ROTEIRO DE RECUPERAÇÃO DE LITERATURA - 4 º BIMESTRE - 2016 Nome: Nº 2ª Série Professores : Danilo / Fernando / Nicolas Nota: I Introdução Caro aluno, Neste terceiro bimestre, você obteve média inferior a 6,0 e, portanto, não assimilou completamente os conteúdos necessários. É chegado o momento de retomar os assuntos estudados para complementar seus conhecimentos. O presente roteiro tem por objetivo auxiliar a organização de seus estudos, para que os assuntos fundamentais discutidos neste ano sejam efetivamente assimilados. Para tanto, você fará um trabalho que visa ao resgate de informações fundamentais para um bom desempenho ao longo do ano. II Procedimento de estudo Releia suas anotações de aulas e os contos de Guimarães Rosa que foram analisados em sala ao longo do bimestre. Além disso, sugerimos que você faça resumos dos seguintes capítulos do livro didático (Literatura: tempos, leitores e leituras. Maria Luiza M. Abaurre e Marcela Pontara): o Pré-Modernismo; o Realismo português; o Realismo no Brasil; o Modernismo e as vanguardas europeias; a prosa modernista de Guimarães Rosa. Atenção: não será necessário entregar os resumos, trata-se de uma sugestão para seus estudos. 1
III Trabalho Texto para a questão 01. Veio a tontura; uma névoa envolveu tudo. E tudo regirou em seguida, confusamente, num disco. Ressoaram vozes apagadas, longe, e pela última vez o cuco lhe apareceu de boca aberta. Mas, imóvel, sem rufar as asas. Foi-se apagando. O vermelho da goela desmaiou... E tudo se esvaiu em trevas. Depois, vala comum. A terra papou com indiferença aquela carnezinha de terceira uma miséria, trinta quilos mal pesados... E de Negrinha ficaram no mundo apenas duas impressões. Uma cômica, na memória das meninas ricas. Lembras-te daquela bobinha da titia, que nunca vira boneca? Outra de saudade, no nó dos dedos de dona Inácia. Como era boa para um cocre!... (Monteiro Lobato, Negrinha ). Q 01. Considerando o momento histórico-social e também a caracterização de Dona Inácia realizada pelo narrador do conto, explique o significado do trecho: Como era boa para um cocre!... (VALOR: 0,5) 2
Imagem e texto para a questão 02. Texto 1 O Grito (1893), de Edvard Munch (1863-1944), óleo sobre tela, têmpera e pastel sobre cartão, Museu de Oslo. Texto 2 Certa noite eu caminhava por uma via... Sentia-me cansado, doente... O sol se punha e as nuvens tornavam-se vermelho-sangue. Senti um grito passar pela natureza; pareceu-me ter ouvido o grito. Pintei esse quadro, pintei as nuvens como sangue real. A cor uivava. (Edvard Munch). Q 02. No comentário acerca de O Grito, o pintor norueguês Edvard Munch usa a expressão a cor uivava. De que modo essa expressão pode servir como síntese dessa pintura? A que vanguarda europeia este quadro está atrelado? Justifique a resposta, indicando características desse movimento de vanguarda. (Valor: 0,5) 3
Textos para a questão 03. Texto 1 XXIII O MEU OLHAR Aqui na floresta O meu olhar azul como o céu É calmo como a água ao sol. É assim, azul e calmo, Porque não interroga nem se espanta... Se eu interrogasse e me espantasse Não nasciam flores novas nos prados Nem mudaria qualquer cousa no sol de modo a ele ficar mais belo... (Mesmo se nascessem flores novas no prado E se o sol mudasse para mais belo, Eu sentiria menos flores no prado E achava mais feio o sol... 4
Porque tudo é como é e assim é que é, E eu aceito, e nem agradeço, Para não parecer que penso nisso...) (Alberto Caeiro. O guardador de rebanhos.) Texto 2 CONCLUSÃO A SUCATA!... FIZ O CÁLCULO Conclusão a sucata!... Fiz o cálculo, Saiu-me certo, fui elogiado... Meu coração é um enorme estrado Onde se expõe um pequeno animálculo... A microscópio de desilusões Findei, prolixo nas minúcias fúteis... Minhas conclusões práticas, inúteis... Minhas conclusões teóricas, confusões... Que teorias há para quem sente O cérebro quebrar-se, como um dente Dum pente de mendigo que emigrou? Fecho o caderno dos apontamentos E faço riscos moles e cinzentos Nas costas do envelope do que sou... (Álvaro de Campos) Q 03. O Modernismo português revelou um dos mais célebres poetas da nossa língua: Fernando Pessoa. Personalidade genial, o escritor dividiu-se em muitos heterônimos para poder dar vazão à totalidade do seu sentimento e da sua técnica poética. Tendo lido os textos III e IV e mencionando seus principais elementos estéticos, comente a ideia da heteronímia em Pessoa, deixando clara a diferença entre os dois heterônimos em questão. Não se esqueça, ainda, de deixar claras as principais características literárias, linguísticas e filosóficas de cada um. (VALOR: 0,5) 5
Textos para a questão 04: Texto 1 [...] O QUE NÓS VEMOS DAS COUSAS O essencial é saber ver, Saber ver sem estar a pensar, Saber ver quando se vê, E nem pensar quando se vê Nem ver quando se pensa. Mas isso (tristes de nós que trazemos a alma vestida!), Isso exige um estudo profundo, Uma aprendizagem de desaprender E uma sequestração na liberdade daquele convento De que os poetas dizem que as estrelas são as freiras eternas 6
E as flores as penitentes convictas de um só dia, Mas onde afinal as estrelas não são senão estrelas Nem as flores senão flores, Sendo por isso que lhes chamamos estrelas e flores. Texto 2 (Alberto Caeiro. Poemas completos.) Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio. Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas, (Enlacemos as mãos.) Depois pensemos, crianças adultas, que a vida Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa, Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado, Mais longe que os deuses. [...] Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as No colo, e que o seu perfume suavize o momento [...] (Ricardo Reis. Obra poética.) Q 04. Os textos 1 e 2 são fragmentos de poemas de dois heterônimos de Fernando Pessoa: Alberto Caeiro e Ricardo Reis. Tendo lido e analisado devidamente os versos de ambas as obras, utilize-se de elementos presentes nos textos para explicar a ideia de olhar e de visão com relação à vida no espaço da natureza. Lembre-se de utilizar-se de características de cada um dos heterônimos em questão. (VALOR: 0,5) 7
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