Qual o valor do subsídio de refeição para 2017? Possuo um alojamento local. A que tributação estarei sujeito em 2017?

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PROPOSTAS DE ALTERAÇÕES PARA O ORÇAMENTO DO ESTADO DE 2017

Transcrição:

Proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2017

IRS Qual o valor do subsídio de refeição para 2017? Foi atualizado valor do subsídio de refeição diário aplicável a funcionários públicos em 0,25. O valor de subsídio de refeição não sujeito a IRS passa a ser de 4,52 quando pago em dinheiro e 7,23 quando pago através de vales de refeição. Possuo um alojamento local. A que tributação estarei sujeito em 2017? O rendimento decorrente do alojamento local encontra-se atualmente enquadrado no regime simplificado da Categoria B, sendo englobado para efeitos de tributação às taxas gerais em 15%. Prevê-se a alteração desta percentagem para 35%. Prevê-se ainda a possibilidade de opção, por parte dos respetivos titulares, de serem tributados como rendimentos prediais (Categoria F) as importâncias relativas à exploração de estabelecimento de alojamento local na modalidade de moradia ou apartamento. Sujeitos passivos com deficiência, o que muda? No caso de sujeitos passivos com deficiência o rendimento sujeito a IRS é reduzido de 90% para 85% nos rendimentos das categorias A, B e H, mantendo-se o limite máximo de exclusão de tributação em vigor. O que irá acontecer à sobretaxa de IRS? A sobretaxa de IRS continuará a aplicar-se aos contribuintes residentes fiscais em Portugal, sendo extinta de forma gradual 2017 e mantendo-se as taxas aplicáveis em 2016. Escalões Rendimento Colectável Extinção da retenção na fonte Sobretaxa final de IRS 1º Até 7.090 não aplicável 0% 2º De mais de 7.091 Até 20.261 31 de Março de 2017 0,25% 3º De mais de 20.261 Até 40.522 31 de Junho de 2017 0,88% 4º De mais de 40.522 Até 80.640 30 de Setembro de 2017 2,25% 5º De mais de 80.640 30 de Novembro de 2017 3,21%

Que alterações ocorrerão relativamente à minha declaração de IRS de 2016? À semelhança das declarações de IRS de 2015, os sujeitos passivos poderão incluir na declaração de 2016 o valor das despesas incorridas com saúde, educação e formação, encargos com imóveis e com lares, os quais substituem os que constam do portal e-fatura. Quando fizer uso desta faculdade, o sujeito passivo deverá manter os comprovativos dos montantes declarados. Assim, no ano de 2016, os sujeitos passivos não podem usar o direito de reclamação sobre o valor das deduções à coleta que conste do portal das finanças, devendo socorrer-se do mecanismo de correção das despesas na sua declaração de IRS. a. Deduções à coleta na declaração automática de rendimentos Nas liquidações de IRS correspondentes às declarações automáticas de rendimentos referentes ao ano de 2016, não serão consideradas as deduções à coleta referente a: dependentes e ascendentes que vivam em comunhão de habitação com o sujeito passivo; a pensões de alimentos; pessoas com deficiência; dupla tributação internacional e benefícios fiscais. De referir que a AT disponibilizará no portal e-fatura os elementos que servirão de base para o cálculo das deduções à coleta aplicáveis. b. Declaração automática de rendimentos A Proposta de Orçamento de Estado para 2017 prevê a possibilidade de ser gerada uma declaração de IRS Modelo 3 provisória e a correspondente liquidação provisória do imposto tendo por base os elementos que serviram de base ao cálculo das deduções à coleta de forma automática. Para tal, bastará aos sujeitos passivos verificarem que os elementos apurados pela Autoridade Tributária se encontram corretos, convertendo-se a declaração provisória em definitiva. Findo o prazo legal de entrega das declarações de IRS Modelo 3, e não existindo confirmação por parte do sujeito passivo, a declaração provisória transforma-se automaticamente em definitiva. Poderá o sujeito passivo entregar uma declaração de IRS de substituição nos 30 dias posteriores sem qualquer penalidade. c. Data de entrega da declaração de IRS Modelo 3 Independentemente dos rendimentos auferidos, passa agora a existir um prazo único para entrega da declaração de IRS Modelo 3, entre 1 de Abril e 31 de Maio do ano seguinte. d. Consignação de imposto A partir de 1 de janeiro de 2018, a escolha da entidade à qual o sujeito passivo pretende efetuar a

consignação pode ser feita, previamente à entrega ou confirmação da declaração de rendimentos, no portal das finanças. Caso o sujeito passivo não confirme nem proceda à entrega de uma declaração de rendimentos será considerada a consignação que tiver sido previamente comunicada no portal das finanças. Descarregue a lista das cerca de 3000 entidades que podem gozar da consignação do IRS (no IRS 2015 a entregar em 2016) do Portal das Finanças. IRC Período de tributação A adoção de período de tributação diferente do ano civil só será permitida quando este período coincida com o período social de prestação de contas. Regime do reinvestimento São excluídas do regime do reinvestimento as propriedades de investimento, ainda que reconhecidas na contabilidade como ativo fixo tangível. Regime simplificado Passa a estar prevista a aplicação de um coeficiente de 0,35 aos rendimentos da exploração dos estabelecimentos de alojamento local, enquanto que os restantes serviços de hotelaria continuarão a ser tributados com base num coeficiente de 0,4. Tributação autónoma A sujeição às taxas de tributação autónoma sobre as despesas de representação e as ajudas de custo e a compensação pela deslocação em viatura própria do trabalhador, ao serviço da empresa, não faturados a clientes, escriturados a qualquer título, exceto na parte em que haja tributação, em sede de IRS, na esfera do respetivo beneficiário, passa a incidir sobre os encargos dedutíveis (como até agora) mas também sobre os não dedutíveis (novidade nesta proposta). Pagamento especial por conta Para efeitos do cálculo do pagamento especial por conta, passa a estar previsto que o volume de negócios corresponde ao valor das vendas e dos serviços prestados geradores de rendimentos sujeitos e não isentos. Adicionalmente, esta dispensa de pagamento especial por conta estende-se aos sujeitos passivos

que apenas aufiram rendimentos não sujeitos ou isentos de IRC. Obrigações contabilísticas A obrigação relativa ao SAFT de contabilidade passa a ser aplicável independentemente de a contabilidade ser organizada com recurso a meios informáticos. Prejuízos fiscais É revogada a norma que determina que, na dedução dos prejuízos fiscais apurados em períodos de tributação anteriores, deveriam ser deduzidos em primeiro lugar os apurados há mais tempo. IVA Comunicação dos elementos das faturas (e-fatura) O prazo limite atualmente previsto (dia 25 do mês seguinte) para comunicação à AT dos elementos das faturas emitidas pelos sujeitos passivos é antecipado para dia 8 do mês seguinte Autorização legislativa taxa de IVA nos serviços de restauração É concedida uma autorização legislativa ao Governo para introduzir alterações à verba 3.1 da Lista II do Código do IVA, de forma a ampliar a aplicação da taxa intermédia do IVA aplicável à restauração a outras prestações de serviços de bebidas (atualmente sujeitas à taxa normal). IMI Isenções A isenção de IMI aplicável aos prédios de reduzido valor patrimonial de sujeitos passivos de baixos rendimentos deixa de ser aplicável aos prédios pertencentes a sujeitos passivos não residentes. Imóveis destinados a habitação própria e permanente A liquidação do IMI passa a ficar suspensa, até seis meses, nas situações de aquisição onerosa de prédios destinados a habitação própria e permanente por sujeitos passivos cujo rendimento coletável, para efeitos de IRS, no ano anterior, não seja superior a 153.300 e o valor patrimonial tributário não exceda 125.000.

Adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis É criado um Adicional ao IMI, o qual constitui receita do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social e deverá ser liquidado anualmente, sendo simultaneamente revogada a verba 28 da Tabela Geral do Imposto do Selo, que previa a tributação, à taxa de 1%, dos prédios urbanos e terrenos para construção afetos a habitação com valor patrimonial tributário igual ou superior a 1.000.000. Incidência A qualidade de sujeito passivo (pessoas singulares e coletivas, incluindo a sociedade dominante de um grupo de sociedades ao qual é aplicável o Regime Especial sobre a Tributação dos Grupos de Sociedades (RETGS) em sede de IRC) é determinada nos termos do Código do IMI tendo por referência a data de 1 de Janeiro a que o Adicional ao IMI respeita. O Adicional ao IMI incide sobre a soma dos valores patrimoniais tributários de prédios urbanos situados em território português de que o sujeito passivo seja titular, encontrando-se excluídos os prédios urbanos classificados na espécie industriais e os prédios urbanos licenciados para a atividade turística. Para efeitos de exclusão do Adicional ao IMI, os prédios urbanos licenciados para a atividade turística deverão comprovar o seu destino a esta atividade. Não são considerados para efeitos do Adicional ao IMI, prédios que no ano anterior tenham estado isentos do IMI nos termos do respetivo Código e que tenham beneficiado de isenções concedidas pela lei. Valor tributável Para efeitos do Adicional ao IMI, considera-se que o valor tributável corresponde à soma dos valores patrimoniais tributários, reportados a 1 de janeiro do ano a que respeita o imposto. Para efeitos de determinação do valor tributável do Adicional ao IMI, é deduzido o montante de 600.000,00 quando o sujeito passivo é uma pessoa singular, uma herança indivisa ou uma pessoa coletiva com atividade agrícola, industrial ou comercial, para os imóveis diretamente afetos ao seu funcionamento. Às pessoas coletivas que seja aplicável o RETGS, prevê-se que o valor tributável corresponde à soma dos valores patrimoniais tributários de todos os prédios que constam nas matrizes prediais na titularidade das sociedades que integram o grupo, ao qual é aplicável a dedução de 600.000,00. A dedução não é aplicável às pessoas coletivas cujo ativo seja composto em mais de 50% por imóveis não afetos a atividades de natureza agrícola, industrial ou comercial, ou a sua atividade consista na compra e venda de bens imóveis, bem como às sociedades de simples administração de bens, sujeitas ao regime de transparência fiscal, nos termos do artigo 6.º do Código do IRC. Os sujeitos passivos casados ou unidos de facto, poderão optar pela tributação conjunta, somandose os valores patrimoniais tributários na sua titularidade. Caso este regime seja considerado por sujeitos passivos casados ou unidos de facto, a Proposta determina que a dedução acima referida se multiplique por dois ( 1.200.000,00).

Taxa e liquidação A Proposta estipula que a taxa do Adicional ao IMI após a aplicação das deduções referidas é de 0,3%. No âmbito da sua aplicação, o Adicional ao IMI será liquidado pela Autoridade Tributária e Aduaneira com base nos valores patrimoniais tributários dos prédios e em relação aos sujeitos passivos que constem das matrizes em 1 de janeiro do ano a que o mesmo respeita. Nos termos da Proposta, a liquidação do Adicional ao IMI é efetuada no mês de junho do ano a que o imposto respeita, sendo o pagamento efetuado no mês de setembro desse mesmo ano. A Proposta determina que o Adicional ao IMI é dedutível à coleta do IRS correspondente aos rendimentos de prédios arrendados e, por opção (em alternativa à dedução para efeitos de apuramento do lucro tributável), à coleta do IRC correspondente aos rendimentos decorrentes de arrendamento, sem ficar essa dedução sujeita às limitações previstas nos Códigos do IRS e IRC. EBF Remuneração convencional do capital social Passa a poder ser deduzido, para efeitos de determinação do lucro tributável de IRC, um valor correspondente à remuneração convencional do capital social, calculado mediante a aplicação, limitada a cada exercício, da taxa de 7% (anteriormente 5%) sobre o montante das entradas em dinheiro ou através da conversão de suprimentos ou de empréstimos de sócios, no âmbito da constituição de sociedades ou do aumento do respetivo capital social, até 2 milhões de Euros, desde que o seu lucro não seja apurado por métodos indiretos e a sociedade beneficiária não reduza o seu capital com restituição aos sócios (quer no ano em que sejam efetuadas tais entregas quer nos cinco exercícios posteriores). Adicionalmente, são revogados dois dos três requisitos até então vigentes para efeitos de aplicação do regime. A saber: 1. Deixa de ser exigida a qualificação como micro, pequena ou média empresa da entidade beneficiária e que os sócios que participam na constituição ou no aumento do capital sejam sejam exclusivamente pessoas singulares, sociedades de capital de risco ou investidores de capital de risco. 2. A dedução em causa só poderá ser concedida se a sociedade beneficiária não reduzir o respetivo capital social com restituição aos sócios, quer no período de tributação em que as entradas foram realizadas, quer nos cinco períodos de tributação seguintes. O incumprimento deste requisito implica a consideração como rendimento do período de tributação em que ocorra a redução do capital com restituição aos sócios, do somatório das importâncias deduzidas a título de remuneração convencional do capital social, majorado em 15%. A referida dedução passa a poder ser efetuada no apuramento do lucro tributável do período de tributação relativo ao exercício em que ocorram as mencionadas entradas e nos cinco períodos de tributação seguintes (ao invés dos três, previstos atualmente).

Para efeitos da aplicação deste regime, apenas são consideradas como entradas em espécie as correspondentes à conversão de suprimentos ou de empréstimos de sócios realizadas a partir do exercício fiscal de 2017. Em caso de dedução ao abrigo deste regime, a dedutibilidade dos gastos de financiamento líquidos nos termos do Código do IRC é reduzida a 25% do resultado antes de depreciações, amortizações, gastos de financiamento líquidos e impostos, sem prejuízo das demais condições estabelecida neste regime. Mantém-se aplicável o anterior regime de remuneração convencional do capital social às entradas e aumentos de capital realizados até à data de entrada em vigor da Lei do Orçamento do Estado para o ano de 2017. Outros benefícios com carácter ambiental atribuídos a imóveis Aumenta de 15% para 25% o limite máximo de redução da taxa do IMI que as Assembleias Municipais poderão fixar, relativamente aos prédios urbanos com eficiência energética devidamente classificada. Isenção de IMI sobre imóveis afetos a habitação própria e permanente A isenção passa a ser de reconhecimento automático para os prédios urbanos habitacionais afetos a habitação própria e permanente do sujeito passivo e do seu agregado familiar, cujo rendimento não seja superior a 153.300 e o valor patrimonial tributário não exceda 125.000. Benefícios fiscais relativos à instalação de empresas em territórios do interior Passa a ser aplicável a taxa de IRC de 12,5% aos primeiros 15.000 de matéria coletável às pequenas e médias empresas que exerçam, diretamente e a título principal, uma atividade económica de natureza agrícola, comercial, industrial ou de prestação de serviços em território do interior, mediante determinadas condições a verificar. Programa Semente Os sujeitos passivos que realizem investimentos elegíveis até 100.000 em start-ups no âmbito do programa Semente, passam a deduzir 25% deste investimento até ao limite de 40% da coleta de IRS. As importâncias que ultrapassem o limite de dedução poderão ser deduzidas, nas mesmas condições, nos dois anos subsequentes. Refira-se que este benefício não concorre com os limites globais das deduções à coleta de IRS.

Normas transitórias: São prorrogadas por um ano as seguintes normas que consagram os benefícios fiscais que caducariam a 1 de janeiro de 2017, entre elas (as que consideramos mais relevantes: Criação de emprego (artigo 19.º do EBF); Conta poupança-reformados (artigo 20.º do EBF); Planos de poupança em ações (artigo 26.º do EBF); Empréstimos externos e rendas de locação de equipamentos importados (artigo 28.º do EBF); Serviços financeiros de entidades públicas (artigo 29.º do EBF); Depósitos de instituições de crédito não residentes (artigo 31.º do EBF); Prédios integrados em empreendimentos a que tenha sido atribuída a utilidade turística (artigo 47.º do EBF); Deduções à coleta do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (artigo 63.º do EBF); Imposto sobre o valor acrescentado -Transmissões de bens e prestações de serviços a título gratuito (artigo 64.º do EBF). Código Fiscal ao Investimento Regime Fiscal de Apoio ao Investimento Em sede do RFAI, a dedução à coleta do IRC relativamente a investimentos realizados em regiões elegíveis é efetuada a considerando uma percentagem de 25% das aplicações relevantes quando o investimento realizado não exceda 10.000.000 (antes 5.000.000), sendo de 10% relativamente à parte do investimento realizado que exceda esse montante. Relativamente ao novo limite, podem ser considerados, no período de tributação subsequente ao que se inicie em ou após 1 de janeiro de 2016, investimentos que se realizem neste último período de tributação, desde que não tenham sido anteriormente integrados em qualquer um dos períodos. Sistema de Incentivos Fiscais em Investigação e Desenvolvimento Empresarial (SIFIDE) Passam a ser elegíveis em 110% as despesas que digam respeito a atividades de investigação e desenvolvimento associadas a projetos de conceção ecológica de produtos. Para o efeito, as entidades interessadas deverão submeter previamente o projeto de conceção ecológica do produto à Agência Portuguesa do Ambiente, I.P. (APA, I.P.), devendo ainda o pedido ser instruído com declaração ambiental de produto, patente ou rótulo ecológico.

Obrigações acessórias O membro do Governo responsável pela área da economia, através da comissão certificadora, comunica por via eletrónica à AT, até ao fim do mês de fevereiro de cada ano, a identificação dos beneficiários e do montante das despesas consideradas elegíveis reportadas ao ano anterior ao da comunicação, discriminando, doravante, os beneficiários e o montante das despesas majoradas no contexto projetos de conceção ecológica de produtos, validados pela APA, I.P., previamente à candidatura.

Av. da República - Ed. República, Piso 2 - Fracção AG 2645-143 Alcabideche Cascais, Portugal Tel. +351 218 063 100 Fax. +351 218 052 919 Lisboa São Paulo Rio de Janeiro www.numeric-group.com