UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ENGENHARIA QUÍMICA LOQ4085 OPERAÇÕES UNITÁRIAS I

Documentos relacionados
OPERAÇÕES EM SISTEMAS PARTICULADOS

Operações Unitárias Experimental I PENEIRAMENTO

PARTÍCULAS SÓLIDAS PARA AS OPERAÇÕES ABAIXO, O CONHECIMENTO DAS PROPRIEDADES DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS É FUNDAMENTAL:

CRITÉRIOS DE DESINTEGRAÇÃO MECÂNICA:

Profa. Dra. Milena Araújo Tonon Corrêa. Turma Farmácia- 4º Termo

2. Propriedades físicas dos sedimentos Propriedades dos grãos (partículas)

Olimpíadas de Física Prova Experimental A

4. Parte Experimental.

Tratamento de Minérios. Análise Granulométrica

AULA 2: INTRODUÇÃO A MECÂNICA DOS SOLOS. MECÂNICA DOS SOLOS Prof. Augusto Montor

OPERAÇÕES UNITÁRIAS EXPERIMENTAL 1: GRANULOMÉTRICA. Prof. Dr. Félix Monteiro Pereira

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ENGENHARIA QUÍMICA LOQ 4016 OPERAÇÕES UNITÁRIAS EXPERIMENTAL I

TÍTULO: BOMBEAMENTO DE POLPA: CURVA EXPERIMENTAL DA PERDA DE CARGA EM FUNÇÃO DA VELOCIDADE E VISCOSIDADE APARENTE DE SUSPENSÕES DE AREIA EM ÁGUA

FLUIDIZAÇÃO DE SÓLIDOS

A queda em meio viscoso, a Lei de Stokes

8 FLUIDIZAÇÃO DE SÓLIDOS

Universidade Paulista Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia Departamento de Engenharia Civil Professora Moema Castro, MSc.

Processamento de Materiais Cerâmicos

PERMEABILIDADE DAS ROCHAS

Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Caracterização de matérias-primas cerâmicas

INSTITUTO FEDERAL DA BAHIA

Material de apoio. Granulometria do Solo. Granulometria do Solo

INSTITUTO FEDERAL DA BAHIA

INSTITUTO FEDERAL DA BAHIA

Módulo 04 Picnometro com sólidos

PME Análise Dimensional, Semelhança e Modelos

Departamento de Física - ICE/UFJF Laboratório de Física II

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS DE SINOP FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGIAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL GEOTECNIA I

ESTUDO DA TRANSIÇÃO ENTRE ESCOAMENTO LAMINAR E TURBULENTO EM TUBO CAPILAR

Água de adesão = faixa de umidade que vai de 0% a aproximadamente 30%.

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ENGENHARIA QUÍMICA LOQ4085 OPERAÇÕES UNITÁRIAS I

Lista de exercícios Caps. 7 e 8 TMEC-030 Transferência de Calor e Massa Período especial 2017/2

LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA I

ENGENHARIA QUÍMICA 3º

ENGENHARIA FÍSICA. Fenômenos de Transporte A (Mecânica dos Fluidos)

9 PENEIRAMENTO UMA DAS OPERAÇÕES MECÂNICAS MAIS SIMPLES É O PENEIRAMENTO. É UMA OPERAÇÃO DE SEPARAÇÃO DE SÓLIDOS E PODE TER DOIS OBJETIVOS:

DETERMINAÇÃO DA GRANULOMETRIA

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ENGENHARIA QUÍMICA LOQ4085 OPERAÇÕES UNITÁRIAS I

Mecânica dos Fluidos. Aula 18 Exercícios Complementares. Prof. MSc. Luiz Eduardo Miranda J. Rodrigues

Laboratório de Engenharia Química I Aula Prática 01. Determinação do regime de escoamento: Experiência de Reynolds. Prof. Dr. Gilberto Garcia Cortez

h coeficiente local de transferência de calor por convecção h coeficiente médio de transferência de calor por convecção para toda a superfície

Estabilização. 1.Estabilidade coloidal 2.Clarificação natural. Trasfegas. 3 de Março de Fernanda Cosme 1

4 Considerações teóricas

Unidade Curricular: Física Aplicada

ESCOLA POLITÉCNICA DA USP DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA PQI 2303 OPERAÇÕES UNITÁRIAS DA INDÚSTRIA QUÍMICA I. 1o QUADRIMESTRE DE 2013 FLUIDIZAÇÃO

5 CURVAS CARACTERÍSTICAS OU DE SUCÇÃO

ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

ENGENHARIA BIOLÓGICA INTEGRADA II

Avaliação Prática Seleção Final 2016 Olimpíadas Internacionais de Física 11 de Abril 2016

AULA 3 AGREGADOS Propriedades Físicas

ESTIMATIVA DA VELOCIDADE TERMINAL DE POLPAS DE MINÉRIO COM ALTO TEOR DE SÓLIDOS.

peneira abertura Peneiramento Pó A Pó B # μm Intervalos % % #

Observações: 2 R diâmetros (D) das equações pelos diâmetros hidráulicos (D H) e nada se altera.

4) Movimento da Água no solo - Bibliografia. 4) Movimento da Água no solo

Convecção Forçada Externa

Transferência de Calor

ESTUDO DIRIGIDO EM FÍSICA DO SOLO. Não estudar apenas por esta lista

Experiência de Reynolds

FENÔMENO DE TRANSPORTE EXPERIMENTAL

Campus de Ilha Solteira. Disciplina: Fenômenos de Transporte

Décima aula de FT. Segundo semestre de 2013

Operações Unitárias Experimental I. Moagem Profa. Lívia Chaguri

Mecânica dos Fluidos. Perda de Carga

Viscosimetria. Anselmo E. de Oliveira. Instituto de Química, UFG, , Goiânia, GO

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS DE SINOP FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGIAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL GEOTECNIA I

EXTRAÇÃO SÓLIDO-LÍQUIDO DE CORANTES PRESENTES NA BETERRABA (Beta vulgaris L.)

Análise Granulométrica. Análise Granulométrica. Análise Granulométrica

Unidade Curricular: Física Aplicada

ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

ENSAIOS DE LABORATÓRIO

Mecânica dos solos AULA 4

Mecânica dos Fluidos

Escoamentos externos. PME2230 Mecânica dos Fluidos I

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL. Agregados

FLUIDOS. Prof. Neemias Alves de Lima Instituto de Pesquisa em Ciência dos Materiais Universidade Federal do Vale do São Francisco

RESUMO MECFLU P3. REVER A MATÉRIA DA P2!!!!! Equação da continuidade Equação da energia 1. TEOREMA DO TRANSPORTE DE REYNOLDS

Sempre que há movimento relativo entre um corpo sólido e fluido, o sólido sofre a ação de uma força devido a ação do fluido.

DETERMINAÇÃO EXPERIMENTAL DA VISCOSIDADE CINEMÁTICA E DINÂMICA ATRAVÉS DO VISCOSÍMETRO DE STOKES

HIDROSTÁTICA. Priscila Alves

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE BIOSSISTEMAS AULA 3 ROTEIRO

Operações Unitárias: Fragmentação de sólidos. Profª. Camila Ortiz Martinez UTFPR Campo Mourão

MODELAGEM E SIMULAÇÃO DA SEPARAÇÃO DO FLUIDO DE PERFURAÇÃO EM PENEIRAS VIBRATÓRIAS

Escoamento completamente desenvolvido

SEPARAÇÃO DE MISTURAS. Maira Gazzi Manfro e Giseli Menegat

ENGENHARIA BIOLÓGICA INTEGRADA II

Introdução aos Fenômenos de Transporte

Transferência de Calor 1

2a LISTA DE EXERCÍCIOS

AUTORA: Letícia Xavier Corbini. ORIENTADOR: Nilson Romeu Marcílio

Profa. Dra. Milena Araújo Tonon Corrêa

AULA 6 ESCOAMENTO PERMANENTE DE FLUIDO INCOMPRESSÍVEL EM CONDUTOS FORÇADOS. Prof. Geronimo Virginio Tagliaferro

LOUCOS POR QUÍMICA. PROF. Neif Nagib

Laboratório de Engenharia Química I. Aula Prática 02

Disciplina: Mecânica dos Solos e Fundações

PROJETO DE BANCADA EXPERIMENTAL PARA ANALISAR O ESCOAMENTO BIFÁSICO LÍQUIDO-GÁS EM UMA TUBULAÇÃO HORIZONTAL

Regime Permanente. t t

Transcrição:

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ENGENHARIA QUÍMICA LOQ4085 OPERAÇÕES UNITÁRIAS I Profa. Lívia Chaguri E-mail: lchaguri@usp.br

Caracterização de Partículas Sólidas O que é um solido particulado? Um material composto de materiais sólidos de tamanho reduzido (partículas). O tamanho pequeno das partículas pode ser uma característica natural do material ou pode ser devido a uma prévia fragmentação. 2

Caracterização de Partículas Sólidas Sistema Poroso: Partícula isolada x Dispostas em conjunto leito poroso 3

Caracterização de Partículas Sólidas Importante porque muitos são os produtos e matérias primas da indústria (diversidade de sistemas porosos), Operações que envolvem sistemas porosos: mistura (diferentes tipos de sólidos), fragmentação ou redução de tamanho, peneiramento, fluidização, filtração, sedimentação, escoamento em leitos granulares (leito fixo), adsorção transporte de sólidos etc. 4

Caracterização de Partículas Projeto das operações: característica do produto particulado (exemplo moagem). Propriedades: dependem da natureza do sólido, da sua constituição física ou química Esfericidade, Densidade, Diâmetro, Propriedades: associadas ao conjunto de sólidos: densidade aparente, área específica, fração de vazios, ângulo de repouso natural 5

Caracterização de Partículas Partículas individuais são caracterizadas pelo seu tamanho, forma e densidade. Partículas de sólido homogêneo têm a mesma densidade que o material original; Partículas de obtidas de sólido heterogêneo têm várias densidades. Abordagem das propriedades físicas de partículas homogêneas. 6

Propriedades das Partículas Esfericidade da partícula (ϕ): Expressa a forma de uma única partícula, sendo independente de seu tamanho. Útil para caracterizar a forma de partículas irregulares e não esféricas. Exemplos: pó de amido, leite em pó, café Para uma partícula esférica de diâmetro D p, a ϕ = 1; Para uma partícula não-esférica, a esfericidade é dada por: A s, esf A SP V 1 (1) A S,esf é a área superficial da esfera de igual volume da partícula (m 2 ); A SP é a área superficial da partícula (m 2 ) V é o volume (m 3 ) 7

Propriedades das Partículas Exemplo 1: Determine a esfericidade de um cubo de maça, cuja as arestas medem 4 mm. A s, esf A SP V 1 (1) A S,esf é a área superficial da esfera de igual volume da partícula (m 2 ); A SP é a área superficial da partícula (m 2 ) V é o volume (m 3 ) 8

Propriedades das Partículas Diâmetro da partícula: Medida de tamanho de uma partícula esférica, com um paquímetro é a medida do diâmetro da partícula. Para partículas não esférica essa medida depende do instrumento de medição. Adotadas outras definições de diâmetro - D eq D eq = ϕ * D esf (2) D eq é o diâmetro equivalente (m); D esf é o diâmetro da esfera (m) 9

Propriedades das Partículas Exemplo 2: Determine o diâmetro equivalente de uma amostra com 20 partículas cúbicas de coco. A densidade do coco, obtida em laboratório, é de 996,33 kg/m 3 e a massa das 20 partículas é de 1,224 g. Esfericidade de formatos conhecidos de partículas ϕ H é a altura (m) e D é o diâmetro do cilindro (m). Anéis de Rasching são cortes que possuem geometria de tubo. 10

Diâmetro equivalente da partícula Determinação i) Partículas grandes (>1 mm): grãos de milho, uvas, soja... Diâmetro equivalente da partícula é obtido por determinação do volume de uma dada amostra de partículas. a) Pesa número conhecido de partículas, de densidade conhecida e calcula o volume. b) Deslocamento volumétrico peso da partícula no fluido ii) Partículas intermediárias (1 mm >Dp > 40 µm): Diâmetro médio é obtido por meio de sistema de peneiras padronizadas. Determinação das faixas de tamanho das partículas é feito pela série de aberturas de peneiras que mantém entre si uma constante. Diâmetro médio é determinado pela média da abertura das 2 peneiras, entre as quais a amostra ficou retida. 11

Diâmetro equivalente da partícula Determinação iii) Partículas pequenas (<40 µm): São utilizados métodos indiretos, como a sedimentação, ou métodos microscópicos e de difração a laser. iv) Partículas com distribuição de tamanho partículas que não tem tamanho uniforme cereais, amido, areia É necessário medir um grande número de partículas e obter uma descrição da distribuição do seu tamanho. Métodos: peneiramento (Tyler), métodos microscópicos. 12

PENEIRAMENTO Separação sólido - sólido A tamisação (peneiramento) trata da separação de uma mistura de materiais sólidos granulados de diversos tamanhos em duas ou mais porções, cada uma delas mais uniformes em tamanho que a mistura original. É uma operação mecânica que ocorre por separação através de uma superfície perfurada. Objetivo do peneiramento: Separar o material alimentado na peneira em finos e grossos. 13

Separação: Quanto ao numero de peneiras: Uma Peneira: Separa apenas duas frações que são ditas não classificadas, porque só uma das medidas extremas de cada fração é conhecida (a da maior partícula da fração fina e a menor da fração grossa). Várias Peneiras: é possível obter frações classificadas, cada uma das quais satisfazendo as especificações de tamanho máximo e mínimo das partículas. 14

Classificação Granulométrica: operação de classificação das frações Granulometria termo usado para caracterizar o tamanho de um material (partículas). Classificação granulométrica classificação das partículas de acordo com seus diâmetros (tamanho). Análise granulométrica seqüência de procedimentos de ensaio normatizados que visam determinar a distribuição granulométrica de determinada amostra. A operação de peneiramento pode ser efetuada com o material em dois estados distintos: A seco: material que contém no máximo 5% de umidade; A úmido: material que contem umidade superior a 5% ou processo onde a água é adicionada para elevar o rendimento. 15

Tamisação Peneiramento (Laboratorial) As peneiras são padronizadas para encaixarem umas nas outras, formando uma coluna de peneiração. Na base encaixa-se uma peneira "cega", denominada "panela", destinada a receber as partículas menores que atravessaram toda a coluna sem serem retidos em nenhuma das peneiras. 16

Os diâmetros de abertura da malha e dos fios são tabelados e encontram nos livros de Operações Unitárias 17 McCabe (2007)

Tamises/Peneiras A análise granulométrica é realizada com peneiras padronizadas quanto à abertura das malhas e à espessura dos fios de que são feitas. As aberturas das peneiras são quadradas e cada uma é identificada em mesh/in. MESH número de aberturas por polegada linear. Peneiras são arranjadas de tal forma que exista um fator constante entre as aberturas, da maior para menor. Nº do tamis = nº de mesh O fio tem um diâmetro definido que se pode afastar dentro dos limites d max e d min definidos; Não pode haver reação entre o tamis e o produto a tamisar; Nº do tamis indica a abertura das malhas em micrômetros. 18

Propriedades das Partículas Exemplo 3: Determine o diâmetro médio de sementes de goiaba que passaram através de uma peneira Tyler nº4, porém ficaram retidas em uma peneira Tyler nº 10. 19

Diâmetro médio da partícula Série Tyler D p i 1 X a n n (3) X n é a fração mássica retida na peneira n (kg/kg total); an é a média entre a abertura de duas peneiras (mm) 20

Relação entre Deq e Dp (Kunii e Levenspil (1991) i) Partículas irregulares, que não são aparentemente compridas nem curtas (semente goiaba e coco ralado): D eq D D esf ii) Partículas irregulares, com dimensão mais comprida, com razão longitudinal não superior a 2:1 (ovos, azeitona, amendoins): (5) D eq D D esf iii) Partículas irregulares, com dimensão mais curta, com razão longitudinal não superior a 1:2 (semente de laranja e milho): 2 D D D (6) eq esf p p p (4) 21

Propriedades das Partículas Exemplo 4: Dados de partículas de bagaço de cana em um sistema de peneiras Tyler foram obtidos e os resultados da massa retida em cada peneira, bem como a respectiva fração mássica, estão apresentados na tabela abaixo. Determine o diâmetro médio das partículas. D p i 1 X a n n 22

Distribuição de Tamanho Propriedades dos particulados dependem de sua granulometria. Conhecimento do tamanho das partículas: determinar sua manipulação e tratamento. Importante nos processos: mistura, secagem e controle de qualidade. Processo industrial, grande quantidade de partículas não uniformes: conhecimento do comportamento do particulado. Necessidade de conhecer a distribuição de tamanho de partículas; Definir diâmetros médios que possam representar o comportamento de todos os tamanhos do material particulado. Existem muitas distribuições de tamanhos de partículas que podem descrever o material particulado. Distribuição de Gates-Gaudin-Schuhmann e Rosin-Rammler- Bennet. 23

Distribuição de Tamanho Distribuição de Gates-Gaudin-Schuhmann X f a K n GGS IGGS (7) X f é a fração mássica do material mais fino do que a abertura da peneira (kg/kg total); a n é a abertura da peneira de ordem n (m); K GGS é o parâmetro que representa o tamanho médio das partículas (m); I GGS é o parâmetro que representa a dispersão (adimensional), derivada de Schuhmann. Distribuição de Rosin-Rammler-Bennet. X f a exp K RRB IRRB (8) n 1 K RRB é o parâmetro que representa o tamanho médio das partículas (m); I RRB é o parâmetro que representa a 24 dispersão (adimensional).

Distribuição de Tamanho Exemplo 5: Analise os dados de distribuição de tamanho de um sistema particulado da tabela abaixo. Verifique qual o melhor ajuste dos dados experimentais pode ser obtido linearizando as equações dos modelos de GGS e RRB. Peneira (Mesh) a n (µm) Massa retida (g) 20 833-28 589 0,03 35 417 0,46 48 295 1,23 65 208 0,63 100 147 0,12 150 104 0,02 Fundo - 0,01 25

Propriedades das Partículas Exemplo 5: Solução Peneira (Mesh) a n (µm) Massa retida (g) X f (g/g total) ln a n ln X f ln (-ln(1-x f )) 20 833-1 6,73 0,00-28 589 0,03 0,988 6,38-0,01 1,487 35 417 0,46 0,804 6,03-0,22 0,488 48 295 1,23 0,312 5,69-1,16-0,984 65 208 0,63 0,060 5,34-2,81-2,783 100 147 0,12 0,012 4,99-4,42-4,417 150 104 0,02 0,004 4,64-5,52-5,519 Fundo - 0,01 - - - - 26

Distribuição de Tamanho Exemplo 5: Solução Modelo GGS ln X f 0,00-1,00-2,00-3,00-4,00-5,00 y = 2,8817x - 18,405 R² = 0,91-6,00 4,50 5,50 6,50 7,50 ln a n I GGS = 2,88 K GGS = 596,2 µm 27

ln(-ln(1- X f ) Distribuição de Tamanho Exemplo 5: Solução Modelo RRB 2,0 1,0 0,0-1,0-2,0-3,0-4,0-5,0-6,0 y = 4,2438x - 25,346 R² = 0,99 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 ln a n I RRB = 4,24 K RRB = 392,5 µm Qual melhor modelo? 28

Densidade Propriedades das Partículas Definida pela razão entre a massa e o volume; Materiais heterogêneos, termo densidade isolado não tem significado (material diferentes fases, sólida, líquida, gasosa); Existem diferentes formas de definir densidade dependendo da relação massa/volume considerada; Em geral as partículas são porosas: volume constituído por matriz sólida e por uma rede de poros conectados que podem ter líquidos e gases; Quando os sólidos são colocados em recipientes, volume de vazios entre as partículas também dever ser considerado; Definições de densidade: - Densidade real (ρ s ); - Densidade da partícula (ρ p ); - Densidade aparente (ρ ap ). 29

Propriedades das Partículas Densidade real ou da substância (ρ s ) Razão entre a massa da partícula e seu volume, após exclusão dos poros. Densidade da partícula (ρ p ) Razão entre a massa da partícula que não teve sua estrutura modificada pelo seu volume, que é a soma dos volumes do sólido e dos poros fechados, ou seja, o volume de vazios interconectados externamente a partícula não são considerados: mp (9) p Densidade aparente (ρ ap ) V p Densidade de uma substância, incluindo os poros 30 remanescentes no material.

Propriedades das Partículas Determinação do volume definirá o tipo de densidade Densidade real ou da substância (ρ s ) Três métodos para determinação do volume; 1. Picnometria (líquida ou gasosa); 2. Porosimetria de mercúrio de alta pressão 3. Adsorção de gás Densidade da partícula (ρ p ) Volume dos poros é desconsiderado Somente mede o volume da matriz da amostra Método por deslocamento de fluido; Diferença de volume entre o volume inicial do líquido e com a inserção da amostra; Líquido: Mercúrio,Tolueno, Heptano Densidade aparente (ρ ap ) Determinação pela inserção da amostra em recipiente de volume conhecido, de modo que a quantidade de amostra que excede os limites do recipiente possa ser removida com uma régua. Considera poros das 31 partículas e poros entre as partículas.

Propriedades das Partículas Determinação do volume definirá o tipo de densidade Densidade real ou da substância (ρ s ) Densidade da partícula (ρ p ) Densidade aparente (ρ ap ) 32

Propriedades das Partículas Porosidade (ε) Também pode ter diferentes significados, de acordo com a determinação do volume. Porosidade aparente da partícula (ε ap ); Porosidade do poro fechado (ε CP ) Porosidade aparente da partícula (ε ap ) poro fechado da part.: ap 1 ap S (10) Porosidade do poro fechado (ε CP ) CP 1 p S (11) 33

Propriedades das Partículas Exemplo 6: Maça desidratada teve seu volume determinado em laboratório conforme descrito a seguir: uma amostra pulverizada foi inserida em um picnômetro de 50 ml, previamente calibrado com água; essa amostra teve sua massa determinada em balança semianalitica (m 1 = 74,6 g). Outra amostra de maça desidratada íntegra foi introduzida em um cilindro graduado até atingir o volume de 600 ml e também teve sua massa determinada na balança (m 2 = 599,4 g). Determine: a) Densidade real da maça desidratada b) A densidade aparente c) Porosidade aparente 34

Propriedades das Partículas Área Superficial específica (a S ): Medida muito utilizada nas operações unitárias de escoamento de fluidos: secagem, filtração, extração S-L; É definida como a razão entre a área superficial da partícula (A SP ) e seu volume (V p ): a S A V SP p (12) a S área superficial específica por unidade de volume (m 2 /m 3 ); A SP é a área superficial da partícula (m 2 ); V p é o volume da partícula (m 3 ) 35

Propriedades das Partículas Área Superficial específica (a S ): Partícula esférica, com diâmetro D p, a área superficial específica é: a S A V SP p 6D D 3 p 2 p 6 D p (13) a S área superficial específica por unidade de volume (m 2 /m 3 ); A SP é a área superficial da partícula (m 2 ); V p é o volume da partícula (m 3 ) 36

Propriedades das Partículas Exercício 1: Determine a área superficial específica de azeitonas, cujas dimensões são: 14,6 mm de altura e 9,2 mm de diâmetro, conforme esquema representado na figura: 37

Dinâmica da Partícula Importante para várias operações unitárias: separações mecânicas; Processos que envolvem produção, transporte ou tratamento de sólidos (atomização leite em pó, café solúvel); Projeto de equipamentos: compreender como atuam as forças sobre a superfície das partículas em movimento em um fluido (gás ou líquido); Entendimento da fluidodinâmica de sistemas particulados: fluidodinâmica de uma partícula isolada. 38

Dinâmica da Partícula Movimento de partículas através dos fluidos Movimento dos corpos livres: Teoria básica do movimento de sólidos através dos fluidos F ex Força externa F a Força de arraste F e Força de empuxo F - Força resultante das forças atuantes 39

Dinâmica da Partícula Coeficiente de arraste (C D ) A força de arraste se origina do atrito existente entre a superfície de determinada partícula, quando está em movimento através de determinado fluido; Não existe procedimento direto para sua determinação; Definição do coeficiente de arraste (C D ) empregado analogamente para o fator de atrito (f), para deslocamentos de fluidos em tubulações; Relação entre força de arraste e o coeficiente de arraste: C D coeficiente de arraste (adimensional) F a 1 C v 2 A (20) D p 2 v velocidade relativa entre a partícula e o fluido (m/s) A p área projetada da partícula (m 2 40 )

Dinâmica da Partícula Coeficiente de arraste (C D ) É adimensional, mas depende de diversos fatores; Propriedades físicas dos fluidos, velocidade relativa, tamanho das partículas, entre outras; C D depende diretamente da forma, ou esfericidade da partícula, e também do número de Reynolds definido para a partícula (N RE,p ): N Re, p vd p (21) D p diâmetro da partícula (m) µ viscosidade Newtoniana (Pa.s) ou (kg/m.s) 41

Gráfico do Coeficiente de Arraste de Partículas com diferentes Esfericidades em f(n Re,p ) 42

C D 1000 100 10 24 N Re, p Gráfico do Coeficiente de Arraste Regime laminar Lei de Stokes C D Regime de transição Re, p Escoamento Turbulento 10 C D 0, 44 N 1 0.1 0.1 1 10 10 2 10 3 10 4 10 5 10 6 10 7 Reynolds da Partícula 43

Dinâmica da Partícula Velocidade terminal (v t ) Na queda de uma partícula através de um fluido existem 2 períodos de velocidade: a) Correspondente a queda acelerada b) Velocidade constante. Passagem do primeiro período é curta e a partícula rapidamente atinge a velocidade constante; Tempo gasto pela partícula no primeiro período não é considerado nos cálculos (sedimentação); Tempo necessário para queda da partícula é calculado baseado apenas no período de velocidade constante (aceleração é zero); Corresponde à velocidade máxima alcançada nas condições em que a partícula está submetida (velocidade terminal). 44

Dinâmica da Partícula F ex Velocidade terminal (v t ) Para partícula esférica em queda livre: F a v t 4( ) gd p (28) 3C D p v t velocidade terminal (m/s) F e Equação (28) pode ser utilizada para obter a v t em qualquer regime de escoamento substituindo o C D equivalente a cada regime e a partir do N Re,p : v t Laminar Transição Turbulento 2 2 1/3 ( p ) gd 4 p p 2 v t g D p 1/ 4 p 18 225 3,03 v t gdp (29) (30) 1/ 2 (31) 45

Dinâmica da Partícula Exemplo 7: No processamento de açúcar a partir de caldo de cana, é usada a operação de decantação para separar as partículas indesejadas. O processo ocorre a 30 ºC e o diâmetro das partículas foi obtido experimentalmente, sendo 2,9 µm e a densidade das partículas foi de 1180 kg/m 3. Determine a velocidade terminal dessas partículas considerando regime em escoamento laminar e adote as propriedades da água para o caldo clarificado. Dados da água a 30 ºC: viscosidade 8x10-4 Pa.s e densidade 995,67 kg/m 3. 46