LEILÃO A-3/2015: TOPOLOGIA, PREMISSAS E CRITÉRIOS PARA O CÁLCULO DA CAPACIDADE DE ESCOAMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA PELA REDE BÁSICA, DIT E ICG



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Transcrição:

LEILÃO A-3/2015: TOPOLOGIA, PREMISSAS E CRITÉRIOS PARA O CÁLCULO DA CAPACIDADE DE ESCOAMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA PELA REDE BÁSICA, Empresa de Pesquisa Energética Av. Rio Branco, 001 - Centro 20090-003 Rio de Janeiro RJ Tel (+21) 3512-3100 Fax (+21) 3512-3198 Operador Nacional do Sistema Elétrico Rua Julio do Carmo, 251 Cidade Nova 20211-160 Rio de Janeiro RJ Tel (+21) 3444-9400 Fax (+21) 3344-9444

2015/EPE/ONS Todos os direitos reservados. Qualquer alteração é proibida sem autorização. ONS NT 009/2015 / EPE-DEE-RE-011/2015-r0 LEILÃO A-3/2015: TOPOLOGIA, PREMISSAS E CRITÉRIOS PARA O CÁLCULO DA CAPACIDADE DE ESCOAMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA PELA REDE BÁSICA, 22 de Janeiro de 2015

Sumário 1 Introdução 4 2 Objetivo 5 3 Premissas e Dados 5 3.1 Configuração da Rede de Transmissão 5 3.2 Disponibilidade física para as conexões 5 3.3 Conexão de usinas por Seccionamento de Linhas Existentes 6 3.4 Configuração de geração 6 3.5 Patamares de Carga 7 3.6 Cenários de Intercâmbios 7 3.6.1 Regiões Geoelétricas Norte e Nordeste 7 3.6.2 Região Sul 9 3.6.3 Regiões Sudeste e Centro-Oeste 9 3.7 Análise de curto-circuito no ponto de conexão 10 3.8 Capacidade operativa dos equipamentos 11 3.9 Base de Dados e Ferramentas de Cálculo 11 4 Critérios 11 5 Metodologia e Procedimentos 11 5.1 Análise de Regime Permanente 12 5.2 Análise Estabilidade Dinâmica 13 6 Resultados dos Estudos 14 7 Margem de Transmissão Resultante 15 3 / 15

1 Introdução A Portaria MME nº 672, de 19 de dezembro de 2014, publicada em 22 de dezembro de 2014, estabeleceu a realização do 22º Leilão de Compra de Energia Elétrica Proveniente de Novos Empreendimentos de Geração. Este leilão, denominado Leilão A-3, será exclusivo para empreendimentos de geração a partir de fonte hidrelétrica, termoelétrica a gás natural ou a biomassa e eólica, todas com data de início de suprimento de energia elétrica em 1º de janeiro de 2018. O Art. 14 desta Portaria estabelece que para o resultado final do Leilão A-3/2015 deve ser utilizado o preço do lance como critério de classificação, considerando a capacidade de escoamento do SIN. Destaca-se que de acordo com suas atribuições o ONS efetuará análises relativas à capacidade de escoamento na Rede Básica, Demais Instalações de Transmissão DIT e Instalações de Interesse Exclusivo de Centrais de Geração para Conexão Compartilhada - ICG. Para o cálculo de tal capacidade serão elaborados dois documentos conforme descrito a seguir: Documento n 1 Nota Técnica conjunta ONS/EPE, a que se refere o 2º do Art. 14 da Portaria MME nº 672, que definirá a metodologia, os critérios, as premissas e a topologia da rede a serem considerados nos estudos elétricos para o cálculo da capacidade de escoamento de energia elétrica nos transformadores e nas linhas de transmissão da Rede Básica, DIT e ICG. Esse documento será anexado ao Edital do Leilão A-3/2015. Documento nº 2 Nota Técnica elaborada pelo ONS com subsídios da EPE, a que se refere o 6º do Art. 14 da Portaria MME nº 672, que definirá a capacidade de escoamento de energia elétrica nos transformadores e nas linhas de transmissão da Rede Básica e de Fronteira. A presente Nota Técnica corresponde ao Documento n 1 acima e apresenta, adicionalmente, uma descrição dos principais resultados que constarão do Documento nº 2, que deverá indicar além da capacidade remanescente em cada barra candidata, os limites sistêmicos de conjuntos de barramentos e outras informações relevantes para integração de novos empreendimentos de geração ao SIN. A capacidade de escoamento de que tratam esses documentos se refere à margem de capacidade de transmissão existente na Rede Básica, DIT e ICG destinada a acomodar os fluxos de potência provenientes dos novos empreendimentos de geração a serem contratados no Leilão A-3/2015, considerando os critérios e premissas propostos nesta Nota Técnica. 4 / 15

2 Objetivo A presente Nota Técnica visa estabelecer a metodologia, as premissas, a topologia da rede e os critérios que serão adotados para o cálculo da capacidade de escoamento de energia elétrica nos transformadores e nas linhas de transmissão da Rede Básica, DIT e ICG, a ser considerada para a realização do Leilão A-3 de 2015, conforme estabelecido na Portaria do MME nº 672, de 19 de dezembro de 2014. 3 Premissas e Dados 3.1 Configuração da Rede de Transmissão A configuração de referência a ser utilizada para as análises será a do Plano de Ampliações e Reforços nas Instalações de Transmissão do SIN PAR 2015-2017 correspondente ao mês de junho de 2017. A topologia da rede será devidamente alterada a fim de considerar a expansão da Rede Básica, DIT e ICG já contratada, com entrada em operação até 31 de janeiro de 2017. Deverão ser consideradas as obras constantes do acompanhamento do DMSE na reunião de setembro de 2014, conforme homologado pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico CMSE na reunião ordinária do mês de outubro de 2014 1 ou autorizadas pela ANEEL até a data de publicação da Portaria MME nº 672/2014, também com previsão de entrada em operação até janeiro de 2017. 3.2 Disponibilidade física para as conexões Identificadas as subestações candidatas 2, a EPE fará consulta às transmissoras sobre a viabilidade física de conexão dos empreendimentos de geração, conforme determina o 3º, do Art. 14 da Portaria MME nº 672/2014. As barras candidatas serão classificadas com base na disponibilidade de vãos de entrada de linha ou de conexão de transformador, conforme segue: Tipo A: Possui vão disponível para novas conexões; Tipo B: Requer construção de novos vãos em barramentos existentes; Tipo C: Requer extensão de barramento e construção de novos vãos em áreas já disponíveis na subestação. 1 A relação dos empreendimentos contratados para a expansão da Rede Básica, DIT e ICG, com as respectivas datas de tendência de implantação, apresentada na referida reunião do CMSE, pode ser vista em: http://www.epe.gov.br/leiloes/paginas/default.aspx?categoriaid=6991 2 O termo subestações, barras ou barramentos candidata(o)s refere-se aos pontos de conexão cadastrados na EPE para a habilitação ao Leilão A-3/2015. 5 / 15

Salienta-se que não será considerada para este fim a expansão do terreno da subestação que não esteja sob a posse da transmissora na data de publicação do edital do Leilão A-3/2015. Tipo D: Sem disponibilidade física e/ou técnica para novas conexões, ou seja, não se enquadra nos tipos A, B ou C. Para a classificação dos barramentos, serão considerados os compromissos com as expansões de transmissão planejadas referentes aos leilões de energia já ocorridos, futuros acessos (com CCT ou CUST assinado) e ao Programa de Expansão da Transmissão (PET) 2014-2019, de forma a não comprometer o espaço físico alocado a tais expansões. É importante ressaltar que, quando da classificação do tipo da subestação, a empresa transmissora deverá considerar a factibilidade de se realizar eventuais adequações nas instalações existentes até a data de entrega de energia estabelecida na Portaria MME nº 672/2014. 3.3 Conexão de usinas por Seccionamento de Linhas Existentes A conexão por meio de seccionamento de linhas de transmissão da Rede Básica ou das DIT, deverá ser implementada sob conta e risco do agente proponente, cabendo a este equacionar, junto à transmissora e demais entidades e órgão envolvidos, questões decorrentes do seccionamento, tais como: a implantação do barramento, das entradas e das extensões de linhas associados ao seccionamento e também os eventuais reforços e modificações na própria linha de transmissão e nas respectivas entradas de linhas, dentre outras. 3.4 Configuração de geração O cálculo da capacidade de escoamento da rede elétrica descrita no item 3.1 levará em consideração a expansão da configuração de usinas que tenham vendido energia no ambiente regulado (ACR) com entrada em operação prevista até maio de 2018, e usinas que atuem no ACL e que possuam contrato de uso ou de conexão do sistema de transmissão (CUST ou CCT) ou distribuição (CUSD ou CCD) assinado até a data final de cadastramento para o Leilão A-3/2015. Não deverão ser consideradas as usinas que tenham vendido energia no ambiente regulado (ACR) com entrada em operação prevista até maio de 2018 cujas obras de transmissão necessárias para sua integração ao SIN não estejam relacionadas na configuração de rede da transmissão definida no item 3.1. É importante destacar que para este cálculo, também serão considerados os empreendimentos vencedores do 3º Leilão de Fontes Alternativas (LFA), a ser realizado em 27/04/2015. 6 / 15

3.5 Patamares de Carga Para cada análise serão utilizados patamares específicos de carga em função das características de desempenho de cada região, conforme informado abaixo: Regiões geoelétricas Norte e Nordeste: serão utilizados os patamares de carga leve e pesada, correspondentes ao período de inverno (julho-setembro) de 2017; Região geoelétrica Sul serão utilizados: (i) o patamar de carga média de verão de 2017 e (ii) o patamar de carga leve de inverno de 2017. Regiões geoelétricas Sudeste e Centro Oeste: serão utilizados os patamares de carga leve e pesada, correspondentes ao período de inverno (julho-setembro) de 2017. 3.6 Cenários de Intercâmbios A seguir são apresentados os cenários de referência para as análises do cálculo da capacidade de escoamento de energia elétrica nas instalações de transmissão da Rede Básica, DIT e ICG, a ser considerada para a realização do Leilão A-3 de 2015. Contudo, tendo em vista a incerteza sobre onde serão cadastrados os empreendimentos de geração nas diversas regiões do país e as particularidades elétricas das sub-regiões possíveis de abrigar tais empreendimentos, poderão ser necessários ajustes específicos nos cenários de referência relacionados a seguir. Os eventuais ajustes realizados nos cenários de referência, os quais serão detalhados posteriormente na Nota Técnica nº 2 deverão seguir o princípio básico de reproduzir situações críticas para o escoamento da geração já contratada, desde que apresentem relevância para o SIN. Cabe destacar que os valores de despacho em %, citados a seguir, em todos os cenários, referem-se à potência instalada das usinas. 3.6.1 Regiões Geoelétricas Norte e Nordeste Cenário Nordeste Exportador com ênfase em geração eólica (carga leve) Serão considerados os seguintes despachos nas usinas da região geoelétrica Nordeste: (i) 40% nas hidrelétricas, correspondente à vazão mínima de 1.300 m 3 /s nas usinas da cascata do Rio São Francisco; (ii) 80% nas eólicas 3 ; (iii) 10% nas fotovoltaicas 4 ; 3 Histórico anual de acompanhamento do ONS. 4 Valor estimado em função da incidência solar em carga leve e pesada. 7 / 15

(iv) Termelétricas despachadas por ordem de mérito até o limite de intercâmbio elétrico, já contemplado o valor de inflexibilidade ou o valor de despacho por razões elétricas, se este for superior ao da inflexibilidade. Serão considerados os seguintes despachos nas usinas da região geoelétrica Norte: (i) 15% nas hidrelétricas; (ii) 80% nas eólicas 5 ; (iii) Termelétricas despachadas em consonância com a premissa de despacho térmico da região Nordeste, já contemplado o valor de inflexibilidade ou o valor de despacho por razões elétricas, se este for superior ao da inflexibilidade. Cenário Norte Exportador para o Nordeste (carga pesada) Serão considerados os seguintes despachos nas usinas da região geoelétrica Norte: (i) 95% nas hidrelétricas; (ii) 35% nas eólicas 5 ; (iii) Termelétricas despachadas por ordem de mérito até o limite de intercâmbio elétrico, já contemplado o valor de inflexibilidade ou o valor de despacho por razões elétricas, se este for superior ao da inflexibilidade. Serão considerados os seguintes despachos nas usinas da região geoelétrica Nordeste: (i) 40% nas hidrelétricas, correspondente à vazão mínima de 1.300 m 3 /s nas usinas da cascata do Rio São Francisco; (ii) 35% nas eólicas 5 ; (iii) 0% nas fotovoltaicas 6 ; (iv) Termelétricas despachadas por ordem de mérito, em consonância com a premissa de despacho térmico da região Norte, já contemplado o valor de inflexibilidade ou o valor de despacho por razões elétricas, se este for superior ao da inflexibilidade. Obs: Esses despachos caracterizam uma política de armazenamento para recebimento do excedente da região Norte. 5 Histórico anual de acompanhamento do ONS. 6 Valor estimado em função da incidência solar em carga leve e pesada. 8 / 15

3.6.2 Região Sul Cenário de Fornecimento pela Região Geoelétrica Sul FSUL (carga leve de inverno) Nessa condição de Sul exportador, serão considerados os seguintes despachos nas usinas da região: (i) 95% nas hidrelétricas; (ii) 90% nas eólicas 7 ; (iii) 100% nas térmicas a biomassa; (iv) Termelétricas despachadas por ordem de mérito até o limite de intercâmbio elétrico, já contemplado o valor de inflexibilidade ou o valor de despacho por razões elétricas, se este for superior ao da inflexibilidade. Cenário de Recebimento pela Região Geoelétrica Sul RSUL (carga média de verão) Nessa condição de Sul importador, serão considerados os seguintes despachos nas usinas da região: (i) 45% nas hidrelétricas (ii) 90% nas eólicas 7 (iii) 0% nas térmicas a biomassa; (iv) Termelétricas despachadas por ordem de mérito, até o limite de recebimento pela região Sul, já contemplado o valor de inflexibilidade ou o valor de despacho por razões elétricas, se este for superior ao da inflexibilidade. 3.6.3 Regiões Sudeste e Centro-Oeste Como base para a determinação das margens nas regiões Sudeste e Centro- Oeste, serão considerados os períodos de carga pesada e leve, no cenário Sul exportador e Norte/Nordeste recebedor, conforme descrito a seguir: 7 Para a região Sul, diferentemente da região Nordeste, onde se observa uma maior diversidade da geração eólica, os registros históricos da operação indicam significativa probabilidade de despacho simultâneo dos parques eólicos em valores próximos de sua capacidade máxima nos cenários propostos para o estudo (Ref. ONS NT 0035/2013). Essa diferença pode ser atribuída, dentre outros aspectos, à menor quantidade de parques eólicos na região Sul, instalados em áreas relativamente próximas, comparando-se com a situação da região Nordeste. 9 / 15

Na Região Sul: (i) 95% nas hidrelétricas; (ii) 90% nas eólicas 8 ; e (iii) Termelétricas despachadas por ordem de mérito, até o limite de intercâmbio elétrico, já contemplado o valor de inflexibilidade ou o valor de despacho por razões elétricas, se este for superior ao da inflexibilidade. Nas Regiões Norte e Nordeste: (i) 40% nas hidrelétricas, correspondente à vazão mínima de 1.300 m3/s nas usinas da cascata do Rio São Francisco; (ii) 30% nas hidrelétricas da região Norte; (iii) 50% nas eólicas 9 ; e (iv) Termelétricas despachadas no valor de inflexibilidade ou de despacho por razões elétricas, se este for superior ao da inflexibilidade. Nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste: (i) 95% nas hidrelétricas; (ii) 100% nas usinas térmicas a biomassa; e (iii) Termelétricas despachadas por ordem de mérito, até o fechamento de balanço carga x geração da região geoelétrica Sudeste/Centro-Oeste, já contemplado o valor de inflexibilidade ou o valor de despacho por razões elétricas, se este for superior ao da inflexibilidade. 3.7 Análise de curto-circuito no ponto de conexão A avaliação de curto-circuito deverá indicar possíveis limitações de geração por violação da capacidade de interrupção de corrente simétrica de disjuntores. A violação da capacidade de equipamentos será impeditiva para o estabelecimento da capacidade de escoamento de energia. Não serão considerados como fatores limitantes para a definição da margem de transmissão os problemas de superação de equipamentos nas subestações em que já exista solução autorizada pela ANEEL, cuja previsão de entrada em operação seja compatível com os prazos de entrega de energia dos empreendimentos concorrentes do Leilão A-3/2015. Para os empreendimentos eólicos, será calculado o nível mínimo de curto-circuito em cada uma das barras candidatas, na condição mais crítica de configuração de 8 Para a região Sul, diferentemente da região Nordeste, onde se observa uma maior diversidade da geração eólica, os registros históricos da operação indicam significativa probabilidade de despacho simultâneo dos parques eólicos em valores próximos de sua capacidade máxima nos cenários propostos para o estudo (Ref. ONS NT 0035/2013). Essa diferença pode ser atribuída, dentre outros aspectos, à menor quantidade de parques eólicos na região Sul, instalados em áreas relativamente próximas, comparando-se com a situação da região Nordeste. 9 Geração dos casos de referência 10 / 15

rede elétrica/geração, sem a contribuição das novas fontes a serem contratadas no Leilão A-3/2015. Esse resultado possibilitará a cada empreendedor estabelecer o dimensionamento de suas instalações de modo a garantir o adequado desempenho da fonte eólica em situações de valores reduzidos da relação de curto-circuito (SCR Short-Circuit Ratio). 3.8 Capacidade operativa dos equipamentos Serão respeitados os limites declarados no CPST (Contrato de Prestação de Serviço de Transmissão) de curta e longa duração, incluindo fatores limitantes que não possam ser eliminados até janeiro de 2017. No caso das DIT, serão considerados os valores informados pelas transmissoras no âmbito dos estudos do PAR. 3.9 Base de Dados e Ferramentas de Cálculo Será utilizada a base de dados do PAR 2015-2017 de fluxo de potência, curtocircuito e estabilidade dinâmica para a utilização dos programas da plataforma CEPEL (ANAREDE, ANAFAS, ANATEM). 4 Critérios Deverão ser atendidos todos os requisitos e critérios estabelecidos nos Procedimentos de Rede, inclusive os referentes ao fator de potência e aos limites de tensão, em regime permanente e dinâmico (Módulo 23.3). 5 Metodologia e Procedimentos A definição das margens de capacidade remanescente para escoamento de geração do Leilão A-3/2015 será realizada considerando as limitações físicas explicitadas pelos agentes de transmissão, premissas, dados e os cenários operativos específicos para cada região analisada, conforme item 3 anterior, bem como os critérios do Submódulo 23.3 dos Procedimentos de Rede. Para os casos em que a conexão for solicitada em subestação (ou em seccionamento de linha), que se liga radialmente ao restante do sistema de transmissão por meio de um único circuito e/ou com apenas um transformador de fronteira, deverá ser atendido apenas o critério N. 11 / 15

5.1 Análise de Regime Permanente A seguir é apresentado um detalhamento da metodologia que será utilizada para a determinação da margem de transmissão a ser ofertada no Leilão A-3/2015. Descrição da metodologia a ser utilizada: a) Definição das barras, das subáreas e das áreas: Barras: São as mesmas barras que tiveram usinas cadastradas na EPE. Subáreas: Conjunto de instalações que concorrem pelos mesmos meios de transmissão com alto fator de influência recíproca. Áreas: conjunto de subáreas que concorrem pelos mesmos recursos de transmissão. b) Determinação da capacidade individual das barras de cada subestação ou de seccionamentos propostos Em geral, as margens de capacidade remanescente das barras candidatas serão calculadas considerando 100% da potência contratada na barra candidata, independentemente do tipo de fonte. As demais usinas e a rede serão consideradas como nos cenários de referência como citado no item 3 desta Nota Técnica. Entretanto, em função das peculiaridades da região, esta poderá não representar a situação mais crítica para garantir o escoamento das usinas já contratadas. Neste caso deverão ser feitos os ajustes específicos no cenário de referência, buscando reproduzir tais situações, desde que apresentem relevância para o SIN. Esses casos serão destacados na Nota Técnica nº 2. c) Determinação da capacidade da subárea da rede Para a determinação das margens das subáreas da rede considerar: Para a barra candidata em análise: 100% da potência contratada, independentemente do tipo de fonte, mais o uso de toda a margem obtida em b), e verificar o acréscimo de geração que poderia ser alocada nas demais barras candidatas da subárea, composta por duas ou mais barras. Nas demais barras da subárea: 100% da geração térmica e o cenário de referência para as demais fontes de geração. Em função das peculiaridades da região, poderão ser necessários ajustes específicos no cenário de referência, buscando reproduzir as situações mais críticas, desde que apresentem relevância para o SIN. Esses ajustes serão destacados na Nota Técnica nº 2. 12 / 15

A partir dos resultados obtidos com a maximização da potência de cada barra e cálculo da capacidade das demais barras da mesma subárea, escolher o caso que apresente a combinação que resulte em maior geração adicional, ou seja, maior margem da subárea. d) Determinação da capacidade da área da rede Para a determinação das margens de uma área da rede considerar: Para as barras candidatas desta área: 100% das margens definidas no item c) anterior. Esse valor poderá ser de 80% caso todas as barras tenham candidatos exclusivamente de fonte eólica. Nas demais barras da área: 100% da geração térmica e o cenário de referência para as demais fontes de geração. Em função das peculiaridades da região, poderão ser necessários ajustes específicos no cenário de referência, buscando reproduzir as situações mais críticas, desde que apresentem relevância para o SIN. Esses ajustes serão destacados na Nota Técnica nº 2. A partir dos resultados obtidos escolhe-se o caso que apresente a combinação que resulte em maior margem da área. Considerando esses três níveis de agrupamento, serão definidas as inequações que estabeleçam a interdependência entre a capacidade de escoamento das subestações e das subáreas e áreas que compõem. 5.2 Análise Estabilidade Dinâmica Caso necessário, será analisado o desempenho dinâmico frente a contingências simples das principais linhas de transmissão, considerando-se as capacidades de escoamento calculadas em regime permanente. 13 / 15

6 Resultados dos Estudos A título de informação, estão listados a seguir os principais resultados que serão consolidados no Documento nº 2, citado na Introdução, que nortearão o processo licitatório do Leilão A-3/2015: Disponibilidade física para conexões na Barra: Tipo de Barra, conforme definido no item 3.2, e quantidade de vãos de entrada de linha ou de conexão de transformador disponíveis ou possíveis de serem construídos. Capacidade de escoamento em regime permanente: Capacidade de escoamento na Barra, em MW: Valores individuais de capacidade de escoamento calculados para cada barra candidata, associando-as ao seu nível de tensão, às áreas e regiões geoelétricas. Capacidade de escoamento nas áreas e subáreas, em MW: Valores de capacidade de escoamento calculados para cada região que englobe duas ou mais barras candidatas, ou conjuntos destas, em função da rede em análise. Capacidade de escoamento em regime dinâmico: Resultados das avaliações dinâmicas, com destaque para situações que possam apontar restrições ao escoamento pleno da geração determinada nas análises de regime permanente. Níveis de curto-circuito nas barras candidatas, em MVA: Nível de curto-circuito de cada uma das barras candidatas na condição mais crítica, para a configuração de rede elétrica/geração objeto da análise, sem a contribuição das novas fontes eólicas e térmicas a biomassa, indicando a margem de capacidade para interrupção de corrente simétrica em MVA e explicitando eventuais superações de equipamentos que possam se caracterizar como fator impeditivo para o acréscimo de geração. 14 / 15

7 Margem de Transmissão Resultante A margem de transmissão resultante das análises descritas neste documento e que poderá ser ofertada no Leilão A-3/2015, será obtida levando-se em consideração a composição das limitações referentes à disponibilidade física das instalações para conexão nas barras candidatas, às restrições da capacidade de escoamento em regime permanente e dinâmico e às possíveis limitações nos níveis de curto-circuito que levem à superação dos equipamentos de transmissão. As conexões solicitadas na rede de distribuição serão refletidas, quando necessário, na barra DIT ou Rede Básica mais afetada, que será tratada como se fosse uma barra candidata. Desta forma, mesmo empreendimentos conectados à rede de distribuição poderão vir a concorrer no uso da capacidade de conexão com outros empreendimentos conectados diretamente a barramentos de Rede Básica ou DIT. O ONS e a EPE com apoio das Empresas Distribuidoras irão identificar os pontos em que haverá necessidade de adotar tal procedimento. 15 / 15