Estrutura trófica da ictiofauna a jusante de hidrelétricas. Alexandre Peressin IV Seminário Estratégias para conservação de peixes em Minas Gerais

Transcrição

1 Estrutura trófica da ictiofauna a jusante de hidrelétricas Alexandre Peressin IV Seminário Estratégias para conservação de peixes em Minas Gerais

2 Conhecimento sobre a dieta de peixes em UHEs Reservatório Jusante (Gandini et al 2012) O que sabemos: 8 guildas tróficas Impacto a até 10 quilômetros Seca = cheia

3 Por que a estrutura trófica pode ser alterada também a jusante?

4 Dinâmica fluvial Alagamento/deplecionamento margens Itens alóctones Nutrientes Itens autóctones Disponibilidade alimento Teia alimentar

5 Objetivos Definir a guilda trófica Identificar os principais itens alimentares consumidos Caracterizar a estrutura trófica Identificar possíveis fatores abióticos e operativos que influenciam a estrutura trófica

6 Usinas e metodologia de amostragem Resgates, rede de emalhar e tarrafa Usina Sigla Rio Pai Joaquim PJ Araguari Nova Ponte NP Araguari Miranda MR Araguari Amador Aguiar I AA I Araguari Amador Aguiar II AA II Araguari Camargos CM Grande Itutinga IT Grande Funil FU Grande Jaguara JG Grande Volta Grande VG Grande Emborcação EM Paranaíba São Simão SS Paranaíba

7 Ictiofauna indivíduos, 90 espécies, 21 famílias e 4 ordens 31% mandi (Pimelodus maculatus) 3089 de 31 espécies tiveram seu conteúdo estomacal analisado.

8 Identificação e quantificação da dieta 136 Itens identificados ao menor nível taxonômico possível e pesados 8 categorias alimentares Algas, vegetais, insetos, invertebrados, peixe, detrito, MNI, itens raros > 10 estômagos índice alimentar (Chips e Garvey 2007) < 10 estômagos referências bibliográficas tupiensas.com setimocientista.blogspot.com

9 % Peixe é a principal categoria alimentar 50,0 25,0 0,0

10 0,16 0,08 0 Eixo 2-0,08-0,16 CyG StI CyM CyN PrL Hspp ScN MetM LeG LeF LeOc LeOb HoM AsF HoI SeM PiA MeP PiP SatP PiMa GeP PiMi AsA IhL TriN RhiD GaK RhV PlS PERMANOVA =F = 20,46 p <p < 0,01( α = 0,05-0,24 TrG -0,4-0,3-0,2-0,1 0 0,1 0,2 0,3 Eixo 1 EMNM 31 espécies Índice Bray - Curtis= 20,46; p <

11 viarural.com.bo/ganaderia/ Herbívoros Pacu-CD, Caranha, Ximbure, Taguara ruralcentro.uol.com.br/noticias/ aquariushobby.com.br

12 Detritívoros umc.br/pesquisa/ Saguirus, Curimba, Cascudos, Canivetes wikipeixes.com.br petmag.com.br/peixes/

13 Onívoros Dr. Jorge Casciotta Dra. Adriana Almirón Lambaris, Piaus, Piaparas, Cascudoabacaxi, Mandi-beiçudo, Mandi, Cará, Tilápias, Piracanjuba, Caborja, Armado, Cumbaca e Sardinha

14 Invertívoros Joaninhas, tuviras, solteira, piabas, mandi chorão fishwisepro.com/pictures/ flyfishingbum. blogspot.com.br predatoryfishkeepers.com/forums/

15 Carnívoros Bagre, Cachorro-facão, Corvina, Traíra, Trairão, Pirambeba, Saicanga. vidadeaquarista.forumeiros.com izt.ciens.ucv.ve/mbucv/peces/

16 Piscívoros Tucunaré, Jurupoca, Pintado, Bagre sapo, Dourado, Tabarana segrestfarms.com pisciculturasaojeronimo.com.br

17 % Estrutura trófica Riqueza PJ NP MR AU AD CM IT FU JG VG EM SS M Her Det Oni Inv Car Pis

18 % Estrutura trófica Biomassa PJ NP MR AU AD CM IT FU JG VG EM SS M Her Det Oni Inv Car Pis

19 % Estrutura trófica Abundância PJ NP MR AU AD CM IT FU JG VG EM SS M Her Det Oni Inv Car Pis

20 % Mandi tem alta participação na biomassa e abundância totais Biomassa Abundância Mandi

21 Predominância de onívoros na riqueza, biomassa e abundância Flexibilidade alimentar típica dos peixes sul-americanos x ambiente variável (Lowe-McConnell 1999) Adaptação à disponibilidade alimentar Alta concentração de mandis Foto: Amanda Cocovick e Bianca Maria Rodriguez

22 Detritívoros? Mais de 50% da biomassa da bacia do alto Paraná (Bowen 1983; Bonetto 1986) Sedimentação reservatório Bloqueio à migração reservatórios em cascata Figura: Ecosys (

23 Variáveis Ambientais Trecho lótico à jusante (TLJ), área do reservatório a jusante (ARJ), idade da barragem (IB) e tempo de residência (TR) TLJ

24 Variáveis Operacionais Amplitude vazão (AV) Diferença percentual entre maior e menor vazões Variação diária percentual da vazão (VDV)

25 Biomassa e abundância são influenciadas pela variação diária da vazão EMNM Riqueza Biomassa Abundância Variação diária na vazão 0,05 0,74 0,70 Picos de vazão 0,10 0,55-0,45 Ambientais 0, ,29

26 Variação diária na vazão x estrutura trófica Resposta diferenciada de cada categoria trófica Herbívoros melhor condição na cheia (Sato & Godinho 1999) Piscívoros melhor condição na seca (Luz-Agostinho et al. 2009) Detritívoros negativamente afetados por qualquer variação de fluxo (Abujanra et al. 2009) Invertívoros pior qualidade do recurso na cheia (Abujanra et al. 2009) revistagloborural.globo.com

27 Referências Abujanra F., Agostinho, A.A. & Hahn N.S. (2009) Effects of the flood regime on the body condition of fish of different trophic guilds, in the Upper Paraná River floodplain, Brazil. Brazilian Journal of Biology 69(2), Bonetto A.A. (1986) The Paraná river system. In: Davies B.R. & Walker K.F. (eds) The Ecology of River Systems. Dordrecht: The Netherlands/Dr. W. Junk Publishers, pp Bowen S. H. (1983) Detritivory in neotropical fish communities. Environmental Biology of Fishes, 9, Chipps S.R. & Garvey J.E. (2007) Assessment of diets and feeding patterns. In: Guy C.S. & Brown M.L. (eds) Analysis and interpretation of freshwater fisheries data. Bethesda, Maryland: American Fisheries Society, pp Gandini C.V., Boratto I.A., Fagundes D.C. & Pompeu P. (2012) Estudo da alimentação dos peixes no rio Grande à jusante da usina hidrelétrica de Itutinga, Minas Gerais, Brasil. Iheringia 102(1), Lowe-Mcconnell R.H. (1999) Estudos ecológicos de comunidades de peixes tropicais. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 535pp. Luz-Agostinho K.D., Agostinho A.A., Gomes L.C., Júlio-Jr. H.F. & Fugi R. (2009) Effects of flooding regime on the feeding activity and body condition of piscivorous fish in the upper Paraná River floodplain. Brazilian Journal of Biology, 69(2), Sato Y. & Godinho H.P. (1999) Peixes do rio São Francisco. In: Lowe-Mcconnell R.H. Estudos ecológicos de comunidades de peixes tropicais. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 535pp.

28 Obrigado Alexandre Peressin Tel: (31)