RELATÓRIO FINAL MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA DA UHE MIRANDA

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Transcrição:

O) RELATÓRIO FINAL - 2000 MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA DA UHE MIRANDA Julho / 2001

índice 1 - Apresentação 1 2 - Introdução / Objetivos 1 3 - Procedimentos metolológicos 2 3.1 - Periodicidade das coletas e pontos de amostragem 2 3.2 - Coleta de peixes e processamento em campo e laboratório 2 3.3 - Análise do conteúdo estomacal das espécies 3 3.4 - Análise da captura por unidade de esforço em número e biomassa 4 4 - Diagnóstico 6 4.1 - Composição ictiofaunística 6 4.2 - Análise da captura por unidade de esforço em número e biomassa 8 4.3- Análise do conteúdo estomacal 13 5 - Síntese dosresultados / Conclusões 18 6 - Referências bibliográficas 19 7 - Equipe executora 20

1 - APRESENTAÇÃO Este relatório apresenta os resultados referentes aos estudos da ictiofauna na UHE Miranda, no rio Araguari, MG. Foram realizadas coletas bimestrais de setembro de 2000 a janeiro de 2001 em dois pontos a jusante da baragem, visando o conhecimento da interferência do reservatório no habitats da comunidade dos peixes de jusante. São apresentados os objetivos específicos, a metodologia empregada em campo e laboratório e os resultados com respeito à composição em espécies, produtividades em número e biomassa por espécie, tamanho de malha e horário de captura e avaliação da atividade alimentar das principais espécies. Por fim, é apresentado uma avaliação comparativa com a primeira fase dos estudos da ictiofauna a jusante da barragem de Miranda. 2-JNTRODUÇÃO / OBJETIVOS À primeira fase dos estudos da ictiofauna particularmente do trecho a jusante da barragem de Miranda foi concluída em janeiro de 2000, quando foram avaliados a composição, abundância e atividade alimentar das espécies mais importantes. Estes estudos revelaram os efeitos que as variações diárias de vazão exercem sobre a ictiofauna, sobretudo com relação à abundância de peixes e à composição dos itens alimentares das espécies. Visando dar continuidade à estas investigações e buscando estabelecer tendências e padrões na relação entre a ictiofauna e o ambiente em estudos, o presente trabalho teve como objetivos específicos: 1) Monitorar as populações de peixes das espécies mais abundantes a jusante da barragem de Miranda, quanto à abundância relativa temporal (por horário e período amostrai); 2) Estimar as produtividades em número e biomassa por período amostrado e espécie através da captura por unidade de esforço (CPUE); 3) Avaliar o hábito alimentar das espécies mais abundantes através da análise do conteúdo estomacal; 4) Avaliar a atividade reprodutiva das espécies mais abundantes; 5) Comparar a composição da ictiofauna e hábito alimentar das espécies com dados obtidos na primeira fase de estudos.

3 -PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 3.1 - Periodicidade das coletas e pontos amostrais As amostragens englobaram duas estações distintas, sendo uma caracterizada por um período seco, nos meses de julho e setembro/2000 e outro chuvoso, em novembro/2000 e janeiro/2001. Foram realizadas quatro campanhas (uma por cada mês indicado) em dois pontos amostrais localizados a jusante da barragem de Miranda assim estabelecidos (figura 1): 1) MI-1: Rio Araguari, imediatamente a jusante da barragem da UHE Miranda, na saída do vertedouro e nas imediações do canal de fuga (fotografia 1); 2) MI-2: Rio Araguari, cerca de 20 km a jusante da barragem de Miranda, na localidade de Pau Furado (fotografia 2). 3.2 - Coleta de peixes e processamento em campo e laboratório Os peixes foram coletados com redes de espera de malhas 3 a 5 (medidos entre nós opostos), com 5 e 10 metros de comprimento e altura média de 1,6 metros. As redes foram armadas em dois períodos, sendo o primeiro de 12:00 às 17:00 (diurno) e o segundo de 17:00 às 22:00 (crepuscular/noturno), portanto, permaneceram expostas por cinco horas em cada período de amostragem. Em campo, os indivíduos capturados foram acondicionados em sacos plásticos etiquetados, separados por ponto amostrai e malhas. Todos os exemplares foram fixados em solução de formol 10% e acondicionados em bombonas plásticas. Em laboratório, os peixes foram lavados em água corrente e transferidos para álcool 70 GL, sendo identificados taxonomicamente e contados. Após registro dos dados biométricos (peso corporal em gramas e comprimento total e padrão em centímetros), foi identificado macroscopicamente o diagnóstico de maturação gonadal com auxílio de estereomicroscópio. Neste estudo estão sendo considerados cinco estádios de maturação gonadal para machos e fêmeas:

1 = repouso ou imaturos; 2A= maturação inicial; 2B = maturação intermediária; 2C = maturação avançada; 3 = esgotado (desovado ou espermiado). Todos os dados foram anotados em fichas e tabulados em planilhas para posterior análise. 3.3 - Análise do conteúdo estomacal das espécies Os estômagos dos indivíduos das espécies mais abundantes foram dissecados para análise do hábito alimentar. O conteúdo estomacal foi analisado em estereomicroscópio e microscópio. Os itens alimentares foram identificados até o menor nível taxonômico possível e tiveram seu peso úmido determinado em balança analítica Mettler PI 210, com precisão de 0,01 g. Para cada item / foram calculados a freqüência de ocorrência (F/ = n de estômagos em que ocorre o item / / total de estômagos com alimento) e seu peso relativo {Pi = peso total do item / / peso total de todos os itens). O índice de importância alimentar (IA) de cada item foi obtido segundo Kawakami & Vazzoler (1980): Mi = {Fi. Pi) ZFi.Pi, onde: lai = índice alimentar do item /, Fi = freqüência de ocorrência do item /, Pi = peso do item /.

3.4 - Análise de captura por unidade de esforço (CPUE) em número e biomassa As espécies capturadas foram quantificadas através da captura por unidade de esforço (CPUE), em número e biomassa, por horário e período de coleta, ponto amostrai e espécie, com base nos dados obtidos através das redes de espera. O cálculo das CPUEs foi efetuado através das seguintes equações: 5 5 CPUE(n)= 2 (Nm/EPm)x100 e CPUE(b)= 2 (Bm/EPm)x100, onde: m=3 m=3 CPUEn = captura em número por unidade de esforço; Nm = número total dos peixes capturados na malha m; EPm = esforço de pesca, que representa a área em m^ das redes de malha m; m = tamanho da malha (3,4 e 5 centímetros entre nós opostos).

ao MG SP UHE NOVA PONTE POBTDSDECOtErA DE ICTIOFAÜIIA Figura 1- Localização dos pontos de amostragem de ictiofauna a jusante da barragem da UHE Miranda

4-DIÀGNOSTICO 4.1 - Composição ictiofaunística Foram capturados durante as quatro campanhas 740 exemplares de 24 espécies (considerando os cascudos do gênero Hypostomus como grupo único), distribuídas em 4 ordens, 9 famílias e 19 gêneros (tabela 1). O número de espécies registrado, desconsiderando o grupo dos cascudos, representa 75% da ictiofauna inventariada para a região do rio Araguari no ponto imediatamente a jusante da barragem e cerca de 53% de todo o elenco de espécies já inventariado para a região de Miranda, incluindo o reservatório e o trecho imediatamente a jusante (CEMIG, 2000). A ordem com o maior número de espécies foi Characiformes, seguindo-se Siluriformes, Perciformes e Gymnotiformes. Este mesmo padrão também foi registrado nos estudos realizados anteriormente em Miranda, tanto no rio quanto no reservatório (lesa/cemig, 1998; CEMIG, 2000). Todas as espécies capturadas já haviam sido registradas em levantamentos anteriores na região. Apenas uma espécie é considerada exótica, o cará {Satanoperca pappaterrà), procedente do trecho médio da bacia do Paraná. Oito espécies apresentam comportamento reofílico ou são migradoras moderadas, enquanto apenas uma é considerada migradora de longa distância (piapara - Leporinus elongatus).

Tabela 1 - Lista das espécies de peixes, com respectivos nomes vulgares, capturadas no rio Araguari a jusante da UHE Miranda em julho, setembro e novembro de 2000 e janeiro de 2001 Taxa Nome vulgar Ordem Characiformes Família Characidae Subfamílía Tetragonopterínae Astyanax altiparanae Astyanax eigenmaniorum Astyanax fasciatus Subfamílía Cynopotaminae Galeocharax knerii Subfamílía Myleínae Metynnis sp. Subfamílía Serrasalminae Serrasaimus spilopleura Família Acestrorhynchidae Subfamílía Acestrorhynchinae Oligosarcus paranensis Família Anostomidae Leporinus amblyrhynchus Leporínus elongatus Leporinus friderici Schizodon nasutus Família Curimatidae Cyphocharax modestus Steindachnerina elegans Steindachnerina insculpia Família Parodontidae Apareiodon piracicabae Ordem Gymnotiformes Família Gymnotidae Eigenmannia virescens Ordem Siluriformes Família Pimelodidae lheringichthys labrosus Pimelodus maculatus Rhamdia queien Família Loricariidae Hypostomus spp. Lambari-rabo-amarelo Lambari Lambari-rabo-vermel ho Cigarra Pacu-cd Pirambeba Peixe-cachorro Timburé Piapara Piau-três-pintas Taguara Saguiru Saguiru Saguiru Canivete Tu vira Mandi-beiçudo Mandi-amarelo Bagre Cascudo Continua

Tabela 1 - Continuação Taxa Nome vulgar Ordem Perciformes Família Cichiidae Cichiasoma paranensis Crenicichia jaguarensis Geophagus brasiliensis Satanoperca pappateira Cará Joaninha Cará Cará Espécie exótica à região de estudos 4.2 - Captura por unidade de esforço em número e biomassa As participações relativas das principais espécies através das CPUEs em número e biomassa para o ponto logo a jusante da barragem (MI-1) estão representadas nas figuras 2 e 3, respectivamente. Cabe lembrar que as amostragens foram realizadas utilizando-se redes com malhas de pequeno tamanho, as quais capturam apenas exemplares de pequeno porte, até cerca de 20 cm CP. A espécie mais abundante em número foi o lambari-rabo-amarelo {A. altiparanae), com produtividade bem superior às demais, representando cerca de 85% das capturas. Seguiram-se o lambari-rabovermelho {A. fasciatus), a taguara (S. nasutus) e o cará (G. brasiliensis). O lambarirabo-amarelo já apresentava, juntamente com o peixe-cachorro {Acestrortiynchus lacustris), alta abundância a jusante da barragem desde a fase de enchimento do reservatório, iniciado em agosto de 1997 (lesa, 1998). Estabeleceu-se definitivamente como dominante, de forma expressiva, nó segundo ano de formação do reservatório (CEMIG, 2000). Em biomassa, esta espécie também foi a mais produtiva, com 38% das capturas, seguido da taguara, piau-três-pintas (L. frideríci) e lambari-rabo-vermelho. No ponto MI-2 (Pau-furado), o lambari-rabo-amarelo também dominou em número, no entanto, apresentou participação relativa menor que no ponto MI-1 (figura 4). Com exceção deste lambari, a participação relativa das espécies foi distinta daquela registrada para o ponto MI-1. Seis espécies, dentre aquelas mais abundantes, foram

exclusivas do ponto MI-2. A cigarra (G. knerii) foi a segunda espécie numericamente mais abundante, seguindo-se o canivete {A. piracicabae) e a taguara. Em biomassa (figura 5), a taguara foi a espécie mais produtiva, seguida do lambari-rabo-amarelo, taguara e piau-três-pintas. Estes resultados indicam que o ponto MI-2, localizado cerca de 20 km a jusante da barragem, apresenta ictiofauna de pequeno porte distinta do ponto MI-1 em relação à composição e abundância relativa. As figuras 6 e 7 apresentam as CPUEs totais em número e biomassa, respectivamente, por período de amostragem para ambos os pontos. De modo geral, tanto as produtividades em número quanto em biomassa foram superiores no ponto MI-1 (logo a jusante). Em janeiro foi observada distinção mais marcante nas capturas entre os dois pontos. Os meses mais produtivos em número foram janeiro e novembro para os pontos MI-1 e MI-2, respectivamente, enquanto o menos produtivo foi julho para ambos os pontos. Em biomassa, janeiro e novembro foram mais produtivos para os pontos Ml- 1 e MI-2, respectivamente, enquanto os menos produtivos foram julho e setembro, respectivamente. As altas produtividades registradas em janeiro logo a jusante são explicadas pela grande movimentação das populações de peixes em função de suas necessidades reprodutivas no período de maior precipitação e de temperaturas da água mais elevadas. As capturas foram mais intensas no horário das 22:00, ou seja, durante exposição das redes de emalhar entre 17:00 e 22:00 (figura 8). Diferença mais expressiva foi registrada em janeiro/2001, quando a CPUE em número no horário das 22:00 atingiu 329 indivíduos por 100 m2 de rede, correspondendo ao maior valor obtido nesse estudo. Os menores valores foram registrados no horário das 17:00 em julho e setembro de 2000. Assim como salientado no último estudo realizado no ponto a jusante da barragem de Miranda (CEMIG, 2000), as maiores abundâncias obtidas às 22:00 deve-se à maior probabilidade de captura durante o período da noite associado à maior movimentação dos peixes em função do aumento da vazão turbinada nesse horário.

10 CPUEn (%) Figura 2 - Participação relativa da CPUE em número para as espécies mais abundantes capturadas logo a jusante da barragem da UHE Miranda (ponto MI-1) (2000/2001) o. paranensis R. quelen I. labrosus P maculatus 1 V G. brasiliensis S. spilopleura A. fasciatus L friderici S. nasutus H A. altiparanae CPUEb (%) Figura 3 - Participação relativa da CPUE em biomassa para as espécies mais abundantes capturadas logo a jusante da barragem da UHE Miranda (ponto MI-1) (2000/2001)

11 Hypostomus sp. P. maculatus L. friderici I. labrosus C. nagelii S. pappaterra S. nasutus A. piracicabae G. knerii A. altiparanae 20 30 40 50 CPUEn (%) Figura 4 - Participação relativa da CPUE em número para as espécies mais abundantes capturadas no ponto MI-2 (Pau-furado) (2000/2001) C. jaguarensis P. maculatus I. labrosus Hypostomus sp. S. pappaterra i A. piracicabae L. friderici S. nasutus A. altiparanae G. knerii CPUEb (%) Figura 5 - Participação relativa da CPUE em biomassa para as espécies mais abundantes capturadas no ponto MI-2 (Pau-furado) (2000/2001)

12 1000 800 5 2 600 c UJ 400 Q. O 200 Barragem Pau-furado O / / / / Figura 6 - Captura total por unidade de esforço em número por período de amostragem para os pontos MI-1 (logo a jusante da barragem) e MI-2 (Pau-Furado) (2000/2001) 7000 6000 1 5000-2 4000 3 3000 - O 2000 1000 o Barragem Pau-furado Figura 7 - Captura total por unidade de esforço em biomassa por período de amostragem para os pontos MI-1 (logo a jusante da barragem) e MI-2 (Pau-furado) (2000/2001)

13 400-300 = 200 Q. O 100 o - 163 140 n 54 33 2 ^ R 329 n jul/00 set/oo nov/oo jan/01 17 Horas 22 Horas Figura 8 - CPUE total em número por período de amostragem para os dois horários de exposição das redes de emalhar (2000/2001) 4.3 - Análise do conteúdo estomacal Nesta análise serão analisados o hábito alimentar das espécies mais abundantes nas duas fases do monitoramento a jusante da barragem de Miranda ou daquelas cujos itens alimentares variaram ao longo do tempo. Desta forma, são destacados o lambarirabo-amarelo (A. altiparanae), o lambari-rabo-vermelho (A. altiparanae) e o piau-trêspintas (L. friderici). De modo geral, as dietas variaram entre os dois pontos amostrados e entre os dois períodos de estudo (1999/2000 e 2000/2001). Foram identificados 12 itens alimentares, distribuídos em 6 categorias, nos estômagos das três espécies selecionadas (tabela 2). Esses itens são os mesmos identificados durante a primeira etapa de estudos (CEMIG, 2000), no entanto, restos de peixes não foram registrados na atual fase. Destacam-se os insetos, representados por larvas e adultos de diversas ordens, e os itens derivados de vegetal superior. Apenas esses últimos foram consumidos pelas três espécies.

14 No ponto MI-1 (logo a jusante da barragem), a dieta do lambari-rabo-amarelo foi muito diversificada, com consumo de pelo menos 10 itens alimentares (tabela 2). De modo geral, componentes de origem alóctone continuam a ser fundamentais na alimentação deste lambarí a jusante da barragem de Miranda. Vegetal superior (principalmente fragmentos de folhas) foi o principal item, com participação em torno de 64%, seguindose zooplâncton e frutos (figura 9). Vegetal superior também foi o principal item na primeira fase de estudos do hábito alimentar das espécies de peixes a jusante da barragem (CEMIG, 2000). Interessante notar, entretanto, que os itens "restos de peixes" e "escamas", muito consumidos no período 1999/2000, tiveram participação inexpressiva na atual fase de estudos. Por outro lado, Zooplâncton e frutos não haviam sido consumidos em 1999/2000. A marcante redução de consumo de peixes por esse lambarí pode ser atribuída à atual ausência de mortandades antes verificada a jusante da ban-agem em função do aprisionamento de peixes em depressões. Esse problema foi resolvido após o preenchimento dessas depressões com concreto e brita, resultando no nivelamento do leito em pontos críticos e não permitindo o acúmulo diário de água (fotografia 3). No ponto MI-2 (Pau Furado), a dieta do lambari-rabo-amarelo foi composta quase que exclusivamente por frutos (íngá e figueira), diferindo muito do registrado logo a jusante da barragem (figura 10). Estes resultados indicam claramente condições ambientais e, consequentemente, disponibilidade alimentar diferenciadas entre os dois ambientes. A variação de nível no ponto MI-1, proporcionada pela demanda energética, é o principal fator regulador da oferta de recursos alimentares para essa espécie, pois disponibiliza, diariamente, os recursos alóctones de origem vegetal (principalmente folhas). No ponto MI-2, por outro lado, frutos provenientes da vegetação ripáría são os itens mais importantes. Para o lambari-rabo-vermelho (A. fasciatus), vegetal superior também foi o item alimentar predominante no ponto MI-1 (figura 11). Algas filamentosas, sedimento, zooplâncton e insetos ten-estres complementaram sua dieta. Na primeira avaliação da atividade alimentar a jusante da barragem (CEMIG, 2000), esse lambarí ingeriu principalmente zooplâncton, o que contrasta com o obtido na presente fase. No ponto MI-2 (Pau Furado), não foi capturado A. fasciatus. O piau-três-pintas (L. friderici) consumiu, no ponto logo a jusante da barragem, apenas vegetal superior, constituído principalmente por fragmentos de folhas de gramíneas.

15 Frutos foram representados por 1% do índice alimentar. Essa dieta foi completamente distinta daquela registrada no período de 1999/2000, quando a espécie consumiu principalmente restos de peixes (figura 12 A e B). Assim como o lambari-rabo-amarelo, o piau deixou de consumir este item, o que reforça a idéia de que as obras civis de nivelamento das depressões na área de influência da variação diária de vazão foi eficiente como medida mitigadora das mortandades de peixes. Tabela 2 - Itens alimentares ingeridos por A. altiparanae, A. fasciatus e L friderici a jusante do reservatório de Miranda em 2000/2001 Categoria / Item alimentar Espécies A. altiparanae A. fasciatus L. friderici Insetos Diptera - Chironomidae (larva) X X Trychoptera (larva) X Odonata (larva) X Hymenoptera (adultos) X X Restos de insetos terrestres X X Zooplâncton (Microcrustáceos) X X Peixes Escamas X X Algas filamentosas X X Vegetal superior Macrõfitas X Frutos X X Restos de vegetal superior X X X Sedimento X X

16 Zooplâncton 17% Outros 2% Frutos Escamas 2% Hymenoptera 2% Vegetal sup. 64% Figura 9 - Participação relativa do índice alimentar (IA) para Astyanax altiparanae (lambari-rabo-amarelo) logo a jusante da barragem de Miranda (2000/2001) Figura 10 - Participação relativa do índice alimentar (IA) para Asfyanax altiparanae (lambari-rabo-amarelo) no rio Araguari em Pau Furado (2000/2001)

17 Insetos tar. ZbcplâTclm 9% 5% N^getsIsLp 82% Figura 11 - Participação relativa do índice alimentar (IA) para Astyanax fasciatus (lambari-rabo-vermelho) logo a jusante da barragem Miranda (2000/2001) B Fruto 15% Restos de peixes 85% Figura 12 - Participação relativa do índice alimentar (IA) para Leporinus friderici (piau-3- pintas) logo a jusante da barragem de Miranda em 1999/2000 (A) e 2000/2001 (B)

18 5- SÍNTESE DOS RESULTADOS / CONCLUSÕES O número de espécies registrado (24) representa 75% da ictiofauna inventariada para a região do rio Araguarí no ponto imediatamente a jusante da barragem e cerca de 53% de todo o elenco de espécies já inventariado para a região de Miranda, incluindo o reservatório e o trecho imediatamente a jusante. Este número é expressivo considerando o baixo esforço amostrai empregado. A espécie mais abundante em número em ambos os pontos de amostragem foi o lambari-rabo-amarelo {Astyanax. altiparanae), assim como registrado desde o fechamento da barragem de Miranda. O ponto MI-2 (Pau Furado) apresenta ictiofauna de pequeno porte, capturada nas malhas de 3 a 5 cm (entre nós opostos), distinta do ponto MI-1 (logo a jusante da barragem) em relação à composição e abundância relativa. Este fato é atribuído às diferentes características ambientais dos pontos amostrados. Os meses mais produtivos em número foram janeiro e novembro para os pontos Ml- 1 e MI-2, respectivamente, enquanto o menos produtivo foi julho para ambos os pontos. Este resultados são esperados em virtude da maior movimentação das populações nos períodos de maiores precipitações e maiores temperaturas. As capturas foram mais intensas no horário das 22:00 devido à maior probabilidade de captura durante o período da noite associado á maior movimentação dos peixes em função do aumento da vazão turbinada. As dietas das espécies mais abundantes foram distintas entre os dois pontos amostrados e entre os dois períodos de estudo (1999/2000 e 2000/2001). Itens de origem alóctone, principalmente vegetal superior, são fundamentais na dieta dos peixes logo a jusante da barragem de Miranda. O item "peixes" deixou de ser consumido pelo lambari-rabo-amarelo {A. altiparanae) e pelo piau-três-pintas na segunda fase de estudos. Estes resultados indicam que as obras civis de nivelamento das depressões na área de influência da variação diária de vazão foi eficiente como medida anuladora do acúmulo de água e consequentemente das mortandades de peixes. A variação de nível no ponto logo a jusante, proporcionada pela demanda energética, é o principal fator regulador da oferta de recursos alimentares para os peixes.

19 6 -REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CEMIG. 2000. UHE Miranda (rio Araguari - bacia do alto Paraná): Monitoramento da ictiofauna no reservatório e a jusante da barragem - 2 fase. Relatório final. 42 p. lesa/cemig. 1998. Monitoramento da ictiofauna do reservatório da UHE Miranda - 1 fase. Relatório final. 60 p. Kawakami, E. & Vazzoler, G. 1980. Método gráfico e estimativa de índice alimentar aplicado no estudo de alimentação de peixes. Bolm. Inst. Oceanogr., 8. Paulo, 29 (2):250-207. Lowe-McConnell, R. H. 1975. Fish communities in tropical frest)water, their distribution, ecology and evolution. Longman Inc., London. 337 p.

20 7-EQUIPE EXECUTORA Mundi Biologia e Integração Ambiental S/C Ltda. (Volney Vono, Biólogo - CRB 04767-4) Estagiários (Rafael Luiz Freitas e Bernardo Beirão): auxílio no processamento laboratorial dos peixes e na computação de dados. Técnicos de campo (Marcelo Nakagawa e Francisco Nakagawa): coletas de campo.