Direito Tributário Sucessão Empresarial, Responsabilidade Tributária e Responsabilidade de Terceiro Professora Giuliane Torres www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Tributário SUCESSÃO EMPRESARIAL, RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA E RESPONSABILIDADEDE TERCEIRO SUCESSÃO EMPRESARIAL De acordo com o art. 132 do Código Tributário Nacional, as pessoas jurídicas de direito privado decorrentes de fusão, transformação, incorporação ou cisão respondem pelos tributos devidos até a data do ato pela pessoa originária, ou seja, a sucessora é responsável pelos débitos da sucedida existentes até a data da formalização do negócio. Fusão: A + B = C A = ANTARCTICA B = BRAHMA C = AMBEV Assim, o que a Antarctica e a Brahma deviam de tributos, passa a ser todo da Ambev. Incorporação: A compra B = A maior. Se a Antarctica compra (incorpora) a Brahma, resulta numa empresa Antarctica maior. Assim, a Antarctica continua responsável pelos tributos que ela deve e passa a ser responsável pelos tributos que a Brahma devia. Transformação: A Ltda se transforma numa empresa A S.A., assim, a S.A. fica responsável pelos tributos devidos pela A Ltda. Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato: www.acasadoconcurseiro.com.br 3
I integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; II subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. No caso de, por exemplo, a Sadia comprar uma filial da Perdigão, mas apenas uma filial, não a empresa toda, quem responderia pelos débitos tributários daquela filial? Nesse caso, se quem vendeu a filial continua atuando no mercado, não paralisou as atividades, vai ter que pagar pelo débito que gerou. Assim, quem comprou só responde pelos débitos tributários subsidiariamente. Contudo, se a empresa que vendeu não está funcionando ali e na verdade não parou as atividades, apenas parou por um período, o CTN estabelece o prazo de 6 meses. Se parar por mais de 6 meses, quem comprou será o responsável pelos débitos. Se for até 6 meses, quem vendeu permanece o responsável pelos débitos. 1º O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial: (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) I em processo de falência; (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) II de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial.(incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 2º Não se aplica o disposto no 1º deste artigo quando o adquirente for: (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) I sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperação judicial; (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) II parente, em linha reta ou colateral até o 4º (quarto) grau, consangüíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) III identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 3º Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo de 1 (um) ano, contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 1º No caso de falência e recuperação judicial, o CTN disciplina que a regra acima explicada não se aplica. Contudo, para evitar fraudes, existe a seguinte exceção: * Quando, mesmo em falência ou recuperação judicial, o adquirente for familiar até o 4º grau. * Também responde, mesmo em falência ou recuperação judicial, o adquirente que está agindo como "laranja" do vendedor. 4 www.acasadoconcurseiro.com.br
Sucessão Empresarial, Responsabilidade Tributária e Responsabilidade de Terceiro Profª Giuliane Torres RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA Há diversos casos de responsabilidade dentro do CTN que podem ser aplicados para qualquer tributo. Mas o legislador pode criar outros casos, que estão dispostos na legislação tributária de cada tributo. A pessoa nomeada como responsável tributário tem que estar vinculada ao fato gerador. Não pode ser qualquer pessoa. Para que alguém seja responsabilizado tem que haver expressa disposição de lei. Não pode estar implícito na lei. Responsabilidade não se presume. Ninguém é obrigado a nada senão em virtude de lei. Quando o legislador disser que o contribuinte é responsável, ele pode excluir essa responsabilidade ou atribuir essa responsabilidade de forma supletiva, ou seja, esse alguém não pode ser cobrado de imediato. Primeiro se cobra da pessoa principal e após, do subsidiário. Responsabilidade: Quando se fala em responsabilidade se sabe que quem vai ter que pagar é alguém que não praticou o fato gerador, pois quem praticou o fato gerador é o contribuinte. Contudo, há situações em que o dever de pagar do responsável já surge de imediato, junto com o fato gerador. Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS Nas hipóteses do art. 134 do CTN, a responsabilidade dos terceiros é subsidiária (e não propriamente solidária, como dita a norma), ou seja, o cumprimento da obrigação tributária primeiro deve ser exigido do contribuinte. Por outro lado, só existe tal obrigação subsidária caso o não pagamento da obrigação pecuniária tenha sido decorrente de atos nos quais os terceiros intervieram ou das omissões pelas quais forem responsáveis. A responsabilidade de terceiros é diferente das demais, pois não há transferência de responsabilidade. Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis: I os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; II os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados; III os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; IV o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; www.acasadoconcurseiro.com.br 5
V o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário; VI os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício; VII os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter moratório. Requisitos para a responsabilização de terceiros: 1. Impossibilidade de cobrança ao contribuinte. 2. Tem que haver ação ou omissão do terceiro. A responsabilidade acima, apenas se aplica em multa de caráter moratório, ou seja, multa pelo atraso, que é relativamente pequena. Para as multas de ofício, a responsabilidade é do contribuinte, não do responsável. Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: I as pessoas referidas no artigo anterior; II os mandatários, prepostos e empregados; III os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. 6 www.acasadoconcurseiro.com.br