Anestesia Venosa Total em Obesidade Mórbida

Documentos relacionados
Anestesia Venosa Total em Procedimentos Ambulatoriais

Anestesia Venosa Total em Otorrinolaringologia

Anestesia Venosa Total em Colecistectomia Laparoscópica

WorkShop Anestesia Intravenosa. Dr. Daniel Volquind TSA/SBA

I Data: 06/01/2005. II Grupo de Estudo: Silvana Márcia Bruschi Kelles Adolfo Orsi Parenzi Lélia Maria de Almeida Carvalho. III Tema: Remifentanil

Anestesia no paciente obeso Alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas dos fármacos anestésicos: como valorizar?

Anestesia Venosa Total em Cirurgia Cardíaca

Câmara Técnica de Medicina Baseada em Evidências. Avaliação de Tecnologias em Saúde

CONSIDERAÇÕES SOBRE ANESTESIA VENOSA TOTAL E BALANCEADA

Modelos Farmacocinéticos de Propofol em TCI

Analgesia Pós-Operatória em Cirurgia de Grande Porte e Desfechos

ria: Por Que Tratar? Can Dr. Daniel Volquind TSA/SBA

Anestesia venosa total na criança

Anestesia. em cirurgia cardíaca pediátrica. por Bruno Araújo Silva

Análise Crítica da Monitorização com Índice Biespectral

Transplante renal intervivos (Doador)

ANESTESIA TOTAL INTRAVENOSA COM PROPOFOL OU PROPOFOL E CETAMINA: META-ANÁLISE

Anestesia Venosa Total para Sedação

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA 2016 Sociedade de Anestesiologia do Distrito Federal 3ª ETAPA

UTILIZAÇÃO DA INFUSÃO CONTÍNUA DE MORFINA (MLK) OU FENTANILA (FLK), ASSOCIADOS À LIDOCAÍNA E CETAMINA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Agitação no Despertar: Problema do Anestésico ou da Técnica?

Anestesia Venosa no Paciente Idoso

I Data: 14/01/2005. II Grupo de Estudo:

Interferência da Circulação Extracorpórea no Despertar da Anestesia de Pacientes Submetidos à Revascularização do Miocárdio


Cirurgia colorretal esraeurope.org/prospect 1

Mário Tadeu Waltrick Rodrigues Anestesiologista TSA / SBA. Pós Graduado em Terapia da Dor Universidade de Barcelona

Odesenvolvimento da técnica anestésica visando

Artículo Especial: Evaluación de la evidencia científica Albert J. Jovell Y Maria D. Navarro-Rubio Med Clin (Barc) 1995;105:

INCIDÊNCIA DE NÁUSEAS E VÓMITOS NO PÓS-OPERATÓRIO EM PEDIATRIA

Estudo Compara Efeitos da Morfina Oral e do Ibuprofeno no Manejo da Dor Pós- Operatória

Projeto Diretrizes. Elaboração Final: de Julho Maio de

Toracotomia esraeurope.org/prospect 1

HISTERECTOMIA LAPAROSCÓPICA

Anestesia Venosa Total em Procedimentos Neurocirúrgicos

I PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA E ATUALIZAÇÃO EM ANESTESIOLOGIA E DOR DA SARGS ANESTESIA PEDIÁTRICA: PODEMOS REDUZIR A MORBIMORTALIDADE?

Factors associated to postoperative pain in the post-anesthetic care unit in patients submitted to laparoscopic gastroplasty*

Comparação de insuflação com dióxido de carbono e ar em endoscopia e colonoscopia: ensaio clínico prospectivo, duplo cego, randomizado - julho 2017

Profa. Dra. Norma Sueli Pinheiro Módolo CET/SBA do Depto. de Anestesiologia Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP

Título da Conferência LARINGOESPASMO. Nome:Dra. BELMIRA LUIS Medica Anestesiologista HPDB 08\11\2017

Anestesia de fluxo mínimo utilizando oxigênio como gás transportador

FÁRMACOS USADOS EM AMINAIS DE LABORATÓRIO ANESTÉSICOS E ANALGÉSICOS

Avaliação do uso da Banda Gástrica no tratamento da obesidade mórbida

Autoria: Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica

Eficácia e Segurança dos Medicamentos Inibidores de Apetite

PROTOCOLOS HAOC Capítulo JCI Responsável pela elaboração Nº Doc. Data da 1ª Versão

PRÁTICA Controle e Precisão ao seu alcance.1

VMNI no pós operatório e em procedimentos

Agentes Químicos em Ambiente Hospitalar. Ana Cruz Nogueira Unidade de Ar e Saúde Ocupacional Departamento de Saúde Ambiental

C a ro l i n a Te r ra D i re tor de serviço: Pro f. D r. Pa u l o D o n ato

08 e 09 de outubro de 2016 Vitória Hotel Concept Campinas. Avenida José de Souza Campos, 425 Cambuí Campinas SP

Laparoscopia e Litíase Urinária

Avaliação da analgesia controlada pelo paciente no pós-operatório de cirurgia cardíaca, com infusão continua de morfina*

A sedação excessiva e o delirium são condições que, se não detectadas e tratadas precocemente, estão associadas ao aumento de morbimortalidade.

Anestesia venosa: combinar medicamentos em uma mesma seringa é uma prática segura?

Declaração de possíveis conflitos de interesses

Sugamadex. Quando, como e por que? Nádia Duarte

Monitor de Índice Bispectral (BIS) na Unidade de Terapia Intensiva

CASO CLÍNICO 7 Anestesia Venosa Total para Colecistectomia Videolaparoscópica

Prevenção da Agitação no Pós-Operatório de Amigdalectomia com ou sem Adenoidéctomia com o uso de Cetamina em Crianças

Protocolo consciência durante anestesia

Autoria: Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia

Uso do fentanil transdérmico para analgesia pós-operatória em cirurgia de artrodese de coluna*

Projeto Diretrizes. Elaboração Final: de Julho Outubro de 2001 de 2002

CASO CLÍNICO 6. Anestesia para Revascularização do Miocárdio

Protocolo de Heparina para pacientes cardiológicos

Anestesia para cirurgia ambulatorial na criança

Complicações dos Procedimentos Videolaparoscópicos. Profa. Dra. Eliana Marisa Ganem

Nota Técnica sobre Eficácia e Segurança dos Medicamentos Inibidores de Apetite

COLECISTECTOMIA LAPAROSCÓPICA EM AMBULATÓRIO

EMENTA: A monitorização cerebral intraoperatória é recomendada nas condições clínicas preconizadas. DA CONSULTA

Hemorroidectomia esraeurope.org/prospect 1

NT NATS HC UFMG 51/2015

ALTERAÇÕES ELETROCARDIOGRÁFICAS EM RATOS ANESTESIADOS PELA ASSOCIAÇÃO DE CETAMINA E MIDAZOLAM COM USO DE DOSES CRESCENTES DE FENTANIL

A IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA NA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE ATELECTASIA PULMONAR: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Anestesia para a Otorrinolaringologia Pediátrica

CRITÉRIOS E EXAMES COMPLEMENTARES PARA REALIZAÇÃO DE ANESTESIA PARA EXAMES DIAGNÓSTICOS

Essencial para prática cirúrgica*

PROTOCOLOS E TÉCNICAS ANESTÉSICAS UTILIZADAS EM OVARIOSALPINGOHISTERECTOMIAS NO INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE, CAMPUS

Aanestesia geral é freqüentemente administrada

Colaboraciones Especiales Grupo ABC

Preparo pré-operatório do Paciente Diabético Manejo de insulina e antidiabéticos orais. Daniel Barretto Kendler GEMD 21/05/2016

Lesão neurológica pós-bloqueio periférico: qual a conduta?

USO DE DEXMEDETOMIDINA EM SEDAÇÃO PARA BRONCOFIBROSCOPIA. RELATO DE CASO.

Ectrópio cervical Módulo III Ginecologia Direto ao assunto Condutas Luiz Carlos Zeferino Professor Titular de Ginecologia Unicamp Março de 2013

CUIDADOS PERI-OPERATÓRIOS, DIAGNÓSTICO E CONTROLE DA DOR

AVALIAÇÃO DA NEUROLEPTOANALGESIA COM ASSOCIAÇÃO DA ACEPROMAZINA E MEPERIDINA EM CÃES SUBMETIDOS À ANESTESIA

PLANO DE CURSO 8 PERÍODO ANO:

Ultiva Modelo de texto de bula Profissionais de Saúde

Modelos farmacocinéticos para infusão alvo-controlada de propofol: comparativo entre Marsh e Schnider

O Brasil é considerado o segundo país do mundo em número de cirurgias. As mulheres representam 76% dos pacientes.

Vacina Tríplice (DTP Acelular) Contra - Difteria/Tétano/Coqueluche

PESQUISA CLÍNICA (PESQUISA EM SERES HUMANOS) CNS/Res 196/1996

Manual de Cirurgia Segura

Nome do Paciente: Data de nascimento: / / CPF: Procedimento Anestésico: I. O que é?

PRÁTICA AVANÇADA EM ANESTESIA REGIONAL PERIFÉRICA

Publication list Luis Antunes

Ricardo Francisco Simoni

LEIA ATENTAMENTE ESTA BULA ANTES DE INICIAR O TRATAMENTO.

Comparação entre a anestesia geral isolada ou associada à peridural no controle da dor pós-operatória após colecistectomia videolaparoscópica*

Transcrição:

Anestesia Venosa Total em Obesidade Mórbida Autoria: Sociedade Brasileira de Anestesiologia Elaboração Final: 27 de janeiro de 2009 Participantes: Albuquerque MAC, Auler Júnior JOC, Bagatini A, Sales PCA, Santos EJA, Simoni RF, Vianna PTG O Projeto Diretrizes, iniciativa conjunta da Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina, tem por objetivo conciliar informações da área médica a fim de padronizar condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico. As informações contidas neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta a ser seguida, frente à realidade e ao estado clínico de cada paciente. 1

DESCRIÇÃO DO MÉTODO DE COLETA DE EVIDÊNCIA: Foram realizadas múltiplas buscas na base de dados PubMed para identificação de artigos com melhor desenho metodológico, seguidas de avaliação crítica de seu conteúdo e classificação de acordo com a força da evidência. De acordo com as normas do Oxford Centre for Evidence Based Medicine, deuse preferência às revisões sistemáticas da literatura e ensaios clínicos randomizados. As buscas foram realizadas entre agosto de 2007 e abril de 2008. Para as buscas no PubMed, foram utilizadas diferentes combinações de termos abertos (random*; intravenous; anaesthesia; anesthetics; anesthesia intravenous; parenteral; venous; inhalation; inhalatory; obese; obesity; morbid* e propofol) e termos do vocabulário controlado ( Anesthesia, Intravenous [MeSH]; Anesthesia, Inhalation [MeSH]; Propofol [MeSH]; Obesity, Morbid [MeSH]; Obesity [MeSH]; e Randomized Controlled Trial [Publication Type]). Foram selecionados os estudos que compararam anestesia venosa total com anestesia inalatória e/ou balanceada em pacientes obesos submetidos a procedimentos cirúrgicos. GRAU DE RECOMENDAÇÃO E FORÇA DE EVIDÊNCIA: A: Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistência. B: Estudos experimentais ou observacionais de menor consistência. C: Relatos de casos (estudos não controlados). D: Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em consensos, estudos fisiológicos ou modelos animais. OBJETIVO: Avaliar as vantagens e as desvantagens da anestesia venosa total (AVT) em relação à anestesia inalatória e/ou balanceada (AI) em pacientes submetidos à cirurgia para obesidade mórbida. CONFLITO DE INTERESSE: Os conflitos de interesse declarados pelos participantes da elaboração desta diretriz estão detalhados na página 4. 2 Anestesia Venosa Total em Obesidade Mórbida

INTRODUÇÃO A anestesia venosa total (AVT) é uma técnica de anestesia geral que utiliza fármacos administrados unicamente por via endovenosa. Ela se distingue da anestesia inalatória e/ou balanceada (AI) pela ausência total de qualquer agente inalatório, inclusive de óxido nitroso 1 (D). A popularização da AVT vem ocorrendo, em parte, devido ao desenvolvimento de fármacos modernos com propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas que permitem sua utilização em infusão contínua. Além disso, novos conceitos de modelos farmacocinéticos compartimentais e o desenvolvimento de sistemas computadorizados para administração das drogas facilitaram o controle infusional desses anestésicos. Dentre os fármacos usados em AVT, destacam-se o propofol e os opióides sintéticos de ação curta, como o remifentanil. Em adultos, a indução anestésica com propofol é mais rápida que a indução inalatória, mesmo quando são usados agentes voláteis com baixos coeficientes de partição sangue-gás 2 (B). O remifentanil é um agonista opióide sintético estruturalmente relacionado ao fentanil, mas é ímpar entre os opióides devido à presença de ligação éster. Este fato o torna suscetível à rápida hidrólise pelas esterases inespecíficas presentes no sangue e nos tecidos. O remifentanil é o primeiro opióide de ação ultracurta para uso como complemento à anestesia geral, venosa ou inalatória 2 (B). Atualmente, é possível controlar de maneira rápida e precisa a infusão dos fármacos, e promover uma indução anestésica suave, com manutenção confiável e controlável durante a cirurgia, e um despertar curto e previsível. Essa possibilidade pode ser vantajosa frente ao contexto médico atual de promover, cada vez mais, um serviço de saúde consciencioso, o qual aponta em direção do desenvolvimento e aperfeiçoamento de procedimentos menos invasivos associados à recuperação anestésica mais rápida do paciente e ao menor tempo de internação. Anestesia Venosa Total em Obesidade Mórbida 3

AVT PARA OBESIDADE MÓRBIDA O principal objetivo da anestesia no paciente obeso mórbido é promover boa estabilidade hemodinâmica, tempo de despertar e extubação precoces, e rápida recuperação anestésica, com retorno rápido às atividades usuais para evitar complicações como tromboembolismo e atelectasias pulmonares. Assim, a pesquisa pela literatura objetivou estabelecer o papel da AVT dentro do contexto da obesidade mórbida no que se refere a esses desfechos, assim como a aplicabilidade da técnica de infusão alvocontrolada nessa população. INFUSÃO ALVO-CONTROLADA Em relação à infusão alvo-controlada de propofol, o peso corporal total é o parâmetro a ser informado no modelo farmacocinético de Marsh, otimizando, assim, a previsibilidade do sistema de infusão 3 (B). O modelo farmacocinético de Gepts para o sufentanil foi testado na população com obesidade mórbida e demonstrou boa correlação entre a concentração plasmática prevista e mensurada desse opióide 4 (B). Quanto à infusão alvocontrolada de remifentanil, não foi encontrada evidência que demonstre previsibilidade compatível em pacientes obesos mórbidos. RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA Não existe evidência suficiente para demonstrar que o tempo de abertura ocular, tempo de extubação, grau de orientação e sedação pós-operatória (avaliada por meio do escore modificado 1 e 2 do Observer Assessment of Alertness and Sedation - OAAS), em 30, 60 e 120 minutos de pósoperatório, seja diferente entre as técnicas de anestesia balanceada com desflurano e isoflurano e a AVT com propofol, em pacientes obesos 5 (A). No entanto, há evidência de que os pacientes que receberam AVT com propofol apresentam valores de pressão arterial média e frequência cardíaca menores aos de pacientes que receberam sevoflurano; contudo, sem diferenças clínicas significativas 6 (A). Também não existem ainda informações suficientes sobre a necessidade de analgesia no pós-operatório entre os obesos mórbidos que foram submetidos a anestesia com desflurano, isoflurano ou propofol 5 (A). SÍNTESE DA EVIDÊNCIA Ainda não existe evidência suficiente para determinar a superioridade de uma técnica anestésica sobre a outra. Tanto a AVT quanto a balanceada parecem promover os objetivos citados acima de maneira eficiente e segura para o paciente portador de obesidade mórbida. Recomendamos informar o peso corporal total do paciente obeso mórbido ao modelo farmacocinético de propofol (modelo de Marsh) 3 (B). CONFLITO DE INTERESSE Albuquerque MAC, Auler Júnior JOC, Bagatini A, Sales PCA, Santos EJA, Simoni RF, Vianna PTG são membros do Advisory Board da AstraZeneca do Brasil Ltda. e participaram do Curso Projeto Diretrizes da AMB a convite da AstraZeneca. 4 Anestesia Venosa Total em Obesidade Mórbida

REFERÊNCIAS 1. Campbell L, Engbers FH, Kenny GNC. Total intravenous anaesthesia. CPD Anaesthesia 2001;3:109-19. 2. Estivalet FF, Bagatini A, Gomes CR. Remifentanil associado ao propofol ou sevoflurano para colecistectomia videolaparoscópica: estudo comparativo. Rev Bras Anestesiol 2002;52:385-93. 3. Albertin A, Poli D, La Colla L, Gonfalini M, Turi S, Pasculli N, et al. Predictive performance of Servin s formula during BIS-guided propofol-remifentanil targetcontrolled infusion in morbidly obese patients. Br J Anaesth 2007;98:66-75. 4. Slepchenko G, Simon N, Goubaux B, Levron JC, Le Moing JP, Raucoules-Aimé M. Performance of target-controlled sufentanil infusion in obese patients. Anesthesiology 2003;98:65-73. 5. Juvin P, Vadam C, Malek L, Dupont H, Marmuse JP, Desmonts JM. Postoperative recovery after desflurane, propofol, or isoflurane anesthesia among morbidly obese patients: a prospective, randomized study. Anesth Analg 2000;91:714-9. 6. Salihoglu Z, Karaca S, Kose Y, Zengin K, Taskin M. Total intravenous anesthesia versus single breath technique and anesthesia maintenance with sevoflurane for bariatric operations. Obes Surg 2001;11: 496-501. Anestesia Venosa Total em Obesidade Mórbida 5