(6&2/$%5$6,/(,5$'($'0,1,675$d 23Ò%/,&$('((035(6$6 0(675$'2(;(&87,92(0*(67 2(035(6$5,$/ ',6&,3/,1$),1$1d$6,17(51$&,21$,6 352)(662552*e5,262%5(,5$

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)81'$d 2*(7Ò/,29$5*$6 (6&2/$%5$6,/(,5$'($'0,1,675$d 23Ò%/,&$('((035(6$6 0(675$'2(;(&87,92(0*(67 2(035(6$5,$/ ',6&,3/,1$),1$1d$6,17(51$&,21$,6 352)(662552*e5,262%5(,5$ %3(5(*,0(6&$0%,$,6 Bibliografia: BACEN (2001). Notas Metodológicas do Balanço de Pagamentos. Disponível em http://www.bcb.gov.br/htms/public/notastecnicas/2001nt01bpm5p.pdf SIMONSEN, M.H. e R.P. CYSNE (1995). Macroeconomia. São Paulo: Atlas. Cap. 2. - 2 TXH p R %3" É o registro sistemático das transações entre residentes e nãoresidentes de um país durante determinado período de tempo. - 4XDODLPSRUWkQFLDGR%3QDDQiOLVHHFRQ{PLFD" Como um balanço de transações, o BP tem sempre que operar equilibrado. Logo, as restrições impostas pela necessidade de obter o equilíbrio do BP vão ter um impacto fundamental nas ações de política econômica, em especial quando a economia tem um elevado grau de abertura com o exterior. - &RPR VmR IHLWRV RV UHJLVWURV FRQWiEHLV? São elaborados dentro do princípio das partidas dobradas, isto é, a um débito em uma determinada conta deve corresponder um crédito em alguma outra e vice-versa. Para tanto, as contas do BP podem ser divididas em dois grandes grupos: a) FRQWDV RSHUDFLRQDLV: correspondem aos fatos geradores do recebimento ou da transferência de recursos ao exterior, tais como: - exportações; - importações; - fretes; - seguros; - juros; - dividendos; - investimentos; - transferências unilaterais; - empréstimos; - amortizações; - etc. Quando o fato gerador da transação dá origem a uma entrada de recursos no país, a conta correspondente é creditada (lançada com sinal positivo). Quando origina uma saída de recursos, é debitada (lançada com sinal negativo). b) FRQWDVGHFDL[D: registram o movimento dos meios de pagamento internacionais à disposição do país. As contas usualmente classificadas sob esta rubrica são:

Exemplos: - haveres a curto prazo no exterior; - ouro monetário; - direitos especiais de saque; - posição de reservas no FMI. A contabilização dessas contas é feita da seguinte maneira: lança-se a débito os aumentos e a crédito a diminuição nos saldos dos itens relacionados. a) um país exporta mercadorias recebendo à vista o pagamento em moeda estrangeira: FUpGLWR: exportações ; GpELWR: haveres a curto prazo no exterior ; b) um país importa mercadorias pagando-as à vista em moeda nacional: FUpGLWR: capitais a curto prazo 1 ; GpELWR: importações ; c) um país paga em ouro monetário a amortização de um empréstimo externo: FUpGLWR: ouro monetário ; GpELWR: amortizações. Quanto às transações que não são liquidadas em moeda, elas podem ser concebidas como o resultado de duas transações, a primeira envolvendo uma entrada e a segunda uma saída de moeda. Exemplos: a) um país recebe do exterior um donativo em mercadorias: Tudo se passa como se o país tivesse primeiro recebido um donativo em dinheiro e posteriormente importado mercadorias do exterior. FUpGLWR: crédito de transferências unilaterais ; GpELWR: importações. b) um país permuta mercadorias com o exterior: FUpGLWR: exportações ; GpELWR: importações. c) um equipamento estrangeiro é adquirido pelo país com financiamento externo: FUpGLWR: financiamento ; GpELWR: importações. Estrutura do BP: O BP é estrutura pelo conceito de acima da linha e abaixo da linha. A razão é a utilização do critério de partidas dobradas, onde a soma do saldo de todas as contas tomadas em conjunto deve necessariamente ser igual a zero. 1 As obrigações monetárias do sistema bancário (entre as quais se inclui a moeda nacional), bem como os títulos internos de curto prazo em poder de não-residentes, são consideradas obrigações a curto prazo e, como tal, contabilizadas na rubrica capitais a curto prazo.

Dois grandes grupos se destacam no BP. As transações correntes e os movimentos de capitais. TRANSAÇÕES CORRENTES: São aquelas que se referem à movimentação de PHUFDGRULDV H VHUYLoRV (inclusive os serviços de remuneração de capitais sob a forma de juros e dividendos). MOVIMENTOS DE CAPITAIS São os deslocamentos de moeda, créditos e títulos representativos de investimentos. Como observado, se traçarmos uma linha divisória entre as transações correntes e os movimentos de capitais, isso implica que o saldo em transações correntes seja igual ao saldo dos movimentos de capitais com o sinal trocado, isto é: Saldo em Transações Correntes (T) + Saldo da Conta de Capitais (K) = 0 O que isso significa? - se um país apresenta superávit em transações correntes, sua conta de capital é necessariamente negativa; - um déficit em transações correntes equivale a um superávit na conta de capital. Para que fique mais evidente o significado dessas relações, é preciso definir mais adequadamente transações correntes e movimentos de capital. Isso pode ser feito a partir da explicitação da estrutura do BP. Para efeito do cálculo do saldo total do BP, devemos arbitrar quais os itens da conta de capital que deverão tomar posição juntamente com as reservas abaixo da linha, ou seja, excluídos desse cálculo. Em suma, trata-se de estabelecer uma distinção entre as rubricas que representem efetivamente transações operacionais entre residentes e não-residentes e aquelas que correspondem exclusivamente a uma fonte de financiamento do saldo total do BP. Um possível procedimento consiste em incluir neste último grupo (das fontes de financiamento do saldo total do BP), em adição às reservas, os atrasados comerciais e os empréstimos de regularização (e.g. FMI, BIS etc.) com vistas à solução de problemas de BP.

(6758785$*(5$/'2%3 I. Balança Comercial - ([SRUWDo}HV)2% -,PSRUWDo}HV)2% II. Balança de Serviços - 9LDJHQV,QWHUQDFLRQDLV - 7UDQVSRUWHV - 6HJXURV - 5HQGDVGH&DSLWDO/XFURVH'LYLGHQGRV /XFURV5HLQYHVWLGRV -XURV - 6HUYLoRV*RYHUQDPHQWDLV - 6HUYLoRV'LYHUVRV5HODWLYRVD)DWRUHVGH3URGXomR 1mR5HODWLYRVD)DWRUHVGH3URGXomR III. Transferências Unilaterais (Donativos) IV. SALDO DO BP EM CONTA-CORRENTE (I + II + III) V. Movimento de Capitais Autônomos -,QYHVWLPHQWRV'LUHWRV - 5HLQYHVWLPHQWRV&RQWUDSDUWLGDGRV/XFURV5HLQYHVWLGRV - (PSUpVWLPRVH)LQDQFLDPHQWRV - $PRUWL]Do}HV - &DSLWDLVH&XUWR3UD]R - 2XWURV&DSLWDLV VI. Erros e Omissões VII. SALDO TOTAL DO BP (IV + V + VI) Este tipo de classificação dá origem à decomposição do movimento de capitais em duas partes: a primeira correspondendo às entradas e saídas voluntárias de capital (capitais autônomos) e a segunda representando as contas de caixa, os empréstimos de regularização e os atrasados (capitais compensatórios). Logo, à estrutura do BP apresentada acima deve-se acrescentar o grupo de capitais compensatórios, cuja estrutura é apresentada a seguir. 2 Anterior à reforma de janeiro de 2001, quando o Banco Central do Brasil passa a divulgar o balanço de pagamentos de acordo com a metodologia contida na quinta edição do Manual de Balanço de Pagamentos do Fundo Monetário Internacional. Para nota técnica sobre a nova estrutura do BP ver BACEN (2001).

VIII. Movimento de Capitais Compensatórios (Demonstrativo de Resultados) (-VII) a) Contas de Caixa (Reservas Internacionais) - +DYHUHVD&XUWR3UD]RQR([WHULRU - 2XUR0RQHWiULR9DULDo}HVQR7RWDO - 'LUHLWRV(VSHFLDLVGH6DTXH - 3RVLomRGH5HVHUYDVQR)XQGR b) Empréstimos de Regularização (FMI, BIS, Clube de Paris etc.) c) Atrasados Uma observação importante é que a relação entre transações correntes e conta de capital isto é, T = -K se aplica à conta de capital como um todo, ou seja, englobando capitais autônomos (Ka) e capitais compensatórios (Ks). Logo, T = - (Ka + Ks) e T + Ka = - Ks Esta última identidade revela que o saldo total do BP (VII) é igual ao saldo da conta de capitais compensatórios com sinal trocado. Assim, um país que apresenta um déficit no saldo total do BP exibirá também um saldo positivo no seu demonstrativo de resultados (VIII): T + Ka < 0 Ks > 0 De fato, tal déficit só pode ser financiado por uma perda de reservas e/ou pela aquisição de empréstimo de regularização (FKDPDUDDWHQomRSDUDRFDVRGR5HDO) Isto fica evidente olhando-se para a evolução do BP da economia brasileira ao longo do Plano Real. Isto posto, é importante fazer alguns esclarecimentos sobre as contas do BP a) BALANÇA COMERCIAL: aqui vale a pena mencionar apenas que, por uma questão de convenção, tanto as exportações como as importações são computadas FOB (free on board), i.e. pelo valor de embarque, não incluídos o seguro e o frete; b) BALANÇO DE SERVIÇOS: engloba os pagamentos e recebimentos de viagens de residentes e não-residentes, fretes, seguros, lucros, dividendos etc. O item serviços governamentais refere-se aos gastos com embaixadas, consulados, representações no exterior etc. Já o item serviços diversos engloba os UR\DOWLHV, pagamentos e recebimentos de assistência técnica, aluguéis de filmes, corretagem etc.;

c) TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS: aqui se enquadram os pagamentos e recebimentos sem contrapartida de serviços: doações, remessas de imigrantes, reparações de guerra etc.; d) MOVIMENTO DE CAPITAIS AUTÔNOMOS: aqui são registradas as entradas e saídas de capitais voluntários sob a forma de: - investimentos diretos (aquisição ou vendas de participações societárias); - empréstimos novos; - amortizações de empréstimos anteriores. e) CAPITAIS COMPENSATÓRIOS: aqui ficam os haveres a curto prazo no exterior possuidos pelos país, ouro monetário, direitos especiais de saque (a moeda do FMI) e posições de reservas no FMI. São também contabilizadas as contas referentes aos empréstimos de regularização do FMI e em terceiro lugar os atrasados. TÓPICOS ESPECIAIS: A) Capitais a curto prazo: - De acordo com o critério do FMI, devem ser registradas nesse item as transações com títulos de maturidade inferior a um ano, incluindo o aumento ou diminuição de moeda nacional em poder de não-residentes. B) Saldo em transações correntes: - O saldo em transações correntes possui um significado bem específico. Ele indica quanto o país exporta ou importa de poupança para o exterior para o financiamento da formação de capital. Assim, um superávit (+) no saldo de transações correntes indica que o país poupa mais do que investe internamente e que a diferença é enviada ao exterior para financiar a formação de capital do resto do mundo. O STC também reflete uma absorção interna (C+I) inferior à produção nacional de bens e serviços (YHU 'RUQEXVFK) e, assim, vai refletir também o aumento (ou diminuição, no caso de déficit) de ativos externos líquidos do país. C) Saldo do BP - O saldo do BP está relacionado com as variações das reservas internacionais. Essa, aliás, é a sua principal utilidade: servir de indicador para o cálculo das reservas. Assim, HE + OM + DES + RF + B + ER + A + C = 0 Res = B + ER + A + C Logo, dado B, basta que se conheça a soma ER + A + C para se ter o valor das reservas internacionais. A mesma, portanto, é obtida por resíduo das demais operações.

D) A Transferência de recursos e o STC - No BP cabe distinguir duas contas: (i) os serviços não-fatores: fretes, seguros, viagens internacionais e serviços governamentais; (ii) os serviços fatores: juros, remessas de lucros, royalties, aluguéis de equipamentos, pgtos. de assistência técnica e as rendas do trabalho. Os primeiros não representam pagamento por fatores de produção. Desta forma, a transferência líquida ao exterior (TLE) vai ser o saldo das exportações de bens e serviços não-fatores sobre as importações de bens e serviços não-fatores. Isto equivale ao saldo comercial mais o saldo de serviços não-fatores. As exportações de bens e serviços não-fatores indicam o que o país produz e é enviado para for a de suas fronteiras; as importações de bens e serviços não-fatores indicam o que o resto do mundo produz para ser absorvido dentro do país. A diferença, evidentemente, representa a TLE. A TLE com sinal trocado é denominada de hiato de recursos, indicando o excesso do que o país absorve sobre aquilo que produz. Já a renda líquida enviada ao exterior (RLE) ou recebida do exterior (RLR) é, por definição, o saldo de serviços fatores mais o de transferências unilaterais. O saldo, quando positivo, indica o que o país recebe como remuneração de fatores que operam for a das suas fronteiras ou, ainda, a título de donativos. Quando negativo, o saldo indica o que o país paga ao exterior pelo uso de fatores de produção pertencentes ao resto do mundo, ou, ainda, como doações. Daí, STC = TLE + RLE (RLR) Logo, um STC > 0 implica que o país efetivamente exporta capitais; um STC < 0, que o país importan capitais em montante igual ao déficit em TC.