Bárbara da Silva. Literatura. Parnasianismo
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- Camila Quintão Varejão
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1 Bárbara da Silva Literatura Parnasianismo
2 O Parnasianismo foi um movimento essencialmente poético, surgido na segunda metade do século XIX, reagindo contra o sentimentalismo e o subjetivismo dos românticos. Os parnasianos buscavam uma poesia mais racional, em que o belo deveria ser alcançado através do trabalho árduo e meticuloso.
3 O nome da escola literária teve sua origem ligada à publicação de antologias poéticas, a partir de 1866, em Paris. Sob o título de Parnaso contemporâneo, a revista incluia poemas dos criadores do movimento, como Charles Baudelaire e outro poetas.
4 A inspiração para o nome vem do monte Parnassus, uma região lendária da Grécia habitada por poetas, o que já indica a influência da Antiguidade Clássica no Parnasianismo.
5 Características parnasianas: - Impessoalidade e objetividade; - Visão carnal da mulher; - Arte pela arte; - Culto da forma; - Preferência pelas formas poéticas fixas; - Purismo e preciosismo linguístico; - Referências à mitologia grega; - Visão da obra como trabalho árduo
6 Principais autores do Parnasianismo no Brasil - Raimundo Correia: O autor questiona a vida e sua transitoriedade de maneira pessimista e melancólica em suas obras. Considerado um mestre da construção poética, muitas vezes seus poemas apresentavam questões filosóficas.
7 Mal secreto Se a cólera que espuma, a dor que moraa N'alma, e destrói cada ilusão que nasce, B Tudo o que punge, tudo o que devora A O coração, no rosto se estampasse; B
8 Se se pudesse o espírito que chora, A Ver através da máscara da face, B Quanta gente, talvez, que inveja agora A Nos causa, então piedade nos causasse! B
9 Quanta gente que ri, talvez, consigo C Guarda um atroz, recôndito inimigo, C Como invisível chaga cancerosa! D Quanta gente que ri, talvez existe, E Cuja ventura única consiste E Em parecer aos outros venturosa! D
10 - Olavo Bilac: Um dos poetas mais criticados pelos modernistas, o autor ainda demonstra certos traços românticos em alguns poemas. É caracterizado por utilizar a língua e a poética com maestria, e por ser extremamente preocupado com o refinamento formal.
11 Longe de ti Longe de ti, se escuto, porventura, A Teu nome, que uma boca indiferente B Entre outros nomes de mulher murmura,a Sobe-me o pranto aos olhos, de repente... B
12 Tal aquele, que, mísero, a tortura A Sofre de amargo exílio, e tristemente B A linguagem natal, maviosa e pura, A Ouve falada por estranha gente... B
13 Porque teu nome é para mim o nome C De uma pátria distante e idolatrada, D Cuja saudade ardente me consome: C E ouvi-lo é ver a eterna primavera E E a eterna luz da terra abençoada, D Onde, entre flores, teu amor me espera. E
14 - Alberto de Oliveira: É o mais típico representante parnasiano, e demonstra excessiva preocupação formal e preferência pelos preciosismos e linguagem rebuscada. Sua poesia é caracterizada pelo exotismo, sentimento contido, imagens sugestivas, linguagem nobre e descrições da natureza e antiguidades.
15 Vaso grego Esta de áureos relevos, trabalhada A De divas mãos, brilhante copa, um dia, B Já de aos deuses servir como cansada, A Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.b
16 Era o poeta de Teos que o suspendia A Então, e, ora repleta ora esvasada, B A taça amiga aos dedos seus tinia, A Toda de roxas pétalas colmada. B
17 Depois... Mas, o lavor da taça admira, C Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas D Finas hás de lhe ouvir, canora e doce, E Ignota voz, qual se da antiga lira C Fosse a encantada música das cordas, D Qual se essa voz de Anacreonte fosse. E
18 *Canora: Que canta harmoniosamente. *Colmada: Completa, cheia. *Ignota: Desconhecida, ignorada. *Teos: Cidade grega. *Anacreonte: Poeta lírico grego.
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