Matriz de atividade individual* Módulo: 4 Empreendedorismo, fontes Fórum: Análise de Projetos de de Capital, e Projetos de Investimento Investimentos Título: Análise de Projeto de Investimento da empresa PROSPECÇÃO S/A Aluno: Emerson Madureira de Oliveira Disciplina: Economia Empresarial Turma: EEMPEAD_T0124_0512 Introdução O presente trabalho tem por objetivo realizar análise de projeto de investimento da empresa PROSPECÇÃO S/A, que no momento está estudando a possibilidade de ampliar sua planta industrial. A atuação da empresa é no setor de energia, mais especificamente na indústria de biocombustíveis. Biocombustível é o combustível de origem biológica não fóssil. Normalmente é produzido a partir de uma ou mais plantas. Ele é fabricado em escala comercial a partir de produtos agrícolas, como a cana-de-açúcar, mamona, soja, canola, babaçu, mandioca, milho, entre outros. Os biocombustíveis são mais sustentáveis no que diz respeito aos impactos ambientais, mas nem por isso menos competitivos que os combustíveis derivados de petróleo e gás natural. Eles poluem menos que os combustíveis fósseis, responsáveis pela grande quantidade de emissão de CO 2, tanto na produção quanto em sua utilização. Evidentemente a demanda pelos biocombustíveis tende a crescer em função de todos os seus benefícios e isso é um dos motivadores da empresa PROSPECÇÃO S/A, que estuda a possibilidade de investimentos em uma nova planta industrial. Seus sócios acreditam na demanda aquecida e constataram que as instalações atuais da empresa estão operando no limite da capacidade. Para tanto, necessitam de um capital de R$ 50 milhões, que serão obtidos por meio de três fontes de capital. Fontes de capital utilizadas pela empresa Considerando o custo de oportunidade para efeito da análise presente, tomando como base os juros de algumas aplicações financeiras mais utilizadas, consideradas pelo mercado financeiro como seguras, foi realizado um levantamento de mercado conforme segue: CDI em 12 meses: 10,96% Poupança em 12 meses: 7,19% TJLP em 12 meses: 6,02% Títulos públicos LFT, com vencimento em 07/03/2013, indexador SELIC, em 12 meses: 11,01%
Títulos públicos LTN, com vencimento em 01/01/2013, indexador pré, em 12 meses: 15,26% Títulos públicos NTN-B, com vencimento em 15/08/2012, indexador IPCA, em 12 meses: 12,60% Títulos públicos NTN-C, com vencimento em 01/07/2012, indexador IGP-M, em 12 meses: 20,85% Títulos públicos NTN-F, com vencimento em 01/01/2013, indexador prefixado, em 12 meses: 14,86% Sendo assim, acredita-se que o investimento na nova planta industrial é justificado, pois apresenta maiores retornos anuais que as taxas de aplicações financeiras levantadas, uma vez que o mercado trabalha com uma projeção estimada e não oficial de margens aproximadas de mais de 25% ao ano. No que diz respeito às fontes de capital, os sócios - ao tomarem conhecimento do levantamento realizado - optaram por: 30% do capital necessário advindo de empréstimo bancário do BNDES FINEM, com custo de capital de 6,0% ao ano. Esta opção é interessante na medida em que apresenta taxa menor que a média das taxas levantadas, além de contar com prazo dilatado de carência e pagamento. 30% do capital necessário advindo da emissão de debêntures, com pagamento de 8% ao ano. Esta taxa foi escolhida para ser atrativa aos investidores que as adquirirem, e também por estar na média das taxas levantadas. 40% do capital necessário advindo de capital próprio, da conta reserva, que é a poupança da empresa, cuja origem foram os lucros retidos por determinado período. Para objeto do estudo, foi considerado o custo de capital de 8% ao ano, o que se enquadra na média das taxas levantadas. Cálculo do custo médio ponderado de capital O cálculo do WACC segue conforme abaixo:
Análise macroambiental aspectos econômicos, tecnológicos, políticos e ambientais A análise macroambiental será realizada englobando aspectos econômicos, tecnológicos, políticos e ambientais. Sob o ponto de vista econômico a cadeia de produção dos biocombustíveis é complexa, envolvendo desde as propriedades rurais terras, até as centrais de processamento, passando ainda por necessidade de logística apurada, bem como mão-de-obra disponível em grande proporção. Neste contexto, é um produto com elevado custo de produção e sujeito à tributação elevada na sua produção e também em sua venda. Com a crescente preocupação ambiental a demanda por energias renováveis está cada vez mais ganhando importância. Segue-se que as oportunidades são enormes para este mercado, conforme as linhas de tendência crescentes de demanda e também devido aos preços competitivos no mercado. A Revista Exame de 14 de maio de 2010, publicou reportagem onde o presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), afirma que os biocombustíveis responderão por cerca de 70% da demanda veicular entre 2017 e 2018. A revista IPEA Desafios do Desenvolvimento 2011 Ano 8 número 71, informa que os biocombustíveis já representam 25% do consumo brasileiro de combustíveis líquidos. A Agência Nacional do Petróleo ANP, informa em seu site, que o Brasil está entre os maiores produtores e consumidores de biodiesel do mundo, com uma produção anual, em 2010, de 2,4 bilhões de litros e uma capacidade instalada, no mesmo ano, para cerca de 5,8 bilhões de litros. O governo federal declara em seu site Brasil.gov.br, que o volume total de etanol produzido atualmente está próximo dos 30 bilhões de litros e que as estimativas oficiais indicam a produção será de 37 bilhões de litros para 2015. Conforme publicação da Agência Reuters de 29 de março de 2011, o Brasil atraiu cerca de um quarto dos 5,6 bilhões de dólares investidos em todo o mundo em usinas para a produção de biocombustível em 2010, ou 1,76 bilhão de dólares. Os projetos de biocombustíveis nos Estados Unidos e União Européia atraíram 1,13 bilhão de dólares e 893 milhões de dólares, respectivamente. Quanto aos aspectos econômico e político, os preços para os combustíveis, de forma geral, são regulados pelo governo federal, o que compromete a estrutura de obtenção de receitas, e ao mesmo tempo força uma gestão muito apurada dos empresários para que os custos sejam mantidos em nível baixo. Da mesma forma, há pressão sobre os empresários para que
ocorra otimização da produção e distribuição do produto. Ainda quanto ao aspecto político, o governo federal vem incentivando a produção deste tipo de combustível através de várias facilidades de acesso a financiamentos, programas e convênios para sua estruturação sustentável. Tem esbarrado nas questões fiscais e tributárias, mas esforça-se para conduzir o debate para a viabilização no longo prazo de políticas públicas de apoio a este segmento industrial, já que é um setor de grande geração de emprego, sobretudo em áreas menos favorecidas, longe das grandes cidades e capitais. É também um segmento que demanda máquinas e equipamentos, o que alimenta esta indústria e gera ainda mais possibilidades de ampliação dos benefícios ao longo da cadeia de produção. No aspecto de ambiente concorrencial, a indústria do petróleo exerce forte pressão para que a indústria de biocombustíveis não progrida a passos largos, haja vista que são competidores num mercado mundial bilionário. No que tange ao aspecto tecnológico, ressalta-se cada vez mais apoio à pesquisa e desenvolvimento de estudos, experimentos, técnicas e máquinas que apóiem toda a cadeia. Ou seja, a demanda por inovação tecnológica neste segmento e de profissionais que se dediquem a esta pesquisa é crescente. Nota-se no governo federal o incentivo e o fomento por iniciativas de desenvolvimento tecnológico nesta área, visando novas formas de obtenção dos biocombustíveis, novas fontes, metodologias de produção mais baratas e menos complexas, bem como, a realização de investimentos de infra-estrutura que suportem a logística complexa de escoamento e distribuição da produção. Conforme informações divulgadas pela Petrobrás S/A, até 2015 a empresa irá investir 300 milhões de dólares em pesquisas com etanol de segunda geração (feito a partir do bagaço de cana-de-açúcar), biocombustíveis de aviação (Bioqav) e no aprimoramento do processo produtivo assegurando a vanguarda em sustentabilidade. Por outro lado, o desenvolvimento tecnológico neste segmento significa cada vez mais mecanização, com reflexo na redução do emprego, comprometendo os benefícios sociais advindos desta indústria. Sob o ponto de vista ambiental, é cada vez maior o incentivo à utilização dos biocombustíveis devido a todos os seus benefícios. É constituído por carbono neutro, ou seja, o combustível tem origem renovável ao invés da fóssil. Desta forma, sua obtenção e queima não contribuem para o aumento de CO 2 na atmosfera, zerando assim o balanço de massa entre emissão de gases dos veículos e absorção dos mesmos pelas plantas. Quanto ao aspecto social, a indústria de biocombustíveis contribui para a geração de empregos no setor primário, que no Brasil é de suma importância para o desenvolvimento social. Com isso, evita-se o êxodo do trabalhador no campo, reduzindo o inchaço das grandes cidades e favorece o ciclo da economia auto-sustentável essencial para a autonomia do país. A título de exemplo, a Petrobrás S/A divulga em seu site na Internet que o Programa de
Suprimento Agrícola para a produção de biodiesel mantém parceria com cerca de 60 mil agricultores familiares em nove estados brasileiros. No médio e longo prazo, devido às pressões da sociedade e aos impositivos ambientais, a demanda crescerá ainda mais, o governo federal deverá estabelecer melhores condições fiscais e tributárias para a produção e venda, a tecnologia deverá avançar sobremaneira na cadeia de produção, e os investimentos do governo federal em infraestrutura deverão melhorar a cadeia logística de distribuição. Portanto, as condições macroambientais do segmento da indústria de biocombustíveis é propícia para novos investimentos no presente com vistas à obtenção de lucros no médio e longo prazo, ressalvando-se a possibilidade da intervenção do Estado como regulador de mercado. Conclusão Por todo o exposto ao longo do trabalho o projeto de investimento tende a ser viável no longo prazo, pois as condições são em sua maioria favoráveis. Há disponibilidade de capital no mercado, o custo de capital é oportuno e inferior ao custo de oportunidade conforme visto e as margens de retorno da indústria de biocombustíveis são maiores que o custo de oportunidade. A experiência atual dos sócios no segmento, o aprendizado e conhecimento sobre o mercado, a estrutura de logística já desenvolvida, os parceiros, fornecedores e clientes, corroboram com a possibilidade de êxito do projeto de investimento. Referências bibliográficas MELLO, Pedro Carvalho de. Apostila de Economia Empresarial. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2008. *Esta matriz serve para a apresentação de trabalhos a serem desenvolvidos segundo ambas as linhas de raciocínio: lógico-argumentativa ou lógico-matemática.