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Iluminismo. As principais características do Iluminismo eram:

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Transcrição:

Definição O Iluminismo (também conhecido como Ilustração ou Esclarecimento) foi um movimento intelectual e filosófico que teve origens na Inglaterra durante o século XVIII.

Definição As ideias defendidas pelos diversos pensadores iluministas espalharam-se para outros centros culturais da Europa e acabaram inspirando transformações políticas em várias sociedades da época, tanto europeias como na América.

Definição Embora não tenha sido um movimento coeso e uniforme, teve como uma de suas principais características a crítica social. Apesar das diferenças entre os iluministas, de modo geral, eles assumiram uma postura contestatória em relação a diversos aspectos do Antigo Regime.

Definição Devido a esse caráter quase propagandístico de suas ideias e ideais e aos ataques que desferiram contra as ordens social, econômica, política e religiosa vigentes em seu tempo -, os pensadores iluministas costumam ser considerados, por vários autores, como defensores de um sistema de ideias que interessava à burguesia.

A crítica iluminista ao Antigo Regime Para Eric Hobsbawn, libertar o ser humano de certas algemas que os prendiam parecia ser o objetivo de muitos filósofos iluministas.

A crítica iluminista ao Antigo Regime Como, por exemplo: O tradicionalismo religioso medieval; As práticas superticiosas e o poder da magia; A divisão social dos homens baseadas numa hierarquia de estratos determinada pelo nascimento.

A crítica iluminista ao Antigo Regime Os iluministas formularam teorias defendendo ideais como: O liberalismo político e econômico (contra o absolutismo e o mercantilismo), com base principalmente na não intervenção do Estado na economia, na divisão de poderes dentro do Estado e na formação de governos representativos;

A crítica iluminista ao Antigo Regime A igualdade jurídica entre as pessoas (contra a desigualdade existente na sociedade estamental). A tolerância religiosa (contra o poder e tradicionalismo da Igreja), pela qual as pessoas teriam liberdade para escolher e seguir a religião que quisessem, sem a imposição do Estado. A liberdade de expressão, a educação do povo, etc.

A crítica iluminista ao Antigo Regime Os iluministas acreditavam que tais elementos eram essenciais para a edificação de uma sociedade justa e para a felicidade do ser humano. Essas ideias teriam grande impacto sobre intelectuais e políticos em diversos lugares do mundo, inspirando revoluções contra o Antigo Regime, como a Revolução Francesa e as insurgências das colônias europeias na América.

A razão iluminista Iluminar a mente das pessoas usando a luz da razão. Outra característica básica do iluminismo era a confiança na razão como instrumento capaz de promover a crítica às ideias dominantes que envolviam tanto as sociedades humanas quanto a natureza. O objetivo era intervir nelas, no sentido de organizá-las racionalmente e assegurar uma vida melhor para as pessoas.

O Grande Relojoeiro Paralelamente ao racionalismo, difundiu-se também nesse período o mecanicismo, fundamentado no pensamento filosófico de René Descartes (1596-1650) e nas teorias físicomatemáticas de Galileu Galilei (1564-1642) e Isaac Newton (1642-1727). Assim, algumas concepções iluministas também se expressaram em termos de um racionalismo mecanicista.

Conceito Mecanicismo concepção mecânica da realidade, isto é, como se fosse uma máquina, em que todos os fenômenos naturais podem ser explicados por um sistema de determinações mecânicas de causa e efeito.

O Grande Relojoeiro Para alguns pensadores franceses, o universo assemelhava-se a uma imensa engrenagem composta com inúmeras peças, que deveria funcionar harmonicamente. Deus seria o construtor dessa engrenagem universal O Grande Relojoeiro, nas palavras de Voltaire reponsável pela criação e funcionamento da máquina do mundo.

O Grande Relojoeiro E, se Deus era a expressão máxima da razão ou lei universal, os seres humanos, como criaturas de Deus, deveriam ser também racionais e, consequentemente, livres-pensadores. Por isso, tudo poderia e deveria ser submetido à autoridade da razão. Esse Deus iluminista deveria respeitar os direitos universais do ser humano, entre eles, a liberdade de pensar e de se exprimir.

Conceito Livre-pensador aquele que pensa livremente em matéria religiosa (o livre-pensamento foi uma corrente do Iluminismo francês e inglês que negava a veracidade da revelação bíblica, combatia a intolerância religiosa e contestava os dogmas, os mistérios e os milagres da Igreja Católica).

Filósofos e pensadores iluministas

Locke: empirismo e liberalismo político John Locke (1632-1704) Filósofo inglês considerado o pai do Iluminismo. Condenou o absolutismo monárquico e o poder inato (divino) dos reis. Defendeu o respeito à liberdade dos cidadãos, a tolerância religiosa e os direitos da propriedade privada e de livreiniciativa econômica.

Locke: empirismo e liberalismo político Em sua principal obra, Ensaio sobre o entendimento humano, afirma que quando nascemos nossa mente é como uma tábula rasa, ou seja, sem conhecimento algum. Esse conhecimento é primeiro adquirido pelos sentidos (empirismo) e depois desenvolvido pelo esforço da razão.

A liberdade natural do homem consiste em estar livre de qualquer poder superior na Terra ( ), tendo somente a lei da natureza como regra ( ).

Sendo os homens ( ), por natureza, todos livres, iguais e independentes, ninguém pode ser expulso de sua propriedade e submetido ao poder político de outrem sem dar consentimento ( ).

Voltaire: liberdade de pensamento e crítica à Igreja Católica François-Marie Arouet (1694-1778) Filósofo e dramaturgo francês, Voltaire foi um dos mais conhecidos pensadores do Iluminismo. Considerava que a monarquia deveria respeitar as liberdades individuais. O soberano deveria ser esclarecido e atuar com a assessoria de filósofos e pensadores iluministas.

Voltaire: liberdade de pensamento e crítica à Igreja Católica Liberdade para o ser humano e garantias para a propriedade privada eram os grandes pilares defendidos por Voltaire em suas obras Cartas Inglesas e Ensaio sobre os costumes.

Montesquieu: a separação dos poderes Charles-Louis de Secondat (1689-1755) Jurista francês, autor de O espírito das leis, defendeu a separação dos poderes do Estado em Legislativo, Executivo e Judiciário que durante o Antigo Regime estavam concentrados nas mãos do rei. Dessa forma a liberdade individual estaria protegida dos abusos dos governantes.

Montesquieu: a separação dos poderes Montesquieu não defendia um governo burguês. Suas simpatias políticas inclinavamse para um liberalismo aristocrático, uma monarquia moderada, inspirada na Inglaterra de seu tempo.

Diderot e D Alembert: a Enciclopédia Os franceses Denis Diderot (1713-1784) e Jean Le Rond D Alembert (1717-1783) foram os principais organizadores de uma enciclopédia de vários volumes, elaborada com o objetivo de resumir os principais conhceimentos da época nos campos artístico, científico e filosófico.

Rousseau: o bom selvagem e o contrato social Jean-Jacques Rosseau (1712-1778) é autor de O contrato social, obra na qual afirma que o soberano deveria conduzir o Estado de acordo com a vontade de seu povo. Segundo ele, somente um Estado com bases democráticas teria condições de oferecer igualdade jurídica a todos os cidadãos.

Rousseau: o bom selvagem e o contrato social Em outra de suas obras, Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, Rousseau enaltece os valores da vida na natureza, elogiando a liberdade e a pureza do selvagem em seu estado natural, em contraste com a falsidade e o artificialismo do mundo civilizado. Assim surgiu o mito do bom selvagem.

"O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer isto é meu e encontrou pessoas suficientemente simples para acreditá-lo. Quantos crimes, guerras, assassinatos, misérias e horrores teria evitado à humanidade aquele que, arrancando as estacas desta cerca (...), tivesse gritado: Não escutem esse impostor, pois os frutos dão de todos e a terra é de ninguém.

François Quesnay: a fisiocracia Quesnay (1694-1774) defendia a implantação de um capitalismo agrário, baseado no aumento da produção agrícola. Segundo ele, o Estado não deveria interferir na economia; Laissez-faire, laissez-passer.

François Quesnay: a fisiocracia Em sua obra Fisiocracia, o governo da natureza sustentou a existência de um poder natural agindo nas sociedades humanas, sendo inútil contrariá-lo com leis, regulamentos ou sistemas. Para ele, a agricultura era a atividade verdadeiramente criadora de riquezas para uma nação.

Adam Smith: o liberalismo econômico Autor da obra Uma investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações, o economista escocês Adam Smith (1723-1790) criticou a política mercantilista, por meio da qual o Estado interferia na vida econômica. Para ele, a economia deveria ser dirigida pelo livre jogo da oferta e da procura de mercado.

Adam Smith: o liberalismo econômico Segundo Smith, o trabalho era a verdadeira fonte de riqueza para as nações e deveria ser conduzido pela livre-iniciativa particular.

Todo homem, desde que não viole a justiça, deve ser livre para que seus produtos possam competir com quaisquer outros. Nesse sistema de liberdade econômica, o Estado só tem três obrigações: proteger a sociedade contra a violência ou a invasão de outros países; proteger a sociedade da injustiça e da opressão internas; manter e construir obras que sejam do interesse geral, mas que não interessem aos particulares.