Unidade II. Para entender melhor esse conceito, podemos recorrer a uma definição clássica de Martins (2005), que diz:

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GESTÃO DE RECURSOS PATRIMONIAIS E LOGÍSTICOS Unidade II 2 ANÁLISE ABC 1 20 A diversidade de itens de estoque e os significados diferentes de cada um deles em termos de quantidade e custo faz com que a gestão de estoques seja ainda mais complexa. Estudar, acompanhar cada um dos itens conhecendo suas características é uma forma de trabalhar adequadamente com esses itens. Uma forma de realizar essa separação é fazer uma análise ABC. É uma das formas comuns em análise de estoques. Para simplificar o conceito, podemos entender como a separação ou agrupamento dos itens de estoque em grau de importância, sendo classificação A os mais importantes em relação aos custos ou em sua movimentação; classificação B, os de média importância; e os de classificação C, os de menor importância. Para entender melhor esse conceito, podemos recorrer a uma definição clássica de Martins (200), que diz: Não existe forma totalmente aceita para definição de qual o percentual do total dos itens que pertencem à Classe A, B ou C. Os itens da classe A são os mais significativos, podendo representar algo em torno de 3% e 70% do valor movimentado dos estoques, os itens de classe B variam de % a 4%, e os itens C representam o restante. 19

Unidade II A proximidade nas empresas mostra que poucos itens, de a 20% do total, são da classe A, enquanto uma grande quantidade, em torno de 0%, são da classe C, e 30 a 40% são da classe B. É importante lembrar que não há regra, depende muito dos valores, da quantidade e de cada tipo de produto. Vejamos um exemplo Construir a curva ABC do estoque sabendo-se que, durante um determinado ano-base, a empresa Condor apresentou a seguinte movimentação de seu estoque de quinze itens: Item Consumo (unid./ano) Custo ($/unidade) 40 2,3 20 23.90 0,4 30 12.02 2,0 4 670 3,60 60 2,00 201 6.40 0,80 203 2.460 12,00 200 3.480 2,60 30 1.20 0,08 302 4.020 0,0 30 1.890 2,7 00 680 3,90 070 34 6,80 6070 9.870 0,7 7080.680 0,3 Fonte: Martins, 200. O primeiro passo é fazer o cálculo do valor monetário consumido no período: 20

GESTÃO DE RECURSOS PATRIMONIAIS E LOGÍSTICOS Item Consumo (unid./ano) Custo total ($/unidade) 40 x 2,3 1.07,0 20 23.90 x 0,4.61,0 30 12.02 x 2,0 24.61,2 4 670 x 3,60 2.412,00 60 2 x 3.70,00 201 6.40 x 0,80.232,00 203 2.460 x 12 29.20,00 200 3.480 x 2,60 9.048,00 30 1.20 x 0,08 0,00 302 4.020 x 0,0 2.0,00 30 1.890 x 2,7.197,0 00 680 x 3,90 2.62,00 070 34 x 6,8 2.346,00 6070 9.870 x 0,7 7.402,0 7080.680 x 0,3 1.988,00 O segundo passo é colocar os itens em ordem crescente de valor consumido durante o período: Item Valor consumido 203 29.20,00 30 24.61,2 20.61,0 200 9.048,00 6070 7.402,0 201.232,00 30.197,0 60 3.70,00 00 2.62,00 4 2.412,00 070 2.346,00 302 2.0,00 7080 1.988,00 1.07,0 30 0,00 Total 7.982,2 21

Unidade II Aqui já é possível perceber os valores consumidos por item. Agora, o próximo passo é encontrar os valores percentuais, ou o peso de cada item em relação ao total gasto. Item (Valor consumido / Valor total) X 0 Percentual 203 29.20,00 / 7.982,2 27,34 27,34 3 30 24.61,2 / 7.982,2 22,83 0,17 4 20.61,0 / 7.982,2 9,83 60,00 200 9.048,00 / 7.982,2 8,38 68,38 6070 7.402,0 / 7.982,2 6,86 7,23 201.232,00 / 7.982,2 4,8 80,08 30.197,0 / 7.982,2 4,81 84,89 60 3.70,00 / 7.982,2 3,47 88,36 00 2.62,00 / 7.982,2 2,46 90,82 4 2.412,00 / 7.982,2 2,23 93,0 070 2.346,00 / 7.982,2 2,17 9,23 302 2.0,00 / 7.982,2 1,86 97,09 7080 1.988,00 / 7.982,2 1,84 98,93 1.07,0 / 7.982,2 0,98 99,91 30 0,00 / 7.982,2 0,09 0,00 7.982,2 Percentual acumulado Fazendo uma análise desse quadro e seguindo a proposição de Martins (200, p. 213), percebe-se na tabela que os três primeiros itens (203, 30, 20) representam 60% dos gastos totais com materiais de estoques no período. Esses itens poderiam perfeitamente ser classificados como produtos de Classe A, pois somente três itens consomem mais da metade dos gastos dos estoques. Os quatro itens seguintes (200, 6070, 201, 30) somados representam mais de 2% dos gastos com materiais (8,38% + 6,86 + 4,8 + 4,81 + 3,47 = 28,37%). Seriam então classificados como produtos de classe B. 3 O pensamento seria: se comprar somente o primeiro item, quanto vai custar? Perceba que gastou 27,34% do total gasto. 4 Se acumular com o segundo, quanto vai gastar? Gastou 0,17% do total. Acumulando com o terceiro: 60% do total. 22

GESTÃO DE RECURSOS PATRIMONIAIS E LOGÍSTICOS Os oito itens restantes representam 1% dos gastos, sendo, assim, de classe C. 3,47 + 2,46 + 2,23 + 2,17 + 1,86 + 1,84 + 0,98 + 0,09 =1,1% dos gastos. Percebe-se então que: Classe A = 3 itens, que representam 20% dos itens e 60% dos gastos. Classe B = itens, que representam 26,67% dos itens e 2% dos gastos. Classe C = 8 itens, que representam 3,33% dos itens e 1% dos gastos. Graficamente, ficaria assim: 0 90 80 70 60 0 40 30 20 Classe A Classe B Classe C 203 30 20 200 6070 201 30 60 00 4 070 302 7080 30 1 Fonte: Martins, 200, p. 21. Essa ferramenta de análise por classificação proporciona a possibilidade de gerenciar cada item como ele merece ser tratado, e priorizando aquilo que possa trazer a diferença para 23

Unidade II 1 20 2 a empresa. Por exemplo, imagine perder tempo negociando algum desconto para o item 30, que representa 0,09%, menos de 1% dos gastos totais. Esse é o tipo de produto que financeiramente o fornecedor teria pouca importância para a empresa. Ao passo que o item 203, sozinho, representa quase 30% dos gastos totais; assim, qualquer ganho nesse produto é relevante para a empresa vale a pena selecionar melhor o fornecedor, negociar com mais afinco, etc. É o tipo de produto, inclusive, do qual vamos controlar melhor a saída de estoque, para que possa ter um estoque estrategicamente mais enxuto. Em uma conferência física também seremos mais rigorosos, conferindo 0% dos itens dessa classe. Por outro lado, se levarmos em consideração a movimentação dos itens, ou sua entrada e saída de estoque, poderíamos fazer a mesma classificação. Aquele produto que sai mais vezes (classe A) deve ficar em regiões próximas à porta, os itens de classificação B em posição intermediária e os itens de menor movimentação poderiam estar mais ao fundo do estoque. Esse posicionamento estratégico possibilita atender as necessidades da empresa com menos movimentação e ter acesso aos itens com maior facilidade. Perceba que gestão de estoques requer cálculos matemáticos constantes, e podemos reforçar isso com o exemplo a seguir: 30 Um fabricante produz três produtos diferentes (X, Y, Z), que vêm em embalagens diferentes. Considerando as especificações abaixo, vamos determinar o melhor arranjo físico e a quantidade de aparelhos de cada tipo de produto num palete PBR. 24

GESTÃO DE RECURSOS PATRIMONIAIS E LOGÍSTICOS O palete padrão tem as seguintes dimensões: Palete padrão (PBR1) 1,20 m 1,00 m Em relação aos produtos, foi feita mensuração, e os dados obtidos estão listados abaixo: Produto Dimensões da caixa Largura (mm) Altura (mm) Comprimento (mm) Peso (kg) Empilhamento máximo X 476 378 397 11 4 Y 616 48 492 19 3 Z 962 661 9 8 2 Elaborado pelo autor, Jean Carlos Cavaleiro. Sabendo a quantidade de itens existentes, suas dimensões e que há a intenção de unitizar (colocar vários itens em um único volume), pode-se começar a pensar em quantos paletes teremos, em vez de pensar em quantos produtos, pois vamos movimentar e estocar os paletes. Quantos paletes teremos? Podemos fazer por m 2. Produto X Largura 0,476 x 0,397 comprimento = 0,19 m 2. Palete 1 1,0 x 1,20 = 1,2 m 2. Então, 1,2 / 0,19 = 6,31 unidades. 2

Unidade II Como não pode por um pedaço de um produto, colocaremos seis unidades em cada nível. Cabe agora encontrarmos um arranjo físico para colocar as seis unidades em um nível: 0,397 m x 3 = 1,19 Quase de 1,2 m 0,476 m 1,0 m 0,397 m 0,476 m x 2 = 0,92 Menos de 1,0 m 1,2 m Elaborado pelo autor, Jean Carlos Cavaleiro. Como se mencionou acima, o produto A pode ser empilhado em quatro níveis; logo, 6 x 4 = 24 unidades por palete; e para completar as informações, cada caixa pesa 11Kg; então, o palete vai pesar: 11 x 24 = 264 kg. Desconsiderando o peso do palete. E como o produto X tem 0,378 de altura, o palete montado vai ter 0,378 x 4 = 1,12 M. Um pouco mais de um metro e meio de altura. Essas informações são essenciais para organizar o espaço físico de estoque. Produto Y 1 Largura 0,616 x 0,492; comprimento = 0,30 m 2. Então = 1,2 / 0,303 = 3,9 unidades como não pode exceder, o palete vai colocar somente três unidades. 26

GESTÃO DE RECURSOS PATRIMONIAIS E LOGÍSTICOS 0,416 m 1,0 m 0,692 m 1,2 m Como menciona três níveis, teremos nove unidades nesse palete como cada embalagem pesa 19 kg, teremos 171 kg no palete. E a altura de cada embalagem é de 0,48 m, então teremos uma altura total de 1,4 m. Produto Z Largura 0,962 x 0,9 comprimento = 0,7 m2. Então: 1,2 / 0,7 = 2, ou duas unidades. 0,62 m 1,0 m 0,962 m 1,2 m Como temos dois níveis, o palete terá quatro unidades cada unidade pesa 8 kg,então o peso do palete será de 232 Kg. Cada 27

Unidade II embalagem tem 0,661 m de altura; logo, a altura total será de 1,322 m. Ampliando o conceito, suponha que recebeu as seguintes quantidades dos produtos: Produtos Quantidade A 600 B 400 C 200 Fica a pergunta: Quantos paletes teremos depois da unitização dos produtos? Perceba que uma informação leva à outra. Então, como fazer? Produto A = 600/24 = 2 paletes. Produto B = 400/9 = 4 paletes. Produto C = 200/4 = 0 paletes. 1 No total, 120 paletes para estocar. Vejamos como proceder para estocar todo esse material em um espaço disponibilizado pela empresa que tenha as seguintes dimensões: Layout do armazém 27 m Palete 1,2 m 1 m Imagem ilustrativa espaço físico estoque. 28

GESTÃO DE RECURSOS PATRIMONIAIS E LOGÍSTICOS Uma questão que seria comum: em qual local estocar cada um dos produtos? Antes de continuar lendo, é interessante parar e fazer uma análise, escolher posições; depois sim, veja se pensou corretamente. Iniciando a organização Sabe-se que cada palete tem 1,2 m 2 e que, multiplicando por 120, precisará de 144 m 2 para estocar todo esse material caso não queira sobrepor um sobre o outro. A aplicação do conceito ABC pressupõe a necessidade de estocar cada item de acordo com seu giro produto de maior giro ficaria em local de melhor acesso. Seguindo essa ideia 1 Vamos supor que os itens foram recebidos de acordo com seu giro e um relatório de saídas do estoque mostrou a seguinte movimentação no último período: Produto X = 40 paletes Produto Y = 60 paletes Produto Z = 0 paletes 20 Ao fazer a classificação ABC pela movimentação, pois o objetivo é facilitar as operações corriqueiras do estoque, 2 produto Z seria classificação A; produto Y seria classificação B; produto X seria classificação C. Com essa percepção, os espaços marcados e delimitados para cada produto seriam uma sugestão de localização e posterior endereçamento dos itens no estoque, pois estariam resultando em menor movimentação; é um posicionamento 29

Unidade II lógico deixar mais próximos da saída os itens de maior movimentação. B C A Imagem ilustrativa suposição de localização É importante observar que essa classificação ABC vai dar uma visão parcial do significado de cada item, pois considera custos e giro quantitativamente utiliza-se de pura matemática. É necessário observar a importância dos itens em relação à operação do sistema como um todo. Martins (200) reforça isso dizendo que itens de manutenção de baixo preço unitário e comprados em pequenas quantidades podem afetar o funcionamento do sistema produtivo e a segurança da fábrica, pois um simples parafuso de baixo custo e consumo, que seria de classificação C, pode interromper a produção de um produto ou serviço essencial para as operações da empresa. 1 20 Esse então é um problema a ser solucionado; não se pode pensar somente em custo e consumo. Uma alternativa amplamente utilizada pelo mercado é fazer uma avaliação quanto ao grau de criticidade dos itens de estoque. O autor define criticidade como a avaliação dos itens quanto ao impacto que sua falta causará na operação da empresa, na imagem da empresa perante os clientes, na facilidade de substituição do item por um outro e na velocidade de obsolescência. 30

GESTÃO DE RECURSOS PATRIMONIAIS E LOGÍSTICOS Como a visão de classificação é uma classificação de grau de importância, podemos fazer a mesma aplicação quanto à criticidade. Classificação quanto à criticidade Classe A B C Grau de importância Imprescindível: sua falta interrompe imediatamente a produção. Importante: sua falta não interrompe a produção no curto prazo. Demais itens que podem ser substituídos: têm fácil acesso, muitos fornecedores. Fonte: Martins, 200. O interessante seria fazer uma análise cruzando o grau de criticidade com o grau de importância. Vejamos exemplo: Fazer uma classificação dos itens do exercício anterior cobrindo criticidade e análise ABC simples (custo x volume). A análise de criticidade dos quinze itens de estoque levou à classificação exposta na tabela abaixo. Classe Classificação quanto à criticidade Percentual em relação ao total Itens A 201 00 São dois itens de um total de 1. 2/1 = 13.3% B 20 60 302 6070 26,7% C 30 4 203 200 30 30 070 7080 60% dos itens Fazendo-se uma análise cruzada da tabela acima dos graus de criticidade com a análise ABC (custo X quantidade), constatamos a seguinte posição: Análise ABC Simples Criticidade A B C Total A 20 30 203 3 B 201 6070 200 30 4 C 00 60-302 4 30 070 7080 8 Total de itens 2 4 9 1 Fonte: adaptado de Martins, 200. 31

Unidade II Analisando os dados da tabela, quanto à criticidade, temos dois itens (201 e 00) na classe A, quatro itens na classe B (20, 6070, 60 e 302) e os nove itens restantes na classe C (30, 203, 200, 30,, 4, 30, 070 e 7080). Quanto à análise ABC simples, que leva em consideração custo unitário e consumo, temos três itens na classe A (20, 30 e 203), quatro itens na classe B (201, 6070, 200 e 30) e os oito itens restantes (00, 60, 302,, 4, 30, 070 e 7080) estão na classe C. Uma análise mais precisa, sem considerar somente cálculos matemáticos, é classificar como AA os itens que são A em uma das duas classificações AA AB BA; classificar como BB as células AC BB CA e, finalmente, classificar como CC as células BC CB CC. 1 Essa percepção facilita conhecer e tratar de forma adequada cada um dos itens, tanto na compra quanto na estocagem, volume a manter na empresa, inventário físico, etc. Então, com essa visão, ficaria: Classificação Itens % em relação ao total de itens AA 20 201 13,33 BB 00 6070 30 203 26,67 CC 60 302 200 30 4 30 070-7080 60,00 Fonte: adaptado de Martins, 200. 32