FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE ÚLCERA POR PRESSÃO EM PACIENTES NA UTI

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Transcrição:

1 PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM EM UTI LIVIA MARIA CABRAL CORDEIRO FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE ÚLCERA POR PRESSÃO EM PACIENTES NA UTI SALVADOR 2012

2 LIVIA MARIA CABRAL CORDEIRO FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE ÚLCERA POR PRESSÃO EM PACIENTES NA UTI Artigo apresentado ao curso de Pós-graduação em Enfermagem em UTI da Atualiza Cursos, pela turma EU11120SSA como requisito da disciplina Introdução à Metodologia da Pesquisa. Orientadora: Profª Cristiane Dias SALVADOR 2012

3 FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DA ÚLCERA POR PRESSÃO EM PACIENTES NA UTI Livia Maria Cabral Cordeiro* RESUMO A úlcera por pressão representa um grande problema de saúde para os pacientes que se encontram acamado, principalmente os crônico-degenerativos e idosos internados nas Unidades de Terapia Intensiva. A sua prevalência continua elevada sendo necessário um maior tempo de internação o que gera um alto custo para os serviços de saúde e aumenta o risco de complicações. O objetivo do estudo foi identificar na literatura os fatores de risco que desencadeiam o surgimento da úlcera por pressão em pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva. Nesta pesquisa adotou-se um estudo de uma revisão sistemática com busca de artigos na base de dados LILACS, SciELO, MEDLINE no período de 2000 a 2012. Os resultados mostram que são diversos os fatores de risco encontrados nas publicações, sendo que os mais citados pelos autores são tempo de internação maior que sete dias e imobilidade, e quando a internação é na UTI o risco é maior em comparação a outro setor do hospital. Conclui-se que a avaliação dos fatores de riscos é um instrumento necessário para melhor direcionar as ações de enfermagem a fim de reduzir o tempo de internação hospitalar, diminuindo dor e sofrimento dos pacientes através da qualidade da assistência. Palavras-Chave: Úlcera por pressão. Fatores de risco. Unidade de Terapia Intensiva. *Enfermeira Graduada pela Faculdade Dom Pedro II. Pós-graduanda do curso de Enfermagem em UTI pela Atualiza Pós-Graduação. E-mail: liucabral@hotmail.com

4 1 INTRODUÇÃO O acometimento da úlcera por pressão ainda representa um grande problema de saúde para pacientes acamados principalmente os doentes crônico-degenerativos e os idosos internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI s). São geralmente definidas como áreas de necrose celular que ocorre nas proeminências ósseas devido a uma pressão não aliviada por um longo período de tempo causando uma isquemia tecidual 1-4. Em um estudo realizado em um hospital na cidade de São Paulo mostrou que a úlcera por pressão em pacientes hospitalizados é prevalente mais em homens (57,7%) do que nas mulheres (42,3%), sendo que na literatura não há análise da relação da presença da lesão com o sexo. A cor da pele predominante neste estudo foi a branca (78,2%), e segundo a literatura a pele negra é mais resistente a agressão externa causada pela umidade e fricção 2. A ocorrência das úlceras por pressão (UP) em pacientes acamados resulta, na prática, da interação de múltiplos fatores relativos ao paciente, ao ambiente e aos processos assistenciais 3. Nas Unidades de Terapia Intensiva os pacientes estão mais expostos a complicações que esta lesão proporciona devido a fatores de risco como instabilidade hemodinâmica, alteração do nível de consciência, umidade excessiva, imobilidade devido a patologias diversas e sequelas, estado geral comprometido, idade e estado nutricional 1,2,4. Atualmente as úlceras são classificadas por estágios em que são medidas as profundidades de comprometimento da pele e de outros tecidos. Os estágios foram desenvolvidos pela NPUAP 5 (National Pressure Ulcer Advisory Panel) e são classificados como: Estágio I: eritema não branqueável com pele intacta que não desaparece após um período de 24 horas após a pressão ser aliviada, e é mais difícil identificar em indivíduos de pele escura. Edema tumefação e dor podem estar presentes; Estágio II: perda parcial da espessura da derme, com uma ferida em fase inicial, apresentando hiperemia, flictemas fechado ou aberto com presença de líquido seroso, fissuras e abrasão, aspecto de úlcera brilhante ou seca, sem crosta ou contusões; Estágio III: Perda total da espessura da pele, podendo apresentar tecido desvitalizado e lesão cutânea com exposição do tecido subcutâneo, lesão cavitária com margens definidas. ; Estágio IV: perda total da espessura dos tecidos com exposição do músculo e/ou osso de fácil palpação. Presença de tecido desvitalizado e/ou necrótico, cavitários e fistuladas. Uma úlcera

5 neste estágio pode atingir estruturas de suporte como a fáscia, tendão ou cápsula articular possibilitando o aparecimento da osteomielite e osteíte 5. Os pacientes das UTI s que são acometidos com a úlcera por pressão sofrem com o desconforto que a ferida causa. Então, é necessário um maior tempo de internação hospitalar, o que gera um alto custo para o tratamento, dificulta a recuperação e aumenta o risco de complicações. Dessa forma, necessita-se de um cuidado intensivo da equipe multidisciplinar a fim de conhecer os fatores de risco e reduzi-los para uma melhor assistência a estes pacientes 4,6. A prevenção é tão importante quanto à identificação do risco em desenvolver a úlcera por pressão, por isso foram criadas escalas e protocolos de prevenção para serem implementadas para cada grau de risco. Com o objetivo de proporcionar mais subsídios para o aperfeiçoamento na habilidade clínica, os profissionais de saúde no processo de avaliação de risco para úlcera por pressão, vêm aplicando instrumentos de medidas ou escalas de avaliação de risco. As escalas de Norton, Waterlow e Braden são as mais utilizadas nas Américas e na Europa, essas diferem quanto à abrangência, complexidade e facilidade de uso 1-4,7. Este estudo se faz relevante na contribuição para a equipe de enfermagem em aprofundar seus conhecimentos sobre a etiologia da úlcera por pressão, para que sejam identificados os fatores determinantes da formação da lesão nos indivíduos acamados em UTI s a fim de previní-las e melhorar a qualidade da assistência prestada a estes pacientes. O objetivo do estudo foi identificar na literatura os fatores de risco que desencadeiam o surgimento da úlcera por pressão em pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva. 2 METODOLOGIA Trata-se de uma revisão sistemática que é definida por uma síntese de estudos primários que possui objetivos, materiais e métodos explícitos de forma clara e tem como proposta reunir resultados de pesquisa clínica comparando as diferenças entre estudos primários que abordam o mesmo objeto. O uso da revisão sistemática na área da saúde como fonte de evidência vem aumentando, substituindo a pesquisa primária na tomada de decisão 8.

6 Como fonte de pesquisa, foi feita uma busca abrangente de estudos Nacionais em enfermagem sobre o objeto de estudo em questão através da Biblioteca virtual de saúde no site da BIREME (Biblioteca Regional Da Medicina) utilizando-se das bases de dados da LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), a SciELO (Scientific Eletronic Library Online), BDENF (Bliblioteca Brasileira de Enfermagem) e MEDLINE (Literatura internacional em Ciências da Saúde). O acesso aos artigos foi realizado através dos descritores: úlcera por pressão, fatores de risco e Unidade de Terapia Intensiva. Como critérios de inclusão foram selecionados estudos que trataram dos aspectos relacionados aos descritores deste estudo no período compreendido de 2000 até 2012. Na busca foram encontrados artigos que abordavam pacientes hospitalizados e não hospitalizados, portanto foram excluídos os artigos que tratavam do risco da úlcera por pressão em pacientes não hospitalizados, os artigos publicados em outros idiomas que não a língua portuguesa, e os que não estavam disponíveis na íntegra para consulta. Foi feita leitura preliminar identificando os temas e posteriormente os resumos buscando relacionar com o objeto do estudo. A análise de dados foi feita através da leitura crítica dos artigos na íntegra, selecionando os dados relevantes ao estudo e identificando os textos que abordavam os pacientes em risco para adquirir a úlcera por pressão em Unidade de Terapia Intensiva. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os textos encontrados referem-se a produções científicas Nacionais sobre o tema fatores de risco para o desenvolvimento de úlcera por pressão em pacientes na UTI. Inicialmente foram encontrados 95 artigos, destes 39 não correspondia ao objeto do presente estudo sendo excluídos. Foram analisados 56 resumos, sendo que 36 destes abordavam exclusivamente a úlcera por pressão, sete trataram da associação da UP e UTI, apenas quatro associavam a UP e os fatores de risco e nove artigos abordaram os três descritores UTI, Úlcera por pressão e fatores de risco que totalizaram 56 artigos levantados. Desta seleção inicialmente optou-se pela leitura e análise de 36 artigos que abordavam o acometimento da úlcera por pressão na UTI. Posteriormente foi feita a leitura nos demais

7 artigos que atenderam os critérios de inclusão previamente estabelecidos. Assim foram explorados artigos que continham informações sobre os fatores de risco em adquirir uma úlcera por pressão principalmente os internados em Unidade de Terapia Intensiva. Observouse que a base do LILACS apresenta um maior número de publicações do que a MEDLINE referente ao período e aos descritores abordados, TABELA 1. TABELA 1. Distribuição dos artigos de acordo com os descritores:úlcera por Pressão, UTI, Fatores de Risco na base de dados da Bireme no período de 2000 2012. DESCRITORES BASE DE DADOS LILACS MEDLINE NÚMEROS Úlcera por Pressão 28 8 36 Úlcera por Pressão / UTI 7-7 Úlcera por Pressão / Fatores de Risco 4-4 Úlcera por Pressão / UTI / Fatores de Risco 8 1 9 Total 47 9 56 As úlceras por pressão são consideradas como eventos adversos ocorridos no processo de hospitalização, que refletem de forma indireta a qualidade do cuidado prestado e podem ser causados por fatores intrínsecos e extrínsecos ao paciente. Existem fatores extrínsecos que levam ao aparecimento destas lesões como: a pressão, o cisalhamento, a fricção, percepção sensorial e umidade. Enquanto que os fatores intrínsecos destacam-se a idade, o estado nutricional, a perfusão tecidual, o uso de alguns medicamentos e as doenças crônicas como o Diabetes Mellitus, doenças cardiovasculares, dentre outros 2. Os pacientes críticos hospitalizados são os mais propensos a adquirir a úlcera por pressão. Os pacientes em estado crítico são aqueles que estão gravemente enfermos sendo controlado com maior freqüência e de forma rígida e que estão em terapia de alta complexidade podendo está em caráter invasivo. Pacientes que passaram por cirurgias de grande porte como cardiovasculares, outros procedimentos cirúrgicos que coloquem em risco as condições vitais, doenças crônicas, portadores de afecções neurológicas graves ou traumas que possam vir a comprometer a percepção sensorial são exemplos de pacientes críticos 2,4,6.

8 Sendo assim o papel do enfermeiro na Unidade de Terapia Intensiva é de priorizar o atendimento ao paciente crítico sabendo reconhecer o indivíduo em risco de desenvolver UP realizando intervenções e os cuidados de enfermagem específicos com o auxílio de instrumentos de medidas e protocolos de assistência 7. Foram encontrados nos conteúdos das publicações muitos aspectos relacionados a diversos fatores de risco sendo que os mais citados pelos autores são tempo de internação maior que sete dias 1-4,9-11,13 e imobilidade 2-4,6,7,10-13, seguidos de umidade da pele 2,4,6,7,10-12 e idade avançada 1,2,6,7,10-12. O surgimento de uma UP pode ocorrer após 24 horas de internação e de 10 a 15 dias de sua admissão 9, entre os pacientes idosos podem desenvolver nas duas primeiras semanas e em alguns casos na primeira semana de sua internação 1. O risco para desenvolvimento da UP é aumentado quando a internação é em uma UTI em comparação a outro setor do hospital, devido a gravidade e a exposição à complicações do paciente nesta unidade 10. Diante disto alguns autores destacam que a úlcera por pressão vem sendo considerada um problema sério na atenção á saúde tanto para os pacientes quanto para os hospitais, pois além da dor e sofrimento que a lesão causa ocorre um aumento da morbimortalidade e o tempo de internação, elevando assim os custos para o tratamento principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva 3,4,6,7. Algumas destas complicações que podem surgir em pacientes internados nestas unidades são instabilidade hemodinâmica e estado geral comprometido 6 levando a imobilidade que é uma causa importante do desenvolvimento da úlcera, pois a falta de manutenção da posição do corpo causa aumento da pressão havendo destruição tecidual, e a força da gravidade afeta o fluxo sanguíneo e a oxigenação assim influenciando no volume e na capacidade pulmonar 4,7. A escala de Braden que foi traduzida para o português é a mais utilizada no Brasil como instrumento de avaliação e prevenção das UP s devido a sua validade preditiva, sensibilidade e especificidade. Ela avalia itens de risco como percepção sensorial, umidade, atividade, mobilidade, nutrição, fricção e cisalhamento 7,9. s 1,7 utilizaram a escala de Braden como instrumento de avaliação e os pacientes estudados apresentou risco elevado para o desenvolvimento da úlcera por pressão na Unidade de Terapia Intensiva.

9 Dentre os fatores de risco é destacado pelos autores como o principal a pressão, que sendo exercida excessivamente por um longo período de tempo entre uma proeminência óssea e uma superfície induz a isquemia devido a compressão do capilar e a necrose tissular. 1,2,4. Por conseqüência a esta pressão ocorre a força de cisalhamento e fricção que acontece com o mau posicionamento e mobilização incorreta, causado pela elevação da cabeceira em ângulo maior que 30 graus, fazendo que a superfície deslize uma sobre a outra no leito lesando os tecidos mais profundos e principalmente a região sacral e do cóccix resultando em abrasão. 4,6,7. A percepção sensorial diminuída é um fator de alto risco muito comum e esperado em uma Unidade de Terapia Intensiva, devido a utilização de medicamentos como sedativos, relaxantes musculares e analgésicos que diminui a sensibilidade fazendo com o que o paciente não reaja a pressão e o desconforto causado nas proeminências ósseas deixando de se movimentar no leito e aliviar a pressão. Portanto é necessária maior atenção da equipe de enfermagem para diagnosticar precocemente estes indivíduos e implementar ações de prevenção afim de evitar complicações 2,4,7,11. Alguns autores apontam que a umidade excessiva causa maceração e ruptura da pele tornando mais susceptível a lesão 2,4,7,12 que pode ser provocada por incontinências urinárias e fecal, transpiração excessiva e secreções de drenos 2,7. É observado também que com a idade avançada acima de 60 anos acontece alterações na pele como diminuição da camada dérmica, elasticidade, e sua vascularização que fica prejudicada causando redução da resposta inflamatória e percepção da dor tornando a pele mais vulnerável a traumas 1,2,11. É destacado por alguns autores também a nutrição inadequada como um fator de risco para a úlcera por pressão, pois o estado nutricional dos pacientes de UTI está comprometido devido a desnutrição, jejum por período prolongado e cirurgias podendo adquirir anemia e uma redução de oxigênio aos tecidos causando diminuição a tolerância tissular a pressão. A desnutrição interfere na cicatrização das feridas aumentando o risco de infecção e sepse. No entanto cabe a equipe de enfermagem conhecer os pacientes com perfil de desnutrição ou com associação aos problemas nutricionais e intervir com os instrumentos necessários a prevenção 4,7,11. Pode-se observar que foram diversos os fatores de risco encontrados nas publicações analisadas o que indica a grande susceptibilidade dos pacientes de uma UTI em desenvolver uma úlcera por pressão, portanto é de suma importância que a equipe de enfermagem conheça

10 todos e saiba identificar precocemente, pois não ocorre com apenas um fator e sim com a interação dos diversos fatores de risco relacionados ao paciente. 4 CONCLUSÃO Através do conhecimento técnico cientifico o enfermeiro deve saber identificar os fatores de risco para o desenvolvimento das UP s e colocar em prática a partir da admissão do paciente utilizando de medidas de prevenção visando a redução das úlceras por pressão nas UTI s, planejando ações de cuidados individualizados, sem esquecer que o paciente é constituído de corpo, mente e espírito e que sofre influencia do meio ambiente, e necessita de uma assistência integralizada. Desta forma, os enfermeiros devem estar preparados para atender os pacientes críticos que apresentam fatores predisponentes para a UP s, desenvolvendo um plano de ação direcionado para cada individuo de acordo com suas necessidades, mesmo sabendo que encontram muitos problemas diariamente nas instituições hospitalares que dificultam o bom atendimento a esses pacientes como o número reduzido de funcionários, sobrecarga de trabalho e falta de material. A avaliação dos fatores de risco é um instrumento eficaz onde direciona as ações de enfermagem colaborando com a redução do tempo de internação hospitalar conseqüentemente diminuindo a dor e o sofrimento dos pacientes melhorando a qualidade da assistência.

11 RISK FACTORS FOR THE DEVELOPMENT OF PRESSURE ULCER PATIENTS IN ICU ABSTRACT The pressure ulcer represnts a big healthy problem for the patients in bed, mainly the degenerative-chronics and elderly ones hospitalized in Emergency Room. Its prevalence still high being necessary a bigger time of internation what causes a high cost for the healthy services and increase the risk of complications. The goal of the studying was to identify in the literature the risks factors that causes the appearance of the pressure ulcer in patients hospitalized in Emmergency Room. In this research we adopted a studying of a systematic review in articles in base of data LILAC,SCIELO, MEDLINE in the period from 2000 to 2012.The results show that there are many factors of risks found in the publications, being that the examples of the authors are time of internation higher than seven days and immobility, and when the internation is in the Emmergency Room the risk is bigger than other section of the hospital. Conclude that the evaluation of risk factors is an instrument necessary to improve the direction of the nursery in order to reduce the time of hospital internation, decreasing pain and suffering of the patients, through the quality of the assistance. Key-words- pressure ulcer, risk factors, Emmergency Room.

12 REFERÊNCIAS 1. GOMES, F.S.L. et al. Fatores associados à úlcera por pressão em pacientes internados nos Centros de Terapia Intensiva de Adultos. Rev. Esc. Enferm. USP. São Paulo, Dez 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0080-62342010000400031&lng=en&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em 10 de fevereiro de 2012. 2. BLANES, L.; DUARTE, I. S.; CALIL, J. A.; FERREIRA, L. M. Avaliação clínica e epidemiológica das úlceras por pressão em pacientes internados no Hospital São Paulo. Rev. Assoc. Med. Bras. São Paulo, Abr./Jan. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0104-42302004000200036&lang=pt&tlng=pt>. Acesso em 10 de fevereiro de 2012. 3. ANSELMI, M. L.; PEDUZZI, M.; FRANÇA, I. J. Incidência de úlcera por pressão e ações de enfermagem. Acta paul. Enferm., São Paulo Maio/Jun. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0103-21002009000300004&lang=pt&tlng=pt>. Acesso em 10 de março de 2012. 4. FERNANDES, L. M.; CALIRI, M. H. L. Uso da escala de braden e de glasgow para identificação do risco para úlceras de pressão em pacientes internados em centro de terapia intensiva. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, Nov/Dez. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0104-11692008000600006&lang=pt&tlng=pt>. Acesso em 12 de março de 2012. 5. European Pressure Ulcer Advisory Panel and National Pressure Ulcer Advisory Panel. Prevention and treatment of pressure ulcers: quick reference guide. Washington DC: National Pressure Ulcer Advisory Panel; 2009. 6. FERNANDES, N.C.S.; TORRES, G. V.; VIEIRA, D. Fatores de Risco e condições predisponentes para úlcera por pressão em pacientes de terapia intensiva. Rev. Eletr. Enf., Natal, Set 2008. Disponível em: http://www.fen.ufg.br/revista/v10/n3/v10n3a19.htm. Acesso em 12 de março de 2012. 7. SILVA, E. W. N. L. et al. Aplicabilidade do protocolo de prevenção de úlcera de pressão em unidade de terapia intensiva. Rev. Bras.Ter Intensiva, Recife, Abril/Jun. 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0103-507x2010000200012&lang=pt&tlng=pt. Acesso em: 12 de março de 2012. 8. LOPES, A. L. M.; FRACOLLI, L. A. Revisão Sistemática de literatura e metassíntese qualitativa: Considerações sobre sua aplicação na pesquisa em Enfermagem. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, Out/Dez 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/tce/v17n4/20.pdf. Acesso em 01 de julho de 2012. 9. ARAÚJO, T.M.; ARAÚJO, M.F.M.; CAETANO. J.A. Comparação de escalas de avaliação de risco para úlcera por pressão em pacientes em estado crítico. Acta Paul Enferm., Fortaleza, Maio 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ape/v24n5/16v24n5.pdf. Acesso em 12 de março de 2012.

13 10. BAVARESCO, T.; MEDEIROS, R.H.; LUCENA, A.F. Implantação da escala de Braden em uma Unidade de Terapia Intensiva de um Hospital Universitário. Rev. Gaúcha Enferm, Porto Alegre, Dez 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s1983-14472011000400010&tlng=. Acesso em 20 de março de 2012. 11. GOMES, F.S.L., et al. Avaliação de risco para úlcera por pressão em pacientes críticos. Rev. Esc Enferm USP, São Paulo, Abril 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0080-62342011000200002&lang=pt&tlng=. Acesso em 20 de março de 2012. 12. ARAÚJO, T.M.; MOREIRA, M.P.; CAETANO, J.A. Avaliação de risco para úlcera por pressão em pacientes críticos. Rev. Enferm. UERJ, Rio de Janeiro, jan/março 2011. Disponível em: http://www.facenf.uerj.br/v19n1/v19n1a10.pdf. Acesso em 12 de março de 2012. 13. LOURO, M.; FERREIRA, M.; PÓVOA, P.. Avaliação de protocolo de prevenção e tratamento de úlceras de pressão. Rev. Bras. de Terapia Intensiva, São Paulo, jul/set 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0103-507x2007000300012&lang=pt&tlng=. Acesso em 12 de março de 2012.

14 APÊNDICE A Fatores de risco QUADRO 2. Identificação dos fatores de risco para UP s em UTI citados pelos autores. Autores Fatores de risco Tempo de internação maior que 7 dias Instabilidade Hemodinâmica Risco alto e elevado na Escala de Braden Pressão Fricção e Cisalhamento Percepção sensorial diminuída Umidade da pele Idade avançada Nutrição inadequada Imobilidade Gomes, F.S.L., et al 1 x x x x Blanes, L., et al 2 x x x x x x Anselmi, M. L.; Peduzzi, M.; França, I. J. 3 x x x Fernandes, L. M.; Caliri, M. H. L. 4 x x x x x X x Fernandes, N.C.S.; Torres, G. V.; Vieira, D. 6 x x x x x X x Silva, E.W.N.L., et al 7 x x x x x X x Araújo, T.M.; Araújo, M.F.M.; Caetano. J.A. 9 x x Bavaresco, T.; Medeiros, R.H.; Lucena, A.F. 10 x x x x X x Gomes, F.S.L., et al 11 x x x x x x X x Araújo, T.M.; Moreira, M.P.; Caetano, J.A. 12 x x x X x Louro, M.; Ferreira, M.; Póvoa, P.. 13 x x

15 APÊNDICE B Categorização dos artigos Quadro 1. Distribuição dos artigos incluídos na revisão sistemática no período de 2000 a 2012. AUTOR DATA FONTE GOMES, F. S. L., et al 1 Dez/2010 Rev. Esc. Enferm. USP BLANES, L.; DUARTE, I. S.; CALIL, J. A.; FERREIRA, L. M. 2 Abril/Jan 2004 Rev Assoc Med Bras ANSELMI, M. L.; PEDUZZI, M.; FRANÇA, I. J. 3 Maio/Jun 2009 Acta paul. Enferm. FERNANDES, L. M.; CALIRI, M. H. L. 4 Nov/Dez 2008 Rev Latino-Am Enfermagem. FERNANDES, N.C.S.; TORRES, G. V.; VIEIRA, D. 6 Set/2008 Rev. Eletr. Enf. SILVA, E. W. N. L. et al. 7 Abril/Jun 2010 Rev. Bras Ter Intensiva OBJETIVO POPULAÇÃO TIPO DE ESTUDO Estimar a ocorrência de úlcera por pressão e os fatores associados em Unidades de Terapia Intensiva de adultos. Descrever o perfil dos pacientes com úlcera por pressão internados no hospital São Paulo. Avaliar a incidência cumulativa e densidade de incidência de UP, relatando a ocorrência de ações de enfermagem antes e depois da intervenção educativa. Avaliar os fatores de risco para UP nos pacientes internados em centro de terapia intensiva de um hospital universitário. Verificar a existência da associação entre predisposição e fatores de risco na ocorrência de UP em pacientes na UTI. Avaliar a implementação da escala de Braden em pacientes de UTI. Pacientes com 18 anos ou mais, em 316 leitos de 22 CTIs de 15 hospitais públicos e privados de Belo Horizonte. Pacientes internados no período de 1 a 31 de maio de 2002 e portadores de UP. Pacientes internados em unidades médicocirurgicas em dois hospitais da Bahia entre 2001 e 2002. Pacientes internados em CTI de um hospital universitário de outubro de 2004 a março de 2005. 78 pacientes acamados de ambos os sexos internados em UTI. Pacientes internados em UTI adulto em 14 de julho a 10 de agosto de 2009. seccional analítico. prospectivo. de coorte prospectivo exploratório, descritivo. descritivo com delineamento longitudinal e abordagem quantitativa. transversal descritivo. RESULTADOS O tempo de internação total e na UTI maior que 10 dias, sepse, risco alto e elevado na escala de Braden foram os fatores prevalentes associados à UP. Os portadores da UP foram com idade avançada, tempo de internação prolongado, região sacral mais afetada, alto risco de formação de UP na escala de Braden. As amostras não permitiram analise multivariadas para associação dos fatores e mudanças na incidência de UP. Os escores totais das escalas de Braden (EB) e Glasgow estavam associados ao aparecimento de UP em pacientes de CTI. Fatores de risco da UP intrínsecos e extrínsecos como decorrentes da internação e doenças crônicas. A maioria dos pacientes em estudo apresentou risco elevado e moderado para desenvolver UP em UTI. CONCLUSÃO A úlcera por pressão tem tratamento lento e doloroso para o paciente, portanto a equipe multiprofissional deve implementar medidas preventivas com o objetivo de diminuir o impacto que esta lesão causa. Com risco elevado para adquirir UP, verificouse a necessidade da adoção de medidas preventivas durante o período de internação. A intervenção educativa não foi suficiente para mudar a incidência de UP e o cuidado preventivo desempenhado pelos profissionais de enfermagem. Identificação do risco e uso de medidas preventivas como as escalas reduz a incidência de UP e melhora a qualidade da assistência como um todo. Elaboração de protocolo assistencial a fim de diminuir complicações, tempo de internamento, custos e carga de trabalho da equipe e melhora a assistência humanizada. A implantação de protocolos de prevenção são eficientes instrumentos desde que utilizado com habilidade e competência pela equipe de enfermagem.

16 ARAÚJO, T.M.; ARAÚJO, M.F.M.; CAETANO. J.A. 9 Maio/2011 Acta Paul Enferm BAVARESCO, T.; MEDEIROS, R.H.; LUCENA, A.F. 10 Dez/2011 Rev. Gaúcha Enferm GOMES, F.S.L., et al. 11 Abril/2011 Rev Esc Enferm USP ARAÚJO, T.M.; MOREIRA, M.P.; CAETANO, J.A. 12 Jul/Set 2007. Rev. Enferm UERJ. LOURO, M.; FERREIRA, M.; PÓVOA, P. 13 Jul/2007 Revista Brasileira de Terapia Intensiva. Comparar as escalas de avaliação de risco para UP de Norton, Braden e Waterlow entre pacientes de estado crítico. Implantar a escala de Braden como instrumento de avaliação de risco na UTI analisando os resultados. Analisar os fatores de risco para desenvolver UP em pacientes adultos de uma CTI Avaliar e identificar os fatores de risco para UP em pacientes críticos admitidos na UTI utilizando a escala de Waterlow. Determinar a taxa de incidência e prevalência das úlceras por pressão em UTIs; identificar número e grau na admissão e alta, fatores que influenciam o desenvolvimento e identificar o número de úlceras cicatrizadas. Pacientes admitidos em três UTI s adulto no período de março a junho de 2009. Constituiu de 87 pacientes de uma UTI no período de agosto a setembro de 2009. 140 pacientes internados em 22 CTI s maior de 18 anos em 15 hospitais públicos e privados de Belo Horizonte. Pacientes críticos de UTI de um hospital de fortaleza no período de agosto a outubro de 2009. Todos os pacientes internados em 2002 com internação superior a 24 horas. exploratório e longitudinal. piloto do tipo prospectivo longitudinal. seccional analítico transversal com abordagem quantitativa. descritivo prospectivo. A escala de Norton correlaciona-se diretamente proporcional a de Braden inversamente a de Waterlow. E escala de Braden tem relação inversamente proporcional a Waterlow. O uso da escala de Braden permite a identificação do risco, a partir daí a prescrição e implementação de ações de prevenção. Os fatores de risco mais comuns neste estudo foi tempo de internação prolongado, umidade, imobilidade, desnutrição, percepção sensorial diminuída, fricção e cisalhamento. Neste estudo verificou que a maioria dos pacientes possuíam alto risco de desenvolvimento de UP na pontuação da escala de Waterlow. Pacientes admitidos com UP apresentaram índices de gravidade mais elevados do que os admitidos sem UP. Nos pacientes que foram aplicados os protocolos de prevenção o escore e o grau total da UP foi A escala de Waterlow tem melhor desempenho na avaliação de risco para UP se comparada a Norton e Braden. A utilização da EB possibilitou a identificação dos pacientes em risco de adquirir a UP, porém neste estudo houve dificuldades na implantação devido a o não preenchimento da escala, fato que apontou a necessidade de conscientização do profissional quanto a importância desta ferramenta ao cuidado ao paciente A utilização da escala de Braden como instrumento preventivo favorece o conhecimento do risco de cada paciente permitindo implementar ações de prevenção na UTI. A identificação do risco permite que sejam elaboradas medidas de prevenção com o objetivo de diminuir a incidência da UP nas UTI s. A prevenção da UP deve ser prioridade nas instituições hospitalares, utilizando materiais de alívio de zona de pressão, monitorizar o grau de risco, incidência e prevalência e implementando os protocolos de prevenção para sensibilização das equipes para a

17 inferior em relação aos outros. problemática da UP.