmann e Faust e col. Obtiveram os seguintes resultados: N. de exames positivos: 56 (56%); N. de exames positivos para Hymenolepis nana: 02 casos (3,57%). PEREIRA (34) e col., em Tiúma, zona da Mata do Estado de Pernambuco, Brasil, efctuaram um inquérito coproparasitológico cm 2.311 pessoas. O método empregado foi o de Hoffmann, Pons e Janer. O resultado mostrou que a i 65

66 HUGGIENS, D. W.; MEDEIROS, L. B. de; OLIVEIRA, E. R. de. Himenolepíase. Atualizaçáo e de Hymenolepis nana na pesquisa elaborada, foi pequena, em torno de 0,04%, ou seja um caso, bastante aproximado ao de HUGGINS (22) et alii. SILVA (40) e col., verificaram a prevalência das parasitoses intestinais em moradores de uma favela do Bairro dos Ipês, João Pessoa, Brasil, no período de janeiro a julho/1986, em 100 amostras de fezes, utilizando as seguintes técnicas: exame direito corado pelo lugol, Hoffmann, Pons e Janer. O resultado encontrado foi o seguinte: N." de exames positivos: 100 (100%); N." de exames positivos para Hymenolepis nana: 10 (10%). No Município de Araguari (Minas Gerais) ALMEIDA e COSTA-CRUZ (2) realizaram um estudo epidemiológico em 7.247 exames parasitológícos com o método de MIFC ou de Blagg (AMATO NETO e CORRÊA) (5) em uma única amostra fecal. Verificaram, os seguintes resultados: N. de exames positivos: 2.753-37,98%; N. de exames positivos para Hymenolepis nana: 106-3,2%. HUGGINS (25) volta ao tema efeluando um levantamento epidemiológico sobre parasitoses intestinais em crianças de O a 5 anos de idade matriculadas no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, Brasil, usando fezes de 112 crianças. As técnicas parasitológicas utilizadas foram: Exame direito corado com lugol, Hoffman e Baermann-Moraes. Os resultados encontrados foram: N. de exames positivos: 112-100%; N. de exames positivos para Hymenolepis nana: 02-1,78%. CONCLUSÕES Pelo exposto, conclui-se que o parasitismo humano pelo Hymenolepis nana é bastante frequente em crianças entre O e 14 anos de idade e sua prevalência no país, mostra que é mais elevada (11,19%), nos estados do Sul, enquanto no Norte e Nordeste do Brasil, as cifras alcançam percentuais muito baixos, entre 0,04% e 1,78%, com exceção de João Pessoa (Paraíba, Brasil), que, excepcionalmente, forneceu cifras de 10%. Comparando o resultado obtido na presente pesquisa - 1,70% (10 casos), com os de pesquisas anteriores (22, 25) 0,36% e 1,78%, verifica-se que não houve diferença estatisticamente significante. Relacionando com autores nacionais, observase uma nítida diferença, com elevados índices de infecção - 11,19%, para o cone Sul do país. HUGGIENS, D. W.; MEDEIROS, L. B. de; OLIVEIRA, E. R. de. Himenolepíase. Atuali/acáo c SUMMARY Hymenolepiasis. A review and prevaience in the "Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco", Brazil The authors presented a review about of clinicai, laboratorial, and therapeutic findings of the Hymenolepiasis, and reported you prevaience in thc "Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco", Brazil. KEYWORDS: Helmínlhiasis; flatworms: plaly hei min lhes; cesloidea; tapeworms; dwarf tapcworm; Hymenolepis nana. AGRADECIMENTOS Agradecemos ao Dr. Jurandir Carneiro, Chefe da Secção de exames parasitológicos de fezes, do Laboratório Central do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, Brasil, por sua valiosa ajuda na realização desta pesquisa. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 01. ALMEIDA, A. S.; NICULITCHEF, G. X. et alii. A respeito das entcroparasitoses humanas em Curitiba. Boi. Cent. Deb. Cient-Cult (Dr. Victor do Amaral, Curitiba). 1:15-20, 1955. 02. ALMEIDA, L. P.; COSTA-CRUZ, J. M. Incidência de enteroparasitas em habitantes do Município de Araguari, Minas Gerais. Rec. Cen. Ci. Bioméd. Univ. Fed. Uberlândia, 4:9-17, 1988. 03. AMATO NETO, V. et alii. Quimioterápicos na prática médica. Editora Grcim-d Ltda, São Paulo, 1975. 04. AMATO NETO, V. et alii. Tratamento das doenças parasitárias. Editora Girim-d Ltda, São Paulo, 1976. 05. AMATO NETO, V. & CORRÊA, L. L. Exame parasitológico das fezes. Sarvicr, São Paulo, 1980. 06. AMATO NETO, V. & BALDY, J. L. S. Doenças Transmissíveis. 3.' Edicfio, Sarvier, São Paulo, 1989. 67

68 HUGGIENS, D. W.; MEDEIROS, L. B. de; OLIVEIRA, E. R. de. Himenolepíasc. Atualização e 07. BARANSKJ., M. C. et alii. Terapêutica da tcníase e himenolepíase nana com dose oral única de praziquantel. Rev. Inst. Med. Trop. São Paulo. 22:82-88, 1980. 08. BARANSKI, M. C. Clínica e terapêutica das enteroparasitoses. In: BORBA Jr., O. Temas de Gastroenterologia. Fundo Editorial Byk-Procienx. São Paulo, 1981. 09. BIAGI, F. Enfermidades parasitarias. 2.' Edición, Prensa Médica Mexicana, México, 1976. 10. BRUMPT, E. Précis de Parasitologie. 6 eme Ediption, Masson Editeurs, Paris, 1949. 11. CAMILLO-COURA, L. Contribuição ao estudo das Geohelmintíases. Tese, Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil, 1970. 12. CAMILLO-COURA, L. Tratamento da himenolepíase nana com praziquantel. Resultado de um estudo multicêntrico na América Latina. Anais do XVI Cong. Soe. Brás. Medicina Tropical, Natal, Rio Grande do Norte, Brasil, 1980. 13. CARNEIRO, J. R.; CALIL, F. Incidência de parasitos intestinais em um estudo de amostragem aleatória em crianças e adolescentes no Distrito de Senador Canedo-GO. Rev. Pat. Trop. 8:129-133. 1979. 14. CINTRA, J. F. & RUGAI, E. Helmintíases entre escolares da cidade de Bauru (São Paulo). Rev. Inst, Adolfo Lutz 15:155-157, 1955. 15. CORRÊA, M. O. A. & TAUNAY, A. E. Incidência das verminoses e protozooses nos escolares da Capital (São Paulo). Rev. Inst. Adolfo Lutz 3:247-260, 1943. 16. COUTINHO, J. O. & FIGUEIRA, F. Notas sobre parasitoses intestinais em crianças de Vila Mariana, São Paulo. Ped. Prát. 29:15-22, 1958. 17. EUZEBY, J. Lãs maladies vermineuses dês animaux domestiques et leurs incídences sur Ia pathologie humaine. Thome I, 1961, et Thome II, 1963. Vigot Fréres, Paris. 18. FAUST, E. C.; RUSSEL, P. F. & JUNG, R. C. Craig and Fausfs Parasitologia Clínica. Salvat Editores, Barcelona, 1974. 19. GOMES, M. C. O. Tratamento da teníase pelo mebendazol. F. Méd. (BR) 66:1.053-1.061, 1973. 20. GOULART, E. G.; LEITE, L. C. MORAES. Parasitologia e Micologia Humana. 3." Edição, Editora Cultura Médica Ltda, Rio de Janeiro, 1988. HUGGIENS, D. W.; MEDEIROS, L. B. de; OLIVEIRA, E. R. de. Himenolepíase. Alualização c prevalência no Hospital das Clínicas da UFPE. Rev. Pai, Trop., 22(1):57-70, jan./jun. 1993. 21. GRYSCHEK, R. C. B.; CAMPOS, R. & AMATO NETO, V. Orientação para o tratamento das principais parasitoses intestinais. (Atualização, 1991). J. lírus. Med. 60:94-102, 1991. 22. HUGGINS, D.; SIQUEIRA, M. W.; SOUZA, E. M. & SILVIA, S. M. Incidência de himenolepíase e teníase no Instituto de Medicina Tropical da UFPE, no período de 1968/1970. Rev. Soe. Med. Trop. 5:291-297, 1971. 23. HUGGINS, D.; FARIAS, S. M. S. M. & MELO, E. T. C. Como diagnosticar e tratar: Parasitoses Intestinais. Rev. Brás. Med. 42:98-119, 1985. 24. HUGGINS, D. Parasitoses intestinais. In: BORBA Jr, O.Gastroenterologia, MEDSI, 1986. 25. HUGGINS, D. Incidência de parasitoses intestinais em crianças de O a 5 anos de idade. Rev. Port. Doenç. Infec. (Lisboa) 11:23-28, 1988. 26. KATZ, N. & ZICKER, F. Ensaio clínico com mebenzadol nas teníases. Rev. Soe. Brás. Med. Trop. 7:225-229, 1973. 27. LIMA, E. C. & BARANSKI, M. C. Incidência das parasitoses intestinais enlre os escolares de Curiliba. Rev. Med. Paraná 22:24-33, 1953. 28. LOUZADA, G. Z. et alii. Tratamento da teníase e himenolepíase com dose única por via oral do praziquantel. F. Méd. 79:99-102, 1979. 29. MAEGRAITH, B. G. Clinicai Tropical Diseases. Sth Edition, Blackwell Scientific Publications, Oxford, London, 1971. 30. MALDONADO, J. F. Helmintiasis dcl hombre en America. Editorial Cientifico- Médica, Barcelona, 1965. 31. NEVES, J. Diagnóstico e tratamento das doenças infecciosas e parasitarias. 1.' Edição, Editora Guanabara-Koogan, Rio de Janeiro, 1979. 32. NEVES, D. P. Parasitologia humana. 5." Edição, Livraria Atheneu, Rio de Janeiro, 1983. 33. NOHMI, N. Parasitoses intestinais. Contribuição ao seu estudo em Macapá. Editora Everest Ltda, Belo Horizonte, 1974. 34. PEREIRA, G. J. M.; COSTA, D. & SIQUEIRA, M. W. Parasitoses intestinais em Pernambuco. Estudo de uma localidade na zona da mata. Boi. Trim. Clin. Doen. Infec. Parasit. 3:79-94, 1983. 35. PESSOA, S. B. & CORRÊA, C. Considerações sobre as himenolepíascs. F. Med. 7:37-38, 1926. 36. PESSOA, S. B. Parasitologia Medica. 8.' Edição, Editora Guanabara-Koogan, Rio de Janeiro, 1972. 37. SACRAMENTO, A. A.; SILVA W. B. P. Incidência de parasitoses intestinais no Posto de Puericultura de Araçatuba (São Paulo). O Hospital (Rio) 65:1335-1340, 1964. 69

70 HUGGIENS, D. W.; MEDEIROS, L. B. de; OLIVEIRA, E. R. de. Himenolepíase. Atualização e prevalência no Hospital das Clínicas da UFPE. Rev. Pat. Trop., 22(1):57-70, jan./jun. 1993. 38. SANTOS, N. R. Inquérito coprológico, sorológico e Médico-Social realizado em Ilhéus e Uruçuca (Bahia) pela VIII Bandeira Científica do Centro Académico "Oswaldo Cruz" Fac. Med. USP., janeiro/1967. Rev. Cent. Acad. Oswaldo Cruz 51:63-70, 1967. 39. SHORB, 1940. In: Pessoa, S. R Parasitologia Médica, 1972. Referência n. 36. 40. SILVA, R. S. M.; DANTAS, Jr., G. G. D et alii. Prevalência das parasitoses intestinais nos moradores da favela do Bairro dos Ipês em João Pessoa, Paraíba. Rev. Cent. Cienc. Saúde/UFPB, 8:29-30, 1986. 41. SILVA, W. B. P. Parasitoses intestinais no Estado de São Paulo. O Hospital 74:589-605, 1968. 42. SOLI, A. V. et alii. Atualização terapêutica das parasitoses intestinais. Ars Curandi 17:85-93, 1984. 43. SPUNDLER. In: PESSOA, S. B. Parasitologia Médica, 1972. Referência n. 36. 44. VERONESI, R. Doenças Infecciosas e Parasitárias. 7." Edição, Editora Guanabara-Koogan, Rio de Janeiro, 1982. 45. VILELA, M. P. Atualização na terapêutica das parasitoses intestinais. Rev. Brás. Clin. Terap. 10:79-88, 1981. 46. WATSON, J. M. Medicai Helminthology. 1." Vol., Bailliére, Tyndall and Cox, London, 1960. -