ROTEIRO DE RECUPERAÇÃO DE LITERATURA - 3 º BIMESTRE - 2016 Nome: Nº 2ª Série Professores : Danilo / Fernando / Nicolas Nota: I Introdução Caro aluno, Neste terceiro bimestre, você obteve média inferior a 6,0 e, portanto, não assimilou completamente os conteúdos necessários. É chegado o momento de retomar os assuntos estudados para complementar seus conhecimentos. O presente roteiro tem por objetivo auxiliar a organização de seus estudos, para que os assuntos fundamentais discutidos neste ano sejam efetivamente assimilados. Para tanto, você fará um trabalho que visa ao resgate de informações fundamentais para um bom desempenho ao longo do ano. II Procedimento de estudo Releia suas anotações de aulas e os contos de Guimarães Rosa e o romance O cortiço, que foram analisados em sala ao longo do bimestre. Além disso, sugerimos que você faça resumos dos seguintes capítulos do livro didático (Literatura: tempos, leitores e leituras. Maria Luiza M. Abaurre e Marcela Pontara): o Parnasianismo; o Simbolismo; a prosa do Naturalismo; a prosa modernista de Guimarães Rosa. Atenção: não será necessário entregar os resumos, trata-se de uma sugestão para seus estudos. 1
III Trabalho Leia os seguintes textos: TEXTO I A UM POETA Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino escreve! No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua! Mas que na forma se disfarce o emprego Do esforço: e trama viva se construa De tal modo, que a imagem fique nua Rica, mas sóbria, como um templo grego Não se mostre na fábrica o suplício Do mestre. E natural, o efeito agrade Sem lembrar os andaimes do edifício: Porque a Beleza, gêmea da Verdade Arte pura, inimiga do artifício, É a força e a graça na simplicidade. TEXTO II (Olavo Bilac.) AS POMBAS Vai-se a primeira pomba despertada... Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas De pombas vão-se dos pombais, apenas Raia sanguínea e fresca a madrugada... E à tarde, quando a rígida nortada Sopra, aos pombais de novo elas, serenas, Ruflando as asas, sacudindo as penas, Voltam todas em bando e em revoada... Também dos corações onde abotoam, Os sonhos, um por um, céleres voam, Como voam as pombas dos pombais; 2
No azul da adolescência as asas soltam, Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam, E eles aos corações não voltam mais... (Raimundo Correia.) Q 01. Os dois poemas (textos I e II) são peças dignas do Parnasianismo brasileiro. Baseando-se nos versos de A um poeta, de Olavo Bilac, e em As pombas, de Raimundo Correia, destaque as principais características do movimento literário em questão. Lembre-se de utilizar elementos dos textos e procure, também, ressaltar tanto a questão formal quanto a questão temática, estabelecendo uma comparação entre os poemas. 3
Observe os textos abaixo: TEXTO I A MORTE Oh! que doce tristeza e que ternura No olhar ansioso, aflito dos que morrem De que âncoras profundas se socorrem Os que penetram nessa noite escura! Da vida aos frios véus da sepultura Vagos momentos trêmulos decorrem E dos olhos as lágrimas escorrem Como faróis da humana Desventura. Descem então aos golfos congelados Os que na terra vagam suspirando, Com os velhos corações tantalizados. Tudo negro e sinistro vai rolando Báratro a baixo, aos ecos soluçados Do vendaval da Morte ondeando, uivando (Cruz e Sousa.) TEXTO II ERAS A SOMBRA DO POENTE Eras a sombra do poente Em calmarias bem calmas; E no ermo agreste, silente, Palmeira cheia de palmas. Eras a canção de outrora, Por entre nuvens de prece; Palidez que ao longe cora E beijo que aos lábios desce. Eras a harmonia esparsa Em violas e violoncelos: E como um voo de garça 4
Em solitários castelos. Eras tudo, tudo quanto De suave esperança existe; Manto dos pobres e manto Com que as chagas me cobriste. Eras o Cordeiro, a Pomba, A crença que o amor renova... És agora a cruz que tomba À beira da tua cova. (Alphonsus de Guimaraens.) Q 02. Os textos I e II foram escritos por dois grandes poetas, representantes do Simbolismo brasileiro. Apoiando-se em seus estudos acerca da escola literária em questão, compare os poemas com relação ao tratamento que oferecem à temática da morte. Em sua comparação, indique as principais características simbolistas encontradas nos dois textos, destacando exemplos. 5
Leia, agora, estes textos: TEXTO I Quase sempre levava-lhe presentes (...) e perguntava-lhe se precisava de roupa ou de calçado. Mas um belo dia, apresentou-se tão ébrio, que a diretora lhe negou a entrada. (...) Tempos depois, Senhorinha entregou à mãe uma conta de seis meses de pensão do colégio, com uma carta em que a diretora negavase a conservar a menina (...). Foi à procura do marido; (...) Jerônimo apareceu afinal, com um ar triste de vicioso envergonhado que não tem ânimo de deixar o vício (...). Eu não vim cá por passeio! prosseguiu Piedade entre lágrimas! Vim cá para saber da conta do colégio!... Pague-a você!, que tem lá o dinheiro que lhe deixei! Eu é que não tenho nenhum! (...) E as duas, mãe e filha, desapareceram; enquanto Jerônimo (...) monologava, furioso (...). A mulata então aproximou-se dele, por detrás; segurou-lhe a cabeça entre as mãos e beijou-o na boca... Jerônimo voltou-se para a amante... E abraçaram-se com ímpeto, como se o breve tempo roubado pelas visitas fosse uma interrupção nos seus amores. TEXTO II (Aluísio Azevedo, O cortiço.) O cortiço não dava ideia do seu antigo caráter. (...) e, com imenso pasmo, viram que a venda, a sebosa bodega, onde João Romão se fez gente, ia também entrar em obras. (...) levantaria um sobrado, mais alto que o do Miranda (...). E a crioula? Como havia de ser? (...) Como poderia agora mandá-la passear assim, de um momento para outro, se o demônio da crioula o acompanhava já havia tanto tempo e toda a gente na estalagem sabia disso? (...) Mas, só com lembrarse da sua união com aquela brasileirinha fina e aristocrática, um largo quadro de vitórias rasgava-se defronte da desensofrida avidez de sua vaidade. (...) caberlhe-ia mais tarde tudo o que o Miranda possuía... (Aluísio Azevedo, O cortiço.) Q 03. (UNICAMP-2014 adaptada) Com base nos trechos dos textos I e II, importantes passagens do romance O cortiço, compare as personagens Rita Baiana e Bertoleza, explicando as principais influências da questão determinista tão cara ao Naturalismo na obra de Aluísio de Azevedo. 6
Texto para a questão 04: TEXTO I Mas, então, Manuel, como foi que você virou o Dêjo pelo avesso? Ara, ara, seu doutor! Se o tropeiro não tivesse entrado, eu fazia desordem, e fazia mesmo... Porque, depois, o cachorro do Adejalma ainda me perguntou, só por deboche, porque ele estava cansado de saber quem eu era: Como é que você chama, rapaz?... E você? Eu pus a mão na coronha da garrucha, e respondi: Só eu perguntando p r a minha mãe... E ele? Um desgraçado! Era só ele bulir, e eu mais o tropeiro mandávamos o corpo dele p ra o quincumbim... Aquele sujo! Assassino! Tralha! Que raiva é essa, fora de hora, Manuel? (João Guimarães Rosa, Corpo fechado, In: Sagarana.) Q 04. Levando em conta, pela experiência de leitura da obra Sagarana e, especialmente, neste bimestre, a análise do conto Corpo fechado, fale sobre o personagem de Manuel Fulô sob a perspectiva do ódio constante que sente de Targino. Lembre-se de evocar momentos importantes do enredo do conto para enriquecer a sua resposta. 7
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