Juventudes e escolarização na contemporaneidade GABRIEL MEDINA

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Transcrição:

Juventudes e escolarização na contemporaneidade GABRIEL MEDINA

Jovens no Brasil: Questões para pensar o Ensino Médio

Estatuto da Criança e Adolescente LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. Adolescente toda pessoa entre doze e dezoito anos de idade. Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência. Doutrina da tutela e proteção

Concepções de juventude Jovem como problema, portador de comportamentos de risco. Políticas voltadas ao controle e repressão. Jovem como um vir a ser, uma tábua rasa que precisa ser formado para ser um adulto. Políticas de educação e qualificação profissional. Jovem como futuro do Brasil responsável pelas soluções dos problemas. Programas de voluntariado juvenil.

Estatuto da Juventude LEI Nº 12.852, DE 5 DE AGOSTO DE 2013 Jovens as pessoas com idade entre 15 (quinze) e 29 (vinte e nove) anos de idade. Art. 2o O disposto nesta Lei e as políticas públicas de juventude são regidos pelos seguintes princípios: I - promoção da autonomia e emancipação dos jovens; II - valorização e promoção da participação social e política, de forma direta e por meio de suas representações; III - promoção da criatividade e da participação no desenvolvimento do País; IV - reconhecimento do jovem como sujeito de direitos universais, geracionais e singulares; V - promoção do bem-estar, da experimentação e do desenvolvimento integral do jovem; VI - respeito à identidade e à diversidade individual e coletiva da juventude; VII - promoção da vida segura, da cultura da paz, da solidariedade e da não discriminação; e VIII - valorização do diálogo e convívio do jovem com as demais gerações.

Juventude Brasileira Raça/Cor Jovens (15 a 29 anos) 48.850 milhões 24.3% da população Do total de jovens, 54% se declaram pretos e pardos, compondo a categoria etnicorracial dos negros. Juventude Urbana A grande maioria dos jovens nasceu e vive no meio urbano: 84,8% residem em cidades. Os 15,2% que vivem no meio rural representam 6,9 milhões de pessoas. Fonte: PNAD 2013

Percentual de jovens de 15 a 29 anos e idade, por faixa etária, segundo tipo de atividade 80,00% 67,2% 70,00% 67,8% 60,00% 46,0% 50,00% 40,00% 30,00% 16,6% 20,00% 5,5% 10,2% 15,1% 14,9% 24,0% 7,8% 21,8% 10,00% 3,2% 0,00% 15 a 17 18 a 24 25 a 29 Só estudam Trabalham e Estudam Só trabalham Nem trabalham nem estudam Fonte: PNAD 2013. IBGE SIS 2014

Perfil dos jovens de 18 a 24 anos fora da escola e que não terminaram a Educação Básica Porcentagens de jovens de 18 a 24 anos fora da escola com menos de 11 anos de estudo, por quintos de renda familiar per capita 60 50 40 30 20 10 0 50,8 41,1 30,9 22,1 9,4 1o quintil 2o quintil 3o quintil 4o quintil 5o quintil FONTE: IBGE SIS 2014. PNAD 2013 Mulheres 18 a 24 anos sem filho com filho ESTUDA 41,5% 11,2% NÃO ESTUDA NÃO CONCLUIU ENSINO MÉDIO 12,7% 54,0% NÃO ESTUDA CONCLUIU ENSINO MÉDIO 45,8% 34,8% FONTE: IBGE SIS 2014. PNAD 2013

Desigualdades no trabalho Assim como no conjunto do mercado de trabalho, mulheres e negros enfrentam significativas dificuldades adicionais e apresentam maiores taxas de desemprego, informalidade, menor remuneração. As mulheres jovens, embora mais escolarizadas, sofrem mais com o desemprego. TAXA DE DESEMPREGO DESIGUALDADE DE GENERO 79,9% 68,3% TAXA DE INFORMALIDADE - DESIGUALDADE RACIAL 43,5% 31,7% 26,5% 38,6% 15 a 17 18 a 24 25 a 29 Brancos/Am. Negros/Ind. As disparidades raciais na escolarização tem sido reduzidas entre as jovens gerações; mas no mundo do trabalho ainda se mantem bastante significativas, como se percebe nas taxas de informalidade. FONTE: PNAD 2012 10

Violência na Juventude A violência é um problema que tem idade, cor/raça e território no Brasil Em 2012, morreram no Brasil 56.337 pessoas vítimas de homicídio No mesmo ano, 30.072 jovens entre 15 e 29 foram vítimas de homicídio, ou seja, 53,4% do total. 67,9% das vítimas eram negras 71,5% dos jovens assassinados eram negros. 93,4% das vítimas de homicídio eram do sexo masculino. Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade SIM. Dados de 2012

Mobilidade Urbana para a Juventude Tempo de percurso diário de ida da residência para o local de trabalho Faixa Etária Até 30 minutos (Valor médio: 15 minutos) Mais de 30 minutos até 1 hora (Valor médio: 45 minutos) 2006 2012 Variação 2006 2012 Variação 15 a 17 anos 79,6% 78,4% -1% 15,4% 16,3% 6% 18 a 24 anos 69,4% 66,6% -4% 22,0% 23,1% 5% 25 a 29 anos 67,4% 65,5% -3% 23,0% 24,1% 5% Fonte: PNAD/IBGE Cresce em todas as faixas etárias o percentual de jovens que gastam mais de 1 hora no percurso casa-trabalho. A situação é preocupante na faixa 18 a 24 anos, onde o percentual cresce mais e resulta numa queda na parcela de jovens que gasta menos de 30 minutos. A queda na parcela de jovens de 18 a 24 anos que gasta menos de 30 minutos é mais acentuada para mulheres e para domicílios no quinto quintil de renda. No primeiro quintil de renda há aumento da parcela que despende menos de 30 min no trajeto casa trabalho.

Cultura na Juventude Oferta de Equipamentos Culturais (Percentual de municípios que possuem equipamentos culturais e meios de comunicação) 97% Biblioteca Pública O que os jovens fazem? (Atividades de lazer, cultura e passeios realizadas nos últimos 30 dias) 89,4% Estádio ou Ginásio 80,7% Lan House 33% Centro Cultural 22,1% Teatro 10,5% Cinema Passear em parques e praças 61% Festa em casa de amigos (as) 55% Missa, culto religioso, sessão espírita 54% Bar com amigos (as) 41% Passeio em shopping center 40% Dançar em baile / danceteria 29% Cinema 19% Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013 SNJ/SG/PR Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa de Informações Básicas

Juventude Transformadora É uma juventude que acredita que pode mudar o mundo, tem inserção em organizações coletivas, mobilização pela internet 46% mobilização de rua 35% internet Como os jovens acreditam que podem mudar o Brasil? 45% associações e coletivos 36% conselhos, conferências e audiências Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013 SNJ/SG/PR

Trabalho Decente e Renda É preciso garantir a inserção protegida e em trabalhos decentes e oportunidades de geração de renda a partir de empreendimentos autônomos: Pautas prioritárias: Enfrentamento à inserção precária e alta rotatividade; Enfrentamento à desigualdade entre homens e mulheres, brancos e negros no mundo do trabalho; Criar condições para uma adequada conciliação trabalho-estudo; Dar visibilidade ao trabalho doméstico (remunerado e não-remunerado) e à dupla jornada de trabalho. Incentivo à economia solidária e ações de geração de renda;

Direito à cidades saudáveis e sustentáveis É preciso garantir o direito à fruição do espaço público: cidades conectadas, seguras, sustentáveis, com espaços públicos de convivência e mobilidade acessível, ágil e de baixo custo. São pautas prioritárias: Acesso à moradia digna; Direito à mobilidade urbana e livre circulação Espaços Públicos de convivência, lazer e fruição cultural Ampliar o acesso a internet gratuita e de de banda larga Ampliar o acesso à fruição de bens culturais na cidade e no campo. Incentivar a produção cultural juvenil, em especial nas periferias urbanas.

Enfrentamento à violência e segurança cidadã É preciso enfrentar o drama da violência e do alto índices de homicídios, com ações integradas em territórios vulneráveis, com redes de proteção e apoio. São pautas prioritárias: Redução de homicídios Prevenção da violência em territórios vulneráveis Aprovação do PL 4471 Campanha de desarmamento Repensar a política de drogas

FREQUÊNCIA ESCOLAR Frequência escolar: (Estimulada e única em %) 62 BASE: : Total da amostra 37 Terminou os estudos 29 Parou de estudar 33 0,19 Está estudando Não está estudando Não frequentou escola (espontânea) Principais motivos para nunca ter estudado BASE: : Total da amostra C (Espontânea e múltipla %)

Desafios da escola para além dos muros É preciso garantir uma educação de qualidade, articulada às demandas e à realidade do jovem, que incentive a construção da autonomia, com diversidade de linguagens. Diálogo com os direitos da juventude para além da educação mobilidade, cultura, esporte, espaço público, etc. Tecnologia e comunicação novas formas de comunicação, produção de conhecimento e sociabilidade com a internet e redes sociais. Liberdade e experimentação juvenil direitos sexuais e reprodutivos, uso de drogas e uso do tempo livre. Preconceitos e diversidade mulheres, negros, deficientes e LGBTs. Violência e a presença do crime nos territórios.

Ensino Médio integral Evasão de dá por muitas razões, mas entre elas se relaciona com a dificuldade de conciliação entre estudo e trabalho. Escola desconectada com a formação para os desafios para a vida. Contrassenso com a situação econômica dos estados e do país e com a PEC 241 que congela os investimentos em educação nos próximos 20 anos.

Rolezinhos e o funk ostentação As mudanças na estrutura social ascensão das classes pobres. Jovens antes só trabalhadores, podem agora usufruir de tempo livre. As ofertas de lazer, cultura e esporte são escassas nas periferias e no campo. Shopping center, igrejas e o bar são os únicos espaços de sociabilidade. Os pancadões de rua e a produção independente de espaços de lazer. Mais ainda, nas periferias, manifestações sociais como o rolezinho e expressões culturais como o funk, trazem por trás de si a reivindicação de novos direitos. A juventude não quer apenas políticas de educação e trabalho, mas quer a garantia do direito de ir e vir, quer a possibilidade de construir múltiplas trajetórias e de viver novas experiências, desfrutando do seu tempo livre, com garantia de lazer, e ocupando os espaços públicos, com diversas linguagens urbanas e culturais.

Emicida O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui Sou Milionário do Sonho É o que eu digo e faço, não suponho, sou milionário do sonho É difícil para um menino brasileiro, sem consideração da sociedade Crescer um homem inteiro, muito mais do que metade Fico olhando as ruas, as vielas que ligam meu futuro ao meu passado E vejo bem como driblei o errado, até fazer taxista crer Que posso ser mais digno do que um bandido branco e becado Falo querendo entender, canto para espalhar o saber e fazer você perceber Que há sempre um mundo, apesar de já começado, há sempre um mundo pra gente fazer Um mundo não acabado Um mundo filho nosso, com a nossa cara, o mundo que eu disponho agora foi criado por mim Euzin, pobre curumim, rico, franzino e risonho, sou milionário do sonho

OBRIGADO Gabriel Medina Psicólogo, ex Secretário Nacional de Juventude da Presidência da República