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Transcrição:

Síntese de diversas matérias fiscais de maior relevo ocorridas na 1.ª quinzena de novembro de 2016 1 1 - Reavaliação do ativo fixo tangível e propriedades de investimento: - Decreto-Lei n.º 66/2016 de 3 de novembro. Estabelece um regime facultativo de reavaliação do ativo fixo tangível e propriedades de investimento. Nota: - A reavaliação fiscal dos elementos afetos à atividade das empresas realizada ao abrigo do presente decreto-lei é facultativa, sendo reportada, para os sujeitos passivos cujo período de tributação coincide com o ano civil, a 31 de dezembro de 2015, e produzindo efeitos, em termos de depreciações, a partir do exercício de 2018. 2 - PERES - Regularização de dívidas de natureza fiscal e de dívidas de natureza contributiva à segurança social: - Decreto-Lei n.º 67/2016 de 3 de novembro. Aprova um regime excecional de regularização de dívidas de natureza fiscal e de dívidas de natureza contributiva à segurança social, através de pagamento integral ou pagamento em prestações. Nota: - A adesão dos contribuintes a este regime é feita por via eletrónica, no portal da Autoridade Tributária e Aduaneira e na Segurança Social Direta, consoante a entidade responsável pela cobrança das dívidas ou em ambos, até ao dia 20 de dezembro de 2016. 3 - Taxa de juro aplicada pelo BCE às suas principais operações de refinanciamento: - Informação da Comissão da U. E., publicada no jornal oficial C 405/2016, de 4 de novembro, na página 1. A taxa de juro aplicada pelo Banco Central Europeu às suas principais operações de refinanciamento, é de 0,00 % a partir de 1 de novembro de 2016. Nota: - Esta taxa define o fator da capitalização dos resultados líquidos constante da fórmula prevista na alínea a) do n.º 3 do artigo 15.º do Código do Imposto do Selo, que determina o valor das ações, títulos e certificados da dívida pública e outros papéis de crédito sem cotação na data da transmissão. A alínea a) do n.º 3 do artigo 15.º do CIS foi recentemente alterada pelo Decreto-Lei n.º 41/2016, de 1 de agosto, passando o fator de capitalização dos resultados líquidos a ser calculado com base na taxa de juro aplicada pelo Banco Central Europeu às suas principais operações de refinanciamento, acrescida de um spread de 4 %. De acordo com o disposto no n.º 2 do artigo 13.º do referido Decreto-Lei n.º 41/2016, esta alteração aplica-se quando o montante do imposto daí resultante seja inferior, para os factos tributários ocorridos a partir de 1 de janeiro de 2016, que ainda não tenham sido objeto de liquidação. 1 Destina-se apenas a que os nossos associados tenham conhecimento, em tempo útil, da existência da norma ou instrução administrativa e fiquem com uma ideia sucinta do seu conteúdo. Não dispensa a leitura cuidada dos próprios documentos, aquando da sua aplicação prática.

4 - IVA - Transmissão de bens Taxas - Disponibilização de produtos alimentares em bares dos cinemas configura uma transmissão de bens: - Informação Vinculativa Despacho de 2016-10-24 - Processo nº 10869. A entrega de pipocas, nachos, doces, bebidas nos bares de cinema, onde se efetua também a compra de bilhetes de cinema, não tem enquadramento na verba 3.1 da Lista II anexa ao CIVA (prestação de serviços de alimentação e bebidas), qualificando-se antes como uma transmissão de bens, sendo os bens sujeitos à taxa de IVA que individualmente lhes corresponder. Nota: - É que, conforme decorre do artigo 6.º do Regulamento de Execução do IVA, os serviços de restauração consistem no fornecimento de comida ou de bebidas, preparadas ou não, ou de ambas, destinadas ao consumo humano, acompanhado de serviços de apoio suficientes para permitir o consumo imediato das mesmas. 5 - IVA - Taxas - Prestações de serviços de manutenção e reparação efetuadas no âmbito da atividade aquícola: - Informação Vinculativa Despacho de 2016-10-28 - Processo nº 10421. Aos serviços de manutenção preventiva e reparação da sub-estação e instalação elétrica e os serviços técnicos especializados de veterinária e biossegurança podem ter uma utilização mista, ou não exclusiva na atividade aquícola. Efetivamente, embora necessários ao exercício genérico da atividade, não se enquadram no âmbito específico da atividade aquícola, pelo que aos mesmos deve ser aplicada a taxa normal do imposto, sem prejuízo da aplicação da taxa reduzida, aos serviços de manutenção e reparação dos tanques/estábulos onde se encontram os peixes e à estrutura do poço de captação de água. Nota: - Relativamente aos serviços de manutenção e reparação do "edifício da fábrica e edifícios adjacentes", por se verificar que, embora necessários ao exercício da atividade da requerente, não se enquadram no âmbito específico da categoria 4 da lista I anexa ao CIVA, não podem beneficiar, por esta via, da aplicação da taxa reduzida do imposto. 6 - IVA - Diretiva 2006/112/ /CE Artigo 178.º, alínea a) Direito a dedução Modalidades de exercício Artigo 226.º, n.ºs 6 e 7 Menções que devem obrigatoriamente constar da fatura Extensão e natureza dos serviços prestados Data em que a prestação de serviços é efetuada: - Acórdão do TJUE, de 2016.09.15 Processo n.º C-516/15, publicado no JOUE n.º C 419, de 2016.04.14, na página 6. O artigo 226.o da Diretiva 2006/112/CE do Conselho, de 28 de novembro de 2006, relativa ao sistema comum do imposto sobre o valor acrescentado, deve ser interpretado no sentido de que faturas que só contenham a menção «serviços jurídicos prestados desde determinada data até ao presente», como as que estão em causa no processo principal, não respeitam, em princípio, as exigências previstas no n.º 6 deste artigo e que faturas que só contenham a menção «serviços jurídicos prestados até ao presente» não respeitam, em princípio, as exigências previstas no referido n.º 6 nem as exigências previstas no n.º 7 do mesmo artigo, o que cabe, todavia, ao órgão jurisdicional de reenvio verificar. O artigo 178.º, alínea a), da Diretiva 2006/112 deve ser interpretado no sentido de que se opõe a que as autoridades tributárias nacionais possam recusar o direito a dedução do imposto sobre o valor acrescentado pelo simples facto de o sujeito passivo possuir uma fatura que não cumpre os requisitos exigidos pelo artigo 226.º, n.ºs 6 e 7, desta diretiva, quando essas autoridades dispõem de todas as informações necessárias para verificar se os requisitos substantivos relativos ao exercício desse direito se encontram satisfeitos.

Nota: - Os n.ºs 6 e 7 do artigo 226.º da Diretiva 2006/112/CE, correspondem às alíneas b) e f) do n.º 5 do artigo 36.º do Código do IVA. 7 - SISA Isenção Demolição: - Acórdão do STA de 2016.10.19 Processo n.º 01317/13. Se o incremento habitacional foi prosseguido e melhorado qualitativamente, por via da demolição dos prédios contíguos adquiridos com isenção de sisa, para no lugar deles edificar uma vivenda destinada a habitação, manteve-se sempre a finalidade da habitação, pelo que temos de considerar que a estes não foi dado um destino diferente que possa legalmente justificar a revogação da isenção de sisa de que beneficiou o seu adquirente. 8 - CPPT - Oposição de julgados Requisitos: - Acórdão do STA de 2016.10.19 Processo n.º 0958/16. I - Interposto recurso da sentença ao abrigo do n.º 5 do art. 280.º do CPPT por alegada oposição de julgados com um acórdão do Supremo Tribunal Administrativo, impõe-se que o recorrente indique qual o mesmo fundamento de direito que, perante um quadro jurídico inalterado, foi decidido em sentido divergente. II-Tendo a reclamação sido indeferida com uma dupla fundamentação, justifica-se a apresentação de dois acórdãos fundamento, um relativamente a cada um dos fundamentos. III - Não se verifica oposição de julgados se a sentença recorrida e o acórdão invocado como fundamento perfilharam a mesma solução relativamente ao mesmo fundamento de direito. 9 - IRC Dispensa - Retenção na fonte: - Acórdão do STA de 2016.10.19 Processo n.º 0667/14. O Supremo Tribunal Administrativo é incompetente em razão da hierarquia quando o recurso interposto de decisão do Tribunal tributário de 1.ª instância não versa exclusivamente matéria de direito. 10 - Liquidação adicional IRS - Mais valias Circular - Autoridade Aduaneira - Princípio da boa-fé - Princípio da confiança - Princípio da igualdade: - Acórdão do STA. de 2016.10.26 Processo n.º 053/15. I-A Circular nº 21 de 19/10/1992, emitida pela Direcção dos Serviços do IRS, publicada na página da DGCI, teve em vista uniformizar o entendimento quanto ao enquadramento jurídico tributário dos ganhos obtidos com a alienação de bens que tenham sido adjudicados ao alienante em partilha de acervo hereditário realizada após a entrada em vigor do CIRS, quando nessa adjudicação se mostre excedido o seu quinhão hereditário. II-O entendimento ali sancionado é o de que na sucessão mortis causa o momento da aquisição dos bens é o da abertura da herança, mesmo quando na partilha sejam adjudicados bens que excedam a quota ideal do herdeiro. III-Se a decisão recorrida se estriba em dois fundamentos distintos e autónomos, cada um capaz de alicerçar, por si só, a decisão de improcedência da acção, o recorrente deve atacar todos eles para impugnar eficazmente a decisão.

IV- Ainda que se reconhecesse razão à recorrente (Fazenda Pública) quanto ao desacerto do primeiro fundamento de procedência da impugnação, sempre subsistiria o segundo e autónomo fundamento de procedência, isto é, o facto de a Administração Tributária estar vinculada, como se julgou na sentença e não é controvertido no recurso, à interpretação das normas tributárias constantes das suas circulares, as quais, visando a uniformização dessa interpretação e aplicação a todos os contribuintes, geram uma confiança que os leva, de boa-fé, a agir no sentido ali indicado, não podendo a Administração deixar de as aplicar a alguns contribuintes e, afrontando-as, realizar oficiosamente uma liquidação adicional de imposto com o pretexto de que determinada circular não expressa a melhor ou a mais correcta interpretação do direito. 11 - Tabela do Imposto do Selo - Prédio urbano Afetação Habitação: - Acórdão do STA. de 2016.10.26 Processo n.º 0886/16. Não tendo o legislador definido o conceito de prédios (urbanos) com afectação habitacional, mas resultando do art. 6.º do CIMI (subsidiariamente aplicável ao Imposto do Selo previsto na nova verba nº 28 da Tabela Geral) uma clara distinção entre prédios urbanos habitacionais e terrenos para construção, não podem estes ser considerados, para efeitos de incidência do Imposto do Selo (Verba 28.1 da TGIS, na redacção da Lei nº 55-A/2012, de 29/10), como prédios urbanos com afectação habitacional. 12 - Tempestividade - Direito de audição Liquidação - Aproveitamento do ato administrativo: - Acórdão do STA. de 2016.10.26 Processo n.º 0822/15. I - O exercício do direito de audição materializando o direito de participação do contribuinte na formação do acto tributário da liquidação tem de haver-se como elemento essencial da existência e perfeição desse acto não podendo por isso degradar-se em elemento não essencial do mesmo. II - Tal facto obsta a que o acto viciado seja passível de aproveitamento. 13- Inspeção - Caducidade do direito à liquidação - Juros compensatórios Fundamentação: - Acórdão do STA. de 2016.10.26 Processo n.º 01364/15. I - O artigo 46º, nº 1, da LGT, que rege em matéria de suspensão do prazo de caducidade do direito à liquidação, consagra que a duração da inspecção externa se conta a partir da notificação da ordem de serviço. II - Não tendo a Administração Tributária introduzido qualquer correcção à matéria colectável que resultou da declaração Modelo 22 de substituição apresentada pelo sujeito passivo, e tendo sido essa a matéria colectável que serviu de base para a liquidação da derrama, não havia lugar à aplicação do disposto no artigo 39º, nº 2, da LGT. III - Não tendo a Administração Tributária explicado, no próprio acto de liquidação, de que forma foi alcançado o valor dos juros compensatórios liquidados ao sujeito passivo, não indicando, designadamente, o período de contagem considerado e a taxa de juro aplicada, não pode deixar de se concluir pela verificação do vício de falta de fundamentação quanto a esse acto tributário. IV - Nos termos do que dispõe o artigo 35º, nº 7, da LGT, no caso de falta apurada em acção de fiscalização os juros compensatórios são devidos até aos 90 dias posteriores à data da sua conclusão. 14 - Embargos - Caducidade do direito de ação Dedução Venda: - Acórdão do STA. de 2016.10.26 Processo n.º 01279/15.

I - O prazo para a dedução de embargos de terceiro, de «30 dias contados desde o dia em que foi praticado o acto ofensivo da posse ou direito ou daquele em que o embargante teve conhecimento da ofensa» (art. 237.º, n.º 3 do CPPT), não se aplica (nem faria sentido algum que se aplicasse) aos embargos de terceiro com função preventiva, uma vez que o art. 350.º, n.º 1, do CPC, aplicável ex vi do art. 167.º do CPPT, estabelece um outro prazo para deduzir estes embargos: «antes de realizada, mas depois de ordenada, a diligência a que se refere o artigo 342.º». II - Apesar de os embargos de terceiro com função preventiva poderem ser deduzidos no período entre o despacho que ordenou alguma das diligências previstas no n.º 1 do art. 342.º do CPC e a sua realização, nunca o poderão ser depois dos atinentes bens serem vendidos na execução fiscal (cfr. art. 237.º, n.º 3, do CPPT). 15 - Imposto Municipal sobre Imóveis - Erro na forma de processo - Insuficiência da matéria de facto: - Acórdão do STA. de 2016.10.26 Processo n.º 0749/15. I - Sendo a pretensão formulada em juízo a de anulação do despacho que indeferiu o pedido de não sujeição a IMI, ou seja, de sindicância da legalidade de um acto em matéria tributária que não comporta a apreciação da legalidade de um acto de liquidação, a forma processual adequada é a acção administrativa especial e não a impugnação judicial, como decorre dos n.ºs 1, alínea p), e 2 do art. 97.º do CPPT. II - Se a matéria de facto que foi dada como assente pelo tribunal de 1.ª instância não permite aferir se a questão a dirimir em sede de recurso jurisdicional se apresenta tal como a configura o recorrente nem dá a conhecer a fundamentação do acto impugnado, impõe-se a anulação oficiosa do julgado e o regresso dos autos à 1.ª instância para nova decisão, precedida da fixação da pertinente matéria de facto. 16 - Imposto Municipal sobre Transmissão Onerosa de Imoveis - Liquidação Adicional Avaliação - Imposto Municipal sobre Imóveis: - Acórdão do STA. de 2016.10.26 Processo n.º 0993/15. I - O art. 15.º do Decreto-Lei n.º 287/2003, de 12 de Novembro, determinou que todos os prédios transmitidos após a entrada em vigor do CIMI fossem avaliados aquando da primeira transmissão, nos termos do novo regime de avaliações previsto neste Código. II - Do mesmo modo, para efeitos de IMT, a alínea a) do n.º 1 do art. 27.º do mesmo decreto-lei determina que a liquidação do imposto será corrigida, sendo caso disso, logo que a avaliação nos termos do CIMI se torne definitiva. 17 - Execução fiscal Substituição Garantia - Idoneidade da garantia: - Acórdão do STA. de 2016.10.26 Processo n.º 0702/16. Decorrendo do n.º 3 do artigo 6.º do Código das Sociedades Comerciais estar em princípio vedado a estas a prestação de garantias pessoais ou reais a dívidas de outras entidades, porque contrária aos seu fins, salvo no caso de existência de relação de domínio ou grupo ou da existência de justificado interesse da sociedade garante é à sociedade garante que cumpre alegar e provar os requisitos da possibilidade de tal prestação. 18 - Contra-ordenação Prescrição - Suspensão da prescrição: - Acórdão do STA. de 2016.10.26 Processo n.º 0698/16.

I - Tendo sido imputada à arguida/recorrente a prática de uma infracção por falta de liquidação no prazo legal do imposto de sisa, o prazo de prescrição do procedimento é de 5 anos, que corresponde ao prazo geral de prescrição previsto no n 1 do artigo 33 do RGIT; II - Decorre do texto do n. 2 deste art. 33.º do RGIT, em que se refere que o prazo de prescrição «é reduzido», que só relevam, para este efeito os prazos de caducidade de direito de liquidação que levem a uma redução do prazo de prescrição de cinco anos, previsto no n. 1, e não os prazos superiores a este, como é o caso do prazo especial de caducidade do direito de liquidação da sisa e do imposto sobre sucessões e doações e do imposto municipal sobre as transacções onerosas de imóveis, que foi fixado em oito anos pelo artº 92º do CIMSISD; III - O referido prazo de procedimento contra-ordenacional suspende-se no período em que estiver pendente ação de impugnação da liquidação, nos termos dos artigos 47, 55 e 64 do RGIT; IV - O prazo máximo de prescrição do procedimento contra-ordenacional previsto no n 3 do artigo 28 do RGCO não abrange os períodos de suspensão do prazo, como expressamente é ressalvado no referido normativo. 19 - Revisão Prazo Contradição Fundamentos: - Acórdão do STA, de 2016.11.09 Processo n.º 01524/15. I - Se a contradição entre os fundamentos e a decisão constitui nulidade da sentença (cfr. art. 125.º do CPPT), a contradição entre os próprios fundamentos pode gerar erro de julgamento. II - É hoje jurisprudência assente a possibilidade de a revisão do acto tributário por iniciativa da AT, no prazo de quatro anos contados da liquidação (ou a todo o tempo, se o tributo ainda não estiver pago), prevista no n.º 1, 2.ª parte do art. 78.º da LGT, ser efectuada a pedido do sujeito passivo, como resulta do n.º 7 do mesmo artigo e do art. 86.º, n.º 4, alínea a), do CPPT. III - Os prazos para a revisão do acto tributário e para o exercício do direito de liquidar contam-se de modo diferente sem que tal diferença contenda com a igualdade de armas entre a AT e os sujeitos passivos prosseguida no procedimento tributário.