Unidade Lectiva de Abril de 2013 COMUNIDADES URBANAS

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Transcrição:

Unidade Lectiva 5 4-11 de Abril de 2013 COMUNIDADES URBANAS

Unidade Lec*va 6 18 de Abril de 2013 6. As comunidades urbanas: localidade, identidade e pertença. Da Escola de Chicago à Ecologia Humana, da Comunidade Verde à Sustentabilidade

Georg Simmel (1858-1918) A metrópole e a vida mental Conferência por ocasião da Exposição das Cidades, ocorrida em Dresden, Alemanha, no inverno de 1902-03. Trata-se de uma versão ampliada do último capítulo de A Filosofia do Dinheiro, dedicado aos estilos de vida.

Os problemas mais profundos da vida moderna brotam da pretensão do indivíduo de preservar a autonomia e a peculiaridade de sua existência frente às superioridades da sociedade, da herança histórica, da cultura exterior e da técnica da vida a última reconfiguração da luta com a natureza que o homem primitivo levou a cabo em favor de sua existência corporal. As grandes cidades sempre foram o lugar da economia monetária, porque a multiplicidade e concentração da troca econômica dão ao meio de troca uma importância que não existiria na escassez da troca no campo. Mas a economia monetária e o domínio do entendimento relacionam-se do modo mais profundo. É-lhes comum a pura objetividade no tratamento de homens e coisas, na qual uma justiça formal freqüentemente se junta com uma dureza brutal.

O homem pautado puramente pelo entendimento é indiferente frente a tudo que é propriamente individual, pois do individual originam-se relações e reações que não se deixam esgotar com o entendimento lógico precisamente como no princípio monetário a individualidade dos fenômenos não tem lugar. Pois o dinheiro indaga apenas por aquilo que é comum a todos, o valor de troca, que nivela toda a qualidade e peculiaridade à questão do mero quanto. A cidade grande moderna, contudo, alimenta-se quase que completamente da produção para o mercado, isto é, para fregueses completamente desconhecidos, que nunca se encontrarão cara a cara com os verdadeiros produtores.

O espírito moderno tornou-se mais e mais um espírito contábil. Ao ideal da ciência natural de transformar o mundo em um exemplo de cálculo e de fixar cada uma de suas partes em fórmulas matemáticas corresponde a exatidão contábil da vida prática, trazida pela economia monetária. Se repentinamente todos os relógios de Berlim andassem em direções variadas, mesmo que apenas no intervalo de uma hora, toda a sua vida e tráfego econômicos, e não só, seriam perturbados por longo tempo.

Essa reserva, com o seu harmônico da aversão oculta, aparece contudo novamente como forma ou roupagem de um ser espiritual muito mais geral da cidade grande. Ela garante precisamente ao indivíduo uma espécie e uma medida de liberdade pessoal, com relação à qual não há nenhuma analogia em outras situações: com isso ela remonta a uma das grandes tendências de desenvolvimento da vida social, a uma das poucas para a qual se pode encontrar uma fórmula aproximadamente geral.

O estádio mais inicial das formações sociais, que se encontra tanto nas formações históricas como naquelas que se formam atualmente, é este: um círculo relativamente pequeno, com uma limitação excludente rigorosa perante círculos vizinhos, estranhos ou de algum modo antagônicos, e em contrapartida com uma limitação includente estrita em si mesmo, que permite ao membro singular apenas um espaço restrito de jogo para o desdobramento de suas qualidades peculiares e movimentos mais livres, de sua própria responsabilidade. Assim começam os grupos políticos e familiares, as formações de partidos, as confrarias religiosas; a autoconservação de associações muito jovens exige o estabelecimento rigoroso de limites e a unidade centrípeta e não pode portanto conceder ao indivíduo nenhuma liberdade e particularidade de desenvolvimento interior e exterior.

1. Focus no urbanismo em detrimento dos processos de urbanização 2. Individualismo e racionalismo 3. Proximidade, distância social e distinção: interacção social ( O Estranho ) 4. O conflito como base de integração social 5. Unidade e diversidade

A cidade enquanto mosaico de mundos sociais separados, susceptíveis de serem articulados (integração e diversidade) Robert Park A cidade como sociedade multicultural assente na heterogeneidade das comunidades urbanas. As comunidades de vizinhança assentes na identidade de estilos de vida e na interdependência das relações sociais. Ernest Burgess

A estrutura social da cidade: os círculos concêntricos A análise do compoetamento desviante delinquência e crime (Shaw & Mckay). Robert Park Concentric Zone Model by Ernest Burgess. " Zona suburbana " Zona residencial " Zona Classe trabalhadora " Zona de transicção " Zona fabril" Centro de Negócios Ernest Burgess